Unibalsas Faculdade de Balsas Sistemas de Informação



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Transcrição:

Unibalsas Faculdade de Balsas Sistemas de Informação UTILIZANDO M-BUSINESS NA BUSCA DE UM DIFERENCIAL COMPETITIVO. ESTUDO DE CASO: SISTEMA DE ENVIO DE MENSAGENS SMS INTEGRADO AO SISTEMA TOTVS GESTÃO BIBLIOTECÁRIA DA FACULDADE DE BALSAS. por Allysson de Oliveira Vieira Balsas (MA) 2010

Unibalsas Faculdade de Balsas Sistemas de Informação UTILIZANDO M-BUSINESS NA BUSCA DE UM DIFERENCIAL COMPETITIVO. ESTUDO DE CASO: SISTEMA DE ENVIO DE MENSAGENS SMS INTEGRADO AO SISTEMA TOTVS GESTÃO BIBLIOTECÁRIA DA FACULDADE DE BALSAS. por Allysson de Oliveira Vieira Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação à Faculdade de Balsas, sob a orientação do professor Msc. Fábio Roberto Pillatt. Balsas (MA) 2010

Unibalsas Faculdade de Balsas Sistemas de Informação A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). UTILIZANDO M-BUSINESS NA BUSCA DE UM DIFERENCIAL COMPETITIVO. ESTUDO DE CASO: SISTEMA DE ENVIO DE MENSAGENS SMS INTEGRADO AO SISTEMA TOTVS GESTÃO BIBLIOTECÁRIA DA FACULDADE DE BALSAS. Elaborada por Allysson de Oliveira Vieira Como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Sistemas de Informação BANCA EXAMINADORA Prof. Fábio Roberto Pillatt Prof. Orientador Prof. Júnior Marcos Bandeira Membro da Banca Examinadora Cristine Jochmann Membro da Banca Examinadora

RESUMO A Internet tem influenciado bastante em diversos aspectos da vida do homem. No mundo dos negócios não é diferente. O uso de recursos e ferramentas on-line disponíveis na WEB pode representar diversas vantagens competitivas para as empresas. O e-business, portanto, demonstra exatamente essa realidade. A expansão e evolução de tecnologias interagindo sobre a Internet têm permitido o surgimento de novas idéias, ou seja, variantes do modelo de e-business que, atualmente, estão fortemente presentes na vida das pessoas: exemplo disso é o mobile business, ou m-business, mais comumente chamado. A velocidade na qual as tecnologias de informação e comunicação (TIC) avançaram fizeram com que dispositivos móveis cada vez menores passassem, no entanto, a ter maiores e melhores capacidades de armazenamento e processamento, criando assim novas oportunidades de negócio baseadas em mobilidade. O presente trabalho abordará, portanto, como a mobilidade e o m-business têm impactado os processos de negócios e quais as vantagens competitivas que isto pode trazer à realidade das empresas. Palavras-chave: E-business, M-business, Mobilidade.

ABSTRACT The Internet has indeed played a big part in many aspects of human life. In the business world is no different. The use of resources and online tools available on the Web may represent several competitive advantages for companies. The e-business, therefore, demonstrates exactly this reality. The expansion and evolution of interacting on the Internet technologies have allowed the emergence of new ideas, or variants of e-business that currently are strongly present in people's lives: example is the mobile business, or m- business, more commonly called. The speed at which information and communication technologies (ICTs) have led to advanced mobile devices ever smaller would, however, have bigger and better storage capacities and processing, thus creating new business opportunities based on mobility. This paper will address, therefore, as the mobility and m-business have impacted business processes and what are the competitive advantages that it can bring the reality of business. KeyWords: E-business, M-Business, Mobility.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 6 1.1 Problemática... 10 1.2 Objetivos... 11 1.3 Relevância do trabalho... 12 1.4 Organização do trabalho de conclusão de curso... 13 2. M-BUSINESS... 14 2.1 Conceito... 14 2.2 Histórico e dados estatísticos... 15 2.3 Tendências... 19 2.1 Ferramentas para construção de aplicações M-Business... 22 3. O M-Business como diferencial competitivo... 24 3.1 Do E-Business ao M-Business... 24 3.2 Estudos de caso sobre M-Business... 28 4. Aplicação M-Business para a biblioteca da Faculdade de Balsas... 32 4.1 O problema... 32 4.2 O sistema de envio de mensagens de texto... 32 4.3 O SMS Gateway... 43 5. Conclusão e trabalhos futuros... 48 5.1 Trabalhos futuros... 49 6. Referências... 51

1 Introdução A Internet tem modificado bastante a forma sob a qual as pessoas se comunicam, fazem negócios e administram o seu dia-a-dia (DEITEL, 2004; DEITEL, 2004; STEINBUHLER, 2004). O propósito inicial na rede mundial de computadores era interligar universidades e centros de pesquisa americanos. Em seguida, esta rede de troca de informações passou a contemplar centros militares também nos Estados Unidos. A partir daí foram sendo criadas redes de redes, dando início ao que se conhece hoje por rede mundial de computadores ou World Wide Web (LEINER et al, 1997). Esta expansão foi possível graças a uma série de tecnologias que possibilitaram aos usuários comunicarem-se cada vez mais com um número muito maior de pessoas localmente ou ao redor do mundo. Esta abrangência mudou significativamente, inclusive, a forma de fazer negócios. Um negócio (empresa) que parte de um empreendimento originariamente concreto para vendas através da internet, de uma forma ou de outra, em algum momento, percebeu que a internet se mostrava como um canal promissor para se traçar planos estratégicos de expansão de suas atividades. Neste sentido estas organizações que têm suas metas baseadas em crescimento sustentável atentaramse para o detalhe de que a tecnologia e seus avanços contribuem para esta sustentabilidade deste negócio se comparado a uma administração calcada em processos de trabalho defasados e que não primam pela ampliação do market share (participação de mercado) (BARNES, 2003). Já não há mais lugar para as empresas administradas (apenas) com papel e caneta. A tecnologia se apresenta como suporte à tomada de decisão, possibilitando a automatização de tarefas rotineiras, o trabalho proativo em relação ao problemas, antecipando-se às ocorrências. Enfim, ela funciona como ferramenta de planejamento, direção e controle, eliminando atividades burocráticas que podem ser resolvidas facilmente por computador. Neste sentido, surge o E-Business, ou seja, a Internet como plataforma em que é possível também a consecução de negócios em meio eletrônico. O computador com acesso à internet passou a estar mais presente nas empresas e

domicílios e este público passou a ser estudado de modo a possibilitar a implantação de modelos de negócios virtuais que atendessem às suas necessidades e que pudessem estar disponíveis na rede ao alcance de alguns cliques (JANISSEK, 2000). As empresas, por exemplo, estão passando por profundas transformações em seus processos internos para se atualizarem quanto à nova realidade trazida pelo avanço da tecnologia, pela digitalização, pela ubiqüidade da conectividade e pela globalização. Essa metamorfose está alterando radicalmente a natureza das organizações e suas abordagens em relação à criação de valor para os clientes e consumidores (PRAHALAD; KRISHNAN, 2008). Um exemplo dessas mudanças é o E-Commerce, ou seja, os clientes ou consumidores de determinado produto ou serviço podem adquirí-lo através da Internet, do conforto de seu lar, sem necessidade de deslocamento. Isso permite observar claramente a agregação de valor ao produto ou ao serviço oferecido. O modelo de E-Commerce é uma variação do E-Business. No entanto, em várias situações os dois termos são confundidos, uma vez que o E-Commerce é uma subcategoria do E-Business, pois, este último tem um caráter mais geral de abrangência, ou seja, inclui operações realizadas em função do próprio negócio, tais como: produção, desenvolvimento, infraestrutura corporativa. São, portanto, negócios realizados através da internet sem, contudo, envolver necessariamente uma transação comercial. O E-Commerce envolve troca entre clientes, parceiros comerciais e fornecedores (DEITEL, 2004; DEITEL, 2004; STEINBUHLER, 2004). Assim, as empresas têm observado a necessidade de revisão de estratégias com foco na transformação de um negócio até então de concreto para a nova economia e seus desafios e oportunidades baseados na internet. O E-Business, como já foi observado por Turban e King (2004) se divide em categorias ou modelos conforme a natureza da transação e o relacionamento estabelecido entre os participantes, tais como. Business-to-Business (B2B). Todos os participantes deste modelo são empresas, parceiros de negócios ou outros tipos de organização. Business-to-Consumer (B2C). Este modelo envolve transações de varejo entre empresas e compradores individuais e é bastante difundido no

mercado, como por exemplo, pode-se citar casos como as lojas virtuais Submarino (www.submarino.com.br) e Americanas (www.americanas.com.br). Business-to-Business-to-Consumer (B2B2C). A empresa oferece produtos ou serviços a uma empresa que seja sua cliente, a qual, por sua vez, mantém seus próprios clientes, para os quais o produto ou serviço é repassado. Consumer-to-Business (C2B). A relação neste tipo de modelo se dá no sentido consumidor-empresa, envolvendo indivíduos que de utilizam da internet para oferecer produtos ou serviços às organizações. Consumer-to-Consumer (C2C). As relações de negócios se dão entre os próprios consumidores vendendo ou comprando diretamente uns dos outros. Exemplo disso são os classificados on-line e sites como o Mercado Livre (www.mercadolivre.com.br). Business-to-Employees. (B2E). A própria organização oferece serviços, informações ou produtos aos empregados através da intranet da empresa, por exemplo. Conforme as divisões, o E-Business se desdobra em várias categorias nas quais são explorados nichos de mercado. Atualmente, além destes, têm surgido mais categorias onde existem negócios incipientes, que surgiram do avanço da economia digital e sua propensão de celeiro de inovação. A figura 1 demonstra a arquitetura desejável de modelo de negócios em meio eletrônico no contexto atual. Figura 1: Demonstração da estrutura de negócio eletrônico no contexto da economia digital Fonte: Lancaster University, 2010.

De acordo com a figura 1 o que se tem é um modelo de negócio projetado na rede e para a rede, baseado em plataforma de software e serviços, aliado ainda à criação ou exploração de idéias que agreguem qualidade de empreendimento ao negócio relacionado à capacidade de investimento e às estratégias previamente traçadas. Já no centro, interligando estes pontos está a inovação. O conceito de inovação não implica obrigatoriamente na criação de algo novo, mas, também, na melhoria ou aperfeiçoamento de algum processo de trabalho do negócio já existente que imprima uma característica valorizada pelo usuário (FERRARI, 2010). Estes elementos imprimem um diferencial competitivo. No contexto empresarial, ainda de acordo com Ferrari (2010), inovação implica, também, no significado da introdução de novos produtos inseridos em um modelo de negócios que proporcione e vislumbre melhores resultados. Neste sentido o que se percebe é que: Se em vez de vender um software, uma empresa decide alugá-lo, ela estará introduzindo uma inovação no modo de comercializar um produto, ou uma inovação no modelo de negócios. (...) Teremos uma inovação no processo se introduzirmos uma melhoria no processo de fabricação de um automóvel ou de um software, por exemplo, tornando estes processos mais eficientes. Um novo processo para purificar a água, para sintetizar o componente de um medicamento ou fabricar uma bebida também são exemplos de inovação no processo. Inovação no processo não resulta, necessariamente, em alterações no produto. Resulta em processos melhorados, eficientes, possivelmente com custos reduzidos. (FERRARI, 2010, p. 26) A internet como instrumento de inovação e de criação de negócios tem contribuído para o surgimento de tendências também quanto à plataforma sob as quais os produtos ou serviços criados estão disponíveis. A convergência entre Internet e telefonia (comunicação sem fio) tem proporcionado o amadurecimento e evolução de um novo conceito chamado no meio empresarial de Mobile Business ou M-Business (DEITEL; DEITEL; STEINBUHLER, 2004). Enquanto que no modelo de E-Business tem-se o usuário centrado no computador, no M-Business a computação está aonde o usuário está. Este usuário prefere ter acesso a informações que são de seu interesse onde quer que ele esteja e a qualquer hora, portanto, a mobilidade tem papel fundamental na satisfação desta necessidade. O avanço tecnológico disponibilizado no mercado de dispositivos móveis tem proporcionado o lançamento de produtos cada vez mais sofisticados no sentido

de dar suporte a troca de informações. Os aparelhos celulares de hoje, por exemplo, estão bastante evoluídos se comparados aos primeiros modelos usados na década de 90. Junto com os celulares, os pda s e smartphones também acompanharam esta evolução fornecendo funcionalidades mais avançadas em relação às tarefas originárias de realizar chamadas ou enviar mensagens de texto. Percebe-se empiricamente que com a quantidade crescente de atividades relacionadas à internet por meio de dispositivos móveis como acesso a redes sociais, download de conteúdo, serviços bancários, TV, além de outras atividades que os usuários consideram importantes enquanto estão longe de seus computadores tradicionais, as redes nas quais estas interações acontecem também precisaram evoluir para suportar o volume do tráfego de dados. Nos últimos anos da atual década estas redes evoluíram bastante ao viabilizar as trocas de informações através da comunicação sem fio, como por exemplo, as atuais redes 3G e 4G, que possibilitam o tráfego de informações com velocidades que chegam à faixa de 3 mbps. Neste cenário de melhoria da infraestrutura de comunicação, é crescente a tendência de pessoas estarem conectadas a maior parte do tempo por meio de seus dispositivos móveis. Este comportamento das pessoas vem abrindo espaço para um novo modelo de negócio baseado em mobilidade: o mobile-commerce, ou simplesmente M-Commerce. Este modelo, que é uma subcategoria do M-Business, se baseia no uso de dispositivos móveis para acesso a serviços bancários, pagamento de contas, compras, verificação de condições de trânsito, aquisição de bilhetes de entrada para cinemas, etc. Outra corrente muito forte além dos usos já citados é o marketing móvel, disseminado através de serviços de mensagens SMS (MOSKORZ, 2002). 1.1 PROBLEMÁTICA A forma como os usuários utilizam da internet para usos comuns e satisfação de necessidades do seu dia-a-dia tem mudado sensivelmente. Essa mudança diz respeito ao paradigma de conectividade envolvendo o tempo que estes internautas se mantêm conectados à rede. O avanço das tecnologias de informação e comunicação (TICs) veio ao encontro das necessidades das pessoas de estarem

on-line sem, no entanto, ficarem presas tão-somente aos seus computadores pessoais. O resultado disso é a WEB móvel. Uma vida social agitada muitas vezes distancia ou limita o tempo que as pessoas poderiam estar utilizando a internet para tratar de assuntos relacionados à sua vida pessoal ou ao trabalho. As necessidades dos usuários são vastas e, entendê-las, é fator crucial para as empresas que, porventura, vêem nisso uma oportunidade de negócio. A cadeia de valor apresentada pela mobilidade torna este campo de atuação próspero à criação de produtos ou serviços postos à disposição de um público consumidor que tem interesse que suas necessidades sejam atendidas de imediato e independente do lugar onde se encontrem. O modelo de atendimento centrado no PC ainda tem forte influência no mercado de E-Business, dada a sua importância para algumas atividades dependentes desta plataforma, mas, a mobilidade trouxe uma evolução desta de modo a criar aquilo que se convencionou chamar de negócios móveis (mobile business, ou, simplesmente M- Business). Esse modelo engloba vários tipos de oportunidades de negócios que vão desde aplicações que rodem em aparelhos celulares até estratégias de marketing móvel por meio de mensagens de texto (SMS). No entanto, poucas soluções voltadas para este nicho de mercado estão disponíveis atualmente. Poucas são as empresas que oferecem serviços móveis a seus clientes. O M-Business ainda é uma categoria de negociação desconhecida, restrita a um número muito pequeno de empresas, apesar da grande proliferação de dispositivos móveis com acesso à rede mundial. Conhecer e entender da cadeia de valor que gira em torno do M-Business é diferencial competitivo se comparado a negócios acessíveis tão-somente por meio de computadores de mesa. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Demonstrar como a cadeia de valor do M-Business é vasta em relação às oportunidades de negócio possíveis e úteis à satisfação de necessidades dos usuários de dispositivos móveis e o diferencial competitivo deste modelo de negócio se comparado às estratégias centradas no desktop.

1.2.2 Objetivos específicos Construir um sistema de envio de mensagens SMS integrado ao Sistema utilizado pela Biblioteca da Faculdade de Balsas. Satisfazer uma necessidade do usuário da Biblioteca da Faculdade de Balsas quanto a empréstimos de livros, melhorando o nível de relacionamento entre a IES e seus alunos. 1.3 Relevância do trabalho Este trabalho abordará os conceitos e aplicabilidades de M-Business e como este novo paradigma com suas origens no E-Business tem sido adotado pelas empresas de modo a se anteciparem a uma nova realidade do processo de comunicação das pessoas que era anteriormente centrado no PC, para um modelo baseado em mobilidade, cujo acesso aos recursos da internet agora se dá por meio de dispositivos móveis. Este trabalho apresentará um modelo de sistema de envio de mensagens SMS aplicado ao processo de empréstimo de livros da Biblioteca da Faculdade de Balsas. O sistema contemplará o modelo de mensageria, semelhante ao conceito de mobile marketing existente hoje nas empresas que usam este tipo de estratégia de M-Business para divulgação e propaganda de produtos e/ou serviços. No contexto deste sistema, o propósito das mensagens SMS enviadas aos acadêmicos da faculdade será apenas de cunho informativo quanto à iminência da data de devolução de livros eventualmente tomados por empréstimo da biblioteca. O atraso na entrega de livros implica em multa aos usuários por cada livro tomado por empréstimo. Um serviço de mensagens de texto (SMS) que os avisem via celular da iminência da data de devolução destes livros reforçará os níveis de satisfação do usuário acadêmico em relação ao serviço e também quanto à percepção do aluno em relação à melhoria da qualidade do relacionamento dispensado pela instituição. Para se aferir o nível de satisfação do usuário com o serviço, no cronograma do projeto estava prevista a realização de pesquisa de

opinião que não foi possível de ser realizada pelo fato de que algumas etapas do trabalho demandaram mais tempo do que o inicialmente previsto. Com base nos conceitos do M-Business, o desenvolvimento do sistema de envio de mensagens SMS se propõe a imprimir um aspecto inovador e um diferencial na forma com que a Unibalsas Faculdade de Balsas se comunica com seus alunos, disponibilizando informações de seu interesse independente de horário ou local onde estes se encontrem. 1.4 Organização do trabalho de Conclusão de Curso O presente trabalho está organizado da seguinte forma: no capítulo 2 será tratado o M-Business, seu conceito, histórico e dados estatísticos e suas tendências; o capítulo 3 aborda o M-Business como diferencial competitivo e estudos de casos baseados neste modelo; o capítulo 4 descreverá o projeto de implementação de um sistema dentro do escopo do modelo M-Business voltado para a Biblioteca da Faculdade de Balsas.

2 M-Business A forma de se fazer negócios pela internet tem tomado outros caminhos, expandindo-os para outros canais de atuação. As pessoas atualmente estão cada vez mais conectadas à rede não somente através de seus computadores de mesa, mas, a maior parte do tempo, através de algum dispositivo móvel. A massificação do uso de celulares, smartphones ou notebooks cresceu consideravelmente nos últimos anos abrindo horizontes para novas formas e perspectivas de se fazer negócios: isso é o M-Business. 2.1 Conceito O M-Business é resultado do aumento da portabilidade dos equipamentos e da necessidade de mobilidade (ALVERGA; RAMOS, 2004). Esta é uma das definições para uma mudança de paradigma que vem crescendo muito nos últimos anos. O usuário que anteriormente tinha sua conectividade estabelecida tãosomente pela internet no desktop, hoje, com o avanço da tecnologia, especialmente da que se refere aos processos de comunicação, pode estar em rede onde quer que esteja e a qualquer momento que desejar. Outra definição que mais bem caracteriza este modelo de negócios, segundo Kalakota e Robinson (2002, p. 20), é a de que o M-Business (negócios móveis) é a infraestrutura de aplicação necessária para manter relações de negócios e vender informações, serviços e mercadorias por meio dos aparelhos móveis. Em complemento a esta definição, M-Business é um ecossistema de indivíduos e atores de negócios, em um dado contexto histórico e socioeconômico, envolvendo em múltiplos e sucessivos quadros tecnológicos através de um processo de aprendizagem de co-criação, novas experiências de interação social com o uso de tecnologias móveis sem fio (DOUKIDIS e MYLONOPOULOS, 2003). No Brasil, à medida que o padrão de conectividade das pessoas se torne móvel e alcance níveis maiores de abrangência de banda larga, estará formado um mercado promissor para a aplicação de estratégias de M-Business. Algumas aplicações nesta área já existem, porém, em menor grau, devido à menor disponibilidade de infraestrutura de redes que dêem suporte a troca de informações. O número de usuários de serviços móveis em banda larga é pequeno se comparado

ao número de usuários de aparelhos celulares, como se pode observar pelo gráfico da figura 2: Figura 2: usuários de banda larga móvel Fonte: Anatel e Teleco, 2010. O aumento da oferta de banda larga aumentará naturalmente o número de pessoas conectadas na internet, onde, a partir de então, poder-se-á visualizar mais claramente a mudança de paradigma citada anteriormente. Esta mudança, segundo Kalakota e Robinson (2002) diz respeito a um padrão de migração estrutural de modelos fechados e centrados no PC para modelos móveis centrados nas pessoas. 2.2 Histórico e dados estatísticos O M-Business é conseqüência da linha do tempo, especialmente do surgimento e avanço da internet e as possibilidades de negócio que ela propicia. A força da rede mundial de computadores apresenta-se para as empresas como um campo fértil para se traçar planos estratégicos de aumento de receitas e expansão de mercados consumidores antes reduzidos a negócios físicos. Transformar-se em um negócio também virtual, antecipando-se em relação aos concorrentes, representou vantagem competitiva. Era o nascimento do conceito E- Business (FENG LI, 2007).

As mudanças tecnológicas, tanto dos aspectos de hardware quanto de software que deram suporte ao sucesso das aplicações de E-Business na WEB permitiram também a evolução deste modelo para uma plataforma para a qual os usuários estavam pouco a pouco migrando: a internet móvel. Taurion (2002) demonstra esta evolução no gráfico da figura 3, abaixo: Figura 3: Evolução estrutural Fonte: Taurion, 2002. Algumas necessidades dos usuários mudaram seu comportamento quanto ao acesso destes às informações de que precisam. Essas pessoas passaram a controlar melhor a forma através da qual se comunicam a partir do momento em que o avanço das tecnologias (software e hardware) colocou à sua disposição aparelhos móveis (que eles pudessem carregar facilmente), aplicações e ferramentas. Alguns exemplos da utilização de funcionalidades oferecidas através de interatividade móvel são os usos de aparelhos para efetuar check-in de passageiros nos vôos de companhias aéreas (GOL, 2010), alguns bancos também estão acessíveis pelo celular, onde é possível fazer transações bancárias (BANCO DO BRASIL, 2010; ITAÚ, 2010). As empresas usam de dispositivos móveis para automatizar equipes de vendas e de serviços técnicos de campo, assim como aplicativos de CRM (Customer Relationship Management) e ERP (Enterprise Resource Planning) móveis (O BRIEN apud ALVERGA; RAMOS, 2004).

Segundo Kalakota e Robinson (2002), para fazer frente aos vários nichos de mercado abertos dentro do universo de negócios móveis, os administradores precisarão de novas perspectivas sobre tecnologia, o comportamento do consumidor, os modelos de negócios e as aplicações que possibilitam a economia móvel. No quesito comportamento, o gráfico da figura 4 demonstra como estão divididos os interesses e necessidades do público consumidor: Figura 4: Produtos adquiridos por consumidores móveis Fonte: PriceGrabber apud emarketer, 2010. Outro uso com nível de crescimento elevado é o serviço de envio/recebimento de mensagens de texto (SMS). Informações da Huawei, empresa de redes de telecomunicações, indicam o aumento exponencial das receitas deste tipo de serviço em nível mundial conforme a figura 5:

Figura 5: Receitas mundiais de envio de mensagens Fonte: Huawei, 2010. Nos Estados Unidos, segundo uma pesquisa conduzida pela Pew Research Center Publications (2010), identificou que os adolescentes americanos comunicam-se mais por mensagens de texto do que através de chamadas em seus celulares ou smartphones, esta pesquisa demonstrou que 88% dos entrevistados manifestou preferência pela troca de mensagens. No Brasil, o uso de mensagens SMS (short message service) na forma de se comunicar tem aumentado bastante também entre os usuários de dispositivos móveis. As empresas cujos produtos são voltados para este público móvel passaram então a usar de estratégias de modo a explorar este tipo de forma de comunicação para atingir um maior número de pessoas, criando assim o conceito de marketing móvel. O marketing móvel utiliza o telefone celular como canal de comunicação e entretenimento, que conecta marcas ou produtos com o usuário final ou empresas com empresas (B2B), de forma direta e direcionada ao público-alvo a qualquer hora e em qualquer lugar. Segundo dados da Anatel de julho de 2009, cerca de 800 milhões de mensagens SMS são enviadas por mês no Brasil. Desse volume de tráfego, uma análise identificou que os brasileiros têm mais interesse em assuntos como: alertas de ofertas, mensagens de relacionamento (pós-compras), sorteios e mensagens baseadas em serviços de localização.

Este tipo de forma de marketing tem foco voltado às ações que representem informações úteis ao cliente, agregando valor ao serviço através de estratégias que tragam uma maior comodidade a este cliente. É importante salientar que estas práticas de marketing móvel não são feitas indiscriminadamente, os usuários escolhem o que querem ler, receber ou assinar. 2.3 Tendências O quadro abaixo demonstra a estrutura sob a qual se pode avaliar o valor comercial da tecnologia móvel como processo de transformação e evolução do e- business no contexto dos negócios baseados em mobilidade. O ecossistema M- Business envolve uma gama de fabricantes de dispositivos móveis nos quais rodam uma outra infinidade de aplicativos fornecidos tanto por empresas que cobram por isso quanto por desenvolvedores que distribuem suas criações de forma livre. Existe uma forte concorrência também no campo do sistema operacional sob o qual rodam estas aplicações, são eles: Symbian, Android, Windows Mobile, etc. Fonte: Porter e Millar, 1985. Adaptação de Allysson de Oliveira Vieira Uma tendência emergente no mercado de dispositivos móveis é o desenvolvimento de aplicações. Com o advento de novos smartphones como o iphone da Apple, profissionais capacitados neste tipo de atividade tornaram-se bastante requisitados frente à demanda crescente da empresas de desenvolvimento de software para atender à necessidade à criação de aplicativos e games. Essa

tendência é demonstrada pela Apple Store, loja virtual de aplicativos que rodam na plataforma iphone, ipod e seu mais novo lançamento, o leitor digital de livros ipad. Instituições financeiras, como os bancos, com o objetivo de diminuir o número de clientes nas dependências das agências, criaram canais alternativos de atendimento. Inicialmente foram criados sites que, posteriormente, tiveram de ser redesenhados de modo que pudessem permitir fácil interação direto na tela do celular. O mobile banking é, portanto, uma outra frente de atuação como estratégia de M-Business. Nesta mesma linha de atuação estão os pagamentos móveis, ou seja, o celular ou smartphone usando como meio para compra e pagamentos de produtos e serviços adquiridos na internet. Este é o cenário do M-Commerce: os consumidores usando seus aparelhos para adquirir livros, músicas e outros itens. Antes do atual crescimento da audiência da internet móvel, na área de TI, os sistemas operacionais existentes e de maior presença em dispositivos móveis eram o Palm OS, Windows Mobile e Symbiam OS, para citar alguns exemplos. Empresas como o Google, acompanhando o aumento da participação da mobilidade tanto em relação ao aparecimento de novos gadgets (dispositivos eletrônicos portáteis) quanto à produção de conteúdo para rodar nestas plataformas, desenvolveu então seu próprio sistema operacional, o Android. O mercado de publicidade tem também traçado estratégias voltadas à exploração do marketing móvel como forma de atingir um maior número de pessoas com o objetivo de divulgar produtos ou serviços através de mensagens SMS. Uma outra tendência semelhante a esta são os serviços baseados em localização (Location Based Services). O surgimento de tecnologias capazes de fornecer a localização exata de um dispositivo móvel (celulares e navegadores GPS) abriram também espaço para novos negócios. Dentre ele está o geomarketing, espécie de publicidade baseada na localização do consumidor, tornando a propaganda mais útil e eficiente com a oferta de descontos e sugestões de pontos de interesse em locais próximos à localização atual do usuário. A mobilidade contribuiu também para o aparecimento de redes sociais baseadas na localização do usuário, dentre alguns exemplos: Gipsii (http://www.gypsii.com) e FourSquare (http://foursquare.com/).

Figura 6: Motivações para transformações M-Business Fonte: Tsai e Gururajan, 2007. Pela figura 6 acima, pode-se perceber o conjunto estrutural de requisitos e necessidades que convergem para as transformações e evolução de processos de negócio para modelos aplicados em mobilidade. No campo operacional, a cadeia de valor é apresentada sob a forma de ações que vão desde a agilidade dos processos de negócio até melhoria do atendimento ao cliente de forma mais eficiente e com menor custo. Os serviços prestados e postos ao alcance do cliente dão a este uma maior liberdade de conveniência, flexibilidade e acessibilidade (TSAI; GURURAJAN, 2007). Esta liberdade é oferecida tanto a clientes externos (consumidores) quanto aos internos (empregados) que em algum momento nas interações dentro da cadeia de valor também se tornam consumidores. Essa conveniência e flexibilidade é a intenção de reduzir o trabalho físico deste público lhes oferecendo soluções móveis. A inovação se dá então na reengenharia do negócio antes focado tão somente no cliente para a ampliação deste foco passando também a contemplar os empregados, fornecedores e parceiros de negócios, todos ligados em torno de uma

cadeia (B2B e B2C) móvel. Isso torna o negócio mais dinâmico e capaz de responder às demandas mais rapidamente. 2.4 Ferramentas para a construção de aplicações M-Business De uma forma geral, toda a cadeia M-Business é composta por players (leia-se, participantes da cadeia) que fazem uso de arquiteturas e/ou estruturas de comunicação já existentes e em evolução aliados aos dispositivos móveis que são os mecanismos que, através delas, permitem que as conexões e interações em rede sem fio aconteçam. São numerosas as soluções baseadas em novas tecnologias de comunicação, tanto do ponto de vista de hardware quanto de software. Invariavelmente novas tecnologias também são projetadas para a consecução dos objetivos da comunicação wireless, tais como as comunicações pelas redes de telefonia celular (3G e 4G), a tecnologia Bluetooth e Wimax, que exemplos de tecnologias de suporte à comunicação. Figura 7: Cadeia de valor do M-Business. Fonte: Universidade de Hannover, 2010.

A cadeia de valor definida pela figura 7 demonstra no contexto de hardware e software os recursos sob os quais podem ser implementadas soluções M-Business. Optou-se aqui por fazer referência às estruturas dispostas na figura acima como recursos e não como ferramentas, pois estas não se apresentarem como algo que possa ser pensado e projetado através de frameworks, e sim, integrados sob a forma de conjuntos de recursos (redes, aplicações, serviços, infraestrutura, internet) que geram soluções.

3 O M-Business como Diferencial Competitivo A proliferação e o uso indiscriminado de dispositivos móveis são amplamente reconhecidos como um das tendências tecnológicas mais importantes da atualidade. Os avanços tecnológicos em computação móvel estão permitindo que em qualquer lugar o acesso a importantes informações por profissionais de negócios e clientes seja possível sem a limitação imposta por modelos centrados no PC. M- Business é o novo E-Business e suas implicações no universo das empresas, consumidores e sociedade. Segundo Evans (2002), a capacidade de alavancagem de negócios no modelo M-Business pode extrair informações importantes dos núcleos de venda, marketing e atendimento ao cliente, de modo que estes se tornem de fundamental importância para uma empresa tornar-se ágil. O M-Business apresenta uma oportunidade de aumento da agilidade dos negócios em toda a sua amplitude, do núcleo às extremidades, conectando a gestão com empregados, clientes, fornecedores e parceiros de negócio. 3.1 Do E-Business ao M-Business Como foi discutido anteriormente, o M-Business não se apresenta como substituto do E-Business, e sim, como uma evolução deste no sentido de se adotar um novo posicionamento estratégico em relação aos processos de negócio de uma organização, de modo a adaptar-se às demandas e oportunidades de expansão e exploração de novos mercados baseados em mobilidade. Os negócios com mobilidade ganham uma importante característica ao migrarem para uma plataforma mais portátil, conferindo uma maior personalização dos serviços ofertados e mais independência e comodidade ao usuário, que não precisa se dirigir a pontos específicos a fim de executar alguma ação eletrônica (SEBRAE, 2009). Com o avanço da tecnologia da informação e comunicação (TIC) ampliouse os horizontes para novos tipos de mercados eletrônicos. Esses mercados se apresentam sob a forma de negócios que giram em torno do universo dos

dispositivos móveis, tais como: celulares, smartphones, pda s e laptops. Os negócios eletrônicos foram migrando para estas plataformas pela massificação e disponibilidade destas tecnologias, especialmente a dos telefones celulares. O diferencial competitivo, segundo Evans (2002), está na agilidade que estes dispositivos podem trazer às interações entre a empresa e seus clientes, empregados, fornecedores e parceiros de negócios. A capacidade de alavancagem de negócios trazidas pelo modelo M-Business pode extrair importantes informações, de forma rápida e precisa desde o núcleo do negócio até as suas relações externas, permitindo assim um maior dinamismo na área de vendas, marketing e atendimento ao cliente. Um exemplo desse dinamismo é a oportunidade de viabilizar ao cliente a flexibilidade de poder consultar um catálogo de produtos da empresa pela tela do celular e, da mesma forma, comprar os produtos de seu interesse. Por outro lado, os vendedores de campo, responsáveis por vendas externas, podem, munidos de pda s, ter acesso direto aos sistemas da empresa de modo a fechar negócios com promoções disponíveis em tempo real. Além disso, o modelo de estratégias de marketing de produtos ou serviços pode ser apresentado aos clientes através do recebimento de mensagens de texto (SMS). As interações podem se dar de forma mais rápida pelo suporte de tecnologias móveis. Um exemplo disso é um case da Kim Pães, fabricante que concentra 12% do mercado de pães embalados no estado de São Paulo, quarta maior empresa do setor na região. O sistema anteriormente usado pela empresa estava defasado em relação aos processos que deviam ser adotados para o alcance de metas. A solução encontrada foi a de modernizar e ampliar a eficiência da distribuição de pães embalados usando de um sistema móvel útil para a força de vendas, fazendo a transmissão remota de pedidos à matriz. Com este serviço, aumentou-se o número de vendas, concretizadas com até 40 clientes por dia, ante a média anterior que era de 15 clientes, registrando-se uma alta de 35% no faturamento, dos quais, 20% foram atribuídos à solução de mobilidade (CONVERGÊNCIA DIGITAL, 2010). Outra frente de atuação do modelo M-Business são os M-Services, ou seja, os serviços móveis, em especial os M-Payments (pagamentos móveis). As tecnologias móveis contribuíram também para a mudança no que diz respeito a

novas formas de se efetuar transações de pagamentos. O E-Business introduziu no mercado o conceito de que os pagamentos poderiam ser efetivados pela simples troca de informações entre as partes no comércio eletrônico (E-Payments). A evolução deste tipo de operação, baseada agora em dispositivos móveis, deu origem ao M-Payment. As formas de pagamento se dão pelo acesso sem fio, em tempo real, em qualquer lugar e a qualquer hora, para compra de serviços e/ou mercadorias físicas e digitais (MOURA, 2005). A cadeia de valor do M-Business traz para este ambiente de interação os seguintes players de negócio, de modo a prover a arquitetura de serviço necessária ao suporte do modelo de pagamentos móveis, são eles: os bancos, empresas operadoras de cartões de crédito e operadoras de telefonia móvel. Exemplificado de forma gráfica, segundo Dahlberg et al (2007), esta cadeia de valor de apresenta na forma da figura 8 a seguir: Figura 8: Partes potenciais na cadeia de valor de um serviço m-payment. Fonte: DAHLBERG et al, 2007. O celular ou smartphone apresentam-se como uma nova oportunidade muito lucrativa para comerciantes e prestadores de serviços, uma vez que estes tipos de aparelhos estão bastante massificados entre os usuários. Eles podem ser usados para transações que envolvem uma variedade de cenários de pagamento, tais como o pagamento de conteúdo digital, notícias, bilhetes de concertos ou vôos, taxas de estacionamento ou táxi (DAHLBERG et al, 2007). A figura 9 abaixo demonstra este tipo de arquitetura:

Figura 9: Estrutura básica de m-payment. Fonte: KRUEGER apud MOURA, 2005. Interpretando a figura anterior com base nas teorias de Moura (2005), sabe-se que a imagem demonstra a arquitetura deste tipo de pagamento, segundo o qual funciona da seguinte forma: o comprador dispõe um número definido de maneiras sob as quais pode ser cobrado o valor referente a sua compra de modo que este valor seja repassado ao comerciante/vendedor. Outra corrente que tem apresentado considerável nível de crescimento dentro do modelo de M-Business são os serviços de mensageria. Atualmente, as mensagens de texto estão apresentam-se como um ótimo canal de comunicação com clientes e parceiros de negócios. (ITU apud VIEIRA; PILLATT, 2010). As mensagens SMS têm permitido uma maior interatividade entre serviços e aplicações já existentes e passaram a oferecer a oportunidade de criação de novos serviços de valor agregado. O setor corporativo tem usado este de tipo de funcionalidade de enviar mensagens aos clientes em serviços como cobrança, confirmação de ordem de pagamento, alertas, pesquisas de satisfação, ou até para a confirmação de recebimento de mercadoria. Algumas características dos serviços de mensagens SMS são a otimização de tempo, uma vez que não há barreiras à efetivação da comunicação, que é direta ao cliente, no seu dispositivo móvel pessoal; o estreitamento do relacionamento com o cliente, uma vez que este serviço lhe dá a percepção de que a empresa está mais próxima e acessível; a redução de custos, comparando-se a métodos convencionais de comunicação escrita e

endereça ao cliente através do serviço dos correios que, por vezes, chega com atraso. Iniciativas públicas também adotaram o uso de mensagens SMS como forma de contribuir na entrega de serviços ao cidadão e universalizar o atendimento, dentre os casos, está o governo do estado do Paraná, que implantou um serviço de alerta aos agentes de produção cafeeira, tais como produtores, técnicos agrícolas, funcionários de prefeituras e outros interessados, que são avisados com até 48 horas de antecedência sobre a ocorrência de geadas (SIMEÃO; CUNHA, 2004). O marketing móvel (mobile marketing) é uma outra forma de divulgação de produtos e serviços vislumbrada pelas empresas no sentido de fazer propaganda de forma mais personalizada, conveniente, rápida e privada (NASCIMENTO, 2008). Estas ações de marketing não se limitam tão-somente à divulgação da marca, buscando por outro lado, a interação com o público consumidor por meio de seus dispositivos móveis. O serviço de mensagens SMS, segundo Silveira, Resende e Scandelari (2005), mostrou-se como grande fator de diferencial competitivo quando aplicado, por exemplo, no ambiente de cooperativa agrícola, possibilitando que seus cooperados tomassem conhecimento de informações em tempo hábil que lhes permitissem uma tomada de decisão mais ágil e segura. Nos casos mencionados torna-se visível a contribuição diferenciada do M- Business no atendimento de necessidades e na resolução de problemas que, de outro modo, principalmente embasado em modelos estáticos, não seriam solucionados com a mesma rapidez e facilidade com que modelos de comunicação móvel podem fazê-lo. 3.2 Estudos de Caso sobre M-Business Existem vários tipos de modelos de negócio dentro do escopo do modelo M-Business que são possíveis de serem explorados como incremento às atuais soluções de E-Business existentes. Além disso, também é grande o número de aplicações construídas para dar suporte a soluções baseadas em mobilidade, tais como:

Um sistema de localização de objetos, podendo, por outro lado, também ser aplicado para localização e monitoramento de veículos de carga, localização de pessoas e/ou outros bens. Segundo Vit et al (2000), o sistema funciona conforme o esquema mostrado na figura 10: Um receptor GPS coleta as informações enviadas por satélite e as transfere através de uma conexão bluetooth ao dispositivo móvel que, neste caso, é um telefone celular onde a aplicação está instalada, após esta etapa os dados são transferidos a um servidor. As informações sobre a localização do objeto são exibidas ao usuário através de uma interface WEB, sob a forma de mapas (Google Maps). Figura 10: Esquema de funcionamento do Sistema Localizador de Objetos (SLO) Fonte: Vit et al, 2000. Outro exemplo é sistema de controle automotivo através de mensagens de texto SMS enviadas a um microcontrolador instalado no veículo. Este sistema

é baseado na execução de ações como habilitar e desabilitar o alarme, travar e destravar as portas, abrir e fechar vidros (ARTHUR et al, 2007). Um modem GSM funciona como elo de comunicação entre o microcontrolador e um telefone celular. O microcontrolador recebe as mensagens de forma codificada, de modo a permitir o reconhecimento de qual ação deve ser executada. A figura 11 demonstra o esquema básico de funcionamento do sistema: Figura 11: Arquitetura básica do sistema. Fonte: Arthur et al, 2007. Sistema de acesso via dispositivo móvel para relacionamento entre 1.400 associados e a cooperativa COTRIJUC Ltda de Júlio de Castilhos-RS. Este sistema se baseia, segundo Quadro (2005), na possibilidade de cada cooperado obter informações acerca de sua movimentação financeira dentro da cooperativa que inclui, após a autenticação do usuário, itens como: contacorrente, cotações, notícias, promoções, saldos de grãos e ajuda, conforme pode ser observado na figura abaixo:

Figura 12: Menu principal do sistema. Fonte: Quadro, 2005. No próximo capítulo será abordado o projeto de implementação de um sistema de envio de mensagens SMS integrado ao banco de dados da Biblioteca da Faculdade de Balsas.

4 Aplicação M-Business para a biblioteca da Faculdade de Balsas 4.1 O Problema A Biblioteca da Faculdade de Balsas possui sistema de controle de empréstimos de livros disponibilizado ao público usuário da faculdade, o TOTVS Gestão Bibliotecária. Aos usuários é permitido tomar por empréstimo até 3 (livros). O acadêmico tem até 7 (sete) dias para entregar os livros retirados sendo que, a partir do 8º dia, será cobrado multa diária de R$ 3 reais por cada livro entregue com atraso. Invariavelmente os livros tomados por empréstimos são devolvidos com atraso gerando, além dos encargos devidos, o desconforto do público usuário em face dos desembolsos. Este regra foi definida no sentido de garantir que todos os usuários possam ser atendidos, ou seja, terem à sua disposição os livros de seu interesse, de modo que isto não fosse prejudicado pela não entrega de livros tempestivamente. 4.2 O sistema de envio de mensagens de texto Após a identificação dessa situação e com base nas discussões feitas anteriormente sobre soluções M-Business, este trabalho propõe a implementação de um sistema de envio de mensagens de texto (SMS) como canal de comunicação entre a Biblioteca da Faculdade de Balsas e seus usuários no sentido de informá-los acerca da iminência da data de entrega de livros eventualmente tomados por empréstimo, evitando o pagamento de multas e contribuindo com a manutenção do atendimento de forma mais ampla. Este tipo de solução intermediada por SMS foi adotada pelo fato de que alguns dispositivos móveis, principalmente o celular, estão bastante massificados de uma forma geral e, especificamente, também de forma igual dentro do universo de público para o qual esta aplicação está voltada. O sistema atual de empréstimos funciona conforme especificado na figura 13, que demonstra um diagrama de caso de uso de funcionamento do serviço. A representação de um caso de uso, assim como sua representação em forma de diagrama, é uma técnica de engenharia de software junto com UML (Unified Modeling Language), isto é, linguagem unificada de modelagem, aplicadas ao desenvolvimento orientado a objetos na definição de modelos gráficos que

representam diversas perspectivas de um sistema. Um modelo de caso de uso é uma forma de representar as funcionalidades externamente observáveis do sistema e dos elementos externos que interagem com ele (BEZERRA, 2007). Figura 13: Diagrama de caso de uso do processo de empréstimo. Neste modelo são identificados os três atores principais do contexto: o usuário, o bibliotecário e o sistema. Além disso, especifica-se também os relacionamentos e comunicações que fazem entre si. Com base no modelo descrito acima, a solução proposta pela nova funcionalidade de envio de mensagens não implicará na adição de nenhum módulo extra diretamente no sistema que se encontra em produção, e sim, na construção de um outro sistema que trabalhará em paralelo com o que já existe, usando dos dados armazenados por este para execução de sua ação. Os dados referentes às operações de empréstimo gravados em banco de dados serão acessados pelo novo sistema que, de posse deles, respeitando as regras explicitamente descritas em seus requisitos, enviará as mensagens aos usuários cuja situação seja passível de execução. Um resumo do fluxo de operação do sistema é o descrito a seguir: No sistema estará pré-definido que, em determinado horário do dia (mas que poderá ser livremente alterado pelo bibliotecário), diariamente serão disparadas mensagens aos celulares dos usuários passíveis de entregar livros e que até o último dia de entrega ainda não os tenham devolvido.

O sistema fará uma busca no banco de dados alimentado com os dados dos empréstimos que são feitos regularmente à procura de casos que se enquadrem no que descreve o item anterior. Obtendo este resultado, que conterá apenas os números de telefones celulares abrangidos pela regra, disparará as mensagens. abaixo: O fluxo descrito acima pode ser mais bem visualizado através da figura 14 O modelo acima descreve todo o fluxo de comunicação no envio de uma mensagem até atingir seu destinatário final. O ponto inicial se dá no servidor central da faculdade, onde estará instalada a aplicação. Esta aplicação foi construída sob a tecnologia Java (ORACLE, 2010). Uma das principais características da linguagem Java é a sua portabilidade, ou seja, sistemas escritos nesta linguagem podem ser executados sob qualquer plataforma de sistema operacional: Windows, Linux, Mac OS, dentre outros. Neste sentido, independente de eventuais mudanças futuras na estrutura de sistema operacional dos servidores do núcleo de tecnologia da informação da faculdade, o sistema ainda poderá ser executado normalmente.

2010): Java apresenta ainda as características descritas abaixo (Cin UFPE, Linguagem concisa e simples: não contém redundância e é fácil de entender, implementar e usar. Orientação a objetos: suporta os principais conceitos de orientação a objetos. Favorece extensibilidade e reusabilidade. Provê acesso a internet: contém bibliotecas especiais que possibilitam o trabalho com protocolos de comunicação como TCP/IP, HTTP e FTP. Robustez: fortemente tipada, os programas são confiáveis e reduzem imprevistos em tempo de execução. Concorrência: suporta programação concorrente como rotinas multithread. A interface do sistema é representada pela figuras 15, 16 e 17 abaixo, dada a funcionalidade básica para a qual o sistema foi projetado, este apresenta apenas as funções de configuração do dia e horário de envio e alteração do texto padrão das mensagens. Figura 15: Tela inicial do sistema.

Figura 16: Configuração de horário de envio. Figura 17: Mensagem padrão. A figura 16 apresenta a tela com a funcionalidade de definição dos dias e horários de envio de mensagens. Este requisito do sistema foi implementado com o uso da API Quartz (QUARTZ, 2010). Este requisito comprometeria a funcionalidade do sistema se, para executar diariamente a tarefa de busca no banco de dados da faculdade por alunos e/ou professores passíveis de receber mensagens, o administrador do sistema tivesse de fazê-lo manualmente. Assim, Quartz atende este requisito por oferecer uma biblioteca capaz de tornar simples o trabalho de agendamento da execução automática de tarefas. Sistemas que possuem rotinas que devem ser executadas em intervalos de tempo pré-definidos ou em horários específicos podem fazer uso dos recursos da

API Quartz para atender a estes requisitos. Este agendamento de tarefas ou job scheduling baseia-se em três conceitos fundamentais: job (tarefa), trigger (gatilho) e scheluder (agendador). A interface Job representa a tarefa propriamente dita. Em Java, interfaces são estruturas similares às classes contendo apenas a especificação da funcionalidade que uma classe deve conter, sem determinar como esta funcionalidade deve ser implementada (RICARTE, 2001). Programaticamente, todo o código que estiver descrito dentro do método execute da classe ConnectionJob que implementa a interface Job será executado. Neste método está encapsulada toda a lógica da tarefa. No contexto do sistema de envio de mensagens SMS, o código da aplicação, ou seja, a tarefa ou job criada para execução conforme as regras previamente estabelecidas é o descrito na listagem 1:

Uma vez que a tarefa está codificada, é preciso criar o agendador (scheduler). Para isso utiliza-se uma fábrica representada pela classe StdSchedulerFactory que cria uma instância de agendador a partir das propriedades descritas no arquivo quartz.properties.este arquivo de propriedades encontra-se compactado dentro do arquivo JAR (quartz-1.8.0) após o download dos fontes do framework. A listagem abaixo demonstra algumas destas propriedades: org.quartz.scheduler.instancename = DefaultQuartzScheduler org.quartz.scheduler.rmi.export = false org.quartz.scheduler.rmi.proxy = false org.quartz.scheduler.wrapjobexecutioninusertransaction = false org.quartz.threadpool.class = org.quartz.simpl.simplethreadpool org.quartz.threadpool.threadcount = 10 org.quartz.threadpool.threadpriority = 5 org.quartz.threadpool.threadsinheritcontextclassloaderofinitializingthread = true org.quartz.jobstore.misfirethreshold = 60000 org.quartz.jobstore.class = org.quartz.simpl.ramjobstore Percebe-se pela listagem acima que é possível a alteração de algumas propriedades da fábrica tais como controle e acessos remotos através de chamadas RMI (Remote Method Invokation), que é uma API Java com a característica de permitir a interação remota entre objetos que estejam executando em máquinas diferentes conectadas em rede. Por padrão, Quartz permite definir o número de tarefas que podem ser executadas ao mesmo tempo através de threads, onde, para isso, a propriedade threadcount é definida inicialmente como o valor 10. O estado das tarefas é mantido em memória, o que pode ser perdido em situações que impliquem em falha ou reinicio do sistema. Essa propriedade é descrita pela chave org.quartz.simpl.ramjobstore do arquivo quart.properties. Para manter este estado e evitar a não execução de tarefas, Quartz oferece a funcionalidade de que estes estados sejam salvos em banco de dados. Esta configuração deve utilizar alguma das classes de persistência de dados baseadas em JDBC (Java Database Connectivity): JDBCJobStoreTX ou JDBCJobStoreCMP. Como foi descrito anteriormente, Java possui considerável número de recursos que dão a linguagem mais versatilidade, em que JDBC é mais um deles, permitido que

programas escritos nesta linguagem possam interagir de forma simples com qualquer banco de dados relacional manipulando instruções SQL. O agendador que é criado pela fábrica StdSchedulerFactory pode ser iniciado, colocado em modo stand-by ou desligado, por meio dos métodos start(), standby() ou shutdown() respectivamente. Junto com as configurações do agendador é criada a classe JobDetail. Esta classe recebe como parâmetros inicialmente o nome da tarefa que está sendo executada, o grupo ao qual ela pertence e a classe que estende da interface Job, que é a tarefa em si. O nome da tarefa é útil em situações em que o sistema dispõe de vários tipos que são executadas para casos diferentes, de modo que o desenvolvedor possa identificar para qual trabalho ela foi planejada, criando categorias de tarefas, inclusive por grupos, representado pelo segundo parâmetro. Por fim, o terceiro parâmetro indica a classe que contém a tarefa a ser disparada. Esta linha de código, JobDetail detail = new JobDetail( Job 1, Scheduler. DEFAULT_GROUP, ConnectionJob.class ), demonstra a criação de um objeto JobDetail. A listagem abaixo demonstra a lógica de implementação da classe do agendador de tarefas:

Outro conceito muito importante na implementação do agendador são os chamados Triggers (gatilhos). Quartz oferece duas formas de se trabalhar com triggers através das classes SimpleTrigger e CronTrigger. SimpleTrigger é uma classe que atende às necessidades do programador quando estas implicam em executar um trabalho exatamente uma vez em dado momento no tempo, ou em determinado momento seguido de intervalos de repetição. Um exemplo de instanciação de um objeto SimpleTrigger pode ser percebido pela trecho de código abaixo (método construtor): public SimpleTrigger(String name, String group, Date starttime, Date endtime, int repeatcount, long repeatinterval) Pode-se perceber que para um objeto SimpleTrigger é definido inicialmente um nome, o grupo a que pertence, um tempo de início e de término, uma contagem de repetição e um intervalo de repetição. De forma mais clara, os trechos de código abaixo exemplificam melhor alguns tipos de configurações atribuídas a este tipo de objeto: long starttime = System.currentTimeMillis() + 10000L; SimpleTrigger trigger = new SimpleTrigger("myTrigger", null, new Date(startTime), null, 0, 0L); O trecho de código acima define um objeto trigger que dispara exatamente uma vez de imediato. O tempo de início é definido pela hora do sistema capturada antes da criação do objeto.

SimpleTrigger trigger = new SimpleTrigger("myTrigger", null, new Date(), null, SimpleTrigger.REPEAT_INDEFINITELY, 60L * 1000L); O trecho acima cria um trigger que dispara imediatamente e que se repete a cada 60 segundos, sempre. De outra forma, existem os objetos da classe CronTrigger. Esta classe é mais frequentemente usada em relação à classe SimpleTrigger pelo fato de prover a funcionalidade de se configurar triggers com base em noções de calendário, em vez de tão-somente especificar intervalos de execução entre dois espaços de tempo com intervalos de repetição. Com a classe CronTrigger, pode-se especificar horários de disparo de tarefas em situações do tipo: toda sexta-feira ao meio-dia; todos os dias úteis às 9h30; a cada 5 minutos entre 09h00 e 10h00 em todas as segundas, quartas e sextas-feiras. em determinado dia do mês do ano x, y, ou z. As possibilidades de agendamento são maiores e mais flexíveis em comparação com a classe SimpleTrigger. Isso é possível pela adoção de um recurso chamado Cron Expressions, que são a configuração do cronograma de execução de objetos da classe CronTigger, ou seja, são declarações em forma de Strings Java separadas por um espaço, como por exemplo: ( "0 0 12? * WED" ). Cada indicação separada por um espaço, da esquerda para a direita, entre as aspas, representa uma unidade de tempo como se pode observar pela próxima tabela:

Mais detalhadamente, uma CronExpression contém as seguintes subdivisões conforme a tabela a seguir, especificando cada um de seus campos: Seconds Minutes Hours Day of Month Month Day of Week Year 0 0 12 * *? O ano é um item que pode ser ou não especificado na string Java. Uma vez que não for informado, subentende-se que os disparos ocorrerão em todos os anos. Dentro das expressões podem conter intervalos ou listas. A tabela de exemplos de expressões demonstra, por exemplo, o intervalo MON-FRI, o que significa de segunda à sexta-feira. Uma outra alternativa, por sua vez, é a especificação direta dos dias em que as ações deverão ser executadas: MON, WED, FRI. O caractere * é usado para especificar todo valor possível para este campo. Os meses podem ser especificados no intervalo entre 0 e 11, assim como através das strings JAN, FEB, MAR, APR, MAY, JUN, JUL, AUG, SEP, OCT, NOV e DEC. Os dias da semana são definidos pelo intervalo entre 1 e 7, sendo que o domingo é igual ao valor 1. Da mesma forma, os dias da semana também podem ser especificados pelas strings SUN, MON, TUE, WED, THU, FRI e SAT. O caractere / define os incrementos entre intervalos de tempo. Por exemplo, se o intervalo 0/15 for usado, a tarefa será executada de 15 em 15 minutos começando no minuto zero.

O caractere? é permitido para o dia do mês e dias da semana. Ele é usado para informar que nenhum valor específico foi definido no campo. Isso é útil quando se precisa especificar algo em um dos dois campos, mas não em ambos. O caractere L é permitido para o campo dia do mês e dia da semana. Este caractere é uma abreviatura para LAST, do inglês, passado, mas tem um significado diferente em cada um dos dois campos. Por exemplo, o valor de "L" no campo dias do mês significa o último dia do mês ( 0 15 10 L *? ): dia 31 de janeiro ou 28 de fevereiro em anos não-bissextos. Se usado no campo dia da semana significa simplesmente "7" ou "SAT". Em caso de ser utilizado no campo dia da semana juntamente com algum outro valor ( 0 15 10? * 6L ), significa o último dia da semana (no intervalo de segunda à sexta-feira) de todos os meses ou de meses eventualmente determinados. Ao usar a opção L, é importante não especificar listas ou intervalos de valores, para não se obter resultados confusos. O caractere "#" é usado para especificar o enésimo dia da semana no mês. Por exemplo, o valor de "6#3" ou "FRI#3" no campo dia da semana significa "a terceira sexta-feira de cada mês". Por essas características de flexibilidade na configuração de horários de agendamento, percebe-se sua melhor funcionalidade se comparado à classe SimpleTrigger. No projeto de sistema em questão foi adotada a classe CronTrigger, uma vez que se pode alterar livremente suas configurações, contribuindo para o atendimento posterior de eventuais mudanças futuras nos requisitos do sistema. 4.3 O SMS Gateway Após a construção de algumas funcionalidades lógicas do sistema e definição das configurações básicas da API Quartz no agendamento de tarefas, passou-se aos detalhes de estabelecer a forma de envio das mensagens. Uma das formas de envio pesquisadas foi o uso de dispositivo móvel conectado via interface USB diretamente no servidor central da faculdade, onde estaria instalada a aplicação. Entretanto, optou-se pela facilidade de uso e integração em usar um gateway SMS. Um gateway funciona como elo que liga a aplicação aos centros de SMS das operadoras dispensando o conhecimento das arquiteturas de comunicação com aquelas e delimitando este escopo tão-somente à

conexão com o gateway. Desta forma, dispensa-se o recurso extra de usar algum dispositivo móvel como canal de envio (saída) de mensagens. Existe uma variedade de serviços no modelo SMS gateway dentre os quais está o da Clickatell, escolhida para ser usada neste projeto de sistemas de mensagens. Assim como os demais serviços, a Clickatell oferece um serviço de SMS gateway que permite o envio de mensagens para vários países, dentre eles o Brasil, de forma simples, através da integração de aplicações próprias que se comunicam com seus servidores. A Clickatell oferece uma lista de API s de fácil integração que permitem que quaisquer aplicações, sejam elas WEB ou desktop, escritas sob as mais conhecidas plataformas de linguagem de programação, possam se comunicar com seus servidores. As opções de conectividade da Clickatell são as descritas abaixo: HTTP/S Esta forma de comunicação se dá pelo uso do protocolo HTTP que faz a transferência de dados sob uma camada de segurança, normalmente o SSL (Secure Socket Layer). Este foi o tipo de comunicação escolhido e implementado dentro da lógica de envio do sistema em questão. O sistema simplesmente faz uma requisição HTTP através da URL de conexão do servidor: http://api.clicatell.com/http/sendmsg?user=xxxxx&password=xxxxx& api_id=xxxxx&to=448311234567&text=meet+me+at+home. Para fazer uso tanto desta quanto das demais formas de comunicação é necessário cadastrar-se junto ao website da Clickatell. Após isso, serão fornecidas algumas informações de autenticação que serão transmitidas na URL de conexão, são elas: usuário, senha e ID. Ainda na URL são transmitidos também o número do dispositivo móvel para o qual a mensagem de texto será entregue e a mensagem propriamente dita. O número do dispositivo móvel deve seguir o seguinte modelo: primeiramente o número do país para o qual a mensagem será enviada, o que no caso do Brasil é o número 55, o DDD seguido do número do telefone sem caracteres como parênteses ou traços (apenas números). FTP A conexão por FTP despacha alto volume de mensagens. É particularmente útil para processamento em lote a partir de sistemas legados.

As mensagens são enviadas ao servidor FTP, e enviadas instantaneamente. A Clickatell cria um arquivo de registro com histórico na pasta do usuário de FTP com os detalhes da situação de todas as mensagens enviadas. Nesta forma de comunicação basta criar um arquivo de texto informando os seguintes dados: api_id, user, password, to, text. Após isso, acessar o endereço ftp://ftpupload.clickatell.com e copiar o arquivo-texto para a pasta do usuário. As mensagens serão enviadas automaticamente. SMPP - (Short Message Peer-to-peer Protocol) - é um protocolo para troca de mensagens SMS entre entidades SMS como centros SMS de operadoras. O protocolo requer uma conexão dedicada e é comumente usado por serviços que enviam mensagens em massa, como servidores de envio de notícias por SMS. XML Dados transmitidos via XML tornam simples a integração com sistemas legados. Proporcionam excelente interoperabilidade entre sistemas heterogêneos e, é claro, independem de linguagem. A URL de conexão é a seguinte: http://api.clickatell.com/xml/xml?data=<clickapi><sendmsg><api_id>1</api_id >s<user>demo</user><password>demo</password><to>448311234567</to> <text>meet me outside</text><from>me</from></sendmsg></clickapi>. SOAP Simple Object Access Protocol, é um protocolo de definição de informação que é utilizado para intercâmbio de dados estruturados entre máquinas em um ambiente distribuído. SOAP utiliza o padrão XML para especificação do conteúdo das informações de cada mensagem a ser transmitida entre aplicações remotas (W3, 2010). A comunicação com o servidor Clickatell neste modelo se dá através do XML Schema abaixo, incluindo os mesmos dados de autenticação do usuário descritos nos modelos anteriores: <?xml version="1.0" encoding="iso-8859-1"?> <SOAP-ENV:Envelope SOAP- ENV:encodingStyle="http://schemas.xmlsoap.org/soap/encoding/" xmlns:soap- ENV="http://schemas.xmlsoap.org/soap/envelope/" xmlns:xsd="http://www.w3.org/2001/xmlschema" xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/xmlschema-instance" xmlns:soap-

ENC="http://schemas.xmlsoap.org/soap/encoding/" xmlns:tns="soap.clickatell.com"> <SOAP-ENV:Body> <tns:sendmsg xmlns:tns="soap.clickatell.com"> <session_id xsi:nil="true" xsi:type="xsd:string"/> <api_id xsi:type="xsd:int">1234</api_id> <user xsi:type="xsd:string">demo</user> <password xsi:type="xsd:string">demo</password> <to xsi:type="soap-enc:array" SOAP-ENC:arrayType="xsd:string[2]"> <item xsi:type="xsd:string">2799912345</item> <item xsi:type="xsd:string">27999123134</item> </to> <from xsi:type="xsd:string">me</from> <text xsi:type="xsd:string">initial test message</text> <concat xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <deliv_ack xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <callback xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <deliv_time xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <max_credits xsi:nil="true" xsi:type="xsd:float"/> <req_feat xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <queue xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <escalate xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <mo xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <climsgid xsi:nil="true" xsi:type="xsd:string"/> <unicode xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> <msg_type xsi:nil="true" xsi:type="xsd:string"/> <udh xsi:nil="true" xsi:type="xsd:string"/> <data xsi:nil="true" xsi:type="xsd:string"/> <validity xsi:nil="true" xsi:type="xsd:int"/> </tns:sendmsg> </SOAP-ENV:Body> </SOAP-ENV:Envelope> COM OBJECT API - Se usuário está se conectando a partir de um ambiente de programação baseado em Windows, poderá usar a interface COM, que é um acrônimo para Component Object Model. Modelo de programação Microsoft orientada a objetos que define como os objetos interagem em um único processo ou entre processos. Através de COM, os clientes têm acesso a um objeto através de interfaces implementadas no objeto (MICROSOFT, 2010). Objetos COM tornam simples a integração de serviços SMS com páginas escritas em ASP (Active Server Pages).

Além das API s descritas acima, o gateway Clickatell oferece ainda alternativa de conexão com seus servidores por meio de scripts em linguagens como PHP, VB.NET, VBScript, Cold Fusion, C# e Oracle. Com o uso de gateway, simplifica-se o desenvolvimento de rotinas de programação que seriam voltadas aos detalhes específicos de conexão com os centros de SMS de cada operadora para as quais as mensagens seriam encaminhadas, centralizando os esforços apenas no gateway. Este, por sua vez, conforme sua arquitetura, encarrega-se de fazer a interface com as operadoras, onde, através destas, as mensagens são entregues aos destinatários finais. Os custos do serviço são também centralizados apenas no gateway, sem a necessidade de fechamento de pacotes de mensagens SMS com cada operadora em separado. Os preços praticados pelo gateway Clickatell são os descritos na tabela abaixo: