II SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Documentos relacionados
III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Assédio Moral: Conseqüências a Empresa e a Saúde do Trabalhador.

O QUE É O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Violência Moral e Psicológica

Sobre o assédio moral. pessoas. Adriana Cristina Guimarães

O que é assedio moral?

ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇOES DE EMPREGO

ASSÉDIO MORAL A INTERFERÊNCIA DAS RELAÇÕES PESSOAIS NA EMPRESA CAROLINA RONCATTI PATRICIA CANHADAS WILDE C. COLARES

Uma Visão do Ministério Público do Trabalho. Patrícia de Mello Sanfelici Procuradora do Trabalho

ASSÉDIO MORAL: COMO SE DEFENDER DO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?

Humilhação é o sentimento de ser ofendido, menosprezado, rebaixado, inferiorizado, submetido, vexado, constrangido e ultrajado pelo outro.

Assédio Sexual nas empresas

Cartilha Assédio Moral. Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

ASSEDIO MORAL Assedio Moral Assédio Moral

ASSÉDIO MORAL: PERCEPÇÕES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Análise do Artigo para leitura

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NO ACIDENTE DE TRABALHO. LANA REZENDE DOS SANTOS FACULDADE ALFREDO NASSER

Tecnologias da informação com aplicabilidade ao RH. O Modelo Competitivo de Gestão de Pessoas

SINDINFOR - Grupo de Intercâmbio de Informações da Gestão de Pessoas das Empresas de Informática de MG Palestra: 10 de Maio de 2011

SEGURANÇA DO TRABALHO

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

PROJETO DE LEI N.º 6.625, DE 2009 (Do Sr. Aldo Rebelo)

ASSÉDIO MORAL. A NECESSIDADE DE ROMPER-SE COM O SILÊNCIO

CONVITE. Atuação. Prezado (a),

CUSTOS DE ACIDENTES. Prof.ª Rosana Abbud

ASSÉDIO MORAL: Por: Claudia Regina Martins Psicóloga Organizacional CRP 08/13638

PROGRAMA DE DISCIPLINA

O que é o Assédio Moral

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

O NOVO CENÁRIO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS Tecnologia e stress

ASSÉDIO MORAL. Alexandre L. Ramos 23/07/07 22:40 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA MAPA DE RISCOS

Assédio Moral no Trabalho

P-02 ASSÉDIO MORAL E SEUS IMPACTOS NO CLIMA INTERNO DA EMPRESA

AntoonVan Dyck, Sansão e Dalila (1630)

Autor: Deputado Romualdo Junior 1º Vice-Presidente

AUTOR(ES): REGIANE DE MORAIS SANTOS DE ASSIS, EDNADJA CARVALHO DO NASCIMENTO GALDINO

ASSÉDIO MORAL UM INIMIGO SILENCIOSO UM INIMIGO SILENCIOSO. Heverton Renato M. Padilha

Assédio Moral no Ambiente de Trabalho

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL

Título: Os limites dos poderes do empregador perante seus empregados face às novas tecnologias

ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE EMPREGO MORAL HARASSMENT IN THE EMPLOYMENT RELATIONS

JORNAL DO TRABALHADOR. nossa luta Campanha salarial Benefícios para o associado

REAÇÃO AO ASSÉDIO SEXUAL

Guiade. Orientação Ética

ASSÉDIO MORAL NO SERVIÇO PÚBLICO

ASSÉDIO SEXUAL NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS BENTO, Nayara

O ASSÉDIO MORAL E MUNDO DO TRABALHO

O que é o Cyberbullying?

2º ENCONTRO DE TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM DO COREN-BA. 26/09/2014 SUERDA F. DE SOUZA COAST/CESAT/DIVAST

BULLYING VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

III Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho. 30 de setembro e 01 de outubro de 2013

OS EFEITOS JURÍDICOS DO ASSÉDIO MORAL NA RELAÇÃO DE EMPREGO

Perda de audição pode gerar indenização por acidente de trabalho. por Kendra Chihaya Qua, 11 de Janeiro de :44

Assédios moral e sexual também acontecem na TI

O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

O homem como sujeito da realidade da saúde. Prof. Dr. Lazslo A. Ávila

,UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO P L A N O D E E N S I N O

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade Mineira de Direito - Núcleo Barreiro

ASPECTOS SUBJETIVOS DO ASSÉDIO MORAL

Exemplo 1 O Mago (1); O Papa (5); O Mundo (21); O Diabo (15) Amor Dinheiro

ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO (Moral Harassment in the. workplace)

Palavras-chaves: Palavras Chave - Assédio Moral. Ambiente Organizacional. Conflitos Laborais.

ASSÉDIO MORAL E REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS: UM ESTUDO DESTA PRÁTICA NA CONTEMPORANEIDADE

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

3. Roteiro de perguntas para serem aplicadas na tomada de declarações ou oitivas dasvítimas indiretas e testemunhas

CÓDIGO DE ÉTICA DO GRUPO EDF

ASSÉDIO MORAL E SUAS DEFINIÇÕES

ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL: VISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Sinttel-DF RESPEITA AS MINA. Assedio Sexual e caso de policia. Denuncie

RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR NOS ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO

05/05/2014 LIDERANÇA ESTILOS DE LIDERANÇA DIFERENCIAR CHEFE DE LÍDER

A) CARÁTER DETERMINANTE DA FALTA

As contribuições de autores sobre assédio moral nas organizações públicas

Profa. Cláudia Palladino. Unidade IV SUPRIMENTO DE MÃO DE OBRA

O ASSÉDIO MORAL E O CÓDIGO DE ÉTICA DO SISTEMA INDÚSTRIA COMO NORTEADOR NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

O NOVO MOMENTO NA GESTÃO DE PESSOAS. Denise Poiani Delboni

Veja os motivos que podem levar a uma demissão por justa causa

ASSÉDIO MORAL: Uma Realidade no Local de Trabalho

GABARITO PROVA OAB

A violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Atualmente vem aumentando, em virtude de:

Assédio moral e sexual

O ASSÉDIO MORAL NA RELAÇÃO DE EMPREGO

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Relacionamento Abusivo

Segurança no Trabalho

De acordo com Leymann, para que se possa falar em Assédio no Trabalho terão que estar presentes as três condições seguintes:

O Assédio Moral, o nexo causal para doença do trabalho e o artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho

Revista Perspectiva em Educação, Gestão & Tecnologia, v.2, n.3, janeiro-junho/2013

- Compreender a aplicação e interpretação das normas de Direito do Trabalho;

Assédio Moral no Serviço Público

A CRIANÇA HOSPITALIZADA

Transcrição:

II SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Assédio Moral no Ambiente de Trabalho e seus efeitos sobre a qualidade de vida do trabalhador Vanessa Barco dos Santos Santana Discente do Curso de Direito Unaerp- Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá vbarco@ig.com.br Resumo O objetivo geral desta pesquisa é apresentar o Assédio Moral nas relações de trabalho, destacando o ambiente de trabalho da pessoa assediada. Visa demonstrar os aspectos nocivos a saúde do trabalhador, que em seu cotidiano fica exposto a agressões durante a sua jornada de trabalho e no exercício de suas funções. Preocupa-se em demonstrar a falta de qualidade de vida de uma pessoa que sofre a situações humilhantes e vexatórias. Palavras Chaves: Assédio Moral, Relações Humanas, Meio Ambiente, Direito do Trabalho. Seção 3 TCC Direito Apresentação: Oral 1. Introdução A modernização das indústrias e empresas, inseridas no contexto econômico mundial, propicia cada vez mais, uma desenfreada busca pelo lucro, forçando assim, o ritmo do trabalhador, que fica claramente exposto a agressões injustas e desumanas por parte dos empregadores. Verificar a hostilização atribuída ao trabalhador em seu ambiente de trabalho, é a proposta deste estudo, que visa destacar o ambiente de trabalho da pessoa assediada. O Assédio Moral é uma conduta totalmente imoral, que desestabiliza o trabalhador, degradando seu ambiente de trabalho e fazendo com que o trabalhador perca a motivação e o interesse pelo que faz. A incidência de danos à saúde do trabalhador torna-se cada vez mais crescente, em face as doenças apresentadas por trabalhadores que sofreram algum tipo de agressão moral durante suas práticas laborais. Atentar para este tema, é visar acima de tudo, o bem estar da sociedade, pois a humilhação constitui um risco invisível, porém, concreto

nas relações de trabalho. A prática do Assédio Moral, revela uma das formas mais poderosas de violência, pois fica mascarada em gestos e palavras. 2. Conceito de Assédio Moral O Assédio Moral tem estreita ligação com o conceito de humilhação que segundo o dicionário Aurélio, significa: Rebaixamento moral, vexame, afronta, ultraje. Ato ou efeito de humilhar (- se). Humilhar. Tornar humilde, vexar, rebaixar, oprimir, abater, referir-se com menosprezo, tratar desdenhosamente, com soberba, submeter, sujeitar. Esta prática pode ser conceituada pela vitimóloga e psiquiatra Marie France Hirigoyen (2002) como: toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se sobretudo por comportamentos, gestos, palavras, comportamentos, atitudes que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade, psíquica ou física de uma pessoa, pondo em perigo sua posição de trabalho ou deteriorando o ambiente de trabalho. Para a médica brasileira do trabalho, Doutora Margarida Barreto (2000), é: A exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. Denota-se dos conceitos acima, que o Assédio Moral caracteriza-se especialmente pela freqüência e pela intencionalidade da conduta, não se confundindo com uma desavença isolada ou esporádica no ambiente de trabalho. O importante é destacar a intenção da pessoa, se a mesma age meticulosamente, ou se apenas a sua conduta insere-se dentre as prerrogativas de seu poder diretivo e disciplinar. Normalmente, o Assédio Moral caracteriza-se por gestos e condutas abusivas, muito constrangedoras, como por exemplo: amedrontar, desprezar, difamar, inferiorizar, ironizar, humilhar, menosprezar ridicularizar, rir sarcasticamente em meio as dificuldades apresentadas pelo trabalhador, falar baixo a outro funcionário acerca da pessoa, suspirar, olhar e ignorar a presença do assediado, não cumprimentar, sugerir que peça demissão, dar tarefas sem sentido, sem utilidade ou que não condiz com as informações que possui, dar tarefas por meio de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro ou tornar público algo íntimo e ainda não explicar a causa da perseguição. 3. Surgimento do Assédio Moral No Brasil, a discussão a respeito deste assunto é bem recente, tendo em vista que esta prática surgiu a partir da Revolução Industrial, quando a energia humana foi substituída pela energia motriz, passando do modo de produção doméstica (artesanal) para o modo industrial. Desde aquela época os trabalhadores já sofriam esta forma de abuso, e ainda hoje, em tempos

atuais com os visíveis avanços nas leis de amparo aos trabalhadores, o Assédio Moral persiste e atormenta a vida de muitos. O fato da discussão em volto ao assunto apresentar-se com muita freqüência na época atual, não significa que em pouco tempo todos estarão livres desta pratica perversa. A situação existente hoje em nosso país pelo advento da globalização e pela fase em que se encontra a economia mundial, demostra a avalanche de desemprego, desencadeado uma desumana concorrência. Este assunto deve ser abordado e analisado de forma delicada, principalmente pelas altas taxas de desemprego. Esta situação faz com que trabalhador se submeta a situações vexatórias e humilhantes para conseguir manter-se empregado, diante das dificuldades de conseguir um espaço neste mercado que se torna cada vez mais exigente. Um outro fator que contribuiu para o surgimento do Assédio Moral é o individualismo, que traça um perfil psicológico de inveja, ganância e mesquinhez por parte do elemento assediador, que pretende obter benefícios as custas do empregado, ou somente mantê-lo humilhado e constrangido, afim de deter o domínio dentre os demais empregados, demostrando assim seu poder. 4. Características e conseqüências do Assédio Moral. A pessoa que pratica atos perversos, utiliza-se muitas vezes, de seu "poder" desumano, nas relações hierárquicas autoritárias, para advertir o assediado, de diversas formas e por vezes repetitivas, sendo que o trabalhador, no decorrer do tempo, sente-se sem valor, inútil, magoado, revoltado, perturbado, indignado e com muita raiva. Normalmente, nas relações trabalhistas, o elemento assediador é o superior hierárquico, pelo fato deste, estar mais próximo do empregado e deter sobre ele uma espécie de domínio. O elemento assediador age de forma inofensiva e mascarada em atitudes de repreensão e advertência, com desculpas de contribuir para o bom andamento dos trabalhos/negócios. Vale ressaltar, que existem casos específicos de pessoas paranóicas, que tentam se fazer de vítimas, sendo de difícil rejeição e que não aceitam críticas. São pessoas que normalmente tem problemas de relacionamento com os que a cercam e normalmente não assumem a sua culpa. Essas são potencialmente agressores e não vítimas, porém, o fato é que, a existência de pessoas paranóicas não deve encobrir a real existência de vítimas do Assédio Moral. O assediado, após repetitiva humilhação, sente-se incapaz, o que interfere diretamente em suas relações afetivas e sociais. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento, comprometendo de forma direta a identidade e a dignidade do trabalhador, causando na vítima graves danos físicos e psicológicos. A capacidade laborativa do empregado, fica comprometida quando já não existem mais condições de trabalho, quando o ambiente já está degradado. Essa degradação do ambiente de trabalho, faz com que o empregado perca a vontade de trabalhar, o gosto pelo que faz. O fato é que, a duração e a repetição dessas agressões, faz com que a vítima, começa a desenvolver um quadro de doenças físicas e psicológicas,

não mais conseguindo em certos casos produzir, como fazia no início de suas atividades, chegando a um estado degradante de desgaste físico e psicológico, até o ponto de não mais agüentar e adoecer. A fragilidade na saúde é apenas um dos artifícios encontrados pelo trabalhador assediado, para fugir da situação em que se encontra, quando o mesmo reclama, é chamado de desequilibrado e para piorar a situação, seus próprios colegas de trabalho tornam-se complacentes à situação e nada fazem por medo de serem os próximos, o que cria um pacto de tolerância e de silêncio. Assim que o pacto de tolerância é instaurado no ambiente de trabalho, começa a imperar o silêncio coletivo. Desse momento em diante, as doenças começam a aparecer, a humilhação vai gradativamente corroendo a vítima e transformando-a em uma pessoa fragilizada e sensível. O assediado passa então, a assumir uma postura defensiva, pela constante sensação de ameaça que sente. A ansiedade do assediado, lhe provoca sentimentos de impotência e fracasso, tornando-o uma pessoa de "difícil convívio". A vítima, que insiste em continuar trabalhando naquela situação é sempre responsabilizada pela queda na produção, pela falta de qualidade no produto produzido ou no serviço prestado. Tudo o que não está de acordo com o bom andamento no local de trabalho, é rapidamente ligado ao assediado. Afim de sempre obter lucros e aumentar a produtividade, criando meios e formulas para isso, os empregadores e as empresas, facilmente se esquecem de cuidar da mão de obra utilizada, o que ao longo do tempo passa a acarretar a empresa, diversos problemas e prejuízos. Para a obtenção de um ambiente de trabalho sadio, é necessário que as pessoas que ali estão inseridas, sejam respeitadas. Quanto aos relacionamentos pessoais, a empresa deve harmonizar e motivar seus empregados, afim de obter, através do trabalho em conjunto, o sucesso almejado. Pode se afirmar, que a qualidade de trabalho somente será alcançada, se os aspectos pessoais da organização, forem respeitados, na busca pela integração de todos os trabalhadores. O comprometimento dos empregados, desaparece a partir do momento em que se sentem coisificados, despersonificados. A empresa, muitas vezes não percebe que o trabalhador esta desmotivado, pois o mesmo se esconde, em meio de uma falsa ilusão, de não demonstrar ao elemento assediado que está desestabilizado. O Assédio Moral, inevitavelmente instala um clima desfavorável no ambiente de trabalho, provocando a tensão, a apreensão e a competição entre os envolvidos. Segundo o médico Mauro de Azevedo Gomes (2004), as perdas para o empregador se resumem: mais gastos com recrutamento, seleção e treinamento, acidentabilidade, degradação do ambiente de trabalho, litígios na Justiça do Trabalho, menor eficiência, menos qualidade no trabalho realizado, retrabalho, menor produtividade, abalo na reputação da empresa, deficientes relações com o público, resistência entre trabalhadores(as), menor criatividade, perda da motivação, menos iniciativa, clima de tensão, danos em equipamentos e quebra da produção por acidentes.

6. Conclusão Do exposto, pode-se considerar, o Assédio Moral como um fenômeno social de tempos antigos, porém de recente reconhecimento. Sendo que, a política econômica, em que se insere o mercado nacional brasileiro, impõe ao trabalhador, uma verdadeira batalha entre o desemprego e a necessidade desesperada de sobrevivência, que pende o trabalhador entre a responsabilidade e a dignidade, precisando escolher entre lutar contra a humilhação ou render-se a ela, diante o cenário mundial. O fato desse fenômeno tratar de um tema multidisciplinar, envolvendo a sociologia, o direito, a psicologia, a psiquiatria e a medicina do trabalho, faz com que a sua análise, seja muito delicada, no tocante a sua caracterização jurídica. O Assédio Moral, é uma espécie de agressão disfarçada e de difícil caracterização. Somente a verificação da natureza psicológica, poderá comprovar a existência da doença psíquico-emocional, que de forma precisa, será aferida tecnicamente por um médico ou especialista, para somente assim, comprovar o dano e o nexo de causalidade. Em relação aos agressores, pode-se verificar que mesmo em tempos atuais, muitos confundem a palavra liderar com mandar. A responsabilidade, seja ela objetiva ou subjetiva, deverá sempre ser imposta a eles como uma forma de reprimir, amenizar ou até mesmo sanar o Assédio Moral. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), preocupada com a grande incidência de doenças físicas e psicológicas, elaborou a Convenção 111 para dirimir a humilhação no ambiente de trabalho, diversos países já possuem uma legislação específica e o Brasil vêm adotando medidas, no sentido de combater o Assédio Moral, conforme demonstra as efetivas Jurisprudências acerca do tema. Por fim, fica o questionamento, até em que ponto a evolução do mundo, vai justificar a deterioração física e psicológica do ser humano? A resposta, cabe a sociedade no sentido de agir efetivamente impedir que a prática perversa do Assédio Moral, se perpetue no cotidiano das pessoas. 7. Referências ALMEIDA, Amador Paes de. CLT Comentada: legislação: doutrina: jurisprudência. - São Paulo, Saraiva, 2003. ASSÉDIO MORAL: Chega de humilhação! Disponível em : <http://www.assediomoral.org.br>. Acesso em: 21 jul. 2004. BARRETO, Margarida Maria Silveira. Uma jornada de humilhações. (Mestrado em Psicologia Social). PUC, São Paulo, 2000.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3.ed.- Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999. GUEDES, Márcia Novais. Terror psicológico no trabalho. 2.ed. São Paulo, LTr, 2003. HIRIGOYEN, Marie France. Assédio Moral: a violência perversa no cotidiano. 4.ed. Rio de Janeiro, Betrand Brasil, 2002.. Mal estar no Trabalho redefinindo o assédio moral. Rio de Janeiro, Betrand Brasil, 2002. MENEZES, Cláudio Armando C. de. Assédio Moral. LTr Revista da Legislação do Trabalho, São Paulo, v. 67, nº 01, p. 291-294, jan./mar., 2003. MOURA, Mauro Azevedo. Assédio Moral. Disponível em: <http://www.mobbing.nu/studios-assediomoral.doc>. Acesso em: 14 set. 2004. OIT. Organização Internacional do Trabalho. Disponível em: <http://www.ilo.org>. Acesso em: 12 fev. 2005.