Irrigação em vinhedos no Vale do Submédio São Francisco. Luís Henrique Bassoi
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- Luiz Gustavo Rico de Mendonça
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1 Irrigação em vinhedos no Vale do Submédio São Francisco Luís Henrique Bassoi
2 Introdução - Semiárido 969,589.4 km municípios 9 estados: AL, BA, CE, MG, PB, PE, PI, RN, SE Critérios: 1 - chuva anual < 800 mm 2 - índice de aridez < risco de seca > 60%.
3 Introdução - Bacia do São Francisco Divisão Fisiográfica da Bacia Bacia Hidrográfica do São Francisco Baixo Submédio Médio Alto
4 Introdução - Submédio São Francisco Latitude 8º - 9º S Clima árido e semi-árido Chuva anual : 350 a 800 mm (693 mm) (PAE, 2004) distribuição irregular época chuvosa dezembro a março Evapotranspiração anual 1550 mm (PAE, 2004) Insolação solar anual h (PAE, 2004) Radiação solar global anual 19 MJ m -2 dia -1 (Embrapa Semiárido) Bacia do São Francisco chuva anual
5 Introdução - Submédio São Francisco Fonte: - Vinícola Santa Maria produção quebra de dormência colheita repouso poda Área plantada 2013 : ha (MDIC, 2015) Maior exportador de uvas de mesa e 2º maior produtor de vinho do Brasil
6 Principais solos irrigados no Submédio SF (Cunha et al., 2010) Latossolos : profundo, textura média a argilosa, uniforme, alta porosidade, bem drenado, baixo teor de matéria orgânica, baixa CTC, topografia plana a suavemente ondulado.
7 Principais solos irrigados no Submédio SF (Cunha et al., 2010) Argissolos : moderadamente profundo a profundo, moderado a bem drenado, presença de horizonte B com textura média a argilosa, baixo teor de matéria orgânica, baixa fertilidade, topografia plana a ondulada.
8 Principais solos irrigados no Submédio SF (Cunha et al., 2010) Neossolos Quartzarênicos : profundo, arenoso, alto teor de quartzo, drenagem excessiva, alta taxa de infiltração, baixo teor de matéria orgânica, baixa fertilidade natural, topografia plana.
9 Solos do Semiárido 47 % da área: alta permeabilidade 40 % da área: limitação de drenagem Amaral et al. (2011)
10 Distribuição radicular de videiras Profundidade efetiva de 0,6 m (Bassoi et al., 2002; Bassoi et al., 2003; Silva, 2005)
11 Silva, 2005
12 Silva, 2005
13 Silva, 2005
14 Sistemas de Irrigação Localizada gotejador difusor gotejamento microaspersão
15 Sistemas de Irrigação Localizada microaspersor gotejador gotejamento microaspersão
16 Sistemas de Irrigação Porém, antes... Aspersão sub copa Aspersão sobre copa
17 Manejo de Irrigação Uso de informações do solo, da planta, do clima e do sistema de irrigação; Sistema solo - água - planta - atmosfera é complexo: manejo de irrigação é uma decisão criteriosa; Uso combinado dessas informações é desejável; Nível de conhecimento do técnico irrigante é primordial para o sucesso do manejo.
18 Manejo de irrigação Fornecer água de acordo com a necessidade de cada estádio fenológico da cultura da videira; Condições específicas: 1 - diminuir a água no solo para reduzir o crescimento vegetativo; 2 - aumentar a coloração do fruto; 3 - aumentar o teor de sólidos solúveis no fruto.
19 Manejo de irrigação Interrupção da irrigação durante maturação cv. Itália (Bassoi et al., 1999) dias antes da colheita kg planta -1 cacho g diâmetro baga mm TSS º brix ATT % 2 33,35 b 532,03 a,b 24,0 b,c 16,5 a 0,99 b 16 25,85 c 460,55 b 24,5 b 16,2 a,b 1,29 a 22 31,35 b 490,35 a,b 25,1 a 15,3 b,c 1,35 a 30 38,31 a 536,41 a 23,6 c 15,1 c 0,92 b
20 Manejo de irrigação Marinho et al., 2009 Interrupção da irrigação durante maturação cv. Superior Seedless
21 Manejo de irrigação Marinho et al., 2009 Interrupção da irrigação durante maturação cv. Superior Seedless Tabela...continuação
22 Manejo de Irrigação Uso de sensores para medida da umidade do solo => precisa ter maior capacitação para seu uso. Em muitas áreas irrigadas, problemas relacionados a drenagem tem sido relatados, e podem estar relacionados à presença de camadas subsuperficiais adensadas, pequena a média profundidade, e baixa permeabilidade do solo (Ribeiro, 2010).
23 Manejo de irrigação Foto: Magna S. B. Moura estação agrometeorológica automática
24 Manejo de irrigação Foto: Magna S. B. Moura
25 Manejo de irrigação coeficiente de cultura (kc) Dap ETc Eto (PM) ETo (TCA) kc (PM) kc (TCA) 18 2,80 4,50 4,13 0,62 0, ,40 5,62 6,16 0,78 0, ,60 4,76 4,41 0,76 0, ,40 5,52 4,13 0,62 0, ,60 5,15 4,50 0,70 0, ,90 5,49 5,46 0,71 0, ,80 3,25 3,00 0,86 0, ,10 5,57 5,18 0,56 0, ,10 5,31 4,90 0,77 0, ,40 5,32 4,55 1,02 1, ,50 5,10 4,34 0,88 1, ,10 5,61 5,25 0,73 0, ,50 5,72 5,25 1,14 1, ,00 6,10 6,58 1,15 1, ,50 4,78 5,04 0,94 0, ,60 4,99 5,11 0,92 0, ,50 6,55 6,72 0,84 0, ,30 7,19 7,42 0,60 0, ,40 6,80 8,54 0,65 0,52 cv. Itália - Teixeira et al. (1999)
26 Manejo de irrigação cv. Festival Teixeira et al. (2003)
27 Manejo de irrigação cv. Festival - Soares (2003) Estádio fenológico jul - out nov - mar brotação 0,59 0,59 desenvolvimento vegetativo 0,61 0,60 pré e pleno florescimento 0,68 0,70 primeira fase de crescimento da baga 1,10 1,11 fase intermediária de crescimento da baga 0,93 0,88 segunda fase de crescimento da baga 1,13 1,11 maturação final do fruto 1,00 1,00 repouso 0,76 0,74
28 Manejo de irrigação Cv. Syrah - Bassoi et al. (2007) Período de formação (plantio à 1ª poda de produção: 0,83 ETc total = 1274 mm Fase fenológica Kc F1 - Poda ao início da brotação 0.7 F2 - Início da brotação ao início da floração 1 F3 - Início da floração ao pegamento do fruto 1 F4 - Pegamento do fruto ao início da maturação 0.8 F5 - início da maturação à colheita 0.5
29 Manejo de irrigação - cv. Festival : Consumo de água 497 mm (julho a outubro) e 473 mm ( novembro a março (Soares, 2003). - cv. Syrah 424 mm (novembro de 2010 e fevereiro de 2011) 438 mm (maio e setembro de 2011): (Bassoi et al., 2015)
30 Manejo de irrigação - Agricultura de Precisão cv. Thompson Seedless
31 Manejo de irrigação - Agricultura de Precisão Não foi possível coletar solo a 0,8-1,0 m Presença de concreções entre 0,6 m e 1,0 m Solo encharcado a 0,6-0,8 m e a 0,8-1,0 m Essas observações coincidem com as observações visuais do produtor, que apontou as subáreas próximas ao início da área (plantas 1 a 22) com sendo as que apresentavam drenagem lenta.
32 Manejo de irrigação - Agricultura de Precisão AD monitoramento da umidade do solo
33 Manejo de irrigação - Agricultura de Precisão ETc = ETo. Kc. Kr ETo - evapotranspiração de referência (mm), estimada por estação agrometeorológica automática Kc - coeficiente de cultura ETc - evapotranspiração da cultura (mm) Kr - coeficente de redução Monitoramento da umidade do solo para promover o ajuste da irrigação
34 Manejo de irrigação - Agricultura de Precisão manejo diferenciado da irrigação Volume de água (m 3 ) por planta ciclo abril a agosto 2011 ciclo março a julho 2012 válvula 1 válvula 2 válvula 1 válvula 2 1 3,5 + 1,44 6 3,3 + 1,44 1 4,4 + 1,8 6 5,0 + 1,8 3 3,5 + 1,28 4 3,3 + 1,28 3 4,4 + 1,5 3 5,0 + 1,5 2 3,5 + 1,28 5 3,3 + 1,28 2 4,4 + 1,6 2 5,0 + 1,6 até 70 dias após a poda a partir de 71 dias após a poda até 69 dias após a poda a partir de 70 dias após a poda
35 Manejo de irrigação - videira de vinho cv Syrah ph SST ( o brix) ATT (g.l -1 ácido tartarico) Peso 100 bagas (g) volume do mosto 100 bagas (ml) ciclo Irrigação plena Irrigação com deficit controlado Irrigação com deficit 1º 3.17 a 3.17 a 3.20 a 2º 3.60 a 3.63 a 3.63 a 3º 3.53 a 3.58 a 3.58 a 1º a a a 2º a a a 3º b a a 1º 9.78 a a 9.26 b 2º 5.90 a,b 6.55 a 5.65 b 3º 6.79 a 5.89 b 5.63 b 1º 175 a 150 b 147 b 2º 188 a 93 b 182 a 3º º 62.9 a 56.7 a,b 52.9 b 2º 68.3 a 37.7 c 61.7 b 3º - - -
36 Manejo de irrigação - videira de vinho cv Syrah Peso de cacho kg.planta -1 irrigação plena Irrigação com deficit controlado Irrigação com deficit 1º ciclo 177 a 165 a 150 b 2º ciclo 129 a 142 a 136 a 3º ciclo 150 a 120 b 110 b Produtividade kg.planta -1 irrigação plena Irrigação com deficit controlado Irrigação com deficit 1º ciclo 2.16 a 1.70 a 1.91 a 2º ciclo 1.47 a 1.52 a 1.49 a 3º ciclo 1.98 a 1.54 b 1.20 c
37 Manejo de irrigação - videira de vinho cv Syrah Water-use efficiency (WUE, kg.m -3 ) in full irrigation, regulated deficit irrigation, and deficit irrigation treatments, during two growing seasons of cv. Syrah grapes (Bassoi et al., 2015). Season 10 Nov 2010 to 28 Feb May to 8 Sep 2011 Treatme nts WUE (without rain) WUE (with rain) WUE (without rain) WUE (with rain) FI 1.27 b 0.77 a 3.02 b 2.34 b RDI 1.98 a 1.00 a 4.93 a 3.05 a DI 2.02 a 1.00 a 4.64 a 2.66 ab
38 Manejo de irrigação Irrigação com deficit em cv. Syrah Avaliação de vinhos de 3 ciclos de produção: - abril a agosto de 2013 (Safra I 2013) - outubro 2013 a janeiro 2014 (Safra II 2013) - maio a setembro de 2014 (Safra I 2014)
39 Manejo de irrigação A irrigação com deficit promoveu: Irrigação com deficit em cv. Syrah Maior conteúdo total de flavonóis e antocianinas para os vinhos das três safras avaliadas; Maior teor de ácidos fenólicos para os vinhos das safras do primeiro semestre do ano (Safras I de 2013 e Safra I de 2014) e de flavonóis para os vinhos da Safra I de 2014; Maior conteúdo total dos compostos fenólicos quantificados por cromatografia (Safra I de 2013 e Safra I de 2014); Pela análise espectrofotométrica, o conteúdo de compostos fenólicos totais foi significativamente superior no vinho do tratamento ID para a Safra I de 2014, mas para a Safra I de 2013 foi superior no vinho do tratamento IDC (irrigação com déficit controlado).
40 Manejo de irrigação Irrigação com deficit em cv. Syrah Pela análise espectrofotométrica o conteúdo de compostos fenólicos totais foi significativamente superior no vinho do tratamento ID para a Safra I de 2014, mas para a Safra I de 2013 foi superior no vinho do tratamento IDC (irrigação com déficit controlado); IDC (irrigação com déficit controlado) promoveu maior conteúdo de flavanóis totais ao vinho da Safra I de 2013.
41 Manejo de irrigação Irrigação com deficit em cv. Syrah maioria dos voláteis estão mais próximos ao vinho do tratamento IDC : maior complexidade aromática. Análise de Componentes Principais dos voláteis identificados nos vinhos Syrah dos tratamentos ID, IDC e IP da Safra I de 2014.
42 Manejo de irrigação Irrigação com deficit em cv. Syrah A diminuição da irrigação do vinhedo no Submédio do Vale do São Francisco, além de ser interessante do ponto de vista da sustentabilidade e redução de custos de produção, pode propiciar maior qualidade ao vinho, devido: ao aumento do teor de antocianinas e de compostos fenólicos, e do conteúdo alcóolico; a obtenção de valores mais elevados de intensidade de cor; a obtenção de menores valores de ph; requisitos importantes para a produção de vinhos tintos de melhor estabilidade.
43 Produtividade da água (PA) em videira PA = rendimento, benefício m 3. ha -1 Teixeira et al. (2002) PA do vinhedos do Submédio São Francscio é extremamente alta, tanto biofisicamente (3 kg por unidade de água utilizada), como economicamente. A PA econômica baseada na evapotranspiração (CWP$_ET) excede US$ 1 m -3 (uva de vinho), e pode chegar até US$ 6.51 m - 3 (uva e mesa).
44 Produtividade da água em videira
45 Comentários Finais A irrigação é prática indispensável para a produção de uva no Submédio São Francisco; Há uma importante disponibilidade de informações para o manejo da irrigação, obtidas pelas instituições de ensino e pesquisa e pela iniciativa privada; Existe a necessidade de aumentar a capacitação dos irrigantes para que possa haver uma maior eficiência no uso da água no sistema de produção de uva no Submédio São Francisco.
46 Obrigado pela atenção!!!
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