Projecto Com a Cabeça na Lua OASA - Observatório Astronómico de Santana, Açores. Astrolábio

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Transcrição:

Projecto Com a Cabeça na Lua OASA - Observatório Astronómico de Santana, Açores Astrolábio O astrolábio é um instrumento antigo que serve para medir a altura dos astros acima do horizonte. Atribui-se a Hiparco a sua invenção e o seu funcionamento deve-se a uma projecção polar da esfera celeste sobre um plano. Os gregos já o conheciam mas foi através dos árabes, que o astrolábio chegou à Europa. Era composto por um disco graduado, onde estavam colocadas várias lâminas circulares. Essas lâminas eram graduadas à superfície das suas margens, o que permitia determinar a altura de qualquer astro. Com o astrolábio plano resolviam-se problemas geométricos, como por exemplo, calcular a altura de um edifício ou a profundidade de um poço. O astrolábio náutico foi a simplificação do plano e permitia apenas medir a altura dos astros. Inicialmente tinha a configuração da face posterior dos planos, no entanto e com a experiência dos navegadores ganhou uma nova forma. Deixou de ser fabricado em chapa de metal ou madeira e passou a fundir-se em liga de cobre, de modo a que o seu peso, 1

cerca de dois quilos, o sujeitasse menos ao balanço do navio e o disco inicial foi parcialmente aberto para diminuir a resistência ao vento, a forma definitiva do astrolábio náutico fixa-se assim numa roda, de 15 a 20 cm. A utilização do astrolábio náutico era feita da seguinte maneira; suspendia-se o astrolábio por um anel, mais ou menos na altura da cintura do observador, a medida dava-se pela intersecção do raio solar, com a linha vertical do próprio observador, o grande problema do astrolábio era que o observador devia esperar pela altura máxima do sol, ou seja, o meio dia solar. A observação directa do sol não é possível sem danos para a vista pelo que se colocava, num plano inferior, um papel que assinalasse o feixe luminoso. 2

Material do Kit: - Semicírculo graduado - Tubo - Fio de nylon - Peso Procedimento para montagem: 1- Coloca o tubo nos orifícios que se encontram por cima do semicírculo graduado. 2- Faz passar o fio de nylon pelo orifício que se encontra no semicírculo graduado e dá um nó na ponta do fio do lado do semicírculo que não se encontra graduado. - Ata o peso ao fio de nylon de modo a que o fio fique esticado pela parte graduada do semicírculo. O teu astrolábio deverá ter um aspecto semelhante ao da figura: Procedimentos para a utilização do astrolábio: 1- Pega no astrolábio com uma mão e certifica-te que o tubo do astrolábio está paralelo ao chão (o fio deverá marcar um ângulo de zero graus). 2- Para determinar a altura a que o Sol se encontra do horizonte, coloca a outra mão no extremo inferior do tubo e inclina o astrolábio, na

direcção do sol, de modo a veres um ponto luminoso na palma da tua mão (nunca espreites pelo tubo para o Sol porque podes sofrer lesões graves nos olhos, inclusive podes cegar). - Lê a amplitude que o fio marca, esta será a amplitude do ângulo que o Sol faz com o Horizonte. De manhã cedo e ao fim do dia este ângulo é pequeno e a meio do dia ele é maior. 4- Podes determinar a altura em relação ao Horizonte de qualquer estrela (que consigas ver a olho nu), neste caso tens que visualizar a estrela pelo tubo e verificar de seguida a amplitude do ângulo. 5- O astrolábio também pode ser utilizado para medir a altura de edifícios, montanhas, árvores etc. e até para determinar a profundidade de poços. Para tal, terás que observar, através do tubo, o topo do objecto que pretendes determinar a altura. De seguida terás que medir a distância a que te encontras do objecto e a altura dos teus olhos ao chão. Com estes dados podes calcular a altura do objecto através da Trigonometria. Vejamos o seguinte exemplo: Para determinar a altura de uma árvore do jardim da sua escola, a Maria procedeu da seguinte forma: Colocou-se a 5 m da árvore e determinou a altura dos seus olhos ao chão, altura esta que era de 1,20 m. Observou de seguida o topo da árvore, como 0º mostra a figura, e o ângulo determinado 5 m pelo astrolábio tinha uma amplitude de 0º. De seguida, verificou que poderia obter um triângulo rectângulo, como mostra a figura, onde conhecia a amplitude de um dos ângulos agudos e a medida de comprimento de um dos catetos do referido triângulo rectângulo. Sendo assim, e como estava a aprender Trigonometria decidiu calcular a altura da árvore. De seguida, apresentam-se os cálculos que a Maria efectuou: Num triângulo rectângulo a razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente a um dos ângulos agudos do triângulo, dá-nos a tangente da amplitude x 4

desse ângulo. Sendo assim, como se conhece um dos ângulos agudos do triângulo rectângulo e o cateto adjacente a esse ângulo, aplicando a tangente, determina-mos a medida do comprimento do cateto oposto (x) a esse ângulo, resolvendo uma equação muito simples, como se pode ver. tg (0º ) = medida de comprimento do cateto oposto medida de comprimento do cateto adjacente = x 5 x = 5 x 2,9 m Então a altura desde os olhos da Maria até ao cimo da árvore é de 2,9 m, e portanto a altura da árvore é 2,9 m + 1,2 m = 4,1 m. Como desafio, propomos-te que realizes uma actividade semelhante na tua escola. Patrocínio da Direcção Regional da Ciência e Tecnologia 5