Orientações sobre a Colheita do Material para Unidade Básica de Saúde

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Transcrição:

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INTRODUÇÃO O Centro de Diagnóstico Santa Clara elaborou este manual com o propósito de fornecer todas as informações necessárias para correta obtenção e preservação do material a ser examinado. Este manual deve ser utilizado por todos os profissionais que realizam a colheita de citologia cérvico-vaginal nas Unidades Básicas de Saúde que enviam os exames para serem analisados no Laboratório Santa Clara. O exame colpocitológico é um dos exames do rol de diagnósticos mais importantes do ponto de vista epidemiológico. Sua realização sistemática conferiu uma grande redução do índice de mortalidade por câncer do colo uterino, pois ele permite a detecção de lesões pré-malignas. O princípio do método é simples e consiste em comparar a imagem observada ao microscópio com a imagem normal da célula. Para que uma amostra possa ser observada ao microscópio é necessário que ela seja de boa qualidade, que depende de uma série de fatores como: dados clínicos, uma amostra devidamente coletada, preservada e transportada, da fixação dos esfregaços, da coloração das lâminas e, finalmente, da interpretação do patologista. Qualquer elo rompido nesta corrente poderá prejudicar a exatidão e a prontidão do resultado. Por essa razão, o Laboratório Santa Clara, através deste manual, quer padronizar os processos envolvidos nos exames citopatológicos. Os métodos em uso no Laboratório Santa Clara são revisados periodicamente. As amostras inadequadas dificultam ou impossibilitam um diagnóstico correto, completo ou preciso. Este manual indica quais os problemas mais comuns que afetam adversamente a qualidade do laudo. PRINCÍPIO Ter atenção para com o material e cuidados durante a recepção, durante o processamento para obtenção de lâminas de qualidade, evitando que a análise seja prejudicada e os pacientes recebam resultados incorretos, bem como orientações sobre a colheita e armazenamento adequados de espécimes provenientes de citologia cérvico-vaginal convencional; e a liberação e entrega dos laudos. Orientações sobre a Colheita do Material para Unidade Básica de Saúde Para uma coleta adequada, os instrumentos que conseguem uma ótima amostragem de células são as espátulas para avaliação ectocervical e parede vaginal e escovas para avaliação de células endocervicais e da zona de junção. Hoje, a qualidade das células do esfregaço é mais 2

importante que a quantidade de células. Especificaremos abaixo uma sugestão para rotina de coleta em lâmina única. PROCEDIMENTOS 1. Identificar a lâmina com as iniciais da paciente a lápis na porção fosca. 2. Identificar o tubete ou a caixa porta lâmina com o nome completo e a idade da paciente. 3. Uma vez que a paciente esteja posicionada, um espéculo descartável estéril de tamanho apropriado para a paciente é inserido cuidadosamente na vagina. Não usar cremes ou pomadas para lubrificar o espéculo. O espéculo deve ser posicionado de tal modo que o colo apareça por inteiro. É importante um esfregaço que não esteja obscurecido por hemorragia, muco ou exsudato inflamatório. 4. Com a ponta redonda da espátula de Ayres colher secreção do fundo de saco vaginal posterior. Imediatamente, usar a ponta irregular da espátula de Ayres centrando a parte mais alta no orifício cervical externo e rodando a parte mais baixa da espátula em toda a extensão da mucosa cervical de maneira delicada para evitar sangramento, colocando o material na metade da lâmina tendo o cuidado de passar os dois lados da espátula no sentido longitudinal. 5. O material colhido deve ser espalhado sobre a lâmina de forma regular, formando um esfregaço fino sobre a lâmina. Toda a superfície da espátula ou da escova deve encostar na lâmina para se fazer o esfregaço. O movimento para a confecção do esfregaço deve ser delicado, porém firme e em um só sentido. Evitar movimentos circulares, pois freqüentemente causam artefatos com amassamento e distorção das células dificultando a análise do material obtido. 6. Para colheita do material endocervical deve-se introduzir a escova cervical no canal cervical até as últimas cerdas e obter o material girando a escovinha (meia volta basta). Não girar a escovinha em excesso. Colocar este material na outra metade da lâmina, no sentido longitudinal, girando levemente a escova para representar todo seu conteúdo no esfregaço. 7. Em caso de esfregaços muito espessos é preferível que se façam duas ou três lâminas. A espessura do esfregaço também é fator determinante para uma análise adequada do material. Esfregaços espessos não permitem uma boa leitura da lâmina. 8. Imediatamente após a confecção dos esfregaços, imergir a lâmina no fixador citológico procurando cobrir totalmente a área contendo o esfregaço obtido. Pode-se usar também como fixador spray contendo a solução fixadora de Papanicolau. É muito importante que o material seja fixado imediatamente para evitar artefatos de dessecamento, que também prejudicam muito a análise do material. 3

9. Preencher a requisição médica com o maior número de informações possíveis de serem obtidas da paciente. Observação: É muito importante representar no esfregaço a ectocérvice e a endocérvice e proceder com a identificação do material. Requisitos para coleta de citologias cérvico-vaginal: 1. Em relação à Mulher: Não ter feito uso de duchas ou medicamentos intra-vaginais nas últimas 48 horas; Não ter tido relação sexual nas últimas 24 horas; Não estar no período menstrual. 2. Correto preenchimento dos dados pessoais: Nome completo da mulher; Nome completo da mãe; Data de nascimento; Identidade; Endereço completo. 3. Informações clínicas importantes: Data da coleta; Data da última menstruação; Estado hormonal (ex., gravidez, pós-menopausa); Uso de hormônios; Presença de dispositivo intra-uterino; História de neoplasia intra-epitelial, carcinoma do colo ou outro câncer extragenital; História de quimioterapia sistêmica; História de radioterapia pélvica; História de cirurgia ginecológica, criocirurgia, eletrocauterização; História de exames anátomo-patológicos anormais; Qualquer anormalidade presente observada ou queixas da paciente; 4

Fatores de risco para câncer de colo uterino (ex., doença sexualmente transmissível, atividade sexual precoce, número de gestações). 4. Amostra As amostras são consideradas não aceitáveis de acordo com os seguintes critérios: Lâminas não acompanhadas pelo formulário de requisição; Requisição que não contém dados suficientes de identificação da paciente ou contém informações discrepantes; Lâminas quebradas que não podem ser reconstruídas; Nestes casos pode ser necessário entrar em contato com o médico que realizou a coleta para o esclarecimento devido, ou mesmo devolução do material e realização de nova coleta. Em alguns casos a biópsia é mais apropriada. Isto é particularmente verdadeiro quando o médico assistente observa uma lesão óbvia do colo principalmente quando ela é vegetante, ulcerada ou recoberta por exsudato necrótico e hemorrágico. A amostra citológica pode, nestes casos, não conter material viável representativo e uma biópsia deve ser preferencialmente feita. 5. Transporte O envio das amostras para o laboratório requer cuidados básicos no transporte, embalagem e proteção (evitando danos, quebra de lâminas, etc.). É importante, também, obedecer ao calendário de atendimento do laboratório que receberá as amostras. Dúvidas, entrar em contato pelo número (44)3056-5090. MUITO OBRIGADO! 5