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Transcrição:

ACÓRDÃO 9ª Turma RECURSO ORDINÁRIO. PROFESSOR. HORAS EXTRAS. No mesmo estabelecimento de ensino, a jornada do professor está limitada ao máximo de quatro horas consecutivas ou seis horas intercaladas (art. 318 da CLT ). O descumprimento dessa limitação implica na remuneração do adicional de no mínimo 50% Recurso a que se dá parcial provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recursos ordinários em que são partes: ANA PAULA PEREIRA NICÁCIO (Dr. Servulo Jose Drummond Francklin Junior, OAB/RJ: 67968-D) e SOCIEDADE EDUCACIONAL MONTEIRO LOBATO (Dr. Edson Elias Jorge, OAB/RJ 73922-D), como recorrentes e recorridos. Insurgem-se autor e reclamada em face da r. sentença de fl. 230/233, complementada pela decisão de Embargos de Declaração de fl.247, proferida pelo MM. Juízo da 16ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, da lavra do Exmo. Juiz Erico Santos da Gama e Souza, que julgou parcialmente procedentes os pedidos contidos na petição inicial. Sustenta a reclamante-recorrente nos argumentos revisionais de fl. 239/245, em síntese, a inaplicabilidade da prescrição total e a procedência dos pleitos de declaração da unicidade contratual, retificação da data de admissão, acolhimento do valor do pagamento do salário pago por fora e horas extras. A reclamada-recorrente sustenta nos argumentos revisionais de fl. 20420 1

249/252 a improcedência dos pleitos de pagamento dos salários por fora. Custas e depósito recursal às fl. 253/254. Contrarrazões da ré às fl. 258/260 e da autora às fl. 265/268. Deixo de encaminhar os autos ao douto Ministério Público do Trabalho, eis que não configuradas quaisquer das hipóteses previstas no art. 85, I, do Regimento Interno, do E. Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. É o relatório. DO CONHECIMENTO admissibilidade. Conheço dos recursos ordinários por preenchidos os pressupostos de MÉRITO RECURSOS DA RECLAMANTE E DA RECLAMADA ANALISADOS EM CONJUNTO FACE À IDENTIDADE DE MATÉRIAS DA INTEGRAÇÃO DO SALÁRIO PAGO 'POR FORA' Afirmou a autora na inicial que percebeu como último salário mensal o valor de R$2.320,00, dos quais, somente constou do contracheque o valor de R$995,29, correspondente ao turno da manhã, mais R$290,84 de triênio e R$8,58 de gratificação, pagando sem contabilização o valor de R$995,29, correspondente ao turno da tarde. A r. sentença julgou procedente o pleito, sob o fundamento de que a prova documental, testemunhal e o depoimento pessoal da autora comprovaram que 20420 2

esta trabalhava em dois turnos, percebendo remunerações equivalentes, mas constava do contracheques somente a remuneração de um dos turnos, motivo pelo qual determinou que fosse observada a proporcionalidade para o cálculo das quatro horas de aulas diárias pagas por fora (88,88% da remuneração que consta do contracheque). A recorrente/autora aduz que a sentença merece reforma para que se fixe o valor de R$1.200,00 mensais como recebidos sem contabilização e não em 88% do salário fixo como fixado na sentença. Por outro lado, a recorrente/ré sustenta que a ausência de qualquer prova, com exceção do depoimento pessoal da autora, demonstra de forma inequívoca que improcede o pedido de pagamento de salários não contabilizados. A testemunha indicada pela autora, Sra. Juliete afirmou (fl.227/228): ( ) que nos últimos 5 anos a autora sempre dobrou os horários, trabalhando de 2ª a 6ª, das 07:30 às 12:00 horas e das 13:00 às 17:30 horas; que a autora recebia um valor extra-contracheque tendo a depoente conhecimento do fato, pois assinava um caderno do valor por fora onde também constava o nome e valor pago à autora; a depoente não sabe quanto era pago à reclamante ( ); que a depoente também recebia 13º salário e férias com adicional de 1/3, sobre o valor pago por fora ( ) fl.227/228. A prova testemunhal, como demonstrado, comprovou o recebimento de salário não contabilizado. Não logrou êxito, contudo, a autora, em comprovar o valor que afirmou na inicial (R$1.230,00). Quanto ao pagamento por turno, tanto a autora quanto o preposto afirmaram que a ré pagava por turno e não por hora/aula, motivo pelo qual deve ser reformada a sentença para que seja considerado como 20420 3

remuneração recebida sem contabilização pelo outro turno de trabalho o valor da remuneração que constava dos contracheques. Dou provimento em parte. DA UNICIDADE CONTRATUAL, DA RETIFICAÇÃO DA DATA DE ADMISSÃO, DA PRESCRIÇÃO TOTAL Pleiteou a autora a declaração da unicidade dos contratos registrados em sua CTPS para que fosse reconhecida a existência de um único contrato, requerendo, ainda, por consequência, a retificação da data de admissão. A sentença impugnada indeferiu o pleitou com fundamento no fato de que não restou provado que a reclamante manteve um único contrato de trabalho com a ré. Sem razão. Na verdade, não houve prova da continuidade de prestação de serviços entre 17/04/2003 (penúltimo contrato) e 01/04/2004 (último contrato), um ano após. Além disso, a própria autora admitiu em seu depoimento que, por ocasião de sua dispensa de um dos contratos, sacou o FGTS. Assim, correta sentença que não declarou a unicidade do contrato de trabalho e acolheu a prescrição total arguida pela ré quanto aos contratos anteriores, extinguindo o processo com resolução do mérito. Nego provimento. 20420 4

DAS HORAS EXTRAS A r. sentença deferiu tão somente o adicional de 50% sobre 10 horas extras mensais, calculadas sobre o valor da remuneração, sob o seguinte fundamento: (...) No caso em tela NÃO se aplica o previsto no artigo 318, da CLT, posto que a reclamante NÃO recebia os pagamentos com base na hora-aula, mas conforme estabelecido nas normas coletivas (item 6.1.1 fl.. 40) que fixa o piso para 4:30 horas/dia, sendo-lhe aplicável a jornada de 220 horas mensais. Assim, a reclamante somente excedia a jornada de 30 minutos diários, sendo certo que percebia o valor dos 30 minutos, lhe sendo somente devido o adicional, na base de 50% (cinquenta por cento). - fl. 237 Sustenta a reclamante-recorrente que postulou o pagamento de horas extras, conforme jornada descrita no art. 318 da CLT, que prevê a jonada máxima de professor, num mesmo estabelecimento, de 4 aulas consecutivas ou 6 intercaladas. A reclamada se defendeu sustentando que a jornada cumprida pela autora era fixa e não por horas/aula, por isso, não se aplica o art. 318 da CLT. Assim se fixou a lide. A prova testemunhal produzida comprovou que a autora laborava em dois turnos, sendo que um de quatro horas e outro de quatro horas e meia. As normas coletivas da categoria profissional fixam piso salarial para uma jornada de quatro horas e meia e não por hora/aula. 20420 5

O art. 318 da CLT estabelece que: "Num mesmo estabelecimento de ensino não poderá o professor dar, por dia, mais de quatro aulas consecutivas, nem mais de seis, intercaladas." O descumprimento das disposições retro mencionadas gera direito ao pagamento de horas extras, conforme já pacificado pelo C. TST por intermédio da OJ nº 206, da SBDI-1, verbis: "PROFESSOR. HORAS EXTRAS. ADICIONAL DE 50%. Excedida a jornada máxima (art. 318 da CLT), as horas excedentes devem ser remuneradas com o adicional de no mínimo, 50% (art. 7º, XVI, CR/88)" Entretanto, como bem assinalou o MM. Juiz a quo, as horas em si estão pagas, tanto que reconhecido o pagamento sem a devida contabilização, exatamente pelo trabalho em outro turno, estando correta a sentença originária. Nego provimento. CONCLUSÃO Pelo exposto, CONHEÇO dos recursos ordinários e, no mérito, NEGO PROVIMENTO ao recurso da ré e DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso da autora para considerar como remuneração recebida sem contabilização pelo outro turno de trabalho o valor que constava dos contracheques. Mantem-se o valor da condenação. 20420 6

A C O R D A M os Desembargadores que compõem a 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, por unanimidade, nos termos da fundamentação do voto da Exma. Sra. Relatora, CONHECER dos recursos ordinários e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso da ré e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso da autora para considerar como remuneração recebida sem contabilização pelo outro turno de trabalho o valor que constava dos contracheques. Mantem-se o valor da condenação. Rio de Janeiro, 23 de Outubro de 2012. Desembargadora do Trabalho Claudia de Souza Gomes Freire Relatora 20420 7