ALGORITMO DE EUCLIDES

Documentos relacionados
MA14 - Aritmética Unidade 6 - Parte 3 Resumo

Aritmética. Somas de Quadrados

MA14 - Aritmética Unidade 5 Resumo. Máximo Divisor Comum

MA14 - Aritmética Unidade 15 - Parte 1 Resumo. Congruências

MA14 - Aritmética Lista 1. Unidades 1 e 2

MATEMÁTICA 1 MÓDULO 2. Divisibilidade. Professor Matheus Secco

a = bq + r e 0 r < b.

é uma proposição verdadeira. tal que: 2 n N k, Φ(n) = Φ(n + 1) é uma proposição verdadeira. com n N k, tal que:

NÚMEROS INTEIROS. Álgebra Abstrata - Verão 2012

TEOREMA FUNDAMENTAL DA ARITMÉTICA: APLICAÇÕES

Triângulos retângulos com lados inteiros: Procurando as hipotenusas

MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo. Divisibilidade

Definição. Diremos que um número inteiro d é um divisor de outro inteiro a, se a é múltiplo de d; ou seja, se a = d c, para algum inteiro c.

Introdução à Teoria dos Números - Notas 4 Máximo Divisor Comum e Algoritmo de Euclides

Resolução dos Exercícios 31/05-09/06.

MA14 - Unidade 1 Divisibilidade Semana de 08/08 a 14/08

, com k 1, p 1, p 2,..., p k números primos e α i, β i 0 inteiros, as factorizações de dois números inteiros a, b maiores do que 1.

MA14 - Aritmética Unidade 9 Resumo. Teorema Fundamental Da Aritmética

Elementos de Matemática Finita

CENTRO EDUCACIONAL GIRASSOL TD de Matemática Prof.: Tiago Rodrigues

1 Conjuntos, Números e Demonstrações

XXXIV OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA PRIMEIRA FASE NÍVEL 2 (8º. e 9º. anos) GABARITO

MDC, MMC, Algoritmo de Euclides e o Teorema de Bachet-Bézout

Denominamos equação polinomial ou equação algébrica de grau n a toda equação da forma:

MA14 - Aritmética Unidade 22 Resumo. Aritmética das Classes Residuais

MATEMÁTICA - 8.º Ano. Ana Soares ) Catarina Coimbra

Matemática para Ciência de Computadores

MA14 - Unidade 2 Divisão Euclidiana Semana de 08/08 a 14/08

Notas de Aulas de Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares

como aproximar bem números reais por números racionais

Aritmética dos Restos. Pequeno Teorema de Fermat. Tópicos Adicionais

2) Construir um triângulo ABC dados o lado a=4cm, h a =3cm e b/c=3/5.

Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina.

Números Primos, Fatores Primos, MDC e MMC

Polos Olímpicos de Treinamento. Aula 6. Curso de Teoria dos Números - Nível 2. Congruências II. Prof. Samuel Feitosa

Equações Diofantinas II

MATEMÁTICA MÓDULO 1 TEORIA DOS NÚMEROS 1. DIVISIBILIDADE 1.1. DEFINIÇÃO 1.2. CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE

ENQ Gabarito MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. Questão 01 [ 1,25 ]

Introduzir os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. distinguir entre espaços vetoriais de dimensão fnita e infinita;

Método de Gauss-Jordan e Sistemas Homogêneos

Matriz, Sistema Linear e Determinante

1 Congruências e aritmética modular

Definimos a soma de seqüências fazendo as operações coordenada-a-coordenada:

TEOREMA DE LEGENDRE GABRIEL BUJOKAS

Decomposição de um número composto. Todo número composto pode ser decomposto em fatores primos Ex: = 2 2 X 3 X 5 X 7

Álgebra Linear Semana 04

A resolução desses problemas pode geralmente ser feita com o seguinte procedimento: Problemas de divisibilidade 1

EQUAÇÕES POLINOMIAIS

O REI MALIGNO E A PRINCESA GENEROSA: SOBRE BASES NUMÉRICAS E CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE

Seqüências Numéricas

Teoria dos Conjuntos. Prof. Jorge

Calendarização da Componente Letiva Ano Letivo 2016/2017

Números Primos, MDC e MMC. O próximo teorema nos diz que os primos são as peças fundamentais dos números inteiros:

Exemplos: Os números 12, 18 e 30 têm conjuntos de divisores respectivamente iguais a:

Elementos de Matemática Finita ( ) Exercícios resolvidos

Portal da OBMEP. Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano

Inteiros. Inteiros. Congruência. Discrete Mathematics with Graph Theory Edgar Goodaire e Michael Parmenter, 3rd ed 2006.

Objetivos. em termos de produtos internos de vetores.

Algoritmos. OBMEP Teoria dos números - Parte I. Algoritmo da divisão:

MA14 - Aritmética Unidade 2 Resumo. Divisão Euclidiana

TESTE DE LÓGICA, ÁLGEBRA E GEOMETRIA 10.º ANO

CURSO PRF 2017 MATEMÁTICA

MATEMÁTICA DISCRETA ARITMÉTICA RACIONAL (2/6) Carlos Luz. EST Setúbal / IPS Abril 2012

Planificação anual- 8.º ano 2014/2015

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito

Colégio Naval 2003 (prova verde)

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula

Errata da lista 1: Na página 4 (respostas), a resposta da letra e da questão 13 é {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17} (faltou o número 17)

Equações Diofantinas Quadráticas. As triplas de números inteiros positivos (a, b, c) que satisfazem a equação. a 2 +b 2 = c 2

Curso Satélite de. Matemática. Sessão n.º 1. Universidade Portucalense

UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina CCT - Centro de Ciências Tecnológicas DMAT - Departamento de Matemática

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito

Slides de apoio: Fundamentos

Sobre números primos

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

a) Falsa. Por exemplo, para n = 2, temos 3n = 3 2 = 6, ou seja, um número par.

GABARITO. Prova 2 (points: 120/100; bonus: 18 ; time: 100 ) FMC1, (Turmas do Thanos) Regras: Boas provas! Gabarito 23/11/2016

Critérios de Divisibilidade

Departamento de Matemática e Ciências Experimentais PROJECTO CURRICULAR DE MATEMÁTICA - 8º ANO /2015

Método prático para extrair uma base de um conjunto de geradores de um subespaço de R n

1º Período. Figuras geométricas

Cálculo do MDC e MMC

(Ciência de Computadores) 2005/ Diga quais dos conjuntos seguintes satisfazem o Princípio de Boa Ordenação

7º ANO. Lista extra de exercícios

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul Campus Rio Grande CAPÍTULO 4 GEOMETRIA ANALÍTICA

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Oitavo Ano. Prof. Ulisses Lima Parente

Prova final de MATEMÁTICA - 3o ciclo a Chamada

MATEMÁTICA MÓDULO 8 DIVISIBILIDADE E CONGRUÊNCIA. Professor Matheus Secco

TEOREMA DE PITÁGORAS AULA ESCRITA

Equações Diofantinas Lineares

Note-se que pelo Teorema de Euler. a φ(n) 1 (mod n) logo existe k nas condições da definição acima e. Raízes Primitivas. Ordem de um elemento

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

III) se deste número n subtrairmos o número 3816, obteremos um número formado pelos mesmos algarismos do número n, mas na ordem contrária.

Um sistema linear é um conjunto de n equações lineares do tipo:

Capítulo 1. Matrizes e Sistema de Equações Lineares. 1.1 Corpos

Chama-se conjunto dos números naturais símbolo N o conjunto formado pelos números. OBS: De um modo geral, se A é um conjunto numérico qualquer, tem-se

MAT 1351 : Cálculo para Funções de Uma Variável Real I. Sylvain Bonnot (IME-USP)

Critérios de divisibilidade Para alguns números como o dois, o três, o cinco e outros, existem regras que permitem verificar a divisibilidade sem se

Planificação de Matemática 8º ano. Ano letivo: 2017/18

Transcrição:

Sumário ALGORITMO DE EUCLIDES Luciana Santos da Silva Martino lulismartino.wordpress.com lulismartino@gmail.com PROFMAT - Colégio Pedro II 25 de agosto de 2017

Sumário 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo de Euclides 3 Propriedades do mdc 4 Algoritmo de Euclides Estendido 5 Mínimo Múltiplo Comum 6 A Equação Pitagórica

Outline 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo de Euclides 3 Propriedades do mdc 4 Algoritmo de Euclides Estendido 5 Mínimo Múltiplo Comum 6 A Equação Pitagórica

Máximo Divisor Comum Definição: Sejam dados dois inteiros a e b, distintos ou não. Um número inteiro d será dito um divisor comum de a e b se d a e d b Definição: Diremos que um número inteiro d 0 é um máximo divisor comum (mdc) de a e b, se possuir as seguintes propriedades: i) d é um divisor comum de a e b ii) d é divisível por todo divisor comum de a e b ii ) Se c é divisor comum de a e b então c d Resultado: O mdc de dois números, quando existe, é único

Máximo Divisor Comum O mdc de dois números inteiros, que demonstraremos mais tarde sempre existir, é denotado por (a, b), sendo (a, b) = (b, a) Em alguns casos particulares, é fácil verificar a existência do mdc. Se a Z então (0, a) = a, (1, a) = 1 e (a, a) = a. b Z temos que a b (a, b) = a (a, b) = 0 a = b = 0

Máximo Divisor Comum Resultado: O máximo divisor comum de dois números, não ambos nulos, quando existe, é efetivamente o maior dentre todos os divisores comuns desses números. Dados a, b Z, se existir (a, b) então (a, b) = ( a, b) = (a, b) = ( a, b) Lema 5.2: Sejam a, b, n Z. Se existe (a, b na), então, (a, b) = (a, b na) O Lema 5.2 é efetivo para calcular o mdc

Máximo Divisor Comum Exemplo 5.3: Dados a Z com a 1 e m N, temos que ( a m 1 a 1, a 1 ) = (a 1, m) Exemplo 5.4: Sejam a Z e n N, vamos determinar (a + 1, a 2n + 1) Exemplo 5.5: Sejam a Z e n N, vamos determinar (a + 1, a 2n+1 1)

Outline 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo de Euclides 3 Propriedades do mdc 4 Algoritmo de Euclides Estendido 5 Mínimo Múltiplo Comum 6 A Equação Pitagórica

Algoritmo de Euclides Prova construtiva da existência do mdc dada por Euclides Dados a, b N, podemos supor b a. Se b = 1 então (a, b) = (a, 1) = 1, se b = a então (a, b) = (a, b) = (a, a) = a, ou se b a já vimos que (a, b) = b Suponhamos então que 1 < b < a e que b a q 1 q 2 q 3... q n 1 q n q n+1 a b r 1 r 2... r n 2 r n 1 r n = (a, b) r 1 r 2 r 3 r 4... r n Exemplo 5.6: (372, 162)

Outline 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo de Euclides 3 Propriedades do mdc 4 Algoritmo de Euclides Estendido 5 Mínimo Múltiplo Comum 6 A Equação Pitagórica

Propriedades do mdc Sejam a, b Z. Definimos o conjunto I (a, b) = {xa + yb; x, y Z} Note que se a e b não são simultaneamente nulos então I (a, b) N A seguir utilizaremos a notação dz = {ld, l Z}

Propriedades do mdc Teorema 5.7: Sejam a, b Z, não ambos nulos. Se d = mini (a, b) N, então i) d é o mdc de a e b e ii) I (a, b) = dz Esse Teorema nos dá uma outra demonstração da existência do mdc de dois números a e b e da existência dos inteiros m e n tais que (a, b) = ma + nb, mas não é uma demonstração construtiva Corolário 5.8: Quaisquer que sejam a, b Z, não ambos nulos, e n N tem-se que (na, nb) = n(a, b) Corolário ( 5.9: ) Dados a, b Z, não ambos nulos, tem-se que a = 1 (a,b), b (a,b)

Propriedades do mdc Definição: Dois números inteiros a e b serão ditos primos entre si, ou coprimos, se (a, b) = 1, ou seja, se o único divisor positivo de ambos é 1 Proposição 5.10: Dois números inteiros a e b são primos entre si se, e somente se, existem números inteiros m e n tais que ma + nb = 1

Propriedades do mdc Lema de Gauss Teorema 5.11: Sejam a, b e c números inteiros. Se a bc e (a, b) = 1, então a c Corolário 5.12: Dados a, b e c números inteiros, com b e c não ambos nulos, temos que b a e c a bc (b, c) a

MDC: generalização Definição: um número natural d será dito mdc de dados números inteiros a 1,..., a n, não todos nulos, se possuir as seguintes propriedades: i) d é um divisor comum de a 1,..., a n ii) Se c é um divisor comum de a 1,..., a n então c d O mdc, quando existe, é certamente único e será representado por (a 1,..., a n ) Proposição 5.13: Dados números inteiros a 1,..., a n, não todos nulos, existe o seu mdc e (a 1,..., a n ) = (a 1,..., (a n 1, a n )) Essa Proposição nos fornece um método indutivo para o cálculo do mdc de n inteiros

Definição: Os inteiros a 1,..., a n serão ditos primos entre si, ou coprimos, quando (a 1,..., a n ) = 1. Dado um subconjunto finito A = {a 1, a 2,..., a n } de Z podemos definir o mdc de A como sendo mdc A = (a 1, a 2,..., a n ). No caso em que A = {a 1, a 2,...} é um subconjunto infinito de Z, ainda existe d = mdc A (Problema 5.2.13 p.100) (Exercício 5.19 p.75, livro de exercícios)

Outline 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo de Euclides 3 Propriedades do mdc 4 Algoritmo de Euclides Estendido 5 Mínimo Múltiplo Comum 6 A Equação Pitagórica

Algoritmo de Euclides Estendido Suponhamos a b. Para calcular o mdc de a e b montamos a matriz a b A = [ ]. l 2 = l 2 q 1 l 1, sendo q 1 = [ A 1 = [ b 1 0 a 0 1 b 1 0 a bq 1 q 1 1 ] = ] [ b 1 0 r 1 q 1 1 ] onde r 1 é o resto da divisão de a por b [ ] b. l 1 = l 1 q 2 l 2, sendo q 2 = r 1 A 2 = [ b q2 r 1 1 + q 1 q 2 q 2 r 1 q 1 1 onde r 2 é o resto da divisão de b por r 1 ] = [ r2 1 + q 1 q 2 q 2 r 1 q 1 1 ]

Algoritmo de Euclides Estendido. A linha (d, m, n) da matriz B, obtida no final do processo, que contém o elemento não nulo da primeira coluna será tal que d = (a, b). Os inteiros m e n assim obtidos são tais que (a, b) = ma + nb Exemplo 5.14: (162, 372)

Outline 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo de Euclides 3 Propriedades do mdc 4 Algoritmo de Euclides Estendido 5 Mínimo Múltiplo Comum 6 A Equação Pitagórica

Mínimo Múltiplo Comum Definição: Diremos que um número inteiro é um múltiplo comum de dois números inteiros dados se ele é simultaneamente múltiplo de ambos os números Em qualquer caso os números ab e 0 são sempre múltiplos comuns de a e b Definição: Diremos que um número inteiro m 0 é um mínimo múltiplo comum (mmc) dos números inteiros a e b, se possuir as seguintes propriedades: i) m é um múltiplo comum de a e b, e ii) se c é um múltiplo comum de a e b, então m c Resultado: O mmc, se existe, é único e é o menor dos múltiplos comuns positivos de a e b

Mínimo Múltiplo Comum. O mínimo múltiplo comum de a e b, se existe, é denotado por [a, b]. Caso exista [a, b] = [ a, b] = [a, b] = [ a, b] Resultado: [a, b] = 0 a = 0 ou b = 0 Proposição 5.15: Dados dois números inteiros a e b, temos que [a, b] existe e [a, b](a, b) = ab

Mínimo Múltiplo Comum Corolário 5.16: Se a e b são números inteiros primos entre si, então [a, b] = ab Exemplo 5.17: Sejam b e m dois números naturais. Vamos mostrar que, na sequência de números b, 2b, 3b,..., mb, existem exatamente (b, m) números divisíveis por m

Mínimo Múltiplo Comum Definição: Diremos que um número natural m é um mmc dos inteiros não nulos a 1,..., a n se m é múltiplo comum de a 1,..., a n, e, se para todo múltiplo comum m desses números tem-se que m m O mmc, se existe, é único, sendo denotado por [a 1,..., a n ] Proposição 5.18: Sejam a 1,..., a n números inteiros não nulos. Então existe o número [a 1,..., a n ] e [a 1,..., a n 1, a n ] = [a 1,..., [a n 1, a n ]]

Outline 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo de Euclides 3 Propriedades do mdc 4 Algoritmo de Euclides Estendido 5 Mínimo Múltiplo Comum 6 A Equação Pitagórica

A Equação Pitagórica Vamos resolver em Z a equação pitagórica X 2 + Y 2 = Z 2 Pitágoras: conjunto de soluções expressas por x = n2 1, y = n, z = n2 + 1 2 2 onde n > 1 é um inteiro ímpar. Note que as soluções de Pitágoras não fornecem todas as soluções, já que a solução (8, 15, 17) não pode ser obtida dessa forma. Quando os lados de um triângulo retângulo, solução da equação pitagórica, forem números naturais, ele será chamado de triângulo pitagórico

A Equação Pitagórica Vamos determinar todas as soluções inteiras da equação pitagórica. As únicas soluções com uma das coordenadas não nula são (0, b, ±b), (a, 0, ±a), onde a, b Z: são chamadas de soluções triviais. Como os expoentes a que estão elevadas as incógnitas são todos pares basta encontrar as soluções em números naturais

A Equação Pitagórica Lema 5.20: Dados dois números naturais a e b primos entre si, se ab é um quadrado, então tanto a quanto b são quadrados Resultado: Se ab = c n, onde a, b e c são números naturais, com (a, b) = 1, então a e b são potências n-ésimas (Problema 5.5.1, p.113) (Problema 7.1.3, p.149)

A Equação Pitagórica. Um terno (a, b, c) de números naturais será dito um terno pitagórico quando for solução da equação pitagórica, ou seja, quando a 2 + b 2 = c 2. Chamaremos de triângulo pitagórico primitivo a um triângulo retângulo cujos lados são números naturais coprimos. Um terno que representa os lados de um triângulo pitagórico primitivo será chamado de terno pitagórico primitivo. Os ternos pitagóricos primitivos (a, b, c) dão origem a todos os ternos pitagóricos. Podemos portanto concentrar nossa atenção nos ternos primitivos

A Equação Pitagórica. As soluções primitivas a = n 2 m 2, b = 2nm, c = n 2 + m 2 são devidas a Euclides, e toda solução primitiva é representada de modo único nessa forma Portanto, uma solução a, b, c determina univocamente n e m do seguinte modo:. Se b é par, a fração reduzida equivalente à fração a+c b. Se a é par, a fração reduzida equivalente à fração b+c a Exemplo: Achar n e m para a solução (20, 21, 29) é n m é n m

A Equação Pitagórica Teorema 5.21: As soluções em N da equação pitagórica X 2 + Y 2 = Z 2 expressam-se de modo único, a menos da ordem de x e y, como x = l(n 2 m 2 ), y = 2lnm e z = l(n 2 + m 2 ) onde l, n, m N, n > m, com m e n coprimos e com paridades distintas. Reciprocamente, todo terno (x, y, z) como acima, é um terno pitagórico Resultado: Dado um número natural existe sempre um triângulo pitagórico com um dos catetos igual a esse número natural. Entretanto, nem todo número natural c ímpar pode ser a hipotenusa de um triângulo pitagórico