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Transcrição:

Rodada #1 Direito Administrativo Professor Armando Mercadante Assuntos da Rodada DIREITO ADMINISTRATIVO: 1. Princípios da Administração Pública. 2. Ato Administrativo: Ato e Fato Administrativo. Classificações dos Atos. Atos vinculados e discricionários. Requisitos de validade ou elementos dos atos administrativos. Mérito do Ato administrativo. Atributos. Espécies. Extinção. Convalidação. Conversão. 3. Organização e Responsabilidade da Administração: 3.1. Entidades Políticas e Entidades da Administração. Centralização, descentralização e desconcentração. 3.2. Responsabilidade Civil da Administração Pública: Responsabilidade Objetiva. Responsabilidade Subjetiva. Risco Administrativo. 4. Contratos administrativos e Licitações públicas. 4.1. O Dever de licitar e as hipóteses de exceções à regra. 4.2. Princípios da licitação. 4.3. Tipos, modalidades e espécies licitatórias. 4.4. O Processo licitatório. 4.5. Registros cadastrais. 4.6. Registro de preços. 4.7. Participação de micro empresas e de empresas de pequeno porte. 7. Controle da Administração. Controle interno e externo. Controle pelo Tribunal de Contas. 8. Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429/1992). 9. Licitações e Contratos Administrativos (Lei Federal nº 8.666/1993); 10. Lei do Pregão (Lei Federal nº 10.520/2002); 11. Lei Anticorrupção (Lei Federal nº 12.846/2013).

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a. Teoria 1. Princípios expressos e implícitos da Administração Pública Os princípios expressos são aqueles que constam explicitamente em determinada lei, como o da proporcionalidade no art. 2º da Lei federal nº 9.784/99. Ao contrário, os princípios implícitos são aqueles que, relativamente à determinada lei, não estão previstos explicitamente. Exemplo: o princípio da publicidade é implícito relativamente à referida Lei 9.784/99. Sob o ponto de vista jurídico não existe hierarquia entre os princípios. Os princípios expressos da Administração Pública que constam do art. 37 da CF são Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 1.1. Princípio da legalidade Toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei, apenas sendo consideradas legítimas se estiverem de acordo com o disposto na lei. Contudo, é importante saber que a doutrina admite restrições (exceções) constitucionais ao princípio da legalidade: medidas provisórias (art. 62, CF), estado de defesa (art. 136, CF) e estado de sítio (art. 137 a 139, CF). O conceito de legalidade não deve se restringir à observância às leis, devendo atualmente ser compreendida como juridicidade, implicando na obediência a leis, a princípios e a valores. 3

Enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei não proíbe, o administrador público só pode fazer o que ela permite, agindo de acordo com seus comandos. É preciso também destacar que o princípio da legalidade veda que a Administração Pública, por meio de atos administrativos (exs: portarias, resoluções...), crie direitos e obrigações de qualquer espécie, bem como imponha vedações aos administrados, sem que haja uma lei prévia autorizadora (art. 5º, II, CF). 1.2. Princípio da impessoalidade Você deve analisar esse princípio associando-o aos seguintes aspectos: a) princípio da isonomia; b) finalidade pública; c) vedação de promoção pessoal pelos agentes públicos; d) princípio da imputação volitiva. a) Associado ao princípio da ISONOMIA (igualdade). Conforme ensina José dos Santos Carvalho Filho: o princípio objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica (Manual de Direito Administrativo, Editora Atlas, 27ª ed., p. 20). b) Associado ao princípio da FINALIDADE Outra faceta do princípio da impessoalidade é a sua associação ao princípio da finalidade, pois a Administração Pública deve praticar os seus atos 4

objetivando atender exclusivamente aos interesses públicos, e não aos interesses privados dos particulares ou de seus agentes. c) Associado à TEORIA DO ÓRGÃO (princípio da imputação volitiva) O princípio da imputação volitiva, que embasa a teoria do órgão, preceitua que a vontade dos agentes públicos é imputada à pessoa jurídica a qual está vinculado. Exemplo: quando um policial rodoviário federal, no exercício de suas funções, aplica uma multa de trânsito, considera-se, com base no princípio da imputação volitiva, que essa sanção foi aplicada pela União. Outro ponto importante diz respeito à validade dos atos praticados pelos denominados funcionários de fato ou agentes de fato, que são aqueles irregularmente investidos na função pública (ex: servidor que ingressou sem o obrigatório concurso público), mas cuja situação tem aparência de legalidade. Atribui-se validade aos seus atos sob o fundamento de que foram praticados pela pessoa jurídica e com o propósito de proteger a boa-fé dos administrados. c) Associado à VEDAÇÃO DE PROMOÇÃO PESSOAL DE AGENTES PÚBLICOS OU TERCEIROS Outra faceta do princípio é analisá-lo como uma proibição aos agentes públicos de que se valham de seus cargos, empregos ou funções para promoção pessoal ou de terceiros. Essa regra está prevista no art. 37, 1º, da CF/88: a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter 5

educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 1.3. Princípio da moralidade De acordo com o princípio da moralidade a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos (Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo, p. 122). Relacionado também ao princípio da moralidade, houve grande progresso no combate ao nepotismo com a edição da súmula vinculante nº 13 (DJ 29/08/08), editada pelo Supremo Tribunal Federal: Súmula Vinculante nº 13 - a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. A vedação da prática de nepotismo também está associada aos princípios da impessoalidade, eficiência e igualdade (além da moralidade, ora estudado). Além dessas colocações, existem alguns pontos não constantes da súmula vinculante nº 13, mas que foram discutidos e decididos pelos Ministros do STF: 6

Não há nepotismo nas nomeações para cargos de natureza política, tais como os cargos de Secretários de Governo e Ministros de Estado, salvo se for nepotismo cruzado ( troca de favores ); Não há necessidade de que a vedação ao nepotismo seja prevista em lei formal, pois de acordo com o STF a sua proibição decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37 da CF, mais precisamente dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência. 1.4. Princípios da publicidade O princípio da publicidade gera para a Administração Pública o dever de permitir o acesso dos administrados às informações e também de divulgar os seus atos que produzam efeitos externos. A CF/88, em seu art. 5º, LX, prevê: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. A publicidade dos atos oficiais tem basicamente dois objetivos: fazer com o conteúdo do ato chegue ao conhecimento dos administrados (divulgação); propiciar que os administrados exerçam controle sobre a validade do ato divulgado. 7

1.5. Princípio da eficiência O princípio da eficiência tornou-se expresso na CF/88 com a edição da EC nº 19/98, que o inseriu na redação do caput do art. 37, pois até tal momento era princípio implícito relativamente à Constituição. Referido princípio veicula a obrigatoriedade, sob pena de o ato praticado ser considerado ilegal, de que os agentes públicos busquem em seus desempenhos os melhores resultados possíveis, valendo também esse raciocínio para a Administração Pública, que deve se aparelhar e se estruturar de sorte a viabilizar a eficiente atuação de seus agentes. Parte da doutrina associa o princípio da eficiência ao princípio da boa administração, cuja aplicação exige que Administração Pública se paute por critérios de eficiência, economicidade e celeridade, buscando aproximar os serviços das populações e de forma não burocratizada. 1.6. Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado Juntamente com o princípio da indisponibilidade do interesse público pela Administração é considerado um dos pilares do regime jurídico administrativo (regime jurídico de direito público). De acordo com referido princípio, quando em conflito os interesses privados com os interesses públicos, estes devem prevalecer. Exemplos: os institutos da desapropriação (art. 5º, XXIV) e da requisição (art. 5º, XXV), em que o interesse individual é superado pelo interesse público. 8

Importante destacar que a posição de supremacia da Administração Pública não lhe permite impor obrigações a quem quer que seja sem que haja prévia autorização legal (princípio da legalidade). 1.7. Princípio da indisponibilidade do interesse público Trata-se de outro pilar do regime jurídico administrativo, cujo conteúdo coloca os agentes públicos como meros gestores do interesse público, não lhes conferindo o poder de disposição (de dispor, no sentido de abdicar) sem prévia autorização legislativa. 1.8. Princípio da razoabilidade De acordo com esse princípio, o agente público deve atuar dentro dos padrões normais de aceitabilidade, valendo-se do bom senso no exercício de suas funções. 1.9. Princípio da proporcionalidade Com base nesse princípio a atuação do agente público deve limitar-se às medidas necessárias para o atendimento do interesse coletivo, sendo fundamental que haja uma proporção entre os meios utilizados e o fim visado, sob pena de ilegalidade do ato. Juntamente com o princípio da razoabilidade é instrumento para controle da discricionariedade administrativa. 9

1.10. Princípio da segurança jurídica Esse princípio está previsto expressamente na Lei federal nº 9.784/99 (art. 2º, parágrafo único, XIII, parte final): interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Para preservar a boa fé do administrado, esse princípio veda (proíbe) que a Administração Pública aplique retroativamente uma nova interpretação sobre situações praticadas com base em interpretação anterior. Porém, o princípio tem outras aplicações... Com base nesse princípio, admite-se que situações praticadas em desconformidade com a lei, portanto ilegais, sejam conservadas ao invés de anuladas. É o que a doutrina denomina de convalidação. O princípio também está associado aos institutos da prescrição e da decadência administrativas, que impedem que situações jurídicas perdurem indefinidamente causando instabilidade. 1.11. Princípio da proteção à confiança A doutrina majoritária sustenta que o princípio da segurança jurídica pode ser dividido em dois aspectos: a) objetivo: garantia da estabilidade das relações jurídicas (inclusive com possibilidade de manutenção de atos inválidos por meio da convalidação); b) subjetivo: proteção à confiança do administrado, que deposita sua confiança nos atos praticados pelo Poder Público. 10

O princípio da proteção à confiança constitui o aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica. 1.12. Princípio da boa fé Está relacionado às condutas da Administração Pública e dos administrados que devem ser pautadas na boa-fé. 1.13. Princípio da especialidade Trata-se de princípio relacionado à criação das entidades administrativas integrantes da administração indireta: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Portanto, relaciona-se à ideia de descentralização administrativa. 1.14. Princípio da tutela ou controle Esse princípio está ligado à ideia de descentralização administrativa. O princípio da tutela representa o controle que a Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exerce sobre os atos praticados pelas entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). 1.15. Princípio da autotutela Baseado no princípio da autotutela a Administração Pública tem o dever-poder de rever seus próprios atos, anulando-os quando ilegais (aspecto de 11

legalidade) ou revogando os atos válidos por motivos de conveniência e/ou oportunidade (aspectos de mérito). A Administração exerce seu deve-poder de autotutela de ofício (sem que seja provocada) ou mediante provocação do interessado. Trata-se de princípio que prevê um controle interno, pois cada pessoa jurídica da Administração Pública, seja Direta ou Indireta, exercerá o controle de seus próprios atos. Existem duas súmulas editadas pelo Supremo Tribunal Federal que consagram referido princípio, que são as de números 346 e 473: Súmula 346 A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula 473 - A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação Judicial. 1.16. Princípio da presunção de legitimidade De acordo com esse princípio há presunção relativa de que os atos da Administração Pública foram praticados de acordo com o ordenamento jurídico e de que os fatos nele indicados são verdadeiros. Essa presunção é relativa (juris tantum), pois admite prova em contrário. Ou seja, o administrado pode demonstrar por meio de processo administrativo ou judicial que o ato praticado pela Administração é ilegal. 12

1.17. Princípio da hierarquia Com base nesse princípio, a Administração Pública estrutura seus órgãos criando entre eles uma relação de subordinação e de coordenação. 1.18. Princípio da continuidade do serviço público A ideia base desse princípio é que a prestação do serviço público não pode parar (salvo nas hipóteses de interrupções previstas na lei). 1.19. Princípio da motivação Esse princípio exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões, independentemente de serem vinculadas ou discricionárias. 13

b. Mapas mentais 14

15

c. Revisão 1 QUESTÃO 01 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A ampla defesa e o contraditório são considerados direitos e garantias fundamentais do acusado, mas o ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública. QUESTÃO 02 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A Administração, orientada pelo princípio da eficiência, pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou anulá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade. QUESTÃO 03 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A razoabilidade é princípio implícito na Constituição Federal, não contemplado no ordenamento jurídico brasileiro, cuja violação se constitui em ato de improbidade administrativa. QUESTÃO 04 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, pode ser invocado apenas em relação aos atos administrativos ilegais. 16

QUESTÃO 05 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A segurança jurídica e o interesse público são considerados garantias implícitas na Constituição Federal, entretanto, o ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública. QUESTÃO 06 - (2016/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) Pelo princípio da continuidade do serviço público, não podem os serviços públicos ser interrompidos, visto que atendem a necessidades prementes e inadiáveis da coletividade, e, portanto, não é permitida paralisação temporária de atividades, mesmo em se tratando de serviços prestados por concessionários e permissionários, mediante pagamento de tarifa, como fornecimento de energia, ainda que o usuário esteja inadimplente. QUESTÃO 07 - (2005/CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário) Um dos significados do princípio da impessoalidade acarreta a validade, em alguns casos, dos atos do chamado funcionário de fato, isto é, aquele irregularmente investido na função pública, por entender-se que tais atos não são atribuíveis à pessoa física do funcionário, mas ao órgão que ele compõe. 17

d. Revisão 2 QUESTÃO 08 - (2009/CESPE/Prefeitura de Ipojuca PE/Procurador Municipal) A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre diretamente dos princípios contidos na CF. No entanto, às nomeações para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, por ser de natureza política, não se aplica a proibição de nomeação de parentes pelo governador do estado. QUESTÃO 09 - (2016/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) A fim de tutelar o princípio da moralidade administrativa, a Constituição Federal prevê alguns instrumentos processuais, como a Ação Civil Pública, na defesa dos direitos difusos e do patrimônio social, a Ação Popular, que permite anular atos do Poder Público contaminados de imoralidade administrativa, desde que reconhecido o pressuposto da lesividade, da mesma forma como acontece com a Ação de Improbidade Administrativa, que tem como requisito o dano patrimonial ao erário. QUESTÃO 10 - (2016/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) O Supremo Tribunal Federal entende que, muito embora pela aplicação do princípio da impessoalidade, a Administração não possa ter em mira este ou aquele indivíduo de forma especial, o sistema de cotas, em que se prevê reserva de vagas pelo critério étnico-social para ingresso em instituições de nível superior, é constitucional e compatível com o princípio da impessoalidade, já que ambos têm por matriz comum o princípio constitucional da igualdade. QUESTÃO 11 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), 18

fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, confundese com a chamada tutela administrativa. QUESTÃO 12 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, exige prévia instauração de processo administrativo, para assegurar o devido processo legal. QUESTÃO 13 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, prescinde da instauração de prévio procedimento administrativo, pois tem como objetivo a restauração da ordem jurídica, em respeito ao princípio da legalidade que rege a Administração Pública. QUESTÃO 14 - (2015/CESPE/TRE-RS/Analista Judiciário) De acordo com o entendimento do STF, atende ao princípio da publicidade a divulgação, em sítio eletrônico mantido pelo poder público, do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias referentes a cargo na administração pública, porém não é legítima a publicação dos nomes dos servidores ocupantes dos referidos cargos, sob pena de ofensa à intimidade e à privacidade. 19

e. Revisão 3 QUESTÃO 15 - (2011/VUNESP/CREMESP/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Segundo Bandeira de Mello, apesar de não se radicar em dispositivo específico algum da Constituição, ainda que inúmeros dispositivos aludam a ele, como por exemplo, os princípios da função social da propriedade, da defesa do meio ambiente e os institutos da desapropriação e da requisição, é princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade". Trata-se do princípio da segurança jurídica. QUESTÃO 16 - (2014/VUNESP/IPT-SP/ADVOGADO) O regime jurídico administrativo é amparado por dois princípios basilares, a supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público. QUESTÃO 17 - (2014/VUNESP/IPT-SP/ADVOGADO) A supremacia do interesse público, que orienta o regime jurídico administrativo, é um princípio previsto expressamente na Constituição Federal. QUESTÃO 18 - (2015/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) A observância do princípio da legalidade pelo servidor público é o que determina a moralidade da administração pública, independentemente da finalidade do ato administrativo. QUESTÃO 19 (2013/CESPE/SERPRO/ANALISTA) O princípio da isonomia pode ser invocado para a obtenção de benefício, ainda que a concessão deste a outros servidores tenha-se dado com a violação ao princípio da legalidade. 20

QUESTÃO 20 - (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência são princípios da administração pública que devem ser observados na gestão financeira e orçamentária da assistência social. QUESTÃO 21 - (2015/CESPE/TRE-MT/TÉCNICO JUDICIÁRIO) A legalidade na administração significa conformidade com a lei e autorização da lei como condição da ação administrativa. 21

f. Normas comentadas CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Atentar para a abrangência dos princípios administrativos que alcançam a administração pública de todos os entes federativos e nas três esferas de Poderes. Art. 37 (...) 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Dispositivo constitucional que retrata o princípio da impessoalidade na sua concepção de vedar a prática de atos que configurem promoção pessoal. Art. 37 (...) 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Chamo a sua atenção para a pegadinha comum em provas de concursos consistente na banca afirmar que atos de improbidade implicam na perda dos direitos políticos. Atenção: importa na SUSPENSÃO. 22

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Súmula Vinculante nº 13 - a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Súmula vinculante cujo conteúdo já foi cobrado em diversas provas e que trata do nepotismo. Atenção para o fato de referida súmula não abranger nomeações para cargos efetivos (ingresso por meio de concurso público) e não alcançar agentes políticos, salvos nos casos de troca de favores. LEI 8.429/92 (LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA) Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: Dispositivo da lei de improbidade que prevê a configuração de ato de improbidade quando a conduta do agente público viola deveres ligados a princípios administrativos. 23

g. Gabarito 1 2 3 4 5 F F F F F 6 7 8 9 10 F V F F V 11 12 13 14 15 F V F F F 16 17 18 19 20 V F F F V 21 V 24

h. Breves comentários às questões QUESTÃO 01 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A ampla defesa e o contraditório são considerados direitos e garantias fundamentais do acusado, mas o ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública. Comentário: como essa questão caiu numa prova da VUNESP eu trouxe para a aula, mas muito fácil. Enunciado errado. Gabarito: errada. QUESTÃO 02 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A Administração, orientada pelo princípio da eficiência, pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou anulá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade. Comentário: a VUNESP trata do princípio da autotutela. Você vai perceber na sequência de questões dessa aula que é um princípio muito cobrado por essa banca. Além de indicar o princípio errado, a banca também se equivoca, pois a anulação está ligada a extinção do ato por vicio, ao passo que a revogação incide sobre atos legais, porém inoportunos ou inconvenientes. Gabarito: errada. QUESTÃO 03 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A razoabilidade é princípio implícito na Constituição Federal, não contemplado no ordenamento jurídico brasileiro, cuja violação se constitui em ato de improbidade administrativa. Comentário: a afirmação de que razoabilidade é princípio implícito na CF/88 está certo, porém está errada a banca ao afirmar que não foi contemplado em nosso ordenamento jurídico. Gabarito: errada. 25

QUESTÃO 04 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, pode ser invocado apenas em relação aos atos administrativos ilegais. Comentário: o princípio da autotutela abrange a anulação dos atos ilegais, bem como a revogação dos atos legais por critérios de oportunidade e conveniência. Gabarito: errada. QUESTÃO 05 - (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES SP/PROCURADOR JURÍDICO) A segurança jurídica e o interesse público são considerados garantias implícitas na Constituição Federal, entretanto, o ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública. Comentário: enunciado equivocada em sua parte final, pois segurança jurídica e interesse público são princípios implícitos na CF/88. Gabarito: errada. QUESTÃO 06 - (2016/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) Pelo princípio da continuidade do serviço público, não podem os serviços públicos ser interrompidos, visto que atendem a necessidades prementes e inadiáveis da coletividade, e, portanto, não é permitida paralisação temporária de atividades, mesmo em se tratando de serviços prestados por concessionários e permissionários, mediante pagamento de tarifa, como fornecimento de energia, ainda que o usuário esteja inadimplente. Comentário: o princípio da continuidade do serviço público não é absoluto, prevendo a Lei 8.987/95 hipótese em que o serviço poderá ser interrompido, como, por exemplo, para manutenção técnica. Gabarito: errada. 26

QUESTÃO 07 - (2005/CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário) Um dos significados do princípio da impessoalidade acarreta a validade, em alguns casos, dos atos do chamado funcionário de fato, isto é, aquele irregularmente investido na função pública, por entender-se que tais atos não são atribuíveis à pessoa física do funcionário, mas ao órgão que ele compõe. Comentário: a assertiva, que está correta, trata dos atos praticados por funcionários de fato ( agentes de fato ), que são aqueles irregularmente investidos na função pública (ex: servidor que ingressou sem o obrigatório concurso público), mas cuja situação tem aparência de legalidade. Sob a ótica do princípio da imputação, atribui-se validade aos seus atos sob o fundamento de que foram praticados pela pessoa jurídica. Sob a ótica da Teoria do Órgão, atribui-se validade aos seus atos sob o fundamento de que foram praticados pelo órgão. Gabarito: correta QUESTÃO 08 - (2009/CESPE/Prefeitura de Ipojuca PE/Procurador Municipal) A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre diretamente dos princípios contidos na CF. No entanto, às nomeações para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, por ser de natureza política, não se aplica a proibição de nomeação de parentes pelo governador do estado. Comentário: a primeira parte da assertiva está correta, pois de acordo com a posição do STF não é preciso lei formal para vedação ao nepotismo, uma vez que tal proibição decorre diretamente de princípios constitucionais. Já a segunda parte do enunciado não teve a mesma sorte. Isso porque a jurisprudência do STF é no sentido de que o cargo de conselheiro de Tribunal de Contas Estadual não tem natureza política, mas sim administrativa, motivo pelo qual sobre ele incide a súmula vinculante nº 13. Gabarito: errada 27

QUESTÃO 09 - (2016/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) A fim de tutelar o princípio da moralidade administrativa, a Constituição Federal prevê alguns instrumentos processuais, como a Ação Civil Pública, na defesa dos direitos difusos e do patrimônio social, a Ação Popular, que permite anular atos do Poder Público contaminados de imoralidade administrativa, desde que reconhecido o pressuposto da lesividade, da mesma forma como acontece com a Ação de Improbidade Administrativa, que tem como requisito o dano patrimonial ao erário. Comentário: o enunciado traz três ações que estão intimamente ligadas ao princípio da moralidade. O erro reside na afirmação de que a ação de improbidade tem com requisito o dano patrimonial, uma vez que há atos de improbidade que não implicam em lesão patrimonial, como aqueles que importam em ofensa a princípios da Administração Pública. Gabarito: errada. QUESTÃO 10 - (2016/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) O Supremo Tribunal Federal entende que, muito embora pela aplicação do princípio da impessoalidade, a Administração não possa ter em mira este ou aquele indivíduo de forma especial, o sistema de cotas, em que se prevê reserva de vagas pelo critério étnico-social para ingresso em instituições de nível superior, é constitucional e compatível com o princípio da impessoalidade, já que ambos têm por matriz comum o princípio constitucional da igualdade. Comentário: uma das concepções do princípio da impessoalidade é a sua identificação com o princípio da isonomia. As diferenças juridicamente justificáveis são admitidas no nosso ordenamento jurídico por serem compatíveis com referidos princípios. Gabarito: correta. QUESTÃO 11 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), 28

fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, confundese com a chamada tutela administrativa. Comentário: com base no princípio da autotutela a Administração Pública controla seus próprios atos, anulando-os ou revogando-os. Já pelo princípio da tutela a Administração Direta controla os atos praticados pela Administração Indireta. Gabarito: errada. QUESTÃO 12 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, exige prévia instauração de processo administrativo, para assegurar o devido processo legal. Comentário: o princípio do contraditório é aplicável aos processos judicial e administrativo, conforme comando constitucional (art. 5º, LV, CF/88). Em casos de atos administrativos que afetem interesses dos administrativos, jurisprudência e doutrina sustentam a necessidade de instauração de processo administrativo. Gabarito: correta. QUESTÃO 13 - (2013/VUNESP/TJ-SP/JUIZ) O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (...), fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, prescinde da instauração de prévio procedimento administrativo, pois tem como objetivo a restauração da ordem jurídica, em respeito ao princípio da legalidade que rege a Administração Pública. Comentário: mantive essa questão, que é basicamente respondida com o que fio exposto na questão 12, por conta da pegadinha da banca ao utilizar a 29

expressão prescinde. Muito cuidado, pois prescindir equivale a dispensar. Por isso a questão está errada, pois não será dispensável o processo administrativo. Gabarito: errada. QUESTÃO 14 - (2015/CESPE/TRE-RS/Analista Judiciário) De acordo com o entendimento do STF, atende ao princípio da publicidade a divulgação, em sítio eletrônico mantido pelo poder público, do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias referentes a cargo na administração pública, porém não é legítima a publicação dos nomes dos servidores ocupantes dos referidos cargos, sob pena de ofensa à intimidade e à privacidade. Comentário: a questão apenas se equivoca ao afirmar que é vedada a divulgação do nome do servidor em sítio eletrônico no qual serão divulgadas remunerações dos servidores. Em julgamento proferido pelo STF decidiu-se pela constitucionalidade da divulgação das remunerações brutas dos agentes públicos, acompanhadas dos nomes dos servidores, respectivos cargos e funções por eles titularizados, bem como órgãos de sua formal lotação. Gabarito: errada QUESTÃO 15 - (2011/VUNESP/CREMESP/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Segundo Bandeira de Mello, apesar de não se radicar em dispositivo específico algum da Constituição, ainda que inúmeros dispositivos aludam a ele, como por exemplo, os princípios da função social da propriedade, da defesa do meio ambiente e os institutos da desapropriação e da requisição, é princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade". Trata-se do princípio da segurança jurídica. Comentário: o enunciado não trata do princípio da segurança jurídico, mas sim do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. Gabarito: errada. 30

QUESTÃO 16 - (2014/VUNESP/IPT-SP/ADVOGADO) O regime jurídico administrativo é amparado por dois princípios basilares, a supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público. Comentário: o enunciado está correto, refletindo lição extraída da doutrina. Importante destacar que alguns autores indicam como princípios basilares a legalidade e supremacia do interesse público. Gabarito: correta. QUESTÃO 17 - (2014/VUNESP/IPT-SP/ADVOGADO) A supremacia do interesse público, que orienta o regime jurídico administrativo, é um princípio previsto expressamente na Constituição Federal. Comentário: trata-se de princípio implícito. Gabarito: errada QUESTÃO 18 (2015/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) A observância do princípio da legalidade pelo servidor público é o que determina a moralidade da administração pública, independentemente da finalidade do ato administrativo. Comentário: se a finalidade do ato administrativo é justamente o interesse público, como afirmar que a legalidade independente dessa finalidade?! Atos praticados contrariamente ao interesse público serão, por consequência, considerados ilegais. Gabarito: errada QUESTÃO 19 (2013/CESPE/SERPRO/ANALISTA) O princípio da isonomia pode ser invocado para a obtenção de benefício, ainda que a concessão deste a outros servidores tenha-se dado com a violação ao princípio da legalidade. Comentário: admitir a extensão de um ato ilegal por força do princípio da isonomia equivaleria à perpetuação da ilegalidade. Na situação apresentada não é cabível a aplicação do princípio da isonomia para a concessão do benefício a 31

demais servidores, mas sim a anulação da vantagem ilegalmente concedida. Gabarito: errada QUESTÃO 20 (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência são princípios da administração pública que devem ser observados na gestão financeira e orçamentária da assistência social. Comentário: cuidado com esse tipo de questão para não colocar chifre em cabeça de cavalo. É uma questão muito fácil e assim deve ser respondida. Os princípios administrativos norteiam a Administração Publica na prática de todos os seus atos, incluindo-se aí a gestão financeira e orçamentária da assistência social, o que não poderia ser diferente. Trata-se de enunciado direto sem qualquer pegadinha. Gabarito: correta QUESTÃO 21 (2015/CESPE/TRE-MT/TÉCNICO JUDICIÁRIO) A legalidade na administração significa conformidade com a lei e autorização da lei como condição da ação administrativa. Comentário: a frase está certa, dando ênfase à relação da lei com os agentes públicos na condição de instrumento autorizador dos seus atos, bem como referência (conformidade) para a sua prática. Gabarito: correta 32