Gestão de conflitos no contexto escolar. David Beleza. ESEC Escola Superior de Educação de Coimbra. Relações Interpessoais. Docente Agostinho Franclim

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Transcrição:

Gestão de conflitos no contexto escolar David Beleza ESEC Escola Superior de Educação de Coimbra Relações Interpessoais Docente Agostinho Franclim 11/12/2011 1

Índice Gestão de conflitos no contexto escolar... 3 Resumo... 3 1. O que é o conflito?... 5 2. O que é a mediação?... 5 3. Educação e resolução para os conflitos escolares... 6 4. A mediação na resolução da alternativa de conflitos (RAC)... 6 5. Mediação no contexto escolar... 7 6. Vantagens da mediação do conflito... 8 7. Conclusão... 10 Referências Bibliográficas... 11 2

Gestão de conflitos no contexto escolar Significado de Conflito: s. m. 1. Altercação, desordem. 2. Pendência. 3. Choque. 4. Embate. 5. Luta; oposição; disputa. Significado de Mediação: s. f. 1. Acto ou efeito de mediar. 2. Intervenção. 3. Momento de culminação de um astro. 4. Cada uma das duas partes em que se divide um salmo ou um versículo. Tradicionalmente o conflito é visto como o resultado de comportamentos indesejáveis, associados à agressividade, à violência, a sentimentos e comportamentos negativos e prejudiciais nas relações interpessoais. No entanto, ideias inovadoras são, muitas vezes, consequência de pontos de vista que são partilhados e discutidos abertamente. Os conflitos fazem parte do dia-a-dia de qualquer ser humano e não significa necessariamente que sejam destrutivos. Para usarmos o conflito de maneira eficaz, poderemos usar a mediação. O objectivo deste trabalho é apresentar a importância da mediação em gestão de conflitos no contexto escolar de forma a termos uma visão inovadora e útil para a resolução do mesmo. Resumo A gestão de conflitos é uma tarefa que cada vez mais se tem de actualizar; por forma a responder adequadamente à tipologia de conflitos que surgem na sociedade de hoje. Se isso é válido para a generalidade das organizações, também assume um papel preponderante nas instituições escolares, pela função formativa que estas desempenham na vida das crianças e jovens. Verificar a evolução da 3

metodologia de gestão dos conflitos nas escolas e as possibilidades de escolha de processos é um dos objectivos deste trabalho. No entanto é objectivo primordial apresentar uma estratégia alternativa para gerir esses mesmos conflitos a mediação. (Pacheco, 2006) A Mediação é uma negociação com a intervenção de um terceiro neutral, baseada nos princípios da voluntariedade das partes, da neutralidade e imparcialidade do terceiro (mediador) e na confidencialidade do processo, a fim de que as partes em litígio encontrem soluções que sejam mutuamente satisfatórias. (Morgado & Oliveira, 2009) Que deixem de existir conflitos é impossível, visto o conflito ser algo próprio do ser humano e que faz parte integrante do seu crescimento moral e emocional. Mas é necessário aprender a lidar com os conflitos de forma mais ou menos natural. Essa tarefa revelou-se a consequência prática da implementação da estratégia da mediação, que pretende, acima de tudo, um efeito preventivo no aparecimento dos conflitos mais agressivos. (Pacheco, 2006) Palavras chave: Mediação escolar, Conflitos, Disciplina, Educação 4

1. O que é o conflito? [ ]conflito é sempre estabelecido em função de uma dissociação de partes que se opõem, ou seja, à enfatização das diferenças existentes. Urge recuperar a ideia de simples oposição, de antagonismo. Se considerarmos a visão mais científica do conflito, assistimos de novo a posicionamentos negativos, embora alguns autores apresentem já uma acepção mais aberta e o considerem como inevitável à vida humana, entendendo como dever de educador o ensinar a gerir esses conflitos vivenciais de forma a construir uma aprendizagem social congruentemente positivista. Jares é um desses autores que adianta uma definição suficientemente alargada e abrangente: fenómeno de incompatibilidade entre pessoas ou grupos, e está relacionado tanto com questões estruturais como com as mais pessoais. Porém, existem outros investigadores que assumem uma perspectiva mais positiva e apresentam outro tipo de definição, como Ortega Ruiz: conflito é uma situação de diferença de critério, de interesses ou de posição pessoal face a uma situação que afecta mais do que um indivíduo. Quando pessoas têm um estatuto social semelhante e capacidade para se enfrentarem na dita situação, estão em condições de afrontar conflitos e de resolvê-los criativamente. (Pacheco, 2006, pp. 51-52) 2. O que é a mediação? A Mediação é uma negociação com a intervenção de um terceiro neutral, baseada nos princípios da voluntariedade das partes, da neutralidade e imparcialidade do terceiro (mediador) e na confidencialidade do processo, a fim de que as partes em litígio encontrem soluções que sejam mutuamente satisfatórias. A mediação, enquanto meio construtivo de resolução de conflitos oferece, pelo que proporciona aos envolvidos no conflito, um espaço ideal para desenvolver, quer naqueles que desempenham o papel de mediadores, quer naqueles que como mediados trabalham em conjunto para a resolução do seu problema, a capacidade de respeito mútuo, comunicação assertiva e eficaz, compreensão da visão do outro e aceitação da diferente percepção da realidade. (Morgado & Oliveira, 2009, pp. 48-49) 5

3. Educação e resolução para os conflitos escolares A resolução de conflitos em geral, e a mediação em particular, têm desempenhado um importante papel no movimento da Educação para a Paz. A construção de uma cultura de paz assenta no respeito pela diferença e pela diversidade, na promoção das diferentes criações culturais dos indivíduos e dos povos (Jares, 2002). É com este fim que a educação para a paz visa o desenvolvimento de competências de comunicação, de construção do consenso e de sensibilidade à diversidade cultural, enquadrando-se numa perspectiva multi e intercultural, não preconceituosa, e de resolução alternativa de conflitos. Conviver não significa, porém, ausência de conflitos ou ter por objectivo eliminá-los. O conflito é inevitável à condição humana, o conflito é o estado natural do homem (Mendel, 1974, p. 13). [...]A escola, com as suas especificidades de natureza organizativa, as nem sempre harmoniosas relações com as finalidades educativas da sociedade e a inevitável ressonância da conflituosidade social, é um campo propício à emergência do conflito. Daqui se depreende a necessidade de educar gerações, e todo o corpo educativo, na resolução criativa e nos benefícios da gestão construtiva dos conflitos. Enquanto instrumento desta necessidade, a Educação para a Resolução de Conflitos (ERC) modela e ensina, de formas culturalmente significativas, uma variedade de processos, práticas e competências que ajudam a lidar com os conflitos individuais, interpessoais e institucionais e criam comunidades acolhedoras e seguras. [...]A introdução no sistema educativo do conceito de gestão e resolução positiva de conflitos tem a virtude de promover o desenvolvimento de capacidades e competências interpessoais e sociais, essenciais para o exercício de uma cidadania participativa. (Morgado & Oliveira, 2009, pp. 46-48) 4. A mediação na resolução da alternativa de conflitos (RAC) Os RAC [ ] trazem diversas vantagens em termos de eficácia, celeridade, simplificação, proximidade e participação dos destinatários na realização da própria justiça. Garante-se, por um lado, uma maior adequação das respostas aos interesses e necessidades do cidadão e obtém-se, por outro, menores custos quer económicos quer emocionais. 6

[ ] poderíamos dizer que se apresentam como meios apropriados de gestão e resolução de conflitos. Apropriados, porque em alguns tipos de conflitos serão mais eficientes na sua resolução e poderão ter um efeito preventivo na sua escalada, promovendo a utilização de métodos positivos de comunicação que visam a transformação do modo como as partes em disputa lidam entre si. Resumindo, as soluções para problemas complexos, alcançadas através desta via, preenchem as necessidades das partes em conflito e das suas comunidades, fortalecem as instituições cívicas locais, preservam as relações entre litigantes e ensinam alternativas à violência ou ao litígio na resolução de conflitos. Ajudam, desta forma, a reduzir o nível de tensão na comunidade, focando-se na prevenção e resolução de conflitos latentes, como é disso exemplo a mediação escolar. (Morgado & Oliveira, 2009, p. 45) 5. Mediação no contexto escolar [ ] se a escola é o universo que reúne alunos diferentes, ela é o palco onde certamente o conflito se instalará. E, se o conflito é inevitável, devemos aprender o ofício da mediação de conflito para que esta técnica se aprimore facultando a cultura da mediação de conflito. Chamaremos de mediação de conflito o procedimento no qual os participantes, com a assistência de uma pessoa imparcial o mediador, colocam as questões em disputa com o objetivo de desenvolver opções, considerar alternativas e chegar a um acordo que seja mutuamente aceitável. A mediação pode induzir a uma reorientação das relações sociais, a novas formas de cooperação, de confiança e de solidariedade; formas mais maduras, espontâneas e livres de resolver as diferenças pessoais ou grupais. A mediação induz atitudes de tolerância, responsabilidade e iniciativa individual que podem contribuir para uma nova ordem social. O primeiro ponto para a introdução da mediação de conflito no universo escolar é assumir que existem conflitos e que estes devem ser superados a fim de que a escola cumpra melhor as suas reais finalidades. Há, portanto, dois tipos de escola: aquela que assume a existência de conflito e o transforma em oportunidade e aquela que nega a 7

existência do conflito e, com toda a certeza, terá que lidar com a manifestação violenta do conflito, que é a tão conhecida violência escolar. As escolas que valorizam o conflito e aprendem a trabalhar com essa realidade, são aquelas onde o diálogo é permanente, objetivando ouvir as diferenças para melhor decidirem; são aquelas onde o exercício da explicitação do pensamento é incentivado, objetivando o aprendizado da exposição madura das idéias por meio da assertividade e da comunicação eficaz; onde o currículo considera as oportunidades para discutir soluções alternativas para os diversos exemplos de conflito no campo das idéias, das ideologias, do poder, da posse, das diferenças de toda ordem; onde as regras e aquilo que é exigido do aluno nunca estão no campo do subjetivo ou do entendimento tácito: estão explícitos, falados e discutidos. (Chrispino, 2007, pp. 22-23) 6. Vantagens da mediação do conflito Eis algumas vantagens identificadas para a mediação do conflito escolar (CHRISPINO, 2004): Conflito faz parte de nossa vida pessoal e está presente nas instituições. É melhor enfrentá-lo com habilidade pessoal do que evitá-lo (HEREDIA, 1998 apud CHRISPINO, 2004); Apresenta uma visão positiva do conflito, rompendo com a imagem histórica de que ele é sempre negativo; Constrói um sentimento mais forte de cooperação e fraternidade na escolar; Cria sistemas mais organizados para enfrentar o problema divergência antagonismo conflito violência; Uso de técnicas de mediação de conflitos pode melhorar a qualidade das relações entre os atores escolares e melhorar o clima escolar.; Uso da mediação de conflitos terá consequências nos índices de violência contra pessoas, vandalismo, violência contra o patrimônio, incivilidades, etc; Melhora as relações entre alunos, facultando melhores condições para o bom desenvolvimento da aula; Desenvolve o auto conhecimento e o pensamento crítico, uma vez que o aluno é chamado a fazer parte da solução do conflito; 8

Consolida a boa convivência entre diferentes e divergentes, permitindo o surgimento e o exercício da tolerância; Permite que a vivência da tolerância seja um patrimônio individual que se manifestará em outros momentos da vida social; (Chrispino, 2007, pp. 23-24) 9

7. Conclusão De acordo com o citado, poderemos chegar à conclusão que A mediação tem por base a convicção de que todos somos capazes de adquirir competências e desenvolver capacidades para a resolução de problemas, de uma forma positiva e criativa, através do diálogo. Ao trabalhar com valores como o reconhecimento e a responsabilidade, ao permitir a legitimação e a resolução de problemas com base na cooperação, diminuindo os níveis de tensão produzidos com o conflito, a autoridade não é ameaçada mas antes legitimada e reconhecida. (Morgado & Oliveira, 2009, p. 53) Neste sentido, a solução para este problema passa por implementar as seguintes medidas no ambiente escolar: Diagnóstico de necessidades; Acções de sensibilização; Criação de uma equipa de apoio; Formação; Selecção e mediação de alunos mediadores; Com a aplicação destas medidas os jovens estão aptos a resolver pacificamente estes mesmos conflitos. Este processo de transformação, se for bem aplicado, será eficaz e irá proporcionar aos alunos aptidões e capacidades psicológicas para enfrentarem de forma positiva, os desafios da vida escolar (e não só). Aprender a gerir e a resolver conflitos através da mediação ajuda a desenvolver a capacidade de tomar decisões, de comunicar de forma positiva e eficaz, de gerar empatia, de estabelecer e manter relações interpessoais, de utilizar as emoções de forma adequada, de utilizar o pensamento crítico e criativo na resolução de problemas. (Morgado & Oliveira, 2009, p. 53) 10

Referências Bibliográficas Chrispino, Á. (Março de 2007). Obtido em Dezembro de 2011, de SciELO Brazil: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n54/a02v1554.pdf Fachada, M. O. (2003). Psicologia das Relações Interpessoais (6ª ed., Vol. I). (Rumo, Ed.) Morgado, C., & Oliveira, I. (1 de Junho de 2009). Obtido em Dezembro de 2011, de Exedra: http://www.exedrajournal.com/docs/01/43-56.pdf Pacheco, F. M. (2006). Obtido em Dezembro de 2011, de Repositório Aberto: http://repositorioaberto.univ-ab.pt/bitstream/10400.2/666/1/lc209.pdf 11