Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP

Documentos relacionados
QFL-1322 Reatividade de Compostos Orgânicos 2 o Semestre de 2017

5. Reações de Adição Nucleofílica

2.8. Reações dos Alcanos (Bibliografia Principal: Vollhardt, 3rd) Formação de Radicais

DATAS: P1: 17/09/2015. Avaliação: P2: 29/10/2015 P3: 26/11/2015 P Sub : 03/12/2015 (P Sub sobre toda a matéria) Prova Substitutiva aberta!

formação de grupos intermediários instáveis

REAÇÕES ORGÂNICAS. Ruptura ou cisão de ligações: Cisão homolítica: Cisão heterolítica:

Reações de Substituição Nucleofílica Acílica

5. Reações de Adição Nucleofílica

Reações de Oxidação e Substituição. Karla Gomes Diamantina-MG

6.1 CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ORGÂNICAS

AULA 17. Reações Orgânicas. Prof Taynara Oliveira

Adição Eletrofílica à Alquenos

Prof a. Dr a. Patrícia Bulegon Brondani. Cetonas e Aldeídos

Reações de Radicais Substituição Radicalar

QUÍ MÍCA: ORGA NÍCA ÍV (REAÇO ES)

Reações de Radicais Substituição Radicalar

6. Substituição Nucleofílica Acílica via Adição/Eliminação

Formação de Radicais. Halogenação e Combustão: i) Ocorrem por um mecanismo radicalar. Envolvem a quebra homolítica de uma ligação.

QFL-306 Prof. Luiz F. Silva Jr 1. Aldeídos e Cetonas - Parte 1

REAÇÕES ORGÂNICAS. Prof: WELLINGTON DIAS

QUÍMICA ORGÂNICA Reações Orgânicas - Substituição Prof. Jackson Alves

Alcinos. Prof. Antonio Luiz Braga LabSelen : Laboratório de Síntese de Substâncias Quirais de Selênio

O que essas substâncias tem em comum? Todas elas são produzidas a partir de reações orgânicas. Biodiesel Margarina Vinagre Detergente

UNIPAC Universidade Presidente Antônio Carlos Juiz de Fora

PPGQTA. Prof. MGM D Oca

QFL-2340 Estrutura e Propriedades de Compostos Orgânicos 2 o Semestre de 2013 Diurno

Introdução as Reações Orgânicas

Gabaritos Resolvidos Energia Química Semiextensivo V4 Frente E

7.1 CISÃO E FORMAÇÃO DE LIGAÇÃO NO MECANISMO POLAR

Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP

O DIAMANTE POSSUI HIBRIDIZAÇÃO

Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP

MGM D Oca Adição e Eliminação. Adição: (GRADUAÇÃO)

1.1. REAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO CARACTERÍSTICA DE COMPOSTOS SATURADOS ( ALCANOS E HALETOS ORGÂNICOS) C A + B X C B + A X

QFL 2340 Estrutura e Propriedade de Compostos Orgânicos Lista 09: Reações Orgânicas. Parte I: Noções Gerais e Adição Nucleofílica

QFL 2340 Estrutura e Propriedade de Compostos Orgânicos Lista 08: Reações Orgânicas. Parte I: Noções Gerais e Adição Nucleofílica

Reações em Aromáticos

Alcenos: estrutura, síntese e reatividade. Fundamentos de Química Orgânica Fábio Herbst Florenzano

Reações de adição nucleofílica a Aldeídos e Cetonas

LICENCIATURA EM QUÍMICA QUÍMICA ORGÂNICA II PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015 PLANO DE CURSO. Professora: Ana Júlia Silveira

Professor Armando J. De Azevedo

PPGQTA. Prof. MGM D Oca

5.1 REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO

Química Orgânica. Química orgânica: Estrutura das moléculas. Grupos funcionais. Estereoquímica. Reatividade..

Alcanos. Reações Radicalares. Aula 4

Universidade Federal de Ouro Preto Pré-Vestibular/ENEM Rumo à Universidade Campus João Monlevade. Reações Orgânicas

Compostos Carbonílicos α,β-insaturados: Adição Conjugada (Adição de Michael)

Benzeno e Aromaticidade

ALQUENOS - REVISÃO. Bruice, P Vol. 1 cap.3 e 6 Carey Vol. 1 cap. 6 e 9

Substituição Nucleofílica em Ácidos Carboxílicos e Derivados

Revisão dos Conteúdos de Química

1. Reações de Ácidos Carboxílicos e Seus Derivados

Alcano. Halogenação. A halogenação de alcanos é uma reação de substituição que ocorre via radicalar, por meio de um mecanismo de propagação em cadeia.

Definição: São compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de um ou mais hidrogênios por igual número de halogênios (F, Cl, Br e I)

Química Orgânica Ambiental

FCAV/ UNESP. DISCIPLINA: Química Orgânica. ASSUNTO: Hidrocarbonetos Principais Reações

Química E Extensivo V. 8

Programa Analítico de Disciplina QUI131 Química Orgânica I

Estrutura e reatividade de grupos de compostos

Química Orgânica I. Ácidos e Bases, tipos de reações, intermediários de reações e termodinâmica e cinética de reações orgânicas.

Química Orgânica. Aula 5 - Propriedades da Carbonila - Adição Nucleofílica em substâncias Carboniladas - Equilíbrio Ceto-Enólico - Adição aldólica

Química Orgânica. Aula 5. Prof. Davyson Moreira

Adição Eletrofílica. Instituto de Química USP Reatividade de Compostos Orgânicos QFL-0342 (2016) Massuo Jorge Kato

2. Ligações Químicas Localizadas

Reações de Adição Eletrofílica a Alquenos

QUIMICA ORGÂNICA A. Analisando Reações Orgânicas e seus Intermediários

Exercíciosde Funções Orgânicas 1) Identifique as funções químicas presentes em cada uma das estruturas seguintes. Faça um círculo e dê o nome da

REAÇÕES ORGÂNICAS As principais reações orgânicas são classificadas em: 1. Adição 2. Eliminação 3. Substituição 4. Esterificação 5. Saponificação 6.

PPGQTA. Prof. MGM D Oca

Substituição Eletrofílica Aromática

Ácidos Carboxílicos e Derivados Reações de Substituição Nucleofílica no Grupo Acil

Química Orgânica I Profa. Dra. Alceni Augusta Werle Profa. Dra. Tania Márcia do Sacramento Melo

Química Orgânica I Profa. Dra. Alceni Augusta Werle Profa. Dra. Tania Márcia do Sacramento Melo. Substituição eletrofilica aromática Aula nº 10

6. Propriedades Físicas. 1) Organic Chemistry Structure and Function, K. P. C. Vollhardt e N. E. Schore,

2.1 COMPOSTOS AROMÁTICOS: LEI DE HUCKEL

AS REAÇÕES DE ELIMINAÇÃO E1 e E2

ESTRUTURA E REATIVIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS ENGENHARIA QUÍMICA/ SEGUNDO SEMESTRE 2014 PLANO DE CURSO. Professora: Ana Júlia Silveira

PREPARAÇÃO DE ÉTERES - SÍNTESE DE WILLIAMSON Anteriormente, vimos que ariléteres podem ser preparados através do Método de Williamson. Todavia, este m

Compostos heterocíclicos: estrutura, síntese e reatividade. Aula 6

3.1-POLARIDADE DAS LIGAÇÕES

Reações de Eliminação. Aula 10

Reações de Substituição Nucleofílica Alifática ao Carbono Saturado

Substituição Eletrofílica aromática

HIDROCARBONETOS FUNÇÕES ORGÂNICAS

Quí. Monitor: Gabriel Pereira

M E C A N I S M O S D E R E A Ç Õ E S. Conjuntos de etapas que descrevem a formação dos produtos nas reações químicas.

Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP

Solução Comentada Prova de Química

Reações Orgânicas parte I: Reações de substituição, eliminação e hidrólise. Profa. Kátia Aquino

4. Ácidos e Bases em Química Orgânica

Tópicos em destaque. O que é um orbital atômico? É a provável distribuição espacial dos elétrons ao redor do núcleo.

REAÇÕES ORGÂNICAS. INTRODUÇÃO A SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA Sn2 - PARTE I

Química Orgânica para Ciência e Tecnologia de Alimentos

Química Orgânica Ambiental

PPGQTA. Prof. MGM D Oca

Reações de Substituição Nucleofílica em Carbono Saturado. Aula 11

AULAS 22 A 24: REAÇÕES ORGÂNICAS: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO; HIDRÓLISE, SABÕES E DETERGENTES

Reações de Eliminação

Transcrição:

8.1. Considerações Gerais 8.2. Reações de Adição Nucleofílica 8.3. Reações de Adição/Eliminação 8.4. Reações de Substituição Nucleofílica Alifática e de Eliminação 8.5. Reações de Adição Eletrofílica 8.6. Reações de Substituição Eletrofílica Aromática 8.7. Reações Radicalares 8.8. Reações de Oxidação e de Redução 8.1. Considerações Gerais Leitura Recomendada: Organic Chemistry, J. Clayden, N. Greeves, S. Warren, P. Wothers, Oxford, Oxford, 2001, cap. 5. Objetivos: i) Aplicar os conceitos de estrutura e representação de moléculas em reações orgânicas; ii) Representação de reações orgânicas dos principais grupos funcionais. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 1

Moléculas reagem pois estão em constante movimento, mas nem todas as colisões são produtivas em termos reacionais. Energia de Ativação: Energia de Ativação i) Energia mínima necessária para uma reação química ocorrer. ii) Uma energia de ativação baixa significa que uma reação irá ocorrer rapidamente, enquanto que uma energia de ativação elevada significa que a reação irá ocorrer lentamente. iii) Mede a diferença de energia entre os reagentes e o estado de transição. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 2

Alta E a está relacionada com o fato que a quebra da ligação precede a formação da ligação. O arranjo particular dos átomos no topo da barreira é chamado de estado de transição. É possível determinar a estrutura do estado de transição? A atração eletrostática também é um fator importante em reações orgânicas, mas não deve ser superestimada. A importância da polarização de ligações simples, por exemplo, é exagerada. A maioria das reações orgânicas são polares: o fluxo de elétrons ocorre de uma espécie para outra. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 3

Algumas reações ocorrem entre moléculas completamente sem cargas. Exemplo: A reação só será efetiva se a colisão entre as espécies ocorrer com o necessário alinhamento entre os orbitais. Na maioria das reações orgânicas os orbitais das espécies reativas são direcionais e, assim, os orbitais moleculares das moléculas reagentes exercem um importante controle. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 4

Nucleófilos Nucleófilos são espécies ricas em elétrons que doam elétrons de alta energia para orbitais vazios de eletrófilos. Tipos de Nucleófilos: i) Par de elétrons não ligante não compartilhado em espécies neutras ou carregadas negativamente. Exemplos? ii) Orbitais preenchidos π. Exemplo? iii) Ligações σ. Exemplo? atômicos. Quanto mais eletronegativo o átomo, menor a energia dos orbitais Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 5

Eletrófilos Eletrófilos são espécies deficientes em elétrons neutras ou carregadas positivamente com um orbital atômico vazio ou um orbital anti-ligante de baixa energia. Um ácido é um tipo especial de eletrófilo. Tipos de eletrófilos: i) Orbital atômico vazio. Exemplos? ii) Orbital anti-ligante: π* e σ*. Exemplos? Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 6

Ligação π C=O e C=C Bromo é fortemente eletrofílico, pois tem uma ligação σ muito fraca Br-Br. Uma ligação σ fraca e simétrica significa uma pequena diferença de energia entre os orbitais ligante e anti-ligante. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 7

As reações orgânicas ocorrem pela interação entre um orbital cheio e um vazio. Os orbitais mais importantes para entender a reatividade são os orbitais de fronteira: HOMO (Highest Occupied Molecular Orbital) e LUMO (Lowest Unoccupied Molecular Orbital). Compreender o fluxo de elétrons é crucial para entender uma reação química. A grande maioria das reações orgânicas são polares, envolvendo fluxo de elétrons de um nucleófilo para um eletrófilo. Os orbitais devem ter uma energia similar para que a interação seja efetiva. Elétrons devem passar de um orbital preenchido para um orbital vazio. Orbitais preenchidos naturalmente tendem a ser de menor energia do que os orbitais vazios. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 8

8.2. Reações de Adição Nucleofílica Leitura Recomendada: Organic Chemistry, J. Clayden, N. Greeves, S. Warren, P. Wothers, Oxford, Oxford, 2001, cap. 6. 8.2.1. Redução de Aldeídos e de Cetonas com NaBH 4 e LiAlH 4 a) Boroidreto de sódio (NaBH 4 ) e hidreto de lítio e alumínio (LiAlH 4 ) Características: i) NaBH 4 e LiAlH 4 são dois dos redutores mais utilizados em química orgânica. ii) iii) LiAlH 4 é mais reativo do que NaBH 4. Pq? Um equivalente de NaBH 4 ou de LiAlH 4 é capaz de reduzir (teoricamente) 4 equivalentes de um aldeído ou de uma cetona. iv) NaBH 4 é o reagente de escolha para a redução de aldeídos e cetonas. Pq? v) Ambos funcionam como uma fonte de hidreto. Pq? vi) LiAlH 4 reage com a água ou com outros solventes próticos. Equação? Assim, reduções com LiAlH 4 devem ser realizadas em um solvente aprótico anidro. Éter e THF são os mais utilizados. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 9

Quimiosseletividade ü O boroidreto de sódio é um reagente quimiosseletivo. ü Um reagente quimiosseletivo reage com um grupo funcional, mas não com outro. 8.2.2. Reação de Aldeídos e Cetonas com Reagentes Organometálicos a) Reagentes Organometálicos O carbono está ligado a um metal. Reagentes organometálicos não costumam ser isolados. São usados imediatamente na reação desejada. Reagentes organometálicos são usualmente sensíveis ao ar e a umidade! Mapas de Potencial Eletrostático Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 10

QFL-2340 - Estrutura e Propriedades b) Reagentes de Grignard i) Um dos mais importantes reagentes organometálicos. ii) Nomenclatura: Haletos de alquilmagnésio. iii) Preparação: iv) Incompatíveis com diversos grupos funcionais. Pq? c) Preparação de Reagentes Organolítio ü É feita pela adição de lítio a um haleto de alquila em hexano ou éter etílico Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 11

d) Reação de aldeídos ou de cetonas com organometálicos Características: i) Organometálicos funcionam como uma fonte de carbono nucleofílico. ii) iii) iv) Importante método para a formação de ligações carbono-carbono. Pode ser utilizado na preparação de alcoóis primários, secundários e terciários. Equação Geral: 8.2.3. Reação de Aldeídos e Cetonas com Acetiletos Os acetiletos de sódio ou de lítio são nucleofílicos, podendo reagir com aldeídos e cetonas. Exemplo: Qual o papel de cada um dos reagentes na equação acima? Qual o mecanismo das reações envolvidas? Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 12

8.3. Reações de Substituição Nucleofílica Acílica (via um mecanismo de Adição/Eliminação) de Ácidos Carboxílicos e Derivados Leitura Recomendada: Organic Chemistry, J. Clayden, N. Greeves, S. Warren, P. Wothers, Oxford, Oxford, 2001, cap. 12. 8.3.1. Esterificação Tratamento de um ácido carboxílico com um álcool na presença de um ácido, leva à formação de um éster. Exemplo: Como deve ser o mecanismo de adição e eliminação? A reação é um equilíbrio. Como o equilíbrio pode ser deslocado para a esquerda ou para a direita? Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 13

8.3.2. Hidrólise de Ésteres A hidrólise pode ser ácida ou básica. i) Hidrólise Ácida Exemplo: A reação é um equilíbrio. Assim, excesso de água desloca o equilíbrio para a direita. Álcoois com baixo ponto de ebulição podem ser retirados por destilação. ii) Hidrólise Básica (ou Saponificação) Melhor método para realizar a hidrólise de ésteres. Esta reação não é reversível. Pq? Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 14

8.3.3. Reações de Cloretos de Acila: Preparação de Haletos de Acila: 8.3.4. Redução de Ácidos Carboxílicos e Derivados 8.3.4.1. Redução de Ácidos Carboxílicos ü A redução de ácidos carboxílicos pode ser efetuada com hidreto de lítio e alumínio. ü Mecanismo: Adição/Eliminação + Adição Nucleofílica ü Esta redução não ocorre utilizando como agente redutor boro-hidreto de sódio (NaBH 4 ). Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 15

Redução de Ésteres i) Preparação de Aldeídos Redução com DIBAL permite a obtenção de aldeídos. Exemplo: ii) Preparação de Alcoóis Primários Redução de ésteres com hidreto de lítio e alumínio fornece alcoóis primários. Exemplo: Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 16

QFL-2340 - Estrutura e Propriedades Redução de Amidas A redução de amidas é muito útil para a preparação de aminas. A reação pode ser feita com hidreto de lítio e alumínio. Exemplo: 8.3.5. Reação de Ésteres com Organometálicos Reagentes de Grignard e de organolítio podem realizar a adição a ésteres, fornecendo alcoóis terciários. A reação é realizada com 2 equivalentes do organometálico. Exemplo Reação com Reagente de Grignard: Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 17

8.4. Reações de Substituição Nucleofílica Alifática e de Eliminação 8.4.1. Reações de S N 2 8.4.2. Reações de S N 1 8.4.3. Eliminação E2 8.4.4. Eliminação E1 Leitura Recomendada: Organic Chemistry, J. Clayden, N. Greeves, S. Warren, P. Wothers, Oxford, Oxford, 2001, cap. 17 e 19. 8.4.1. Reações de S N 2 Mecanismo de uma reação S N 2: Substituição nucleofílica bimolecular (S N 2) é um processo de uma etapa: o nucleófilo ataca o halo-alcano com simultânea expulsão do grupo de partida. Assim, a formação da ligação ocorre ao mesmo tempo que a quebra. Este tipo de processo é chamado de reação concertada. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 18

Alcoóis e éteres como substratos em reações de S N 2. Exemplos: Mecanismo? Produto? Mecanismo? 8.4.2. Reações de S N 1 Solvólise: Reação de substituição onde moléculas do solvente atuam como nucleófilo. Quando o solvente é a água, temos uma hidrólise. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 19

Reação de um álcool que reage rapidamente com HBr: 8.4.3. Eliminação E2 E2 é uma reação concertada, onde ocorre: i) Desprotonação por uma base; ii) iii) Saída do grupo de partida; Re-hibridização dos carbonos de sp 3 para sp 2, fornecendo dois orbitais p que formam a ligação dupla. Exemplo: Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 20

Quando uma reação que pode produzir potencialmente dois ou mais isômeros constitucionais produz na verdade apenas um (ou um predominante), é chamada de reação regiosseletiva. Exemplo em uma reação de eliminação: 8.4.4. Eliminação E1 Mecanismo Geral para Eliminação E1: Exemplo: A força da base não tem influência, pois não participa da etapa lenta. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 21

Uma reação de Grignard seguida da desidratação do álcool terciário formado é um dos métodos mais utilizados para a síntese de alquenos. Exemplo: S N 1 vs. E1 Conversão de Álcoois em Haletos de Alquila Desidratação de Álcoois Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 22

8.5. Reações de Adição Eletrofílica 8.5.1. Adição Eletrofílica de Halogênios a Alquenos 8.5.2. Adição de HX 8.5.3. Reação de Hidratação Leitura Recomendada: 1. Organic Chemistry, J. Clayden, N. Greeves, S. Warren, P. Wothers, Oxford, Oxford, 2001, cap. 20. 2. Organic Chemistry Structure and Function, K. P. C. Vollhardt e N. E. Schore, 3a ed., Freeman, New York, 2000, cap. 12. 8.5.1. Adição Eletrofílica de Halogênios a Alquenos Exemplo: Mecanismo: Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 23

A adição de bromo é particularmente fácil de reconhecer pois as soluções mudam de vermelho para incolor quando exposta a um alqueno. Esta reação pode ser utilizada como um teste para insaturações. http://www.chem.uiuc.edu/clcwebsite/cyclo.html A reação de bromo com sistemas saturados é um processo radicalar mais lento e requer a iniciação por calor ou luz. A bromação ocorre por uma adição anti: Mecanismo: Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 24

8.5.2. Adição de HX A reação de adição de HX ocorre em duas etapas via um carbocátion. Exemplos: Regra de Markovnikov: Se os átomos de carbono da ligação dupla não são igualmente substituídos, o próton do haleto de hidrogênio se ligará ao carbono menos substituído. Assim, o halogênio ficará no carbono mais substituído. 8.5.3. Reação de Hidratação Reação de hidratação: Na presença de um catalisador ácido, água é adicionada a alquenos dando alcoóis. As reações acima são equilíbrios. Como o equilíbrio pode ser deslocado para favorecer o alqueno? E para favorecer o álcool? Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 25

8.6. Reações de Substituição Eletrofílica Aromática 8.6.1. Aspectos Gerais do Mecanismo de S E Ar 8.6.2. Halogenação do Benzeno 8.6.3. Alquilação de Friedel-Crafts Leitura Recomendada: Organic Chemistry, J. Clayden, N. Greeves, S. Warren, P. Wothers, Oxford, Oxford, 2001, cap. 22. 8.6.1. Aspectos Gerais do Mecanismo de S E Ar Os eletrófilos são ou um íon positivo (E + ) ou alguma outra espécie deficiente de elétrons com grande carga positiva parcial. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 26

8.6.2. Halogenação do Benzeno Exemplos: Ácidos de Lewis mais utilizados: FeCl 3, FeBr 3 e AlCl 3. Função do ácido de Lewis: polarizar a ligação X-X. Reação com F 2 : muito reativa com I 2 : muito lenta Reação de Adição Eletrofílica em um Alqueno: Reação de Substituição Eletrofílica em um Anel Aromático: Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 27

Exemplo: 8.6.3. Alquilação de Friedel-Crafts Mecanismo da Alquilação de Friedel-Crafts: 8.7. Reações Radicalares 8.7.1. Formação de Radicais 8.7.2. Halogenação de Alcanos Leitura Recomendada: Organic Chemistry Structure and Function, K. P. C. Vollhardt e N. E. Schore, 3 a ed., Freeman, New York, 2000, cap. 4. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 28

8.7.1. Formação de Radicais Radicais são formados pela quebra homolítica de reações relativamente fracas. Exemplos: a) Peróxidos: b) Halogênios: Algumas Características dos Radicais: i) Átomo ou grupo de átomos com um elétron desemparelhado. ii) iii) iv) Representado por um ponto. Altamente reativos. Não podem ser normalmente isolados. Intermediários em diversas reações orgânicas 8.7.2. Halogenação de Alcanos A reação de halogenação é uma reação de substituição! Equação Geral: Reação em cadeia: cada etapa gera um intermediário reativo, o qual provoca o acontecimento do próximo ciclo da reação. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 29

Mecanismo da Halogenação de Alcanos Etapa 1: iniciação 10.000 moléculas de CH 3 Cl para cada fóton absorvido! Mecanismo da Halogenação de Alcanos Etapas 2 e 3: propagação Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 30

Mecanismo da Halogenação de Alcanos Pode ser detectada a presença de etano em pequenas quantidades na cloração do metano. Como isto pode ser explicado? Mecanismo da Halogenação de Alcanos Etapas de Finalização da Cadeia Tipicamente, ocorrem 5.000 repetições do ciclo de propagação antes de ocorrer a terminação. Etapas de Finalização: i) Ocorrem com pouca freqüência. ii) Esgotam os intermediários reativos. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 31

Síntese de Haletos de Alquila por Halogenação i) Fluoração Pouco útil: a) muito reativo b) Flúor: caro e corrosivo ii) Iodação Pouco útil: muito lenta iii) Cloração útil: a) cloro é barato. Mais utilizada em escala industrial. b) problema: baixa seletividade. iv) Bromação útil: a) seletiva. b) Mais utilizada em pequena escala. 8.8. Reações de Oxidação e de Redução Leitura Recomendada: 1) Organic Chemistry Structure and Function, K. P. C. Vollhardt e N. E. Schore, 3a ed., Freeman, New York, 2000, cap. 8. 2) Substâncias Carboniladas e Derivados, P. Costa, R. Pilli, S. Pinheiro, M. Vasconcellos, Bookman, São Paulo, 2003, p. 20-21, 178-180. 3) Organic Chemistry, J. Clayden, N. Greeves, S. Warren, P. Wothers, Oxford, Oxford, 2001, cap. 2, p. 35-37. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 32

substituintes: Número de oxidação do carbono e a eletronegatividade dos Número de oxidação do carbono considerando a eletronegatividade iguais para carbono e hidrogênio: Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 33

Um processo que adiciona átomos eletronegativos tais como halogênio ou oxigênio, ou remove hidrogênio, constitui uma oxidação. A remoção de um halogênio ou de um oxigênio ou a adição de um hidrogênio é definida como redução. Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 34

Oxidação de Alcoóis Dependendo do oxidante, a oxidação de um álcool primário pode levar a aldeídos ou ácidos carboxílicos. Exemplo 1 Obtenção de Ácidos Carboxílicos: Exemplo 2 Obtenção de Aldeídos: PCC: Oxidação de Álcool Secundário: Exemplo: PCC também pode ser utilizado na oxidação de alcoóis secundários. iv) Álcool Terciário Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 35

positivo negativo http://en.wikipedia.org/wiki/tollens'_reagent http://www.periodinane.com/ Prof. Luiz F. Silva Jr - IQ-USP - 2014 36