CIDADE E CULTURA NO TOCANTINS: ASPECTOS ÉTNICO- CULTURAIS DA COMUNIDADE AFRO DESCENDENTE DA FAZENDA AÇUDE NO MUNICÍPIO DE SANTA ROSA-TO Nome do autore: Valdina Gomes de Almeida Nome do Aluno; Valdina Gomes de Almeida Nome do Orientador; Dr. Elizeu Ribeiro Lira Aluno do Curso de; Geografia Campus de; Porto Nacional TO e-mail:valdina231276@hotmail.com RESUMO Este projeto tem como principal objetivo, analisar as representações culturais do grupo de Congo da comunidade Açude como um espaço de resistência em comunidades tradicionais afros do Tocantins, com vista a entender como se desenvolve as manifestações culturais e o modo de produção cultural na comunidade. No decorrer do trabalho procurou-se, entender as origens dos Congos da comunidade através de seus costumes e manifestações culturais; os credos e a religiosidade e quais suas relações com as ancestralidades africanas a partir dos rituais dos Congos. Pretendeu - se, investigar, os fragmentos de artes africanas da comunidade através dos ritmos das musicas e das danças dos Congos; Analisar, o processo de inserção da comunidade no mundo urbano; Investigar também sobre, a situação fundiária do território atual e imemorial da comunidade afrodescendente Açude. Diante dos resultados parciais da pesquisa pode-se avaliar e compreender os principais aspectos relacionados ao Grupo de Congo como um símbolo de resistência e preservação de ancestralidade africana no município de Santa Rosa do Estado do Tocantins. Palavras-chave: Comunidades Tradicionais. Congos. Cultura Afro - Brasileira. INTRODUÇÃO A comunidade açude esta situada no município de Santa Rosa-To, é composta por 40 famílias afrodescendentes que sempre viveram nessa região, em função da crise da mineração e do fim da escravidão no final do Século XIX. O modo de produção da
comunidade está baseado na divisão, de trabalho e feito a divisão por sexo; os homens trabalham na roça e as mulheres nas atividades da casa, cozinha e tecelagem. A comunidade açude com sua pacata vida rural é possuidora de conhecimentos raros e de uma história que desvelam acontecimentos históricos de muita importância para a região e os valores culturais que os moradores possuem, traduzem uma tradição popular e merece um olhar diferenciado das Secretarias Municipais, das Universidades, ONGs e Institutos de Pesquisa Populares, com o objetivo de observar, analisar e conservar os patrimônios culturais para gerações futuras e garantir que historias de comunidades tradicionais como a do açude, não se perca no tempo. Então se faz necessário o resgate de estudos sobre comunidades tradicionais sendo que as mesmas representam a historia do modo de vida de parte do povo brasileiro. MATERIAL E MÉTODOS Identificar as relações socioeconômicas, culturais e éticas da comunidade afro descendente da Fazenda Açude em Santa Rosa TO, por meio de um estudo sobre o ritual dos congos com o intuito de entender o processo de territorialização de suas tradições afros no espaço agrário. Analisar as origens étnicas da comunidade e suas atividades culturais em particular o do grupo do Congo; Compreender as relações interculturais do grupo do Congo; Estudar o processo de construção de identidade territorial e as influencias causadas pela proximidade da comunidade com a cidade de Santa Rosa TO. Os procedimentos metodológicos serão baseados em analise históricas dos fenômenos socioculturais e econômicos realizados na e pela comunidade. Que serão orientados pelos referenciais teóricos contidos em materiais bibliográficos específicos. A materialidade dos fenômenos sócios, econômicos e culturais da comunidade observados a partir de trabalhos de campo, através dos quais serão estruturadas
entrevistas e aplicação de questionários para coleta de dados referente ao modo de vida da comunidade. A caracterização das manifestações étnicas culturais será realizada através de observações sistemáticas em in lócus com auxílio de equipamentos fotográficos e áudios visuais, referenciado teoricamente por literatura específica, isto é um levantamento bibliográfico que trata do tema de comunidades tradicionais e escravidão no Brasil. Para identificar os sinais de elementos étnicos culturais que expliquem a origem afro descendentes da comunidade serão realizados levantamentos documentais em cartórios e paróquias da região por meio de solicitações formais e informais junto a tais órgãos. Para avaliar as políticas públicas em relação à preservação da identidade cultural no estado do Tocantins serão comparadas a políticas de incentivo a cultura do governo federal, através da SEPIR, da Fundação Palmares e da Fundação Cultural do Estado do Tocantins, da Secretaria Municipal de Santa Rosa, finalmente vamos utilizar os relatórios feitos pela SEDUC- TO/CECJU onde são relacionadas o reconhecimento de quinze comunidades como remanescente de quilombos. É também o intuito dessa pesquisa compreender a atuação do Estado, para com as manifestações culturais preservadoras de velhas e construtoras de novas identidades em territórios ocupados por populações negras na região. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na primeira etapa da pesquisa (re)fizemos nosso levantamento bibliográfico e catalogamos novas obras e novos documentos, uma luz teórico-metodológica para nosso processo de investigação, foram elas: o livro do prof. Horieste Gomes (UCG/UFG), intitulado Revisitando um Quilombo Brasileiro, onde faz uma interessante discussão sobre quilombos no Brasil Central; o livro do prof. Carlos Rodrigues Brandão, intitulado, Peões, Pretos e Congos: trabalho e identidade étnica em Goiás, como afirma o título foi de suma importância para nosso trabalho, no que diz respeito as nossas indagações sobre a temática do trabalho e da produção escrava no Norte de Goiás.
Durante a execução desta pesquisa, foi priorizada para conquista sistemática dos objetivos a organização de uma bibliografia e discussões teóricas. Nos trabalhos de campo iniciais foi possível observar que a comunidade é composta por 40 famílias moradoras definitivas e outras poucas que ali se estabelecem, junto a algum parente (pai, mãe, tios, avôs) por temporadas indefinidas. E também, no dia 02 de novembro de 2012, apresentação ritual dos congos da comunidade foco desta pesquisa, através do qual, foi possível comprovar a ancestralidade afrodescendente da comunidade. LITERATURA CITADA BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Peões, Preto e Congo, Brasília Rd. UNB, 1977 CAMPOS, Andrelino. Do Quilombo a Favela, RJ. Bertrand, 2010 GOMES, Elvanir Matos. O Rosário dos Congos na Festa do Carmo. Porto Nacional: Pote, 2004. GOMES, Horieste. Revistando um Quilombo Brasileiro,Goiânia:Ed. Univ. Católica,2001. MAIA, Doralice Sátyro. A Geografia e o Estudo das Tradições. Terra Livre AGB, São Paulo, n.16,2001. MATTOSO, Kátia de Queirós. Ser Escravo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2003. NEVES, Maria de Fátima Rodrigues das. Documentos sobre a escravidão no Brasil. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2002. PIRES, Antônio Liberac; OLIVEIRA, Rosy. (orgs.). Sociabilidades Negras. Comunidades Remanescentes, Escravidão e Cultura. Belo Horizonte: Gráfica Daliana Ltda., 2006. REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos (orgs.). Liberdade por um fio: História dos Quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras. SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1996. SCHWARCZ, Lilia Moritz; REIS, Letícia Vidor de Souza. Negras Imagens: Ensaios sobre Cultura e Escravidão no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996. SAHR, Löwen. Luiza Cicilian. Eti -al. Geograficidade Quilombola PN, Ed.UEPG,201.
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