Clínica de Lesões nos Esportes e Atividade Física Prevenção e Reabilitação. Alexandre Carlos Rosa alexandre@portalnef.com.br 2015



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Transcrição:

Clínica de Lesões nos Esportes e Atividade Física Prevenção e Reabilitação Alexandre Carlos Rosa alexandre@portalnef.com.br 2015

O que iremos discutir.. Definições sobre o atleta e suas lesões Análise Biomecânica das principais lesões Cintura escapular Joelho e tornozelo Estiramento muscular Lesões de quadril Tendinopatias Lesões da coluna

Como encarar o atleta e suas lesões Atividade física profissional Atividade física amadora Atividade física recreacional Atividade física como promoção de saúde

Esporte é coisa séria!

Atleta X Sedentário Quanto maior o nível de performance, maior a proximidade do limiar de lesão

Porque as lesões têm ficado cada vez mais comuns? Enorme competitividade...

Como não lidar com um atleta Machucou na ginástica olímpica? Mude para o xadrez...

Insuficiência Muscular Treinamento Noite na frente do computador LESÃO Trabalho Futebol do fim de semana Mania de ficar parado em uma perna só

A equipe multidisciplinar Ed. Físico Nutricionista Fisioterapeuta ATLETA Psicólogo Médico Treinador

Cintura escapular Anatomia Articulação esternoclavicular Articulação acrômioclavicular Articulação glenoumeral Articulação Escapulotorácica

Articulação Glenoumeral Fossa glenóide e cabeça do úmero Esferóide ou bola e soquete Baixa estabilidade/grande mobilidade Lábio glenoidal Cápsula articular Ligamentos Glenoumeral anterior Glenoumeral Médio Glenoumeral Inferior

Alinhamento estático do complexo articular do ombro Vista anterior Posição das clavículas Posição do úmero Vista perfil Posição da clavícula Posição do úmero Posição da escápula Vista posterior Posição do úmero Posição da escápula

Alinhamento Normal dos Ombros Os acrômios devem ser posicionados simetricamente entre os níveis do processo espinhoso de T1 e T2 na visão anterior ou posterior. O ângulo inferior da escápula está alinhado aproximadamente no nível de T7

Alinhamento Normal dos Ombros A borda medial da escápula deve ser aproximadamente paralela à linha dos processos espinhosos. Alguns autores consideram normal um certo grau de rotação superior da escápula. Sobush (1996)

Alinhamento Normal dos Ombros A borda medial da escápula deve estar a aproximadamente 7 a 8 cm de distância da linha mediana dos processos espinhosos. Os valores variam de acordo com as proporções corporais. A escápula deve estar orientada a aproximadamente 30 graus anteriormente ao plano frontal.

Cintura escapular Movimentação/ADM fisiológica Glenoumeral - Flexão 180 - Extensão 0/30 - Adução 0/90 - Abdução 180 - rotação interna 70 - rotação externa 90 Escapulotorácica - elevação - depressão - retração - protração - rotação superior -rotação inferior - Inclinação anterior e posterior

Articulação Escapulo-Torácica Depressão Elevação Rotação Superior Rotação inferior Adução/retração Abdução/protusão Inclinação anterior Inclinação posterior

Cintura escapular Movimentação Ritmo escapulo-umeral 0 a 30 o GU 30 a 120 o - 30 o ET/ 60 o GU 120 a 180 o - 30 o ET/ 30 o GU 60 o - Escapulotorácica 120 o - Glenoumeral

Análise do movimento e Instabilidade dinâmica

Lesões da Cintura Escapular Cintura escapular tem alto grau de instabilidade se comparada com o quadril. Grande número de lesões em atletas de esportes de arremesso. Síndrome do impacto corresponde a mais de 37% das lesões de nadadores (Cole et al, 2002). Cintura escapular corresponde a 73% das lesões em nadadores competitivos. (Stocker et al).

Esportes de Arremesso e Natação x Movimentos rápidos além da ADM fisiológica

Estabilizadores ativos X Estabilizadores passivos Instabilidades Glenoumerais

Instabilidade anterior Maior incidência Anteriorização da cabeça do úmero Hiperextensão e abdução horizontal excessiva Abdução com rotação externa (instabilidade traumática) Comprometimento do sistema passivo anterior do ombro Comum na fase de recuperação da natação, na fase de preparação do saque e ataque do volei, serviço no tênis e na preparação do arremesso do handebol, dardo e martelo.

O que fazer? Como prevenir?

Estabilização Glenoumeral Fortalecimento de subescapular Fortalecimento da cabeça longa do bíceps Controle escapular Alongamento da cápsula posterior do ombro EVITAR slide anterior da cabeça do úmero

Estabilização Glenoumeral Push up plus - maior Atividade de subescapular (acima) Decker et al 2003.

Estabilização Glenoumeral Final da ADM de Rotação interna Maior especificidade da atividade do subescapular Execução : rotação interna ate 70 sem deixar a cabeça do úmero anteriorizar Decker et al 2003.

Estabilização Glenoumeral Exercício diagonal do ombro Grande atividade EMG do subescapular (funcionalidade) Decker et al 2003.

Instabilidade Anterior Slide anterior do Úmero Sindrome do Impacto

Síndrome do Impacto: Definição A síndrome do impacto é a condição na qual o tendão do supraespinhoso ou cabeça longa do bíceps são comprimidos contra o arco coracoacromial produzindo dor durante a elevação do membro superior Tendinopatia do supraespinhoso e cabeça longa do bíceps

Anatomia da Síndrome do Impacto Supra espinhoso e arco coracoacromial

Cinesiologia e Biomecânica da Síndrome do Impacto Biomecânica do movimento Artrocinemática umeral Função do manguito Deltóide vs. Supraespinhoso Zona Crítica vascular Forma do acrômio

Tipos de Acrômio Sindrome do Impacto

Alterações posturais na síndrome do impacto Diminuição do espaço subacromial rotação inferior da escápula Abdução da escápula Inclinação anterior da escápula glide anterior do úmero glide superior do úmero Hipercifose

Cinemática da cintura escapular e síndrome do impacto Instabilidade anterior umeral Elevação excessiva da cabeça do úmero Falta de rotação superior da escápula Falta de rotação externa do úmero durante a elevação Insuficiência do manguito Insuficiência dos estabilizadores da escápula Acrômio ganchoso

Arco doloroso Palpação Teste de força Testes ortopédico Neer Hawkins Imagem Síndrome do impacto Diagnóstico Raio-x: alteração de posicionamento umeral Ressonância: degeneração tendinosa

Tto fisioterápico 5 metas Síndrome do Impacto 1. Diminuição da atividade e controle da dor 2. Restauração da mobilidade glenoumeral e capsular 3. Estabilização dinâmica Tratamento 4. Correção das alterações posturais 5. Treino funcional retorno as atividades

Respeitar os limites de dor Correção postural Taping Orientação Ergonomia Síndrome do Impacto Tratamento Correção do ritmo escápulo-umeral Encurtamento peitoral menor Fraqueza do trapézio superior Fraqueza do manguito rotador

Obrigado! Alexandre Carlos Rosa alexandre@portalnef.com.br