A utilização de Sistema de Informação Geográfica como suporte para a Gestão Ambiental: Um breve levantamento teórico-conceitual



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Transcrição:

ISSN 1984-9354 A utilização de Sistema de Informação Geográfica como suporte para a Gestão Ambiental: Um breve levantamento teórico-conceitual Alessa Favero Duque Estrada (LATEC/UFF) José Alexandre Ferreira Duque Estrada (LATEC/UFF) Resumo: Este artigo tem como foco a realização da discussão teórica da importância de utilizar o SIG (Sistema de Informação Geográfica) como suporte na tomada de decisão na gestão ambiental, por se tratar de um instrumento capacitado a desenvolver análises de dados espaciais e aptos a fornecer informações de grande acuracidade. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo apresentar a estrutura e características desse SIG e de que maneira essa ferramenta moderna de tecnologia consegue auxiliar na Gestão Ambiental através do geoprocessamento. A partir de uma revisão bibliográfica elabourou-se um esquema composto com algumas pesquisas realizadas por diversas universidades do Brasil que utilizaram o SIG e o geoprocessamento como base para estudos ambientais que serviram como insumo a gestão dessas áreas. Dentro dessa proposta serão avaliadas essas pesquisas no que se refere a obtenção de resultados satisfatórios relacionados ao uso dessas técnicas. Esse levantamento bibliográfico identificou diversos trabalhos e literaturas que já estão engajados nessa vertente do gerenciamento da informação geográfica e sua manipulação com intuito de compreender o espaço como um todo e conectado sob seus diversos aspectos: social, físico e econômico. Grande parte do material visto defende a intensificação desse conjunto de tecnologias voltada à coleta e tratamento de dados espaciais. Palavras-chaves: Sistema de Informação Geográfica, Gestão Ambiental, Estudos Ambientais.

1. Introdução Grandes avanços ocorreram no século XX propiciando que a política ambiental e consequentemente o controle sobre práticas e uso do meio ambiente obtivessem robustez. Termos como sustentabilidade empresarial, responsabilidade social, gestão e planejamento ambiental, gestão territorial, entre outras terminologias, demonstram que a visão e a tomada de consciência a nível global evoluíram. Na primeira metade do século foi mais lento, porém, na segunda metade o desencadeamento de reuniões globais e documentos universais colocaram a ideia de responsabilidade coletiva em foco. Não somente no âmbito ambiental como também no conhecimento do território, que após a Segunda Guerra Mundial, dois terços do território brasileiro foi fotografado, as regiões desconhecidas como Norte e Centro-Oeste foram mapeadas e grandes avanços na cartografia com a conclusão da carta do Brasil ao milionésimo feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Diretoria de Serviços Geográficos, SUDENE e Petrobrás; esse processo é relatado por SANTOS & SILVEIRA (2006) como a convergência das técnicas para um sistema unificado, novidade do período atual, significa então, a utilização combinada de modernos objetos técnicos na produção de uma informação sobre a terra e sobre o tempo. O impulsionamento da revolução técnico-científico-informacional proporcionam o caminhar conjunto da ciência e tecnologia, junto com a informação, estão na própria base da produção, da utilização e do funcionamento do espaço e tendem a construir o seu substrato SANTOS (2006). Nesse sentido, diversas áreas do conhecimento puderam contar com os avanços tecnológicos como apoio para o embasamento de suas pesquisas e convicções. A própria Gestão Ambiental com suas particularidades, normas e estrutura própria, pode contar com a cooperação da tecnologia para dar suporte em suas etapas de concretização da gestão. Neste sentido, que este trabalho começa a se estruturar, do momento em que se questiona sobre as possíveis ferramentas que auxiliariam a gestão ambiental a capturar toda a vasta quantidade de informações que estão contidas no local de interesse do gestor ambiental, e como tornar eficaz esse levantamento frente ao planejamento ambiental, para a instalação do empreendimento, sendo este território detentor de aspectos bióticos, abióticos e antrópicos; como, neste caso, tomar nota de todos esses fatores. A proposta dessa pesquisa é responder a essa questão abordada acima, utilizando uma vertente do conhecimento geográfico, conhecida como geoprocessamento e sua tecnologia 2

atrelada conhecida como Sistema de Informação Geográfica, para cooperar em uma vertente administrativa que é a Gestão Ambiental. Tendo em vista essa questão problema, apresenta-se o objetivo geral que é abordar como e de que forma essas tecnologias promovem o suporte para a gestão ambiental. E de maneira secundária, mostrar as vantagens e facilidades dessas técnicas ao administrador e como podem fornecer informações precisas ao gestor. 2. Método de Pesquisa Para a elaboração deste trabalho foi necessário consultar materiais já publicados, como dissertações, artigos e livros, sendo assim, trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Como estratégia da pesquisa pretende-se realizar um levantamento bibliográfico a fim de apresentar a importância das duas vertentes, geográfica e administrativa, e por fim como as duas se interrelacionariam. Sendo assim, este trabalho apresentará uma discussão sobre esses temas seguindo a lógica da estrutura abaixo: 1. O geoprocessamento e Sistema de informação geográfica como Ferramenta para o Planejamento e gestão Ambiental a. Capítulo primeiro A importância da Gestão Ambiental; b. Capítulo segundo Conhecendo as tecnologias: Geoprocessamento e Sistema de Informação Geográfica; c. Capítulo terceiro Aplicações das ferramentas de tecnologia à Gestão Ambiental e Estudos Ambientais Dentro do capítulo terceiro, selecionou-se quatro artigos em um quadro para citar alguns trabalhos que se propuseram a realizar estudos relacionados a temática proposta. Essa seleção foi possível pelo acesso direto ao site http://scholar.google.com.br (Google acadêmico) em que utilizou-se três palavras chaves para a procura desses trabalhos, sendo estes: SIG, Geoprocessamento e Gestão Ambiental. Ao encontrar os estudos, veio a segunda etapa que seria a avaliação desses artigos, através da leitura dos resumos ou abstracts, para estabelecer quais destes trabalhos se adequariam aos temas acima para serem encaixados no quadro expositivo. Por último, seguiu-se com as etapas de conclusão e referências bibliográficas, como desfecho da estrutura desse artigo. 3

3. O Geoprocessamento e Sistema de Informação Geográfica como Ferramenta para o Planejamento e Gestão Ambiental: Base Teórica e Conceitual 3.1 A importância da Gestão Ambiental A discussão sobre meio ambiente iniciou a partir do marco internacional sobre essa temática, em 1972 em Estocolmo, Suécia, onde se realizou a conferência das Nações Unidas e Meio Ambiente Humano, resultando numa Declaração e um Plano de Ação para o Meio Ambiente Humano que contém 109 recomendações (DIAS, 2011). Este mesmo autor afirma que no Brasil a industrialização começou efetivamente a ganhar força em 1960, porém, somente a partir da conferência de Estocolmo (1972) que foram criados os órgãos responsáveis pelos cuidados do meio ambiente (Secretaria do Meio Ambiente SEMA), (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CETESB) em São Paulo, (Conselho Estadual de Proteção Ambiental CEPRAM) na Bahia entre outros. Desde então, o objetivo dos diversos órgãos ambientais é estabelecer o controle ambiental. Dentro dessa perspectiva do autor, percebe-se o caminhar do Brasil no sentido de amadurecer suas ferramentas de proteção ambiental, sendo em muito influenciadas pelo desenrolar de políticas ambientais mundialmente discutidas, em que algumas destas podem ser resumidas no quadro 1 abaixo: Quadro 1: Evolução da Gestão Ambiental Empresarial (Fonte: DIAS, 2011) Acontecimento Especificação Referência Na década de 80, foi criado no Canadá o programa de atuação responsável (Responsible Care Program) contribuindo com solução de problemas ambientais. No Brasil, o programa de atuação responsável por essa atuação é a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). Obrigatoriedade dos estudos de impacto ambiental a partir de 1986 Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum, em 1987 Constituiu um Programa de Atuação Responsável que contou com a adesão de empresas brasileiras. O programa está baseado em seis áreas: princípios diretivos; códigos de práticas gerenciais; comissões de lideranças executivas; conselhos comunitários consultivos; avaliação de progresso; e difusão na cadeia produtiva. Quando houver a instalação de novas unidades industriais e outros empreendimentos de vulto, como represas, construção de estradas etc. Ofereceu uma visão do crescimento econômico sustentável e da elevada qualidade ambiental que poderia ser alcançada através de boas práticas Barbieri (1997) apud DIAS (2011) Resolução CONAMA (1986) apud Dias (2011) 4

Segunda Conferência Mundial da Indústria sobre a Gestão do Meio ambiente, realizada em 1991 em Roterdã (Holanda) British Standards Institute (BSI) lançou em 1992 a norma Bs 7750 com base nos princípios da Carta Empresarial da Câmara de Comércio Internacional (ICC) e na necessidade de o meio empresarial se adaptar às novas exigências em relação às questões ambientais. Em 1993 o Conselho da ISO (Organização Internacional de Normalização) aprovou a criação do TC 207. industriais e produzindo mais com menos. Elaboração da Carta Empresarial para o desenvolvimento Sustentável de 1991, elaborada pela Câmara do Comércio Internacional (ICC); nela se encontram princípios voltados para a gestão ambiental no ambiente corporativo. Trata-se de uma norma de caráter voluntário, que propõe um sistema de gestão ambiental (SGA) que procura não só ordenar e integrar os procedimentos existentes na empresa, mas também permitir que esta possa obter certificação. Dando início aos trabalhos de elaboração da nova ISO série 14000, baseados na norma Bs 7750, inglesa. Campos (1996) apud Dias (2011) Busato (1996) apud Dias (2011) Deste ponto em diante, observa-se a introdução da Gestão Ambiental, que não pode ser ignorada atualmente. Ela faz parte de um conjunto de instrumentos, de todo um processo evolutivo, que visa equilibrar o consumo por parte das empresas do meio ambiente. DIAS (2011) argumenta que gestão ambiental é a expressão utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente. Em outros termos, o autor complementa afirmando que é a gestão cujo objetivo é conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio onde se encontra a organização, ou seja, obter-se um desenvolvimento sustentável. Para SOUZA (2000), a gestão ambiental pode ser entendida como o conjunto de procedimentos que visam à conciliação entre desenvolvimento e qualidade ambiental. Nas palavras do autor, essa conciliação ainda precisa respeitar a capacidade de suporte do meio ambiente e as necessidades levantadas pela sociedade civil ou governo. Sem o equilibro do crescimento econômico em relação ao meio ambiente não há desenvolvimento que se sustente nem meio ambiente que aguente. XAVIER DA SILVA (2001) contasta que é importante enxergar o planejamento como parte da gestão, porém não como uma coisa só. Planejamento Ambiental é compreendido como um processo no qual são executados o levantamento e o diagnóstico das condições ambientais 5

com o objetivo de otimizar o uso dos recursos ambientais disponíveis. Geralmente está atrelado a essa etapa a criação de documentos (plano de ação, diagnósticos e etc.). Entretanto, a gestão ambiental segundo o autor é mais voltada para gerir racionalmente, metodicamente, um ambiente. Essa gestão acompanha a evolução dos fenômenos de interesse, compara as situações encontradas no presente com as que foram previstas no plano de ação e, principalmente, promove a intervenção quando realmente necessária, segundo informação relevante e baseada em novos dados, mediante o consentimento da autoridade competente XAVIER DA SILVA (2001). Por isso, o planejamento faz parte da Gestão Ambiental, contribui para a concretização de uma gestão eficaz. SOUZA (2000) aponta que o planejamento deve estar contido na gestão ambiental, uma vez que estrutura as diretrizes a serem seguidas pelos planos de ação e pela própria gestão ambiental. Dessa maneira, a gestão pode ser entendida como a prática do planejamento, devido aos elementos contidos dentro de um sistema da gestão. E nesse sentido, compreende-se que dentro da própria gestão ambiental é preciso existir um planejamento do território que se almeja ocupar e desenvolver as atividades desejadas, porque com o conhecimento prévio da área de estudo, é que se torna possível observar a capacidade desse meio natural de suportar o empreendimento. Observa-se isso nas palavras de MORENO & LITHOLDO (2000), em que a gestão ambiental assume ênfase como instrumental básico para o desenvolvimento sustentado em ecossistemas territoriais, ou seja, possibilita apropriar o conhecimento indispensável à realização do planejamento ambiental do território, repousando-se sobre novos conceitos relativos á organização dos espaços. SEIFFERT (2011) comenta que o papel estratégico da gestão ambiental para as organizações tem sido evidenciado por uma série de constatações relacionadas ao ambiente onde as mesmas atuam. E isso ocorre pelo fato de que as organizações vêm tornando-se cada vez mais expostas a cobranças de posturas mais proativas com relação a responsabilidade sobre seus processos industriais, quanto a emissões atmosféricas, resíduos e efluentes lançados em seu ambiente, bem como o desempenho de seus produtos e serviços em relação à abordagem de ciclo de vida. Como apresentado no quadro acima, um dos avanços referentes a gestão ambiental foi conquistado através do desenvolvimento da norma ISO 14000 e consequentemente das demais normas da família. Com isto vem surgindo algumas ferramentas para contribuir com essa gestão, como o SGA (Sistema de Gestão Ambiental), que pode ser compreendido como o conjunto de 6

responsabilidades organizacionais, procedimentos, processos e meios que se adotam para a implantação de uma política ambiental em determinada empresa ou unidade produtiva. Em outras palavras, o SGA é a sistematização da gestão ambiental por uma determinada organização DIAS (2011). Alguns dos requisitos necessários para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) exigido pela norma ISO 14001 norma responsável pela implantação do SGA está explícito abaixo de modo simplificado, e deve cumpri-los segundo a: Política ambiental; Planejamento; Implementação e operação; Verificação e ação corretiva; e Revisão pela gerência. Segundo os estudos de SEIFFERT (2011) os benefícios da implantação de um SGA são grandes, isto porquê possuem uma série de vantagens no que se refere não somente ambientais e organizacionais, como também para a população e o governo em determinado local. Pois apresentam redução do aporte de recursos para ao sistema de saúde pública, e também grande redução nos custos com fiscalização ambiental, uma vez que as empresas se autofiscalizarão. Entretanto, a própria ISO 14001 (2004) defende que a norma em si não é o suficiente para uma gestão ambiental completa nem tampouco estabelece requisitos absolutos para o desempenho ambiental. Caberá ao gestor e empresa aplicar a norma e desenvolver melhorias e projetos que garantam resultados ambientais ótimos além de ter como base os requisitos da norma. 3.2 Conhecendo as tecnologias: Geoprocessamento e SIG CÂMARA & DAVIS (2001) afirmam que as primeiras evidências da tentativa de automatizar parte do processamento de dados com características espaciais ocorreram na Inglaterra e Estados Unidos, nos anos 50, com o objetivo principal de reduzir os custos de produção e manutenção de mapas. E na década de 60, no Canadá, começaram a surgir os primeiros Sistemas de Informação Geográfica, como iniciativa do governo de criar um inventário de recursos naturais. 7

Entretanto, somente na década de 80 que se observa a introdução do Geoprocessamento no Brasil, a partir de instituições tais como: acadêmica (Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ), governamental (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE) e privada (empresa AeroSul). De acordo com esses autores, foi a partir da segunda metade do século XX, com o desenvolvimento da tecnologia de informática, que tornou-se possível ir além de documentos e mapas em papel e passou a armazenar e representar as informações geográficas distribuídas espacialmente (recursos naturais, propriedades, plantas, animais e outros) em ambiente computacional, abrindo espaço para o aparecimento do geoprocessamento. Compreende-se, desta forma, que o termo geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica e que vem influenciando de maneira crescente áreas como Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional CÂMARA & DAVIS (2001). Para XAVIER DA SILVA (2001) o objetivo do geoprocessamento é a análise de dados, sendo esses dados georreferenciados (dados associados a um sistema de coordenadas conhecido) e integrados à uma base de dados digitais, que necessitam contar com uma base cartográfica confiável à qual coligirá seus dados. Em sua própria citação define geoprocessamento como um conjunto de técnicas computacionais que opera sobre bases de dados georreferenciados, para transformá-los em informação relevante. Esse termo geoprocessamento é amplo e engloba diversas tecnologias de tratamento e manipulação de dados geográficos, através de programas computacionais PINA et al. (2000). Dentre essas tecnologias se destacam: o sensoriamento remoto, a digitalização de dados, a automação de tarefas cartográficas, a utilização de sistemas de posicionamento global GPS e Sistemas de Informação Geográfica SIG. O SIG é uma das técnicas de geoprocessamento, a mais ampla delas, uma vez que pode englobar todas as demais, sendo essencial destacar que nem todo geoprocessamento é um SIG. Na figura 1 abaixo, apresenta-se uma ilustração da interrelação de algumas técnicas ligadas ao Geoprocessamento. 8

Figura 1: Interrelacionamento de algumas tecnologias atreladas ao Geoprocessamento De acordo com CÂMARA et al. (2004), o termo Sistemas de Informação Geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos e armazenam a geometria e os atributos dos dados que estão georreferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre e representados numa posição cartográfica. Numa visão abrangente, podese dizer que SIG possui os seguintes componentes : Interface com usuário; Entrada e integração de dados; Funções de processamento gráfico e de imagens; Visualização e plotagem; Armazenamento e recuperação de dados (organizados sob forma de um banco de dados geográficos). De maneira a esclarecê-los, esses componentes citados acima interagem de forma hierárquica, ou seja, a interface homem-máquina define como o sistema é operado e controlado. Em um nível intermediário, o sistema deve possuir mecanismos de processamento de dados espaciais (entrada, edição, análise, visualização e saída). Internamente ao sistema, um banco de dados geográficos armazena e recupera os dados espaciais. Entretanto, o autor explica, que cada sistema possui estes elementos de forma distinta de acordo com o objetivo e necessidade, mas todos essas subsistemas estão presentes num SIG (Figura 2). 9

INTERFACE DE UM SIG Figura 2: Hierarquia das Interfaces de um SIG Esse esquema representativo demonstra como o componente usuário é determinante no desencadeamento de todo o processo do sistema, necessitando apenas saber manusear os mecanismos de etapas de cada nível intermediário, assim como gerenciar os dados no SGBD. Este último componente é essencial para o bom desempenho de todo o sistema, uma vez que é o responsável pelo armazenamento e recuperação de dados, sob forma de banco de dados geográficos. FERNANDES (2004) aborda que essa estrutura apresentada só pode funcionar se ela estiver apoiada nos componentes fundamentais que configuram um SIG, os quais têm que trabalhar em plena harmonia e integração para que o sistema funcione satisfatoriamente. Os componentes necessários para essa integração ocorrer de modo pleno podem ser abordados por FITZ (2008) e são estes: Hardware a plataforma computacional utilizada; software os programas, módulos e sistemas vinculados; dados os registros de informações resultantes de uma investigação; peopleware profissionais e/ou usuários envolvidos. No trabalho de FERNANDES (2004) também são encontrados esses elementos descritos; componentes estes que são basicamente os citados anteriormente, porém com maior detalhamento para facilitar o entendimento (ver quadro 2 a seguir): Quadro 3: Componentes básicos de um SIG (Fonte: FERNANDES 2004 apud BURROUGH & MCDONALD (1998) Componentes integrados ao SIG Definição FERNANDES Para escolher o melhor hardware, é importante ter (2004) apud BURROUGH & Hardware em mente as necessidades do projeto a ser executado. O volume e tipo de dados que vão ser MCDONALD usados para o melhor desempenho em relação à (1998) 10

Software Base de dados Ambiente Organizacional aquisição e saída de dados, ao software e sistema operacional utilizado. Os componentes do hardware são: Entrada (Scanner, mesa digitalizadora e teclado); Saída (Impressora, Plotter e Vídeo); E os outros elementos ligados a unidade central: software e armazenamento. Os softwares de um SIG se dividem em cinco grupos funcionais, que consistem em módulos de manipulação da informação relacionados de forma hierárquica, são eles: entrada de dados e verificação; armazenamento e gerenciamento de base de dados; saída e apresentação; transformação; e interação com usuário. Esse componente é um dos principais pilares de sustentação para a construção de um SIG. Os dados influenciam diretamente na qualidade do trabalho final, por isso a confiabilidade desses é de suma importância. Essa base pode ser composta por dados primários (extraído do mundo de maneira direta, como imagens de satélite, questionários e levantamentos de campo) ou por dados secundários (oriundos de produtos como censos, mapas, e outros que já sofreram algum tipo de tratamento). Caracteriza a parte de planejamento e implantação do sistema, que é responsável pela colocação do SIG dentro de um contexto organizacional apropriado, garantindo um funcionamento satisfatório. Deve ser entendido como funcionamento satisfatório, a utilização eficaz do SIG, desde a entrada dos dados até a saída e exibição, garantindo que os resultados sejam completamente compatíveis para serem compartilhados por outros usuários, sejam eles instituições, pesquisadores ou a sociedade como um todo Para a captura de dados confiáveis, existem algumas entidades públicas que são responsáveis por gerar dados primários refinados e trabalhados, ou seja, são fontes de dados cartográficos. Segundo PINA et al. (2000) apud CRUZ & PINA (1999) estes órgãos públicos brasileiros são: Fundação IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): responsável pelo mapeamento sistemático de todo o território nacional, em escalas pequenas; DSG (Diretoria de Serviço Geográfico do Exército): divide com o IBGE a responsabilidade pelo mapeamento sistemático; 11

DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação): responsável pela geração de cartas náuticas; ICA (Instituto de Cartografia da Aeronáutica): responsável pela geração de cartas aeronáuticas; INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais): responsável pela aquisição e distribuição de imagens de satélite LANDSAT e PREFEITURAS: responsáveis pelo levantamento cadastral dos municípios. 3.3 Aplicações das ferramentas de tecnologia à Gestão Ambiental e Estudos Ambientais Depois de compreender o que seria a Gestão Ambiental, inicia-se um novo olhar a sua aplicabilidade em estudos e desenvolvimentos de projetos e trabalhos. E mais uma vez, SOUZA (2000) contribui fortemente com esse assunto, quando aponta cinco etapas que são vitais para a consecução da gestão ambiental: elaboração da caracterização ambiental e da atividade; realização de uma análise ambiental; estudo e adoção de ações mitigadoras, e proposição, instalação e operação de uma rede de monitoramento, em que está última é defendida como sistema de retroalimentação de toda a gestão. A caracterização ambiental é vista como uma etapa importante da gestão ambiental, por ser a responsável em determinar as vocações e suscetibilidades naturais dos fatores ambientais. Sendo essa caracterização ambiental vista sob os fatores físicos, biológicos e antrópicos. Uma vez que a gestão ambiental necessita trabalhar com grande quantidade de informações diversas, porém integradas, a proposta da utilização de SIG se encaixa como um meio de contribuir para a caracterização e levantamento de informações a respeito de uma área de estudo, por se tratar de uma geotecnologia de geoprocessamento capaz de trabalhar com o grande volume e complexidade de dados requeridos em estudos integrativos FERNANDES (2004). A estrutura de um SIG lhe permite manipular, armazenar dados geográficos, ou seja, dados espacialmente distribuídos, podendo ser de diversos aspectos (ambientais, sociais, estatísticos e etc.), fortalecendo o sistema para o monitoramento dos temas estudados a partir da implantação de uma base de dados. Assim, são criadas condições para a realização de um planejamento e gestão da área de interesse. Da mesma forma, PINA et al. (2000) explica que esta capacidade distingue os SIG dos demais Sistemas de Informação e torna-os úteis para organizações no processo de 12

entendimento da ocorrência de eventos, predição e simulação de situações, e planejamento de estratégias. Ao pensar a gestão ambiental como um agente facilitador na tomada de decisões deve-se levar em consideração então esse planejamento, que organiza o pacote de atividades de suas ações. Dentro dessa lógica, o planejamento evita desperdícios, desastres, impactos irremediáveis e descompensação dos recursos em relação a utilização do meio ambiente. Sendo assim, é também característico dos SIG permiterem a realização de análises espaciais complexas através da rápida formação e alternação de cenários que propiciam aos planejadores e administradores em geral, subsídio para a tomada de decisão PINA et al. (2000). Para XAVIER DA SILVA (2001), além dos SIG permitirem a avaliação de situações ambientais com precisão e economia de esforço humano na coleta e reorganização desses dados, abrindo possibilidades para investigações ambientais sérias, são sistemas de baixo custo e eficientes para administradores, pesquisadores, militares e políticos interessados nos problemas locais, estaduais e regionais e internacionais. Além disso, respeitam e integram em si próprios algumas características fundamentais dos dados ambientais, tais como: Os dados ambientais são extremamente numerosos. Milhões deles são gerados diariamente, tanto diretamente (medições), quanto indiretamente (interpretações), este fato impõe o uso do processamento de dados no seu tratamento; Estes dados são de tipos variados e vêm de muitas fontes. Diferentes instituições de pesquisa podem gerar dados diferentes para o mesmo evento ambiental; Os dados ambientais são sujeitos à classificações que podem ser abandonadas e têm graus variados de complexidade e aplicabilidade; esta condição, juntamente com a anterior impõem o trabalho multi e interdisciplinar; Os dados ambientais têm, por definição, uma localização geográfica e, conseqüentemente, podem ser geocodificados. A partir deste atributo primitivo é que surge a possibilidade de construção de estruturas geocodificadas para o armazenamento, recuperação, atualização e transformação dos dados ambientais. Ao compreender que na própria gestão ambiental é necessário que haja não somente um bom planejamento das atividades como de igual forma estudos ambientais que promovam o levantamento de informações concernentes ao ambiente de interesse para contribuir no próprio 13

planejamento e assim, na própria gestão. Um estudo bastante interessante neste sentido, dos autores CÂMARA & MEDEIROS (2001) aponta pelo menos quatro grandes dimensões dos problemas ligados aos Estudos Ambientais, onde é grande o impacto do uso da tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica: Mapeamento temático visa caracterizar e entender a organização do espaço, como base para o estabelecimento de bases para ações e estudos futuros. Exemplo de levantamentos temáticos: geologia, cobertura vegetal, geomorfologia e solos. Diagnóstico Ambiental objetiva estabelecer estudos específicos sobre regiões de interesse, com vista a projetos de ocupação ou preservação. Exemplos: Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) e os estudos que visam o estabelecimento de áreas de proteção ambiental (APA). Avaliação de Impacto Ambiental Envolve o monitoramento dos resultados da intervenção humana sobre o ambiente, incluindo levantamentos como o feito pela organização SOS Mata Atlântica, que vem realizando estudos sobre os remanescentes da Mata Atlântica em toda a costa brasileira. Ordenamento Territorial normatizam a ocupação do espaço, buscando racionalizar a gestão do território, com vista a um processo de desenvolvimento sustentado. De modo similar e complementar, o autor FITZ (2008), aborda que os produtos gerados por um SIG vinculam-se ao espaço físico, podendo, entretanto trabalhar fenômenos climáticos, humanos, sociais e econômicos, e entre outros. Esses espaços trabalhados pelo SIG permitem conhecer melhor a região, e assim, fornecer subsídios para uma futura tomada de decisões. Dentro desse raciocínio, esses trabalhos desenvolvidos no ambiente SIG ainda podem gerar um processo decisório mais consistente, e com o auxílio desse sistema, diversas áreas podem ser melhores trabalhadas a partir dele, tais como: Ações vinculadas ao planejamento, à gestão, ao monitoramento, ao manejo, à caracterização de espaços urbanos ou rurais. A utilização de SIG sob diversos aspectos concernentes ao meio ambiente torna esse instrumento valioso para estudos ambientais, o planejamento ambiental e desta forma, a gestão ambiental. De acordo com o exposto na discussão desse capítulo, apresenta-se no quadro 3 alguns trabalhos desenvolvidos que conciliam o uso dos SIG, com intuito de mostrar esses estudos, tornando o assunto palpável. 14

Quadro 3: Pesquisas desenvolvidas a partir da utilização de SIG como suporte a gestão ambiental Título Objetivos Referência Sistema de Informação Geográfica para a gestão ambiental de bacias hidrográficas O SIG como ferramenta para a Gestão Ambiental em uma Ferrovia A proposta do trabalho é gerar um sistema de informações geográficas para a gestão e planejamento da bacia hidrográfica de Vaca Velha (PB). Propõe a delimitação de áreas suscetíveis aos danos causados pela atividade da Ferrovia (SP) utilizando um SIG. CHARLIER & QUINTALE JÚNIOR (2010) SÁ et al. (2004) Geoprocessamento aplicado ao planejamento e gestão Ambiental na região do núcleo Rural Lago Oeste, Sobradinho, Distrito Federal: Resultados preliminares. Geoprocessamento Aplicado à Gestão de Áreas de produção Mineral O trabalho apresenta estudos preliminares da aplicação de GPS (Global Positioning System) Sensoriamento Remoto e Sistema de Informação Geográfica nos estudos de planejamento e gestão ambiental na região do núcleo Rural Lago Oeste (DF). Através dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) é possível a integração de bases de dados de naturezas diversas que servem de subsídios para análises e operacionalização de processos de planejamento, zoneamento e gestão territorial nas centenas de pedreiras e serrarias já localizadas na região. Assim, foi estruturado um banco de dados integrando a informação geográfica em questão (pedreiras e serrarias) ao mapeamento realizado. OLIVEIRA FORTES et al. (2003) BESER DE DEUS & MENEZES (2003) 4. Conclusão De maneira geral, o que foi possível abordar na discussão acima demonstrou que a estrutura das tecnologias de Geoprocessamento, a mais vista e descrita SIG, são preparados com a finalidade de armazenar e processar esses dados para que se originem em informações valiosas e de apoio a qualquer área e ciência que necessite trabalhar com grande quantidade de dados ou da visualização destes. 15

São geotecnologias pensadas e programadas com esse propósito de fornecer aparatos de suporte: calculam áreas, perímetros e buffers; projetam e simulam locais em 3D e também fazem cálculo em terceira dimensão, para alcançar maior aproximação com o mundo real; elaboram mapas temáticos integrativos, para estudos ambientais que carecem compreender a abrangência de seus estudos e resultados; são arquitetados projetos de infraestrutura de diversos níveis (local e regional) e para diversas entidades (privado, acadêmico e público) que são desenvolvidos para vias, rodovias, bacias hidrográficas, censos, cobertura vegetal, distribuição de espécies, e outros. Essas aplicações voltadas para a Gestão Ambiental cooperam em muito para que os levantamentos de informações, abrangências, limitações e influência dessas áreas sejam conhecidos e analisados, para em seguida fornecerem aos gestores e administradores o conhecimento do território ocupado e que necessita de planejamento e gestão. São puramente ferramentas técnicas atreladas à ciência geográfica e com base na cartografia, de modo que a geração dos dados não é incoerente, a menos que sejam manuseados incorretamente pelos usuários. Uma vez adquirido os dados em fontes confiáveis, tais como as citadas no corpo da pesquisa, precisarão de extremo cuidado nas etapas de processamento da informação. Como as tecnologias fornecem suporte, é importante ter em mente que não são o suficiente para obter resultados plenos; necessita-se de visitações em campo para verificação dos dados. A escolha dos equipamentos que melhor se adequam ao tipo de estudo a ser desenvolvido também torna a tecnologia eficaz, pois vale ressaltar que existem diversas tecnologias no geoprocessamento (sensoriamento remoto, GPS, topografia e outros.). 5. Referencias Bibliográfica BESER DE DEUS, L. A; MENEZES, P. M. L. Geoprocessamento Aplicado à Gestão de Áreas de Produção Mineral. XXI Congresso Brasileiro de Cartografia, Belo Horizonte (MG), out. 2003. Disponível em http://www.cartografia.org.br/xxi_cbc/244-sg52.pdf. Acessado em Abril, 2013. 16

CÂMARA, G.; DAVIS, C. Introdução À Ciência da Geoinformação: Por que Geoprocessamento? Cap. 1. São Paulo: INPE, 2001. 345 p. Disponível em http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd. Acessado em Abril, 2013. CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Introdução À Ciência da Geoinformação: Geoprocessamento para Projetos Ambientais. Cap. 10. São Paulo: INPE, 2001. 345 p. Disponível em http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd. Acessado em Abril, 2013. CÂMARA, G.; MONTEIRO, A. M.; FUCKS, S. D.; CARVALHO, M. S. Análise Espacial de Dados Geográficos: Análise Espacial e Geoprocessamento. Cap 1. Brasília, EMBRAPA, 2004. Disponível em http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/analise/. Acessado em Abril, 2013. CHARLIER. F.; QUINTALE JÚNIOR. C. O SIG como Ferramenta para a Gestão Ambiental em uma Ferrovia. ENGEVISTA, v.6, n.3, p.25-35, dez. 2004. Disponível em http://www2.sorocaba.unesp.br/professor/robertow/arquivos%202011/sig_2011/sig%20e%20fer rovia.pdf. Acessado em Abril, 2013. DIAS, R. Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 220 p. FERNANDES, M. C. Desenvolvimento de Rotina de Obtenção de Observações em Superfície Real: Uma Aplicação em Análises Geoecológicas. 2004. 263 f. Tese (Doutorado em Geografia) Programa de Pós-Graduação em Geografia, Depto. De Geografia, IGEO/UFRJ, Rio de Janeiro, 2004. FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 160 p. MORENO, J.; LITHOLDO, T. Gestão Ambiental: Utilização de Sistema de Informação Geográfica (SIG) na implantação de um zoneamento para atividades industriais no Município de Piracicaba. Revista de Ciência e Tecnologia, v.8, n.16, p.97-106, dez. 2000. Disponível em http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/rct16art10.pdf. Acessado em Abril, 2013. OLIVEIRA FORTES, P. T de. F de; CASTRO JUFFILY, C. M. L de; BAXE, O. S. S; ALMEIDA, W. M de. Geoprocessamento Aplicado Ao Planejamento e Gestão Ambiental na Região do Núcleo Rural Lago Oeste, Sobradinho, Distrito Federal: Resultados Preliminares. XI SBSR, p. 1795-1802, Belo Horizonte, abr, 2003. Disponível em http://marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2002/11.16.16.16/doc/14_271.pdf. Acessado em Abril, 2013. PINA, M de. F de; CARVALHO, M. S; SANTOS, S. M dos. Conceitos Básicos de Sistemas de Informação Geográfica e Cartografia Aplicada À Saúde. Brasília: Organização Panamericana da Saúde / Ministério da Saúde, 2000. 124 p. 17

SÁ, T. F. F de; COSTA FILHO, J. F da; FRANCISCO, P. R. M; BRAGA JÚNIOR, J. M. B. Sistema de Informações Geográficas (SIG) para a Gestão Ambiental de Bacias Hidrográficas. III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, Recife (PE), jul. 2010. Disponível em http://www.ufpe.br/cgtg/simgeoiii/iiisimgeo_cd/artigos/cartografiaesig/sig/r_235.pdf. Acessado em Abril, 2013. SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. Do Meio Natural ao Meio Técnico-Científico-Informacional. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. 259 p. SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: Território e Sociedade no Município do Século XXI. 9. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. 473 p. SEIFFERT, M. E. B. Sistema de Gestão Ambiental (SGA-ISO 14001): melhoria contínua e produção mais limpa na prática e experiência de 24 empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2011. 156 p. SOUZA, M. P. Instrumentos de Gestão Ambiental: Fundamentos Práticos. São Carlos: Riani Costa, 2000. XAVIER DA SILVA, J. - Geomorfologia, análise ambiental e geoprocessamento. Rio de Janeiro: sn, 2000. 228 p. 18