Universidade Federal do ABC CS3104 Políticas Públicas de Gênero, Etnia e Geração Profa. Andrea Paula dos Santos Felipe Kenji Goh RA 21011712 CRIAÇÃO DE CENTROS EDUCACIONAIS COM PROPOSTAS INOVADORAS DE ENSINO BÁSICO INTRODUÇÃO Sabemos que um problema recorrente na sociedade brasileira é o fato de que comunidades marginalizadas as favelas ou bairros que foram deixados ao esquecimento da gestão pública, abrigam muitas pessoas que não possuem muito poder aquisitivo, e, como não possuem muitas alternativas em se falando de emprego, algumas vezes acabam recorrendo a empregos informais ou até a criminalidade. Observa-se a extrema necessidade de uma política pública que incorpore todas as pessoas que estão nesta situação, para que estas possam concluir seus estudos e também alcançarem uma perspectiva diferente sobre as coisas à sua volta, por meio de debates e discussões enriquecedoras.
OBJETIVO O projeto descrito a seguir sugere uma política pública que visa dar a estas pessoas sejam adultos ou crianças, acesso à educação por meio da priorização de regiões de baixa renda e/ou alta criminalidade na construção de novos centros de educação, os quais reúnem ensino básico, médio e creche. Com a inserção desta política pública, as questões de geração, diversidade e desigualdade serão abordadas, pois visa a formação a nível médio de pessoas de vários perfis (renda, cor de pele, idade), para a futura entrada em nível técnico e em instituições de ensino superior. Por si só, é possível que os níveis de desigualdade (não só racial, mas também econômica) sejam diminuídas, visto que as pessoas abarcadas nesta política estarão capacitadas a seguir para níveis educacionais superiores, desta forma permitindo-as entrar no mercado de trabalho para gerar riqueza para a sua e as futuras gerações.
CENTROS DE EDUCAÇÃO O perfil destes centros visa capacitar pessoas, para que estas possam conquistar uma educação, para depois se aperfeiçoarem a nível técnico ou superior (e, consequentemente, se inserirem no mercado de trabalho com salários mais altos, gerando riqueza para a sociedade e possuindo capacidade de gerar riqueza para si) e também impedir que pessoas parem de seguir com sua trajetória no ensino de base quando acabam por terem filhos muito cedo, que é um problema visivelmente recorrente. A escola não oferecerá somente creches, ensino fundamental e médio, mas também a modalidade conhecida como EJA que é a Educação para Jovens e Adultos, que permite pessoas com idades fora do padrão de escolaridade básica que não concluíram seus estudos por quaisquer motivos, a serem capacitadas a nível de ensino médio, para depois seguirem com a sua formação em nível técnico ou superior.
PÚBLICO ALVO DA POLÍTICA PÚBLICA Esta política pública visa atingir pessoas de regiões de baixa renda e/ou alta criminalidade, as quais atendem as seguintes condições: Crianças; Jovens; Adultos/idosos que não possuem formação básica; Pessoas que possuem filhos pequenos (até idade de ensino fundamental). Note que estes grupos descritos acima englobam uma infinidade de pessoas em diferentes situações, de diferentes gêneros, com diferentes orientações sexuais, cor de pele etc. Como por exemplo, no grupo de pessoas que possuem filhos pequenos, encontram-se não só pessoas maiores de idade, mas também jovens que tiveram um filho (não só meninas como também outros gêneros), que tenderiam a interromper os seus estudos para que possam trabalhar e sustentar os seus descendentes. Também deve ser observado a forma que abordaremos as variadas situações a política possui um olhar plural, onde o problema a ser solucionado é a da educação básica e, indiretamente, a da desigualdade.
REFORMULAÇÃO DOS AMBIENTES INTERNOS E EXTERNOS Atualmente, percebe-se muito o padrão normalizador no modo o qual as salas de aula e outros ambientes como laboratórios estão organizados mesas enfileiradas, todas viradas para a frente, sem qualquer tipo de interação entre os alunos, os quais devem focar sua atenção somente no professor. A reformulação desse espaço propõe a modificação no ambiente educacional, utilizando-se de mesas redondas, as quais irão instigar nos alunos a interação entre si, podendo motivar discussões, debates e ideias engrandecedoras. A utilização de janelas em maior número, para que a sala possa ser iluminada naturalmente (durante o dia) também deve ser priorizada, a fim de fazer com que as pessoas no ambiente sintam-se mais próximas do ambiente externo. Não diferente desses ambientes, os espaços de convivência também passarão por modificações áreas verdes com redes e tapetes para que grupos possam se reunir, quadras poliesportivas de livre uso, ambientes com jogos em grupo, como pebolim, bilhar, xadrez, e outros recursos que ajudem a interação dos diferentes grupos durante os intervalos das aulas e cursos.
REFORMULAÇÃO DA METODOLOGIA DO ENSINO BÁSICO E OFERECIMENTO DE CURSOS EXTRACLASSE O ensino básico é feito da mesma forma há muito tempo, causando um refreamento na forma inovadora que as pessoas que vivem atualmente pensam. Diferente de outras épocas, os cérebros precisam ser estimulados não só para armazenar conhecimento a ser utilizado futuramente, mas a pensar de forma crítica (em relação à opinião dos outros e à sua própria) e a criar novas ideias para que modifiquemos o mundo à nossa volta a fim de adaptar o ambiente de acordo com a diversidade. As crianças, os adolescentes e até mesmo os adultos não são encorajados a discutir e a debater ideias, e isso torna-se necessário dado que alguns problemas recorrentes na sociedade hoje em dia são fruto de opressão de pessoas que possuíam ideias e opiniões diferentes. É essencial a criação de um senso de compreensão das várias ideias à nossa volta nas cabeças das pessoas, para que esses problemas não voltem a se repetir de formas diferentes. Os cursos tradicionais de ciências, matemática, português, história e geografia deverão ser passados aos alunos com base em projetos interdisciplinares que deverão ser desenvolvidos por pequenos grupos de pessoas, instigando-as a discutir os conceitos e, dessa forma, fazendo-as assimilá-los de uma maneira que não seja maçante e totalmente linear. O ensino fundamental não deve mais ser formulado com base na idade dos alunos, e sim em grupos com idades próximas, para que os mais novos possam aprender e interagir com os mais velhos, e também para que os mais velhos aprendam a lidar com pessoas mais
novas, ouvindo e compreendendo a visão de pessoas de outras faixas etárias. O professor deve priorizar, além da fixação dos conceitos por meio dos projetos interdisciplinares, na mediação dos debates e discussões entre os alunos, tentando sempre fazer com que todas as opiniões sejam expressas e compreendidas na perspectiva de cada pessoa, para que os alunos que ali serão formados possuam uma mentalidade de que a diferença entre as pessoas não as torna desiguais, e sim únicos em sua opinião. A consciência de que sempre haverá conflitos, enfrentamentos de ideia e choques de opinião deve ser reforçada, porém deve ser posto que existem várias maneiras de lidar com essas situações, inclusive a desconstrução das próprias ideias e reformulação das opiniões, a fim de entender da perspectiva dos que estão expondo as ideias. Dentre os cursos extraclasse ofertados, alguns visam a criação de um espírito empreendedor nos alunos, que impulsionará a geração de pequenas empresas cooperativas, com base na economia solidária, podendo ser fonte de renda para várias pessoas e, ao mesmo tempo, ajudando regiões marginalizadas a autossustentarem-se, modificando aos poucos a economia daquela região.