Sociedade Civil Organizada Global. Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS
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- Domingos Fortunato Galindo
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1 Sociedade Civil Organizada Global Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS
2 Aula 15 (05/11) Sociedade civil e a ordem mundial alternativa Leitura base: COX, Robert W. Civil society at the turn of the millenium: prospects for an alternative world order. Review of International Studies, v. 25, n. 01, pp Leitura complementar: BRINGEL, Breno; PLAYERS, Geoffrey (orgs). Protesta e indignacion global: Los movimientos sociales en el nuevo orden mundial. 1a ed. Buenos Aires: CLACSO; Rio de Janeiro: FAPERJ, Introdução, pp CASTELLS, Manuel. The New Public Sphere: Global Civil Society, Communication Networks, and Global Governance. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, March 2008.
3 A sociedade civil na virada do milênio : O breve século XX (Hobsbawn) mostra um mundo mais próximo do colapso do que da revolução Socialismo soviético colapsa; Lutas anti-coloniais fracassam em desafiar a hierarquia do capitalismo; A Esquerda social-democrata na Europa se adapta ao neoliberalismo
4 As finanças globais dominam e constrangem os Estados e suas politicas governamentais Ao mesmo tempo, não existe um meio de administração coordenada das finanças globais A polarização social entre ricos e pobres só aumenta no mundo e as pessoas tem se tornado cada vez mais descrentes com relação às formas de politica existente
5 A sociedade civil é ao mesmo tempo formada e formadora do Estado, é um agente de estabilização e reprodução, ao mesmo tempo que um potencial agente de transformação O espaço da socidade civil enquanto potencial transformador se torna mais estreito quando há uma relação próxima entre as pessoas e suas instituições politicas quando a hegemonia prevalece mas que se alarga na medida em que essa identidade é fraca
6 Os 30 últimos anos do séc. XX transformaram bastante a relação entre Estado e sociedade civil, bem como entre corporações e Estado A crise de estagflação da economia capitalista nos anos 1970 foi resolvida em parte através da quebra do corporativismo (poder dos sindicatos) Ao mesmo tempo a pressão corporativa sobre os governos para retirar o Estado de funções sociais e de desenvolvimento levou ao fim do welfare state, cujos impactos se fazem sentir na sociedade civil
7 Os trabalhadores estão hoje divididos entre três grandes categorias: Integrados altamente qualificados Precários número maior, em funções secundárias Excluidos desemprego estrutural A sociedade civil no final do séc. XX está compreendida sobretudo como a esfera da autonomia da ação coletiva, diferente tanto do poder corporativo quanto estatal A sociedade civil é o reino onde as transformações culturais ocorrem, nos embates entre forças hegemônicas e contrahegemônicas
8 A sociedade civil também se tornou o campo no qual ideias em disputa podem ser transformadas e novos conceitos de ordem social podem emergir Mas no final do séc. XX, a sociedade civil é vista não somente como potencial emancipatório e transformador da ordem social, pode ser interpretada como um reflexo da dominação do próprio Estado e do poder corporativo Estado e poder corporativo influenciam o desenvolvimento de um determinado tipo de sociedade civil, no sentido de tornála uma agência para estabilização da ordem e que, portanto, aumente a legitimidade desta ordem existente
9 ONGs que aceitem receber recursos governamentais se colocam igualmente numa posição de conformidade a ordem promovida por este governo (clientelismo) Na vida real, atores da sociedade civil podem estar muito mais preocupados com a sua sobrevivência o ascensão econômica do que em transformar a realidade social Isto significa que sociedade civil pode ser vista como: - potencial emancipatório, transformador - potencial de auxiliar de legitimação da ordem vigente - potencial mercado para iniciativas cidadãs de empreendedorismo social (de pequena escala)
10 O advento da globalização não somente da economia mas das telecomunicações, do transporte, da cultura de massa, etc, coloca o problema da construção e manutenção da hegemonia tanto no nivel da economia politica mundial como no nacional e local Cox vê na tendência oligopolista do capitalismo avançado o surgimento de um novo bloco histórico de poder formado pelas mais poderosas corporações transnacionais (WEF, Global Compact, etc) A partir dos anos 1990, os Estados e organismos internacionais atuam mais como agências da economia global, adaptando politicas e legislações 'as exigências e necessidades do 'mercado global'
11 A hegemonia neoliberal dos anos 1990 (pós-urss) trouxe profundas consequências sobre a relação entre sociedade politica e sociedade civil Ao ver o Estado se retirar dos serviços públicos e da proteção social, o público perde a confiança na integridade e competência da classe politica O Estado se retira deixando um vácuo entre as antigas politicas públicas e uma sociedade civil ainda pouco desenvolvida, abrindo espaço para que o crime organizado crie espaços de exercicio de poder paralelo
12 Corrupção na politica se torna inerente 'a transformação de bens públicos em mercadorias e favores politicos adquirem valor de mercado Ao final do séc. XX existe um problema mundial que diz respeito 'a um enorme distanciamento da sociedade politica com relação 'a vida cotidiana das pessoas - necessidade de reparar ou reconstruir sociedades politicas - necessidade de construir um sentido de identidade entre as pessoas e as autoridades públicas
13 A questão da sociedade civil no final do séc. XX nos remete, desta forma, a velho dilema Maquiavélico do séc. XVI: 'como formar a base social para uma nova autoridade política'? O problema prático continua sendo o mesmo: como forjar os elos entre as pessoas precarizadas, excluidas e marginalizadas de forma que os mantenha coesos numa formação politica contra-hegemônica Um dos principais desafios é que a identidade (nem sempre politizada) agora está muito mais vinculada 'as experiências vividas no mundo do consumo do que no mundo da produção, do trabalho
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