EVOLUÇÃO DA MATURAÇÃO de Outubro, Solar do IVDP -Régua

Documentos relacionados
ANO VITÍCOLA 2018 BALANÇO FINAL EVOLUÇÃO DA MATURAÇÃO. 19 de Outubro, Régia-Douro Park

BO B L O E L T E I T M I M AN A O N O V I V T I Í T C Í O C L O A L A BALANÇO FINAL

O clima provocou um adiantamento do ciclo vegetativo de cerca de 1 a 2 semanas, relativamente à média.

Análise físico-química de uvas e mostos. José Carvalheira EVB/LQE-DLAL

Evolução das condições meteorológicas Inverno/Primavera

BOLETIM - ANO VITÍCOLA 2016 BALANÇO FINAL

CARACTERÍSTICAS AGRONÓMICAS E ENOLÓGICAS DA CASTA BAGA, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CONDUÇÃO

VINDIMA DE Muita Qualidade e Grande Equilíbrio -

Vinhos brancos. - Agentes de transformação da uva - Maturação - Vinificação

RELATÓRIO DE VINDIMA 2018

OS VINHOS ROSADOS, VINHOS MODERNOS

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL - CAMPUS BENTO GONÇALVES. Giovanni Carraro

Aspectos agronómicos de algumas castas tintas do actual encepamento da Bairrada

2 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE ELABORAÇÃO. Giuliano Elias Pereira Celito Crivellaro Guerra Aline Camarão Telles Biasoto Gildo Almeida da Silva

WORKSHOP Balanço Intercalar do ano vitícola

Porque deve efetuar análises ao seu vinho?

O Vinho do Porto. Eduardo Abade. Wine - Karen Kauffman. Simple. Wine. Centro de Estudos Vitivinícolas do Douro. Anadia 07Set06

Herdade da Figueirinha

EFEITO DO PORTA-ENXERTO NO VIGOR, RENDIMENTO E QUALIDADE DO MOSTO DA CASTA JAEN, NUM TERROIR DO DÃO

As vinhas estendem-se por uma área de 20 ha, o que nos permite obter uma produção de garrafas ano.

EFEITO DE DIFERENTES ÉPOCAS E INTENSIDADES DE MONDA MANUAL DE CACHOS NA CASTA TINTA RORIZ NA REGIÃO DEMARCADA DO DOURO

UTILIZAÇÃO DE MADEIRA DE CARVALHO NA FERMENTAÇÃO. José carvalheira, LQE da DRAPC

Oscar Mendes Pereira

Avaliação do ano vitícola de 2011 na EVAG

ALTERNATIVAS DE CONDUÇÃO NA CASTA BAGA

Contributo para o Estudo de Castas e Porta-Enxertos

OPTIMIZAÇÃO DE UM MÉTODO RÁPIDO DE AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO FENÓLICA DO PINOT NOIR EM BOURGOGNE

CENTRO DE ESTUDOS VITIVINÍCOLAS DO DOURO

PERÍODO DEEXECUÇÃO ENTRE 7 DE SETEMBRO E 28 DE SETEMBRO DE 2009

Potencial enológico e cultural de CASTAS AUTORIZADAS para a produção de Vinho Verde

ESTUDOS ENOLÓGICOS Adega Experimental da EVAG 2006 António Luís Cerdeira / Maria José Pereira

CORRA O ANO COMO CORRER, O MÊS DE AGOSTO HÁ-DE AQUECER.

A Importância dos Compostos Fenólicos nas Características Sensoriais do Vinho

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO SUCO DE UVA DA CULTIVAR ISABEL NA ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE COMERCIALIZAÇÃO

Tipos de Vinho e Métodos de Vinificação

OPTIMIZAÇÃO DA HIGIENE DURANTE AS ETAPAS DE ESTÁGIO E DE CONDICIONAMETO DOS VINHOS PARTE II : ESTUDO E EVOLUÇÃO DOS COMPOSTOS FENÓLICOS

ARROJO 2011 BRANCO DOC DOURO

MONTE AMARELO BRANCO VINHO BRANCO 2013

COMPOSIÇÃO Fonte: Savi, 2014

ELABORAÇÃO DE VINHOS

A variabilidade espacial das vinhas vs a qualidade dos vinhos na Região Demarcada do Douro

II Conferência Revista de Vinhos. Caracterização e Condução de Castas Tintas na R.D. do Douro

Palavras chave: Baga, sistema de condução, monda de cachos, ecofisiologia, rendimento, qualidade.

Análise físico-química de uvas e mostos. José Carvalheira EVB/LQE-DLAL

SERVIÇOS DESDE 1982, RENOVAMOS A TRADIÇÃO

VITICULTURA NA CASTA BAGA ANABELA ANDRADE

Novas metodologias na análise de vinhos

Efeito da Aplicação do Bioestimulante

Comunicado Nº51 Técnico

M alva Real Portug al 1

QUINTA DA PACHECA RESERVA

PORTA-ENXERTOS RESULTADOS DA EXPERIMENTAÇÃO NA REGIÃO DO DÃO

E s t a ç ã o V i t i v i n í c o l a d a B a i r r a d a. Trasfegas e Atestos

WORKSHOP BALANÇO INTERCALAR DO ANO VITÍCOLA PREVISÃO PRODUÇÃO DE VINDIMA EM de Julho, Solar do IVDP - Régua

O vinho, como produto obtido pela fermentação alcoólica das uvas frescas, passa por diversas fases de produção.

Bolsista, Embrapa Semiárido, Petrolina-PE, 2

03/02/2016. Métodos físicos e instrumentais de análise de alimentos INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, MÉTODOS FÍSICOS

ESTABILIZAÇÃO TARTÁRICA

LITEL LITOGRAFIA E EMBALAGENS, LDA.

Introdução. O vinho, talvez tenha sido descoberto por acaso...

A VINIFICAÇÃO EM TINTO, «FLASH DÉTENTE» (PART. 2)

Comportamiento de la variedade "Touriga Nacional" en la Región Demarcada del Douro, en diferentes condiciones climáticas y edáficas

OPTIMIZAÇÃO DA HIGIENE NAS ETAPAS DE ESTÁGIO E DE CONDICIONAMENTO DOS VINHOS DE ZONA MERIDIONAL PARTE I : ESTUDO E EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MICROBIANA

CASTRUS LOUREIRO. Tipo: Tranquilo Cor: Branco Designação de Origem: DOC Vinho Verde Região: Vinhos Verdes

REGIONAL. Cor Aroma Boca Longevidade Aditivos. Garrafa Tipo Capacidade Dimensão Peso Código de Barras

Jacques Rousseau Responsável do departamento de Vinhas & Vinhos do ICV Instituto Cooperativo do Vinho La Jasse Maurin Lattes França

Estabilização tartárica de vinhos: estudo comparativo da eletrodiálise e do tratamento pelo frio

Paulo J. F. Cameira dos Santos. Oeiras

ENSAIOS 2007 Adega Experimental da EVAG. António Luís Cerdeira Maria José Pereira

aaaa aaaa Análise Sensorial da Uva: Princípio, método e registro sintético

LEVEDURAS CHALLENGE. São 3 as características que distinguem a gama de leveduras Challenge:

As mais-valias actuais e potenciais para as empresas resultantes da utilização da diversidade intravarietal da videira

Estudo sobre a localização e dispersão do inóculo primário do oídio da videira e a eficácia dos primeiros tratamentos

biotecnologia ao serviço da enologia Proenol investigar, produzir, aconselhar

CABEÇO DA PEDRA VINHO TINTO 2007

E s t a ç ã o V i t i v i n í c o l a d a B a i r r a d a. Trasfegas e Atestos

CASTAS DO DÃO POTENCIAL VITÍCOLA E ENOLÓGICO

ÚLTIMOS PROGRESSOS CIENTIFICOS SOBRE OS PIGMENTOS DO VINHO

CATÁLOGO DAS CASTAS REGIONAIS DA BAIRRADA

NOTA TÉCNICA ACIDEZ TOTAL VINHOS DOP PORTO 2013 / 2018

GESTÃO DA VINDIMA E DA VINIFICAÇÃO EM SITUAÇÃO DE CALOR ESTIVAL

Gama Prolie: 360º de Protecção

Características físico-químicas do suco caju adicionadas de galactomananas de Adenanthera pavonina

1 COLHEITA E TRANSPORTE. Celito Crivellaro Guerra Samar Velho da Silveira

VINDIMA grande qualidade em ano de menor quantidade -

Relatório de estágio. Gran Cruz

Viticultura e Enologia - Atualizando. Maturação da uva e condução da vinificação. Celito Crivellaro Guerra 1. Introdução

USO DE REGULADORES VEGETAIS PARA MELHORAR E UNIFORMIZAR A COR DE UVAS

Irrigação em vinhedos no Vale do Submédio São Francisco. Luís Henrique Bassoi

ELABORAÇÃO DE VINAGRE UTILIZANDO MEL DE ABELHA (APIS MELLIFERA) EXCEDENTE DE PRODUÇÃO

Química Aplicada. QAP0001 Licenciatura em Química Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Bebidas Fermentadas

1 Um plano da agricultura familiar para o Brasil

POTENCIA OS AROMAS DA UVA

Manual em caixas de 15 Kg Vinificação. cubas de aço inox. Estágio Maturação em cubas de aço inox durante 3 meses.

Produção, Características Agronômicas e Qualidade da Uva BRS Núbia Durante o Quarto e Quinto Ciclos de Produção no Submédio do Vale do São Francisco

Dia Regional Norte do Engenheiro Fafe 2016 CITAB

Batuta 2008 Charme 2008 Redoma Tinto 2008 Redoma Branco 2009 Redoma Reserva Branco 2009 Redoma Rosé 2009 Tiara 2009 Girosol 2009 Doda 2007 Vertente

Transcrição:

EVOLUÇÃO DA MATURAÇÃO 201 15 de Outubro, Solar do IVDP -Régua

Evolução do Álcool provável e da Acidez total - Baixo Corgo Análise comparativa entre 201 e 2013 Baixo Corgo Alc. Prov. (%V.V.) 1 13 12 11 9 Inicio Chuva 3 35 3 37 3 39 0 7 5 3 Ac. Total (g/l Ác. Tartárico) 2013 201 Em 201 no Baixo Corgo o teor de álcool provável evoluiu mais cedo do que em 2013; Os valores de álcool provável foram mais elevados do que em 2013, invertendo-se esta tendência após a ocorrência de precipitação; Inicialmente a acidez total no BC foi mais baixa do que em 2013, invertendo-se esta tendência após a ocorrência de precipitação

Evolução do Álcool provável e da Acidez total Cima Corgo Análise comparativa entre 201 e 2013 Cima Corgo Inicio Chuva Alc. Prov. (%V.V.) 1 13 12 11 9 7 5 Ac. Total (g/l Ác. Tartárico) 32 3 35 3 37 3 39 0 3 2013 201 No Cima Corgo, o teor de álcool provável foi mais baixo do que em 2013; Com a ocorrência de precipitação, verifica-se uma ligeira descida deste parâmetro; A acidez total foi mais alta em 201

Evolução do Álcool provável e da Acidez total Douro Superior Análise comparativa entre 201 e 2013 Douro Superior Inicio Chuva Alc. Prov. (%V.V.) 1 13 12 11 9 32 3 35 3 37 3 39 0 2013 201 7 5 3 Ac. Total (g/l Ác. Tartárico) No Douro superior, o álcool provável teve uma evolução com valores superiores a 2013 até à fase em que ocorreu precipitação intensa, onde os valores baixaram ligeiramente situando-se à vindima nos 12-13 (%V.V)

Evolução do Álcool provável e da Acidez total Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Baixo Corgo Baixo Corgo Inicio Chuva Alc. Prov. (%V.V.) 1 13 12 11 9 35 3 37 3 39 0 7 5 3 Ac. Total (g/l Ác. Tartárico) A Touriga Nacional apresentou valores de álcool provável e acidez mais elevados do que a Touriga Franca

Evolução do Álcool provável e da Acidez total Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Cima Corgo Cima Corgo Inicio Chuva Alc. Prov. (%V.V.) 1 13 12 11 9 7 5 Ac. Total (g/l Ác. Tartárico) 32 3 35 3 37 3 39 0 3 A Touriga Nacional apresentou valores de álcool provável e acidez mais elevados do que a Touriga Franca

Evolução do Álcool provável e da Acidez total Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Douro Superior Douro Superior Inicio Chuva Alc. Prov. (%V.V.) 1 13 12 11 9 32 3 35 3 37 3 39 0 7 5 3 Ac. Total (g/l Ác. Tartárico) No Douro Superior o comportamento destas duas castas, relativamente aos mesmos parâmetros, é similar às restantes sub-regiões, indo de encontro aos conhecimentos gerais sobre estas duas castas

Compostos Fenólicos: Polifenóis Totais (UA/g): Grupo heterogéneo de substâncias presentes na película, na grainha e na polpa da uva. Taninos Totais (mg/g uva): são uma sub-classe dos polifenóis, que estão presentes na película e na grainha e que se acumulam precocemente durante o desenvolvimento da uva. São responsáveis por precipitarem proteínas. Contribuem para a textura, em particular para a adstringência e são importantes na estabilidade da cor e na capacidade de envelhecimento. Antocianas (mg/g uva): A maior parte das antocianas encontram-se na película, e começam a acumular-se depois do pintor. São relativamente solúveis e portanto mais extraíveis que os taninos. São os compostos mais importantes no que se refere à cor da uva e dos vinhos.

Evolução dos Compostos Fenólicos 201 Nas diferentes sub-regiões e comparativamente ao ano 2013 Polifenóis Totais (UA/g) 500 50 00 350 300 250 200 150 0 50 3 35 3 37 3 35 3 37 3 39 33 3 35 3 37 3 39 2 0 Taninos Totais (mg/g uva) Antocianas (mg/g uva) 2013 201 De uma forma geral, os valores de polifenóis e antocianinas foram superiores em 201, contudo os valores de taninos foram ligeiramente inferiores

Evolução dos Compostos Fenólicos 201 Nas Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Baixo Corgo Polifenóis Totais (UA/g) 500 50 00 350 300 250 200 150 0 Baixo Corgo 35 3 37 3 39 2 0 Taninos Totais (mg/g uva) Antocianas (mg/g uva) Em 201 no Baixo Corgo, os valores de polifenóis totais e de taninos foram superiores na casta Touriga Nacional. Relativamente às antocianas, ao longo da maturação o comportamento foi variável, verificando-se contudo maiores valores da Touriga Nacional numa fase final.

Evolução dos Compostos Fenólicos 201 Nas Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Cima Corgo Cima Corgo Polifenóis Totais (UA/g) 500 50 00 350 300 250 200 150 0 32 3 35 3 37 3 39 0 2 0 Taninos Totais (mg/g uva) Antocianas (mg/g uva) No Cima Corgo obtiveram-se, em termos médios, valores de taninos mais elevados na casta Touriga Nacional; Relativamente às antocianas e aos polifenóis, os valores observados foram variando ao longo da maturação, verificando-se contudo valores mais elevados na Touriga Franca.

Evolução dos Compostos Fenólicos 201 Nas Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Douro Superior Douro Superior Polifenóis Totais (UA/g) 500 50 00 350 300 250 200 150 0 32 3 35 3 37 3 39 0 2 0 Taninos Totais (mg/g uva) Antocianas (mg/g uva) No Douro Superior, os valores de polifenóis totais e taninos foram mais elevados numa fase inicial na Touriga Franca, tendo-se invertendo essa situação posteriormente; Relativamente às antocianas totais, a evolução foi semelhante em ambas as castas.

Evolução do Ácido Málico em 201 Nas diferentessub-regiões para as Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Ácido Málico (g/l) 3 2 1 0 Baixo Corgo Cima Corgo Douro Superior 35 3 37 3 39 3 35 3 37 3 39 0 3 35 3 37 3 39 0 A concentração de ácido málico foi diminuindo progressivamente ao longo do período de maturação; O Baixo Corgo foi a subregião onde se observou os valores de ácido málico tendencialmente superiores, podendo explicar-se pela ocorrência de temperaturas mais baixas; No Douro Superior, onde as temperaturas foram mais elevadas, observaram-se valores de ácido málico mais baixos (cerca de 1 g/l na altura da vindima) Vários autores referem que os teores em ácido ácido málico ao longo da maturação são indicadores de qualidade, apontando que uvas de qualidade devem apresentar valores inferiores a 2,5 g/l na vindima.

Evolução do Azoto Assimilável em 201 Nas diferentessub-regiões para as Castas Touriga Nacional e Touriga Franca Baixo Corgo Cima Corgo Douro Superior Azoto assimilável (mg/l) 50 00 350 300 250 200 150 0 50 35 3 37 3 39 3 35 3 37 3 39 0 3 35 3 37 3 39 0 Os valores ideais de azoto assimilável devem rondar os 150 250 mg/l, no caso de vinhos tintos; A obtenção de valores acima deste intervalo pode aumentar a instabilidade microbiológica, e abaixo deste intervalo pode implicar uma desnutrição do mosto; O Baixo Corgo foi a sub-região onde se registaram valores de azoto assimilável mais baixos