É PRECISO PENSAR COM A PRÓPRIA CABEÇA! Aline de Paula Nunes (EEEM Irmã Maria Horta Supervisora do PIBID) RESUMO Hábitos de vida saudáveis envolvem além da boa alimentação e da prática de exercícios, o abandono e rejeição de hábitos danosos à saúde. A adolescência, período marcado por mudanças e curiosidades, representa um momento especial no qual a droga exerce forte atrativo. O desafio deste projeto foi à luta pela valorização da vida como um bem social para a construção de uma sociedade mais digna e fraterna. A temática foi trabalhada em todos os projetos desenvolvidos na escola. Os resultados apontam desde uma melhor interação entre os alunos, até conscientização e abandono de certas drogas. Destaca-se também a importância de uma educação preventiva e a conscientização de toda a comunidade sobre os efeitos e consequências causadas por essas substâncias à vida em todos os seus aspectos. Palavras-chave: Drogas lícitas, Drogas ilícitas, Vida saudável, Conscientização. 1. INTRODUÇÃO A preocupação com a tomada de atitudes mais saudáveis tem crescido em toda a sociedade. E a escola como importante espaço promotor e divulgador de ideias, torna-se fundamental na adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida. O viver saudável envolve além de boa alimentação e prática de exercícios, o abandono e rejeição de hábitos danosos à saúde como o uso indevido de drogas. Deste modo, em projetos como este a escola é capaz de incentivar a reflexão, principalmente entre os jovens, sobre práticas saudáveis e a consciência dos riscos de escolhas erradas, o que pode levar a importantes mudanças de atitudes. O uso indevido de drogas, ilícitas ou não, é considerado um problema de saúde pública, trazendo consequências sociais e econômicas, além dos danos à saúde dos usuários (GÓIS & AMARAL, 2009). Muitos estudos têm apontado que a iniciação ao uso de drogas, de modo geral, ocorre, frequentemente durante a adolescência (PAIVA & RONZANI, 2009), tornando-se um problema social. Levantamentos realizados pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) mostram que a idade média para o do consumo de drogas como a maconha, álcool e tabaco estão na faixa dos 17 anos, sendo a idade de iniciação do consumo dessas substâncias em alguns casos ainda menor (CARLINI, 2006). Essa iniciação tão precoce se justifica pelo fato de os adolescentes serem vulneráveis social e psicologicamente (SOLDERA et al., 2004). 254
São as interações sociais mantidas pelos adolescentes que acabam por influenciar seus comportamentos, dentre eles o possível consumo de drogas, de acordo com Paiva & Ronzani (2009): [...] os diferentes comportamentos sociais, entre eles o consumo de substâncias psicoativas, são aprendidos, predominantemente, a partir das interações estabelecidas entre o jovem e suas fontes primárias de socialização, que no Ocidente são a família, a escola e o grupo de amigos (PAIVA & RONZANI, 2009). Os autores ainda complementam: A falta de suporte parental, o uso de drogas pelos próprios pais, atitudes permissivas dos pais perante o consumo e incapacidade dos pais de controlar os filhos são fatores predisponentes à iniciação ou continuação de uso de drogas (BAHR, HOFMANN & YANG, 2005 apud PAIVA & RONZANI, 2009). Sendo assim, destaca-se o papel da família na prevenção ao consumo de drogas pelos adolescentes, capaz de influenciar a forma como estes reagem à oferta de droga. Em contrapartida problemas familiares como: violência doméstica e dificuldades de relacionamento com os pais são apontados em outros estudos como fatores de risco para o uso de drogas pelos adolescentes (TAVARES et al, 2004). Além da importância do suporte parental adequado, a necessidade de aceitação, típica dos adolescentes, nos seus grupos de interesse torna-se notável (CAVALCANTE et al, 2008). Para se sentir inserido em determinado grupo, muitos jovens acabam por experimentar algum tipo de droga. As mesmas autoras ainda mencionam que a droga socialmente aceita é a porta de entrada para o consumo e o vício em outras drogas, ditas ilícitas (CAVALCANTE et al, 2008), o que esbarra nos dados de estudos do CEBRID, que apontam o álcool e o tabaco como as drogas mais frequentemente usadas por jovens entre 12 e 17 anos (GALDURÓZ et al, 2005). Outros estudos também têm indicado como importante fator de prevenção ao uso de drogas é a disponibilidade de informação (SANCHEZ et al, 2010). Porém a informação adquirida no ambiente escolar, um dos locais propícios a essa divulgação, mostrou-se de menor relevância para a prevenção ao uso de drogas, o que aponta falhas na abordagem da temática nas escolas (SANCHEZ et al, 2010). Esse dado também aponta a necessidade de desenvolvimento de programas escolares eficientes que tratem o tema de forma contextualizada. Pelo anteriormente exposto, fazem-se importantes ações por parte da escola, um dos meios de 255
interação dos adolescentes, para conscientizá-los dos efeitos das drogas, além dos prejuízos causados por elas, tanto para a saúde, como emocionalmente e socialmente. 2. JUSTIFICATIVA 2.1. Descrição da situação anterior à experiência Constatou-se anteriormente, através de relatos dos próprios alunos, o uso de pelo menos algum tipo de droga por estes ou por seus colegas: seja o álcool, cigarros, anabolizantes ou outras drogas ilícitas. Além disso, era comum observar os alunos fora da escola fazendo uso de drogas, em especial o álcool e o cigarro, muitas vezes com o apoio e consentimento dos próprios pais. A adolescência é uma fase delicada em que os desafios lançados a esses jovens são grandes e a necessidade de serem aceitos por seus grupo de interesse é importante. A partir disso, se faz necessária a ação da escola no sentido de formação desses adolescentes de modo a torná-los críticos em relação ao tema. 2.2. Motivações da escolha do tema Sabendo que esta é uma fase em que o apelo à utilização de drogas é marcante e diante dos índices que demonstram uma iniciação cada vez mais precoce, cabe à escola, no seu papel de formadora de cidadania e promotora de socialização dos diversos grupos de adolescentes e jovens, conscientizar seus alunos com relação a essa e outras temáticas presentes em seu cotidiano. Consequentemente, a discussão da utilização das drogas, apesar de ser muito abordada pela disciplina de biologia, não está restrita apenas à mesma. É preciso que haja a mobilização de todo corpo docente da escola para que, em conjunto, possam ser alcançados resultados satisfatórios. 3. OBJETIVOS EDUCACIONAIS PRETENDIDOS COM A EXPERIÊNCIA O objetivo principal do Projeto foi conscientizar os alunos dos riscos que as drogas oferecem à saúde e transtornos gerados pelo uso. O objetivo secundário foi destacar a importância da manutenção de hábitos saudáveis. 4. DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES 4.1. Detalhamentos das ações Foi realizada uma Mostra Cultural no dia quinze de outubro de 2013 durante o turno vespertino, onde foram apresentados trabalhos realizados pelos alunos das turmas de segundos anos, em que foram abordados diversos temas envolvidos ao uso de drogas e vida saudável. São eles: Álcool e direção; 256
Uso de drogas envolvendo violência, sexo, falta de raciocínio e ajuda profissional; Cocaína, crack e drogas sintéticas; Maconha, haxixe, alucinógenos (LSD) e tabaco; Uso de esteroides e anabolizantes; Vida saudável: sedentarismo, colesterol bom e ruim, reposição hormonal, osteoporose e transtornos alimentares. As oficinas do Clube de ciências, Grêmio Estudantil, Rádio Escolar e Coral durante o ano de 2013 promovidas pelo EMI (Ensino Médio Inovador) foram facilitadoras para o desenvolvimento e culminância da temática proposta pelo projeto. 4.2. Descrição da Metodologia O projeto É preciso pensar com a própria cabeça! desenvolveu-se durante aproximadamente um ano, através da ação conjunta dos professores e alunos, com a grande ajuda dos bolsistas do PIBID 1 -Biologia, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Cada turma foi dividida em grupos (anexos - fotos 1 e 2) e para cada um deles foi sorteado um tema. Os professores participantes neste projeto orientaram os alunos. Os discentes pesquisaram os conceitos pertinentes aos respectivos subtemas, no sentido de aprimorar os seus conhecimentos prévios, possibilitando a consolidação do assunto para posterior desenvolvimento do projeto. A partir daí, iniciativas foram elaboradas de maneira democrática que levaram a culminância de uma Mostra Cultural no colégio, envolvendo discentes, docentes e demais integrantes da comunidade escolar. Além da discussão dos subtemas com os alunos, foi solicitada aos alunos a confecção de um mural (cartazes ilustrativos) (anexos - fotos 3 e 4), uma maquete representando o assunto abordado (anexos - fotos 5 e 6) e a produção de um vídeo curta-metragem (anexos - fotos 7 e 8), também envolvendo o tema. A avaliação dos alunos foi realizada de acordo com a produção de cada grupo. Foram observados os seguintes aspectos: assiduidade; embasamento teórico sobre o tema de drogas e vida saudável; participação na confecção dos materiais para a mostra e apresentação dos 1 O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um Programa do Ministério da Educação, gerenciado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que tem como objetivo o incentivo à formação de professores atuantes na escola pública. As escolas vinculadas ao Programa recebem alunos universitários (também vinculados ao Programa), que junto com os professores presentes nas escolas ajudam a desenvolver as mais diversas atividades relacionadas ao universo docente. 257
vídeos curta-metragem; explicação dos trabalhos realizados no dia e anteriormente ao evento; além da avaliação do mural maquete e apresentação oral (anexo foto 9). 4.3. Como foram trabalhadas as diferentes áreas do conhecimento As diferentes áreas de conhecimento foram trabalhadas de forma interdisciplinar de modo que os professores, através de reuniões com a equipe pedagógica, puderam traçar os objetivos conjuntos do desenvolvimento dos subtemas. Apesar da distinção dos alunos e professores em grupos, os conhecimentos específicos de cada área do conhecimento referentes às disciplinas foram desfrutados por todos os alunos, pois houve discussões em sala dos assuntos propostos e a apresentação dos trabalhos na mostra cultural para toda a comunidade escolar. Os professores estiveram comprometidos a esclarecer as dúvidas específicas de sua área do conhecimento de todos os grupos. A disciplina de Língua Portuguesa trabalhou com os alunos realizando leitura de textos sobre violência no trânsito e álcool; elaboração de redações, leitura de livros paradidáticos, como A coragem de mudar e Perdidamente, ambos de Júlio Emílio Braz, e debates sobre o tema. Os professores de Matemática organizaram juntos com os alunos, gráficos com números de acidentes de trânsito, ocorrências policiais e consumo de álcool nos anos de 2012 e 2013 no Estado do Espírito Santo. O Professor da disciplina de Língua Estrangeira Inglês realizou tradução de textos diversos com a temática educação antidrogas e vida saudável, propondo aos alunos pesquisas de artistas e músicos nascidos em países cuja língua pátria fosse a inglesa que tiveram problemas com abuso de remédios, álcool e drogas. A disciplina de química debateu sobre os problemas da poluição do ar e consequentemente do organismo humano decorrente aos componentes do cigarro, trabalhando as fórmulas químicas e estruturais das moléculas dos agentes que são encontrados no cigarro. Além disso, discutiu sobre o processo de destilação e fermentação de bebidas alcoólicas. As disciplinas de Biologia e Educação Física trabalharam a temática de biotecnologia na produção de remédios, os males do consumo excessivo de remédios, os problemas devido ao consumo de drogas, risco do consumo de álcool e cigarro durante a gravidez, doping nos esportes nacionais e internacionais, prejuízos para o organismo devido ao uso de anabolizantes, anorexia, bulimia e sedentarismo. A disciplina de História e Geografia desenvolveu uma pesquisa sobre a História da produção de medicamentos, tráfico Internacional de drogas, a visão das religiões e o consumo de álcool e fumo. 258
A professora de Educação Artística ficou responsável em ajudar na confecção de cartazes com desenhos com a temática educação antidrogas e vida saudável. 4.4. Espaços físicos e materiais utilizados Os espaços físicos utilizados para o desenvolvimento do projeto foram às salas de aula, Laboratório de Ciências, Cineclube, Rádio Escolar, Biblioteca, Laboratório de Informática e a Quadra Poliesportiva. Esta foi empregada para a realização da mostra cultural. Os materiais utilizados para a confecção de cartazes foram tintas guache, pincéis, papel offset, cola, fita adesiva e gravuras/fotos. Já para a produção das maquetes, foram utilizadas uma infinidade de materiais, à escolha de cada grupo, particularmente. 4.5. Descrição de parcerias Esse projeto teve a parceria do PIBID Biologia (UFES), que forneceu grande parte dos materiais utilizados pelos alunos, por exemplo, os papéis offset, pincéis, fitas adesivas, dentre outros. Além disso, os alunos estagiários, que fazem parte do PIBID Biologia (UFES) contribuíram na estruturação do projeto interdisciplinar, juntamente com os professores envolvidos, além de auxiliarem os alunos na preparação prévia de seus trabalhos. A Patrulha Escolar da Polícia Militar do Espírito Santo PMES também foi muito importante no projeto desenvolvido na escola. Um grupo de policiais ministrou palestras de prevenção contra o uso de drogas, explicando as principais formas de acesso das crianças e dos adolescentes às drogas, focando a ação dos traficantes e o interesse dos mesmos no vício e na venda de drogas pelos alunos nas escolas e em outros ambientes sociais. As palestras foram realizadas em todas as salas de aula de todos os turnos. As oficinas do Clube de Ciências desenvolvidas a partir do Projeto Ensino Médio Inovador (EMI) que funciona em nossa escola desde o ano de 2012, foi um das maiores colaboradoras para o efetivo desenvolvimento das ações nos âmbitos de pesquisas cientificas sobre as ações, os mecanismos, os usos, os sintomas e os reflexos sociais no uso das drogas dando ênfase a fase infanto-juvenil (anexo foto 10). Outras oficinas promovidas pelo EMI, como a do Cineclube, Rádio Escolar e Grêmio Estudantil participaram também de forma efetiva no projeto. O Cineclube realizou vários dias de cinema na escola passando filmes que relatavam o uso indiscriminado das drogas, tráfico, e os efeitos psíquicos e sociais relativos ao uso das drogas, como: Eu, Christiane F 13 anos, Drogada e Prostituída (1981); Diário de um Adolescente (1995); Meu Nome Não é Johnny (2008) e Réquiem para um Sonho (2000). Logo após os filmes, o professor responsável pela oficina realizava uma breve discussão sobre o filme assistido, realizando uma reflexão sobre o tema com os alunos. Esta oficina também foi 259
responsável pela ajuda no desenvolvimento de filmes de curta-metragem desenvolvidos pelos alunos para apresentação na Mostra Cultural. A Rádio Escolar facilitou a divulgação do projeto, noticiando todos os eventos do trabalho e estimulando os alunos a cantarem músicas contra o uso das drogas no horário do recreio. Muitos dos alunos cantaram músicas de autoria própria focando o tema do projeto: É preciso pensar com a própria cabeça (anexos foto 11). O Grêmio Estudantil realizou campanhas antidrogas, desenvolvendo cartazes e afixando nos murais da escola informativos alertando sobre o perigo do uso dos diferentes tipos de entorpecentes legais e ilegais em todos ambientes sociais. Além disso, realizou debates com grupos de estudantes e professores sobre a legalização ou não das drogas. A parceria da Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES) no Projeto intitulado: Bandas e Corais nas Escolas, foi também muito importante para o desenvolvimento e conclusão do projeto. Nas aulas de música oferecidas para os alunos de todos os turnos de ensino, além das práticas de canto-coral e teorias musicais, foi abordado o tema Álcool e Drogas no ambiente artístico. Nas aulas o professor regente do coral promovia uma discussão e um estudo da biografia de alguns cantores e artistas, e analisava juntamente com os alunos os motivos falsos e aparentes que justificavam o uso das drogas e o resultado dessa escolha: a morte ou destruição dos mesmos. Essas aulas promoveram reflexão e opinião dos alunos sobre o assunto. Foi relatado em grupo, que após essas aulas alguns alunos pararam de usar o cigarro e drogas ilícitas (anexos foto 12). 4.6. Indicação da articulação da experiência com o Projeto Político-Pedagógico A experiência desencadeada por este trabalho nos levou a questões que envolvem o fazer pedagógico e as suas relações com o currículo, conhecimento e com a função social da escola, buscando uma reflexão contínua de todos os envolvidos nesse processo. Com isso, objetiva-se estabelecer novas práticas pedagógicas levando a instituição escolar a transgredir a chamada "educação tradicional", cujo conteudismo de inspiração positivista distancia-se das necessidades e dos anseios de todos os que participam do cotidiano escolar. O trabalho É preciso pensar com a própria cabeça! articula um projeto político-pedagógico que se preocupa com o sistema educativo, interessando-se em melhorar a qualidade da educação pública para que os discentes compreendam melhor o ambiente social do qual fazem parte para que se tornem indivíduos ativos no exercício da plena cidadania. Esse trabalho é o resultado de um esforço conjunto dos profissionais da educação desta unidade escolar com o objetivo de respaldar as ações de nossos alunos e todos os demais da 260
comunidade escolar no âmbito do esclarecimento educativo sobre esse tema tão relevante nos dias atuais. A corresponsabilidade foi um fator decisivo no êxito desse projeto. Há a consciência, por parte dos educadores e da Comunidade Escolar, de que esse trabalho representa apenas a gênese de um projeto político pedagógico e se encontra aberto a todo e qualquer tipo de sugestão e encaminhamentos. Sabemos que nenhum projeto político pedagógico pode ser dado como pronto e acabado, visto que a sociedade encontra-se em constante transformação e a escola, enquanto o reflexo dessa, também deve acompanhar esse processo. Logo, nossa reflexão e atitude continuam baseadas principalmente na prática pedagógica cotidiana e na discussão dos referenciais teóricos que nos encaminhem para uma práxis responsável e compromissada com uma escola pública de qualidade. 5. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS Através do desenvolvimento do projeto incentivou-se a conscientização da comunidade escolar em torno do reconhecimento de que mais vale a manutenção de uma vida saudável do que a utilização de substâncias que nos levam direta ou indiretamente à morte. Os resultados obtidos pelo projeto superaram, em muito, os resultados esperados. Isso se deveu ao pleno envolvimento, tantos do corpo docente, discente e comunidade escolar. Os trabalhos realizados foram além de uma simples abordagem sobre o tema ou explanação de materiais confeccionados. Alcançaram objetivos maiores: a interação dos alunos na realização de seus trabalhos e principalmente a formação de cidadãos críticos e conscientes. 6. CONCLUSÃO Ao fim do projeto É preciso pensar com a própria cabeça!, foi possível perceber que quando toda a escola se mobiliza para um bem comum, os resultados alcançados são excelentes. Isso pôde ser notado desde o início das atividades desenvolvidas, com a expectativa dos professores, a preocupação dos alunos em realizar um bom trabalho, o interesse dos mesmos em aprender sobre o tema, que teve como consequência excelentes trabalhos apresentados a toda a comunidade escolar. Além disso, fazer com que os alunos aprendam o conteúdo curricular de forma, principalmente, crítica é o ponto mais importante do projeto. Não apenas fazendo um simples trabalho escolar, mas descobrindo os males causados pelo uso de drogas, utilizando várias fontes bibliográficas, fazendo uso de discussões em sala de aula propostas pelos professores, resultando muitas vezes na mudança de pensamento e conduta desses jovens. Esse é o maior papel da escola, não formar alunos para enfrentar testes e provas, mas preparálos, ou melhor, formar cidadão críticos com relação à sociedade onde vivem. 261
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARLINI, E.A. (superv.) II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país: 2005. Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas. Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 468 p. 2006. CAVALCANTE, M.B.P.T.; ALVES, M.D.S. & BARROSO, M.G.T. Adolescência, álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. v. 12, n. 3. p. 555-59, set. 2008. GALDURÓZ, J.C.F.; NOTO,A.R.; FONSECA, A.M. & CARLINI, E.A. V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, 2004. Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 398 p. 2005. GÓIS, M.M.A. & AMARAL, J.H. O uso de drogas lícitas e ilícitas e suas consequências sociais e econômicas. Etic - Encontro de Iniciação Científica. v. 5, n. 5, p. 1-22, 2009. PAIVA, F.S. & RONZANI, T.M. Estilos parentais e consumo de drogas entre adolescentes: revisão sistemática. Revista Psicologia em Estudo. v. 14, n. 1, p. 177-183, jan./mar. 2009. SANCHEZ, Z.M.; OLIVEIRA, L.G.; RIBEIRO, L.A. & NAPPO, S.A. O papel da informação como medida preventiva ao uso de drogas entre jovens em situação de risco. Ciência & Saúde Coletiva. v.15, n.3, p. 699-708. 2010. SOLDERA, M. DALGALARRONDO, P.; CORRÊA FILHO, H.R. & SILVA, C.A.M. Uso de drogas psicotrópicas por estudantes: prevalência e fatores sociais associados. Revista de Saúde Pública. v. 38, n. 2, p. 277-283. 2004. TAVARES, B.F.; BÉRIA, J.U. & LIMA, M.S. Fatores associados ao uso de drogas entre adolescentes escolares. Revista de Saúde Pública. v. 38, n. 6, p. 787-796. 2004. 262
ANEXOS Foto 1 e 2: Detalhe para as camisas que vários alunos se dispuseram a fazer. Foto 3 e 4: Detalhe de um dos cartazes produzidos pelos alunos; foto 4 Banner produzido por um dos grupos.. Foto 5 e 6: Maquetes produzidas pelos grupos. 263
Foto 7 e 8: Apresentação do vídeo curta-metragem. Foto 9: Professores avaliando os grupos no dia da mostra cultural. Foto 10: Alguns alunos do clube de ciências, que buscavam este espaço com o objetivo de aprimorarem o conhecimento científico. 264
Foto 11: Alunos participando da Rádio Escolar: esta facilitou a divulgação do projeto, além de estimular os alunos a cantarem músicas contra o uso das drogas no horário do recreio. Foto 12: Alunos do coral no dia da discussão e estudo da biografia de alguns cantores e artistas que usavam drogas. 265