Estudos de Coorte FACIMED 2012.1 Investigação científica II 5º período Professora Gracian Li Pereira
Estudo de coorte Delineamento de estudo em que determinado grupo de pessoas, com características definidas, são seguidos por um período de tempo para determinar a incidência de um desfecho.
Estudo de coorte x caso-controle A escolha dos sujeitos é orientada pelo FATOR DE RISCO!!!
História do delineamento Termo introduzido por Frost em 1935, definido como o estudo para comparar o desenvolvimento de doenças em pessoas nascidas em períodos diferentes de tempo (coortes de gerações). Coorte de Frost: incidência de tuberculose por sexo. Doll e Hill e o câncer de pulmão em médicos britânicos.
Coortes notáveis Estudo Framingham: Estudo sobre doença cardiovascular hipertensiva e aterosclerótica. Iniciado em 1948 na cidade de Framingham, Massachussets, EUA, com 5.209 participantes. Esclareceu o papel do exercício físico, dieta e medicamentos comuns como a aspirina na doença cardiovascular. Mais de 1.000 artigos escritos com essa coorte. Primeiro uso do termo fator de risco. Escala Framingham de risco (http://hp2010.nhlbihin.net/atpiii/calculator.asp) Estudos similares: Busselton Health Study, China-Cornell- Oxford Project.
Coortes notáveis Estudo dos médicos britânicos: Doll e Hill derivaram do caso-controle que pesquisava a relação de tabagismo e câncer de pulmão. Coorte de todos os médicos cadastrados no Registro Médico Britânico até o final de 1951. Papel do tabagismo em vários tipos de cânceres, doença cardiovascular, DPOC, úlcera péptica e tuberculose.
Coortes notáveis Estudo Life Span: Iniciado em 1948 com os sobreviventes das bombas atômicas classificados pela distância do ponto zero e presença ou não dos efeitos agudos de intoxicação por radiação. Risco aumentado de leucemia, catarata e retardo mental nos pesadamente expostos intra-útero foi identificado imediatamente. Bomba H em 1954. Dados gerais sobre efeitos quantitativos e qualitativos da exposição a raios gama e raios X.
Coortes notáveis Estudo de espondilite anquilosante: Iniciado em 1955 com pacientes tratando espondilite anquilosante com radiação para pesquisar a relação entre radiação e leucemia.
Escolhendo a população Todos os participantes devem estar sob risco de desenvolver o desfecho. Controles devem ter exposição a todos os outros fatores exceto o em estudo. Exposições comuns: população geral. Exposições raras: grupos geográficos ou ocupacionais.
Medidas do fator e do desfecho em estudo Definição clara e inequívoca do que é exposição ao fator de risco e do que desfecho. Medidas feitas de registros confiáveis, monitorização ambiental (i.e.: dosímetros), questionários, medidas bioquímicas, entrevistas e exame físico.
Seguimento Estudo com tempo de seguimento longo: perdas! Perdas afetam a qualidade do estudo, pois não são ao acaso!
Vantagens do estudo de coorte Estudar exposições raras. Múltiplos efeitos de uma mesma exposição. Causalidade. Minimalizam viéses na exposição (confundidores). Minimizam viéses de seleção. Medem a incidência de um desfecho. Medem risco.
Desvantagens do estudo de coorte Ineficazes em desfechos raros (a menos que o risco atribuível seja alto e a população seja grande). Caros. Demandam tempo. Validade do estudo pode ser afetada seriamente se houver perdas.
Referências Fletcher RH, Fletcher SW, Wagner EH. Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006. Doll R. Cohort studies: history of the method. I. Prospectives cohort studies. Soz Praventivmed. 2001;46(2):75-86 Doll R. Cohort studies: history of the method. II. Retrospective cohort studies. Soz Praventivmed. 2001;46(3):152-60. Wagner MB, Callegari-Jacques SM. Medidas de associação em estudos epidemiológicos: risco relativo e odds ratio. Jornal de Pediatria. 1998;74:247-51.