Tavistock Institute of Human Relations

Documentos relacionados
Modelos Organizacionais

Teoria da Contingência -

Índice. Parte I: Organização, Racionalidade, Estruturas e Sistemas...7

EDITAL SISTEMATIZADO...

Administração. Abordagem Contingencial. Professor Rafael Ravazolo.


Estruturas mecanicistas e organicistas

TEORIA DA CONTINGÊNCIA

Teoria da Contingência. Prof. Me. Wesley Vieira Borges

ABORDAGENS PARA GERIR A MUDANÇA ORGANIZACIONAL

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini /

Evolução das Teorias Administrativas

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL Ano Lectivo 2010/2011

USP/EACH Gestão Ambiental ACH 1113 Princípios de Administração. Profa. Dra. Sylmara Gonçalves Dias

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular INTRODUÇÃO À GESTÃO Ano Lectivo 2017/2018

22/09/2015. Evolução do Pensamento Administrativo. Administração Científica

Metodologias de descrição de documentação fotográfica. Porto, 18 Outubro Lisboa, 25 Outubro 2007

Administração Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

OBJECTIVOS + MEIOS RESULTADOS (intenções) (recursos) Uma decisão / comportamento diz-se EFICIENTE quando:

Desenvolvimento Organizacional - DO

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma

Sumário 1 VISÃO GERAL DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS... 19

Teoria da. Administração Científica. Professor: Roberto César

TRABALHO EM GRUPOS E PRODUTIVIDADE NO ARRANJO CELULAR

PSICOLOGIA E GERENCIAMENTO DE PESSOAS. DISCIPLINA: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Prof. Dr. Márcio Magalhães Fontoura

Gestão de Produção Aula1: Conceitos e Fundamentos da Administração da Produção. Prof. Valdir Tavares de Lucena

PLANO DE ENSINO semestre. Apresentar conceitos modernos de Gestão de Pessoas. Apresentar conceitos modernos de Gestão de.

GESTÃO EM SAÚDE. Teorias da Administração. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira

Gestão de Equipes. PSICÓLOGA: Angélica GESTÃO DE EQUIPES - MARÇO 2011.

PROJETO POLÍTICO- PEDAGÓGICO

VERSÃO 1 RESPOSTAS PROVA DE ADMINISTRAÇÃO GERAL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

ANDRÉIA RIBAS GESTÃO DE PESSOAS

Escola de Relações Humanas e o Comportamento nas Organizações

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Abordagem Humanística. Prof. Fábio Arruda

Anotações LIDERANÇA - MÓDULO 2 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS

ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE PROJECTOS. O responsável (gestor) do projecto. A estrutura organizacional

PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA DA UNIÃO AFRICANA DOS MINISTROS DA EDUCAÇÃO (COMEDAF IV+) NAIROBI, QUÉNIA 11 A 13 DE MAIO DE 2011

Administração de Cargos e Salários

XAVIER, BERNARDES, BRAGANÇA, Sociedade de Advogados QUESTÕES ATUAIS SOBRE A APLICAÇÃO EFETIVA DA REGULAMENTAÇÃO, POLÍTICA

08/05/2017. Curso: Engenharia Elétrica - 7º Semestre Professor:Eng.º CivilCássio Fernando Simioni. Quem? Como? Com o quê? O quê? Por quê?

27/04/2018 PENSAMENTO MECANICISTA PENSAMENTO SISTÊMICO. Pensament o Sistêmico. Pensamento Mecanicista. Pensamento Mecanicista. Pensamento Mecanicista

Aula 2 Abordagem Humanística da Administração (Teoria das Relações Humanas)

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE VENDAS

Imigração, Minorias Étnicas e Inclusão Digital

Unidade I. Avaliação de Desempenho. Profª. Ana Paula de Andrade Trubbianelli

Como estudar e obter nota para aprovação? Teorias da Administração II. Quem é a professora responsável? Qual o objetivo da disciplina?

Gestão de pessoas: desenvolvimento de liderança e organização de equipe (GP)

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Abordagem Clássica. Administração Científica - Parte 1. Prof. FábioArruda

ORGANIZAÇÃO: Ato de dispor os elementos de um conjunto, de modo a facilitar o desempenho de suas funções para alcançar um determinado objetivo

GUIA DE FUNCIONAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR 1.OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 1. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS. GFUC previsto

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Psicoterapia HBM (Clínica da Mente)

ESTRUTURA DAS ORGANIZAÇÕES. Estruturas - Finalidade. Modelos Contemporâneos de Organização. Elementos da estrutura organizacional

OS/AS PSICÓLOGOS/AS VALORIZAM A EXCELÊNCIA E O BEM-ESTAR

Definições. Tarefa: atividades individualizadas e executadas por um ocupante de cargo. Cargos simples e repetitivos.

Rota dos Feminismos Contra o Assédio Sexual, No Espaço Público, na Rua e no Trabalho

ADM Administração para Engenharia. Prof. Henrique

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular INTRODUÇÃO À GESTÃO Ano Lectivo 2010/2011

LISTA DE EXERCÍCIOS AULA 02

Interesses privados na formulação e implementação de políticas públicas para a agricultura

Teoria Geral da Administração

Teoria Básica da Administração. Administração Científica. Professor: Roberto César

Imagens da Organização

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular INTRODUÇÃO À GESTÃO Ano Lectivo 2012/2013

Anexo 1.1.Guiões Guião A Desempenhos político-administrativos (altos funcionários, técnicos superiores)

Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional, por áreas de conhecimento ENGENHARIA. (resumo)

A empresa e o seu ambiente

Sistemas de Informação SIN0001 Turma B Prof. Ricardo Jose Pfitscher Material elaborado com base em material cedido por: Prof. Gerson Volney Lagemann

EAE Economia do Trabalho II (Instituições do Mercado de Trabalho) Aula 10 SISTEMA DE RELAÇÕES INDUSTRIAIS - SRI

Ficha de Unidade Curricular (FUC) de Introdução à Gestão

Desenvolvimento Moral em Desporto

Estado da Arte: Questões Laborais, Igualdade e Conciliação

Abordagens Tradicionais Ênfase nas Tarefas Administração Científica (Taylor)

Teorias das Organizações. Prof. Doutora Maria José Sousa

Teoria Geral da Administração

Foram observados os procedimentos decorrentes da Lei n.º 23/98, de 26 de Maio. Artigo 1.º Objecto

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Teoria Geral da Administração - TGA. Professores: Jailson Castro Freitas Sâmya Aguiar Lôbo

AGROINDúSTRIA. da BATATA nos ESTADOS UNIDOS. Apresentação para o Seminário Mineiro de Processamento da Batata. Pouso Alegre MG agosto de 2005.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOSEFA DE ÓBIDOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO. Domínios Instrumentos de Avaliação Peso. Trabalhos/Relatórios. Fichas de trabalho

Programa Analítico de Disciplina ADM101 Teoria Geral da Administração II

Professora: Daniela Moscon UFBA

Prof.: Mauricio Fernandes Lima

Informações de Impressão

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E INDUSTRIALIZAÇÃO

O Perfil do Psicólogo na Administração Local

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES

PARECER DA ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA ACERCA DO DESENVOLVIMENTO DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

Introdução à Teoria Geral da Administração

GOVERNAÇÃO CORPORATIVA BNI

ANEXO IV MAPA DE INICIATIVAS / ACÇÕES

Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) Comissão de Avaliação das Escolas Médicas (Caem)

PORTFÓLIO DE SERVIÇOS PARA ESCOLAS

Transcrição:

Tavistock Institute of Human Relations Modelo Sociotécnico QuickTime and a TIFF (Uncompressed) decompressor are needed to see this picture. Frederic Emery & Eric Trist (anos 50) QuickTime and a TIFF (Uncompressed) decompress are needed to see this picture. Daniel Cepa; Claúdio Campos; Fernando Pinho 1

Introdução As organizações são sistemas SOCIOTÉCNICOS (...) enfatiza a concepção das organizações como sistemas abertos, dependentes da influência do meio, e como unidades globais cujo funcionamento depende da capacidade do gestor para concretizar a interdependência entre os subsistemas técnico e social. Chambel e Curral, 2000, p.139 2

Paradigma Sistémico no Estudo das Organizações Abordagens Teóricas Abordagem Mecanicista O factor Humano nas Organizações Paradigma Sistémico Novos Conceitos 1. A Abordagem Sistémica - Aplicação da Teoria dos Sistemas às Organizações (Katz & Kahn) - Modelo Sociotécnico (Trist & Emery) 2. A Abordagem Contingencial - Envolvente externa (Burns & Stalker; Lorsch & Lawrence) -Tecnologia (Joan Woodward) 3

Tavistock Institute of Human Relatios Torna-se imprescindível falar dos seus estudos laboratoriais e empíricos. No seu historial, apresenta um conjunto de psicólogos, psiquiatras e antropólogos que realizaram uma série de actividades científicas, com ênfase clínica, nomeadamente no campo da psicoterapia e dinâmica de grupo. Mas só com a institucionalização, em Londres no ano de 1946, é que o seu trabalho foi reconhecido na comunidade científica. A criação deste deste instituto deve-se principalmente, ao trabalho realizado por equipa de investigadores sociais, acerca do exercito inglês durante a Segunda Guerra Mundial. 4

Modelo Sociotécnico Frederic Emery & Eric Trist Foram sem dúvida os psicossociólogos que mais contribuíram para a formulação das hipóteses da abordagem sociotécnica. Consideram que as organizações são compostas por um subsistema técnico e por um subsistema social. Embora possam ser distintas, no seio da organização é fundamental que sejam interactivas e interdependentes. Daqui resulta a actividade sistémica. 5

Modelo Sociotécnico Trabalho Dimensão Técnica Dimensão Social Interdependentes 6

Modelo Sociotécnico Propõe se que ao criar ou mudar uma empresa, se faça simultaneamente o desenho do subsistema tecnológico e do subsistema social. Para consolidar a estrutura do modelo sociotécnico Para auxiliar empresas em crise ou com necessidade de mudança Foram feitas experiências empíricas Minas de carvão da Inglaterra Glacier Metal Company Democracia industrial na Noruega 7

Mecanização das MINAS DE CARVÃO em INGLATERRA 1. Anterior organização do trabalho (mineiro compósito): Extracção do carvão: manual e organizada em pequenos grupos Cada grupo: responsável por todas as tarefas Cada mineiro: competências para um ciclo completo de trabalho Elevado nível de autonomia e auto-regulação Liderança: interna ao grupo Remuneração com base na produção global do grupo Relações de amizade 8

Mecanização das MINAS DE CARVÃO em INGLATERRA 2. Nova organização do trabalho (mineiro especializado) Introdução de equipamento mecânico de extracção de carvão: acabou com os grupos Pretendia-se racionalizar a extracção de carvão através da fragmentação das tarefas Trabalho especializado, sem responsabilidade Controlo: supervisor externo Remuneração diferenciada de acordo com a função Decréscimo da Produtividade e Conflitos 9

Mecanização das MINAS DE CARVÃO em INGLATERRA Causas Necessidade de auferir produtividade entre turnos Desaparecimento do espírito de grupo Criação de diferenças entre status (quem usa pá vs quem usa máquinas) Negociação separada dos salários para cada grupo funcional Exigências de remuneração especial para funções extra-grupo (concluir trabalho do turno anterior) Remuneração diferenciada de acordo com a função 10

Mecanização das MINAS DE CARVÃO em INGLATERRA 3. Perspectiva Sociotécnica Grupo: competências para o ciclo de trabalho (nem todos têm que dominar todas as tarefas, mas o colectivo têm) Alguma especialização funcional; rotatividade interna Restabelecimento de relações interpessoais privilegiadas Eliminação de supervisão externa ao grupo Remuneração diferenciada, mas incentivo para o grupo Restabelecimento das relações interpessoais Decréscimo do absentismo e aumento da produção 11

Modelo Sociotécnico Nas experiências realizadas nas minas de carvão de Inglaterra, foi possível adoptar várias formas de organização do trabalho Um sistema convencional de organização do trabalho que combinava uma estrutura convencional complexa com papéis simples. As relações sociais eram pouco desenvolvidas e os mineiros limitavam-se a executar uma parte das tarefas. Em contrapartida, havia um sistema composto, assente na combinação de uma estrutura convencional com papéis complexos. Assim os mineiros, passaram a adquirir uma maior responsabilidade nos processos de decisão sobre a organização do trabalho, possibilitando o trabalho de grupo e uma maior participação na execução das tarefas. Emery et al., 1969: 281-296 A abordagem sociotécnica parte de um conjunto de premissas opostas à visão mecanicista e formal da abordagens clássicas 12

Método de PESQUISA-ACÇÃO Abordagem Sociotécnica utiliza Método Pesquisa-acção Isto porque, Tem em vista a intervenção centrada no desenvolvimento e mudança organizacional Através da noção de sistema aberto e a interdependência entre o ambiente circundante e os sistemas social e técnico, o equilíbrio e a regulação do funcionamento interno das organizações. conclui-se Método Pesquisa-acção é o que melhor se enquadra no estudo das organizações 13

Conclusão Em suma, para se realizar uma mudança organizacional positiva tem de existir um diálogo profundo e sistemático entre os investigadores e organização, para assim permitir uma intervenção suplantada no método pesquisa-acção. A abordagem sociotécnica, ao privilegiar este de intervenção, teve por intenção de realizar diagnósticos aprofundados dos problemas das organizações, assim como permitir a sua superação através de condutas humanas assentes em relações interpessoais dialógicas e democráticas. Bibliografia www.wikipédia.pt www.tavinstitute,org Manual de Psicossociologia das Organizações, edições McGraw-Hill 14