Roteiro para o Monitoramento das Doenças Diarréicas Agudas
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- Lavínia Filipe Abreu
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1 SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Coordenação de Controle das Doenças Hídricas e Alimentares Av. 136 s/n, Quadra F44, Lotes 22 a 24, Edifício César Sebba, Setor Sul, Goiânia GO Fone: (62) , bact.agudas@gmail.com Roteiro para o Monitoramento das Doenças Diarréicas Agudas A doença diarréica aguda é caracteriza pela diminuição da consistência das fezes e/ou aumento no número de evacuações (acima de três evacuações diarréicas/dia) e pode ser acompanhada de náusea, vômitos, febre e dor abdominal. Em geral é autolimitada, com duração de 2 a 14 dias, e sua gravidade depende da presença e intensidade da desidratação (Ministério da Saúde, 2009). É reconhecida como importante causa de morbimortalidade no Brasil, mantendo relação direta com as precárias condições de vida e saúde dos indivíduos, em consequência da falta de saneamento básico, desnutrição crônica, entre outros fatores (Ministério da Saúde, 2010). Quanto à sua etiologia, podem ser classificadas como infecciosas e não infecciosas. Entre as infecciosas, os agentes patogênicos são: vírus, bactérias, parasitas e fungos. Outras causas são as substâncias tóxicas presentes nos alimento como as toxinas (substâncias nocivas à saúde, produzidas por plantas ou micróbios) ou ainda substâncias químicas tais como praguicidas, aditivos alimentares, antibióticos, hormônios, etc. (Ministério da Saúde, 2010). A proposta de Monitorização das Doenças Diarréicas Agudas - MDDA foi elaborada em 1994, porém, muitas dificuldades operacionais impediram, ao longo dos anos, que as doenças diarréicas agudas fossem agregadas ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Ministério da Saúde, 2010). O MDDA consiste em coletar, consolidar e analisar dados mínimos como idade, procedência, data do início dos sintomas e plano de tratamento. É um processo de elaboração e análise de mensurações rotineiras capazes de detectar alterações no ambiente ou na saúde da população e que se expressem por mudanças na tendência das diarréias (Ministério da Saúde, 2010).
2 Outro propósito importante do MDDA é a detecção de surtos de doença transmitida por alimento uma vez que a diarréia, geralmente, é o primeiro sinal de doenças relacionadas à ingestão de alimentos ou água contaminados. 1. Definições de doença diarréica aguda (Ministério da Saúde, 2009) 1.1. Caso: Paciente com diminuição da consistência das fezes e/ou mais de 3 evacuações de fezes amolecidas ou aquosas/dia, acompanhada ou não de vômitos, febre e dor abdominal, presença de muco e/ ou sangue nas fezes, com duração de até 14 dias, com ou sem desidratação Caso novo: É considerado novo caso quando, após a normalização da função intestinal por um período de 48 horas, o paciente apresentar diarréia novamente. 2. Objetivo do MDDA (Ministério da Saúde, 2009). Detectar alterações no padrão endêmico das doenças diarréicas agudas visando detectar precocemente surtos da doença; Monitorar e diminuir a incidência das diarréias; Diminuir a letalidade. Investigar suas causas; Manter atividades contínuas de educação em saúde com recomendações de medidas de prevenção e controle. 3. O Sistema Informatizado de Monitoramento das DDAs A vigilância epidemiológica de casos individuais de DDA é feita pelo MDDA, que consiste no registro de dados mínimos dos doentes (faixa etária e plano de tratamento), por unidades que realizam atendimento de pessoas com doença diarréica aguda. Esses dados são inseridos no SIVEP - DDA, o Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica de Doenças Diarréicas Agudas, que começou a ser utilizado em 2002 (Ministério da Saúde, 2009) Fluxo de Informações Um técnico da unidade de saúde revisa os prontuários e outros formulários de atendimento e preenche o Impresso I; A unidade de saúde, ao final de cada semana epidemiológica, deverá consolidar os dados do Impresso I para o Impresso II que será encaminhado para a vigilância epidemiológica do município toda segunda feira;
3 O responsável pela MDDA no município deverá, semanalmente, consolidar os dados encaminhados pelas unidades de saúde no Impresso II, construir gráficos, tabelas, mapear os casos, realizar a análise do comportamento das diarréias no período, retroalimentar as unidades de saúde e encaminhar o consolidado para a Regional de Saúde; O responsável pela MDDA na Regional de Saúde deverá, semanalmente, receber os Impressos II encaminhados pelos municípios que não são sede, construir gráficos, tabelas, mapear os casos e analisar o comportamento das doenças diarréicas no período nos seus municípios, e digitar os dados no SIVEP DDA e fazer retroalimentação dos dados para os municípios semanalmente. 4. Proposta final para as Unidades Sentinelas de coleta de amostras clínicas Todas as 1143 unidades que atualmente monitoram as DDA no Estado continuarão a fazer o MDDA; Os municípios sede das Regionais de Saúde identificarão no mínimo UMA UNIDADE SENTINELA para coletar amostras clinicas (de fezes) para diagnóstico laboratorial (identificação de agente etiológico) das doenças diarréicas; Cada Unidade Sentinela deverá preencher o Impresso I e a planilha de acompanhamento de casos com coleta de amostras das Unidades Sentinelas de Doenças Diarréicas Agudas e fazer 05 coletas de amostras clínicas por mês; As amostras clínicas serão coletadas de 05 pacientes escolhidos aleatoriamente durante o mês e deverão ser colocadas no Potinho e no Swab Cary Blair e enviadas ao LACEN-GO seguindo as orientações de coleta, acondicionamento e Transporte do Protocolo para Encaminhamento de Amostras Clínicas (Fezes) para MDDA; As fezes deverão ser enviadas ao Lacen junto à Ficha do GAL (ver anexos); Os municípios sedes ficarão responsáveis por digitar no SIVEP DDA os dados de todas as unidades de saúde do município que fazem o MDDA, semanalmente; O responsável pela MDDA no município sede deverá construir gráficos, tabelas, mapear os casos, realizar a análise do comportamento das diarréias no período, retroalimentarem as unidades de saúde e encaminhar o consolidado para a Regional de Saúde; Uma cópia da Planilha de Acompanhamento de Casos com coleta de amostras das Unidades Sentinelas de Doenças Diarréicas Agudas (ver anexos) deverá ser enviada mensalmente, até o dia 5 de cada mês, para a Regional e para a Coordenação de DTAs (seguir fluxo estabelecido);
4 As Regionais de Saúde continuarão a digitar no SIVEP - DDA os dados dos outros municípios; Será implantada 01 unidade de MDDA no distrito da Secretaria Especial da Saúde Indígena - SESAI para atender as aldeias indígenas dos municípios de Aruanã e Rubiataba. 5. Perfil para ser escolhida como Unidade Sentinela de coleta de amostras clínicas Representatividade; Capacidades de resposta; Situação geográfica; Número de consultas ofertadas/ mês; Proporção de crianças e adultos atendidos; Procedência dos usuários; Condições sócias econômicas. 1. Ficha do GAL 1.1. Como preenchê-la para fazer solicitação dos dois exames para identificação de agentes etiológicos (vírus e bactérias) Na primeira linha coloque a primeira solicitação conforme modelo e nos campos abaixo.
5 Pesquisa para vírus fezes única 1-IN Deixar campo em branco Colocar a observação Unidade Sentinela de DDA Na segunda linha coloque a segunda solicitação conforme modelo e nos campos abaixo. Coprocultura Swab Fecal única 4 - MTB Deixar campo em branco Colocar a observação Unidade Sentinela de DDA
6 Superintendência de Vigilância em Saúde Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis Coordenação de Controle de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar Planilha de Acompanhamento de casos com coleta de amostras das Unidades Sentinelas de Doenças Diarréicas Agudas - DDA Unidade Sentinela: Município: Mês: Número de atendimento de DDA no mês: Nome Data da Coleta <1 ano Faixa Etária Agente Etiológico Sinais e Sintomas 1-4 anos 5-9 anos 10 anos e + Ign Norovírus Rotavírus Escherichi a Coli Salmonella Shigella spp Yersínia Campylobacter spp Outros 1 Negativo Diarréia Vômito Dor abdominal Febre Outros 2 Relacionado com ingestão de alimento ou água? Tem caso de diarréia entre os contatos? 3 1 Outros (especificar qual (is) agente (s)): 2 Outros (especificar qual (is) sinal (is) e sintoma (s)): Responsável pelo preenchimento: Data: / / 3 Obs: Se tiver 01 ou mais casos entre os contatos, investigar a ocorrência de surto e comunicar ao Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Município.
7 Referências Bibliográficas Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Capacitação em monitorização das doenças diarréicas agudas MDDA: manual do monitor / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, p. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. 7.ed. Brasília : Ministério da Saúde, p. Elaboração Técnica: Técnicos da Coordenação de Controle das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar. Goiânia, 19 de junho de 2013
Rejane Alves. A importância da Vigilância das Doenças. Diarreicas Agudas. Seminário Estadual sobre o Impacto da Seca nas Doenças.
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