PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING E CIBERBULLYING NO IFCE CAMPUS IGUATU. E se fosse com você? DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS ESTUDANTIS - DAE

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BULLYING E LEI Nº , DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015

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Transcrição:

PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING E CIBERBULLYING NO IFCE CAMPUS IGUATU. E se fosse com você? DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS ESTUDANTIS - DAE Maria Maiza Barros Iguatu 2017

INTRODUÇÃO A violência está presente, na maioria das cidades, evidenciada pelos altos índices de criminalidade, decorrentes da desigualdade social, miséria, ineficiência do poder público e das políticas na área de segurança. Atualmente, a violência se manifesta de uma maneira mais intensa e atinge diretamente as pessoas no seu dia a dia. A escola não é impermeável às transformações da sociedade, nem está a salvo de ser palco de violência. A violência nas escolas é um fenômeno complexo que reflete as violências existentes nos demais meios sociais. Ela pode se manifestar nas relações interpessoais como nas ações contra o patrimônio público, bens alheios e uso e tráfico de drogas nas redondezas da escola (REIS; CONCEIÇÃO, 2012). A violência que se presencia nas escolas é uma das facetas dos variados tipos de violência que ocorrem na sociedade atual, sendo vivenciada na família, nos locais de trabalho, nas ruas, influenciando as crianças, adolescentes e jovens e, assim, tendo graves repercussões na escola (ROLIM, 2009) As discriminações e os preconceitos presentes no espaço escolar também são violências simbólicas utilizadas para manter os grupos subalternos nos lugares sociais para eles construídos pela classe dominante. No espaço escolar, esses tratamentos distintos são aflorados, ficam mais evidentes. A instituição escolar é, ao mesmo tempo, vítima e autora dos processos violentos. A violência acontece em todos os centros escolares com maior ou menor intensidade e reclama o nosso interesse por quanto pode representar grande dano psicológico, social e físico para o aluno que a sofre, a exerce ou a presencie. Portanto, é um fenômeno altamente complexo que requer estudos e reflexões (FERNÁNDEZ, 2005). Violência quer dizer uso da força física, psicológica ou intelectual para obrigar outra pessoa a fazer algo que não está com vontade, é constranger, é tolher a liberdade, é incomodar, é impedir a outra pessoa de manifestar o seu desejo e sua vontade, sob pena de viver gravemente ameaçada ou até mesmo

ser espancada, lesionada ou morta. É um meio de coagir, de submeter outrem a seu domínio, é uma violação dos direitos essenciais do ser humano (TELLES; MELO, 2002) Na escola, a violência se manifesta de diferentes maneiras, seja por meio de relações de domínio-submissão ou do silêncio diante de casos de bullying, cada vez mais frequentes (ELIAS, 2011). O tipo de violência mais comumente encontrado nas escolas é o bullying, um termo ainda pouco conhecido do grande público. De acordo com a Artº 1º 1º da Lei 13.185/2015 considera-se intimidação sistemática ou bullying todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o obletivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Segundo o Artº 3º da mesma Lei, o bullying pode ser classificado em: I - Verbal: insultar, xingar, apelidar pejorativamente; II Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; III Sexual: assediar, induzir e/ou abusar; IV Social: ignorar, isolar, excluir; V Psicológico: perseguir, amedrontar, aterrorizar, dominar, manipular, chantagear, infernizar; VI Físico: socar, chutar, bater; VII Material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; VIII Virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social. As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, de vivências, de predisposição genética, da forma e da intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying (em maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas provenientes das agressões para a vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a superação do problema. Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas

psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio. OBJETIVOS Objetivo Geral Implementar ações de discussão, prevenção e combate ao bullying e ciberbullying no IFCE campus Iguatu. Objetivos Específicos Cumprir a Lei nº 13.185 de 06 de novembro de 2015. Identificar precocemente casos de bullying. Criar espaços no interior da escola para escuta e discussão sobre o tema. Mobilizar os discentes a reflexão sobre bullying, por meio das artes, literatura e concursos. Orientar os pais sobre a temática. Estimular a empatia, respeito às diferenças, solidariedade, visando uma cultura de paz. Mobilizar professores a trabalhar o tema em sala de aula. Esclarecer aos alunos o que é bullying e ciberbullying e as consequências na vida dos outros. Desestimular a prática do bullying e ciberbullying no ambiente escolar. JUSTIFICATIVA O bullying existe em todas as escolas, o grande diferencial entre elas é a postura que cada uma tomará frente aos casos de bullying. Por incrível que pareça os estudos apontam para uma postura mais efetiva contra o bullying entre as escolas públicas.

A escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é lá onde os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. Em linhas gerais o bullying é um fenômeno universal e democrático, pois acontece em todas as partes do mundo onde existem relações humanas e onde a vida escolar faz parte do cotidiano dos jovens. O IFCE não está imune a esse problema. Em pesquisa realizada por mim em 2013 na Unidade II do IFCE campus Iguatu, evidenciou-se que existe violência entre alunos, de acordo com 68% dos estudantes que participaram da pesquisa. Com a pesquisa buscou-se conhecer o fenômeno da violência entre alunos do ensino médio integrado da Unidade II do IFCE Campus Iguatu e de acordo com os dados obtidos dos alunos que responderam ao questionário, 32% afirmam predominância da violência verbal, seguida da violência psicológica com 21%, encontram-se empatadas as violências físicas e bullying com 17%, as violências material e sexual aparecem com o mesmo percentual, de 4% e em menor proporção apareceu o trote com 3%. Em relação à série em que foram vítimas de violência, constatou-se que: 66% foram vítimas de violência na 1ª série, 3% na 2ª série, nenhum aluno foi vítima na 3ª série (0%), 19% afirmam ter sido vítima em todas as séries e 13% em mais de uma série. De acordo com Silva, vivemos tempos difíceis, em que a violência e a agressividade infantojuvenil são crescentes e ameaçam a todos nós. Auxiliar e conduzir as novas gerações na construção futura de uma humanidade mais justa e menos violenta é um imperativo de que todos nós deveríamos nos incumbir, pois, a falta de conhecimento sobre a existência, o funcionamento e frequência da violência entre estudantes propiciam o aumento no número e na gravidade dos casos (SILVA, 2010). No Brasil existe uma legislação específica sobre a violência escolar ou bullying. A Lei nº 13.185 de 6 de novembro de 2015, institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). O Artº 5º descreve que é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying). Além da referida Lei, podemos contar com ainda uma legislação específica para as crianças e os

adolescentes, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, conhecida como ECA o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê de forma clara, medidas de proteção e sócio educativas a jovens que cometam atos infracionais, com a Lei maior do país, a Constituição Federal, de 1988 e nas legislações educacionais existentes, tais como, a LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394 de 20 de dezembro 1996, que estabelece as diretrizes da educação no país e com o ROD- Regulamento da Organização Didática do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará. A escola deve ser responsável por uma educação pautada em valores, portanto, não pode se mostrar ausente no cumprimento de suas responsabilidades e do cumprimento da legislação vigente bem como do seu próprio regulamento. A família que é a principal responsável pela formação moral dos filhos, pela transmissão de valores, tais como, honestidade, solidariedade, respeito, tolerância, tem se mostrado negligente nessa tarefa ou a tem delegado à escola, esta por sua vez tem demonstrado não estar preparada para esta função. Por este motivo, se faz necessário um maior envolvimento entre família e escola para buscar soluções aos problemas vivenciados no ambiente escolar. Diante de tal constatação faz necessário que a escola disponha de ações voltadas para a conscientização, prevenção e enfrentamento ao bullying e ciberbullying junto aos estudantes de maneira formal e sistemática durante todo o ano letivo, capaz de orientá-los acerca da cidadania, do respeito, fomentando relacionamentos saudáveis e uma cultura de paz, cumprindo assim com nossa missão de educar os jovens para serem cidadãos éticos, responsáveis e capazes de conviver em sociedade. METODOLOGIA Este trabalho de intervenção será realizado junto aos alunos do Ensino Médio Integrado do Instituto Federal do Ceará campus Iguatu. As atividades serão desenvolvidas e conduzidas pelo DAE Departamento de Assuntos Estudantis em parceria com o Departamento de Ensino. O IFCE Campus Iguatu dispõe de 09 turmas dos cursos técnicos integrados no período 2017.2, sendo 03 do curso técnico em agropecuária, 02

do curso técnico em agroindústria e 02 do curso técnico de nutrição e dietética e 02 do curso de informática, que somados o número de alunos temos um total de 208 alunos que serão beneficiados diretamente com o projeto. Durante o período de 2017/, o projeto será realizado com todas as turmas entre os meses de novembro de 2017 a novembro de, iniciandose pelas turmas de primeira série, seguidas da segunda série e da terceira. A razão para iniciarmos com os alunos de 1ª série se dá pelo fato de a pesquisa ter mostrado que esta é a série em que os alunos mais são vítimas de bullying. Os encontros com as turmas serão agendados com a coordenação pedagógica das Unidades Areias e Cajazeiras e com os professores, essa comunicação prévia se faz necessária para que não haja prejuízo ao andamento das aulas. Os atividades serão mensais, sendo cada mês com uma turma. As temáticas serão abordadas de maneira dinâmica e interativa, envolvendo atividades em grupo, gincanas com perguntas e respostas, concursos, apresentações teatrais, exposições de trabalhos, rodas de conversa, produção textual, atividades diversas em sala de aula. Serão realizadas ainda exposições dialogadas sobre o tema, com os pais, familiares ou responsáveis, e com o corpo docente do IFCE campus Iguatu, com vistas a informa-los sobre o que é bullying, tipos de violência mais frequentes na escola, como identificar às vítimas, quais as consequências e como podemos ajudar na prevenção e no combate. Ao final de cada encontro será feito uma avaliação com os estudantes com objetivo de conhecer se a proposta atendeu as necessidades dos mesmos e investigar a necessidade de readequações no projeto. Espera-se com este projeto de prevenção e combate ao bullying na escola, ocorra uma mudança no comportamento dos estudantes, uma maior informação e conscientização sobre o tema, e a formação de vínculos mais saudáveis entre os alunos e entre estes e os profissionais do campus envolvidos no projeto.

CRONOGRAMA Ano: 2017/ OUT 2017 NOV 2017 DEZ 2017 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV Elaboração X do projeto Apresentaç X ão do projeto as chefias do DAE, DE e docentes Execução do projeto X X X X X X X X X Avaliação X X ORÇAMENTO Recursos Humanos Equipe do DAE do IFCE Campus Iguatu Equipe pedagógica Departamento de Ensino Docentes, Coordenadores Líderes de sala Recursos Materiais Folha de papel A4, papel madeira, cartolina, lápis, caneta, canetinhas coloridas. Cola, fita gomada, tesoura. Brindes diversos Xérox Projetor multimídia, computador, impressora, câmera fotográfica. REFERÊNCIAS

CNJ Conselho Nacional de Justiça. Cartilha - Bullying: justiça nas escolas, 2010. ELIAS, M. A. Violência escolar: caminhos para compreender e enfrentar o problema. São Paulo: Ática educadores, 2011. FERNÁNDEZ, I. Prevenção da violência e solução de conflitos: o clima escolar como fator de qualidade. São Paulo: Madras, 2005. REIS, T. T; CONCEIÇÃO, M. I. Violência nas escolas: tendências mundiais. In: AMPARO, D. M. et al (Org). Adolescência e violência: intervenções e estudos clínicos, psicossociais e educacionais. Brasília: Liber Livro e Editora Universidade de Brasília, 2012. SILVA, A. B. bullying : mentes perigosas na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010. TELLES, M. A. de A; MELO, M. O que é violência contra a mulher. Editora Brasiliense, 2012. EIXOS: Trabalhar com alunos (rodas de conversa, cine debate, teatro, concurso de frases, redação, cartazes, com premiação, exposição dialogada, distribuição de folderes sobre bullying no intervalo, pelos próprios alunos, líderes) Trabalhar com os professores (exposição dialogada, distribuição de cartilha, sugestão de trabalhar como tema transversal, ex: disciplina de português, estudar, discutir um texto sobre o assunto) Trabalhar com os pais (palestra)

Concurso de frases para conscientização e ao combate ao bullying na escola, em português, inglês, espanhol e libras (parceria com professores de idiomas). Nome do aluno e turma. As melhores frases nas quatro línguas serão fixadas nos corredores da escola e os alunos receberão premiação. A escolha será feita por uma comissão composta de professores, técnico administrativo e aluno. A educação e o respeito são valores pra toda a vida.