ENSINO SUPERIOR E ANDRAGOGIA

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Transcrição:

ENSINO SUPERIOR E ANDRAGOGIA Neves,M. F. 1 ; Bidoul, A. A. 2 ; Soares, C. F. 3 ; Paula, M. T. D. 4 1 marcele.f.neves@hotmail.com 2 aline@bidoul.eng.br 3 cleberfacundes@yahoo.com.br 4 profte@yahoo.com.br Resumo- Discute-se que a escola ainda é muito tradicional, centra seu ensino no professor e usa métodos de ensino das crianças para os adultos. Em tempos em que a qualidade do ensino e o nível de se tornaram importantes, inclusive para o desenvolvimento dos países, torna-se importante discutir a possibilidade da andragogia auxiliar na melhoria do ensino e da do adulto universitário. O presente estudo teve como objetivo discutir a partir da literatura a andragogia e seu potencial para o ensino superior ter mais qualidade e relevância para o aluno adulto, O estudo foi desenvolvido a partir de levantamento da literatura encontrada nas bases de dados ScienceDirect, Portal de periódicos da Capes, Scielo e Google Acadêmico. Os resultados mostraram que as discussões e resultados de estudos encontrados apontam na direção da importância de se ensinar a partir de princípios andragógicos como centrar o ensino no aluno, cooperativa e atendimento aos interesses dos alunos, entre outros. Palavras-chave: andragogia, do adulto, ensino superior. Área do Conhecimento: Ciências Humanas Introdução A educação tem sido parte integrante de todas as sociedades em qualquer época da história, embora desenvolvida de maneiras diferentes. A educação tem sido vista como é um dos principais componentes que favorecem o desenvolvimento socioeconômico de um país, pois é por meio dela que se conquista a participação de todos os seus membros em resposta às exigências da vida, diante de um mundo em transformações (VOGT; ALVES, 2005). Para Manacorda (1992) com a revolução industrial, a educação se inseriu em um novo cenário no qual massas inteiras da população deixaram o campo pela cidade a fim de trabalharem nas fábricas o que impôs a necessidade de instrui-las através da criação de escolas científicas, técnicas e profissionais, transformando a sociedade. No caso do ensino universitário, mais recentemente, as transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas no final do século XX alteraram o cenário do ensino de nível universitário, provocando mudanças na estrutura organizacional e no funcionamento das instituições desse nível de ensino (ZABALZA, 2004). Segundo Zabalza (2004), o cenário representado pela globalização, internacionalização dos estudos e a forte pressão social pelo emprego estimularam uma mudança no papel da universidade no sentido de uma ruptura do marco puramente acadêmico da formação que passou a ter seu enfoque no mercado de trabalho. A necessidade de aperfeiçoar o processo de formação levou também a se mudar de uma orientação centrada no ensino para uma orientação centrada na, tendo, portanto o aluno como principal sujeito da. Essa mudança de foco e de enfoque no ensino superior apontam para a necessidade de transformações das práticas educativas no ensino superior, de modo a possibilitar a formação de um cidadão e de um trabalhador de novo tipo. Como parte desse cenário, sabe-se que uma parte dos alunos que entram na universidade, hoje, são adultos que trazem s prévias e diferentes, além de terem objetivos e necessidades diversas dos mais jovens. Na universidade, entretanto, mesmo os alunos mais jovens estão próximos da maturidade, como afirma Cavalcanti (1999). Para Zabalza (2004) os adultos que buscam a educação superior trazem consigo uma grande bagagem de s, em contrapartida ao seu esforço e a sua disponibilidade de tempo limitada, já que, muitas vezes, eles precisam dividir seu tempo entre os estudos, a vida profissional e a família. Mesmo diante de tais características, para Vogt e Alves (2005) os sistemas tradicionais de ensino 1

continuam a utilizar a mesma pedagogia das crianças, para os adultos. A questão que se coloca é então como atender ao perfil do aluno adulto tendo em vista a melhoria do ensino e da. O objetivo do presente estudo é descrever a partir da literatura como a andragogia pode ajudar na e formação do aluno adulto, na universidade. Metodologia Este estudo pode ser classificado como revisão da literatura com foco no tema andragogia, com o objetivo de proporcionar uma visão geral acerca do seu conceito e oferecendo uma contribuição para o desenvolvimento da educação. Foram utilizadas 4 ferramentas de pesquisa o ScienceDirect, o Portal Periodicos da Capes, Scielo e Google Acadêmico. Para realizar a pesquisa foram usadas como palavras chave: andragogy, adult education, learning. Os termos foram usados em inglês uma vez que o banco de dados para artigos nesta lingua é maior, contudo foram também obtidos trabalhos em língua portuguesa. Foram encontrados 4 livros, 20 artigos e ensaios publicados, dos quais utilizamos os 4 livros e 11 artigos. Resultados e discussão A preocupação com as diferenças de processo de dos adultos em relação aos jovens e crianças levou Lindeman (apud KNOWLES, 1980) na segunda década do século passado a criticar o ensino no sentido de ser centrado no professor e estruturado de modo tradicional no qual o aluno é passivo e dirigido pelo mestre, o que contraria as características do aluno adulto. Defendendo a necessidade de uma mudança no ensino, Lindeman (apud KNOWLES, 1990) afirmou sobre o processo de do adulto que: Adultos são motivados a aprender à medida que experimentam necessidades e interesses que a irá satisfazer, por isso estes são os pontos de partida apropriado para organizar as atividades de de adultos. A orientação do adulto para a é centrada na vida, portanto, as unidades apropriadas para organizar a de adultos são situações da vida, não temas. A é a fonte mais rica de recursos Na década de 70, KNOWLES retomou as ideias de Lindeman e introduziu o conceito de andragogia (CAVALCANTI, 1999) no contexto de apontar a necessidade de se utilizar no ensino uma abordagem mais apropriada às características do aluno adulto. A figura do professor nesse caso deveria evoluir para a de facilitador da do aluno. Para Knowles (1980) um elemento básico na andragogia é o envolvimento dos alunos no processo de planejamento de sua própria, com o professor servindo como um guia de procedimentos e recursos de conteúdo. A função de planejamento, ou seja, de traduzir necessidades diagnosticadas em objetivos educacionais específicos, bem como na concepção e realização de s de e de avaliação deve ser mútua entre os alunos. Assume-se que não pode realmente ensinar, no sentido de "fazer uma pessoa aprender", mas uma pessoa pode ajudar outra pessoa a aprender. Knowles (1980, p. 43) compara o modelo de ensino pedagógico com o andragógico, da seguinte maneira: Papel da Experiência Vontade de Aprender Modelo Pedagógico A daquele que aprende é considerada de pouca utilidade. O que é importante, pelo contrário, é a do professor. A disposição para aprender o que o professor ensina tem como fundamento critérios e objetivos Modelo Andragógico Os adultos portam uma que os distingue das crianças e jovens. Em muitas situações de formação, são os próprios adultos com sua que constituem o recurso mais rico para suas aprendizagens. Os adultos estão dispostos a iniciar processo de desde que compreendam sua utilidade para melhor 2

internos à afrontar lógica escolar, ou problemas reais da vida seja, para ter pessoal e êxito e profissional. progredir em termos escolares. Orientação da A aprendizage Nos adultos a Aprendizagem m é encarada é orientada como um para a processo de resolução de conheciment problemas e o sobre certo tarefas com tema. Isto que se significa que é dominante confrontam na vida cotidiana a lógica (o que centrada nos desaconselha conteúdos, e uma lógica não nos centrada nos problemas. conteúdos) Motivação A motivação Adultos são para a sensíveis a aprendizage m é estímulos externos fundamental (notas, etc), mente mas são os resultado de fatores de estímulos externos ao ordem interna que motivam o sujeito, como é o caso das classificações adulto para a (satisfação, escolares e autoestima, das qualidade de apreciações do professor. vida, etc) Tabela 1 Comparações entre os modelos pedagógicos e andragógicos, propostos por Knowles, p.43, 1980. Para Knowles (1980) ao se discutir a andragogia como o modo de ensino para estudantes maduros, cinco suposições devem ser consideradas: (1) auto-conceito: o amadurecimento de uma pessoa implica em seu auto-conceito mover-se de personalidade dependente para auto-dirigida. (2) : há um acúmulo de um reservatório crescente de que se torna um recurso para a. (3) prontidão para aprender: a pessoa torna-se orientada para as tarefas de desenvolvimento de seus papéis sociais. (4) orientação para aprender: a orientação para a muda do sujeito para os problemas. (5) motivação para aprender: na pessoa amadurecida a motivação para aprender é interna. Yoshimoto, Inenaga e Yamada (2007) adicionam às suposições anteriores a da gestão do tempo que consiste em se supor que conforme a pessoa amadurece seu tempo de é limitado por outros papéis sociais. A localização geográfica também pode limitar a oportunidade de aprender e levar à outra restrição de tempo. Concebe-se também que no modelo andragógico cinco questões devem ser consideradas no ensino formal: deixar o aluno saber por que algo é importante para se aprender; mostrar aos alunos como usar informação; relacionar o tópico às s dos alunos; reconhecer que o aluno não aprenderá enquanto não estiver pronto e motivado para isso o que pode requerer ajuda-lo a superar inibições, comportamentos e crenças sobre a (WAVE, 2012). Para Knowles (1980) o comportamento do professor provavelmente influencia o clima de aprendizado mais do que qualquer outro fator pelo fato dele deixar transparecer em muitos aspectos seu interesse e respeito para as contribuições dos alunos e, ouvir o que os alunos dizem. O clima psicológico faz com que os adultos se sintam acolhidos, respeitados e apoiados, o que ocorre quando existe um espírito de reciprocidade entre professores e estudantes como inquiridores conjuntos, onde há liberdade de expressão sem medo de punição ou ridículo. Os alunos tendem a se sentir mais adultos em um ambiente que é amigável e informal, do que em um de formalidade como na escola tradicional. Os adultos podem trazer, de sua anterior com escolaridade, à percepção de que eles não são muito inteligentes, pelo menos em relação ao trabalho acadêmico. A barreira criada pode ser reduzida através da interpretação de atividades de como sendo diferente e agradável ou, simplesmente, proporcionando-lhes uma de sucesso precoce, que vai ajudá-los a construir conceitos autopositivos como aprendizes. Felizmente, uma vez que os adultos fazem a descoberta de que eles podem assumir a responsabilidade por sua própria, como fazem para outras facetas de suas vidas, eles experimentam uma sensação de alívio e alegria, aprendendo com maior facilidade. De acordo com Santos (2010), quando há adultos na sala de aula o ensino deve ser uma ação de interação voluntária entre os alunos no processo de. A colaborativa deve acontecer entre os alunos e o professor deve ser o facilitador para o alcance dos objetivos pretendidos. Em estudo realizado com 10.241 estudantes de graduação da Alemanha, Reino Unido e Japão, 3

com o objetivo de levantar entre os participantes do estudo as abordagens pedagógicas das suas instituições de ensino, as suas s e resultados de, bem como a relação entre elas, Yoshimoto, Inenaga e Yamada (2007) concluíram que estudantes mais maduros apreciam aprendizagens mais práticas, livres e independentes com materiais bem desenvolvidos e outros recursos, enquanto estudantes mais jovens apreciam contato humano e comunicação com professores, amigos e colegas estudantes na sala de aula e em atividades extra-classe. Apesar da maioria das universidades no Japão e no Reino Unido se concentrarem no método pedagógico com conteúdos gerais, onde as competências profissionais são a tarefa da próxima etapa no lugar de trabalho, os jovens estudantes dedicam mais tempo às atividades escolares do que os estudantes mais maduros, que estudam em paralelo ao seu trabalho, representando um problema de ênfase de modo pedagógico. Em outro contexto, Benedicto, Brito e Lima (2005), discutiram em estudo resultados da aplicação dos princípios da andragogia no ensino da universidade corporativa da Petrobrás. Foram aplicadas técnicas andragógicas e foram obtidas as seguintes taxas de absorção de conhecimento em cada uma das técnicas andrágogicas: 1) 50% de aprendizado a partir de imagens e ouvindo as pessoas; 2) 70% de aprendizado a partir de conversa com outras pessoas: 3) 80% de aprendizado ao se realizar ou fazer algo; 4) 90% de aprendizado ao se dizer como algo deve ser feito 90%; 5) 95% de aprendizado ao se ensinar os outros. Destacou-se no estudo a importância da anterior do indivíduo associada aos valores, normas e metas individuais, como componente indispensável na construção do conhecimento. No período de 2005 a 2008 foram aplicadas 10 dinâmicas junto a aproximadamente 200 alunos que cursaram a disciplina de Qualidade de Sistemas de Informação no Uniceub/Brasília, como uma das muitas formas de trabalhar um dos conceitos vinculados a Andragogia a arte ou a ciência de ajudar o aluno a aprender. Sendo que no ano de 2004 a mesma Disciplina foi ministrada à aproximadamente para 50 alunos, sem a aplicação dessas dinâmicas. Além das 10 dinâmicas aplicadas para facilitar a, utilizou-se, também, a leitura de artigos publicados em simpósios, revistas com a extração de conceitos através da discussão, elaboração de perguntas a serem respondidas em sala, construção de mapa mental etc. O envolvimento dos alunos nas dinâmicas foi grande, e a maior parte dos mesmos, nas avaliações aplicadas, demonstrou ter assimilado bem os conceitos abordados. Ao final de cada disciplina, após a divulgação das menções, foram aplicados questionários, que não exigiam a identificação dos participantes, para obter a percepção. Comparando-se os resultados, viu-se que em 2004 a média dos alunos foi de 75%, enquanto que entre 2005 e 2008 a média foi de 88, 75%. Concluiu-se, desta forma, que atividades baseadas no conceito de andragogia, estimulam a análise crítica e a autocrítica, as habilidades profissionais, a criatividade e a capacidade de trabalhar em equipes os alunos adultos construindo colaborativamente o conhecimento, o que possibilitará a formação de profissionais mais eficientes e eficazes (CALAZANS, 2009). Conclusão A consideração de que a do adulto pode apresentar diferenças em relação à da criança, levou estudiosos a buscarem caminhos para processos de ensino mais adaptados ao perfil do adulto, tendo em vista um melhor processo de ensino-. A andragogia tem potencialidades para tornar a dos adultos mais efetiva como mostram estudos e discussões encontrados, inclusive no nível de ensino superior. Entretanto, é preciso haver políticas de formação de professores para que os recursos da andragogia possam ser adequadamente utilizados e superado o ensino tradicional centrado no professor e que não atende às necessidades dos adultos. Referências BENEDICTO, S. C.; BRITO, M. J.; LIMA, J. B. Aprendizagem transformativa no espaço organizacional: Uma análise da proposta andragógica da Petrobrás. Organizações rurais e agroindústrias, Lavras, v. 7, n. 1, p. 23-36, 2005 CALAZANS, A. T. S. A andragogia e a criatividade como facilitadores na da Engenharia e da Qualidade de Software, 2009. Disponível em: <http://www.lbd.dcc.ufmg.br/bdbcomp/servlet/trab alho?id=9364>. Acesso em 22 julho 2012. CAVALCANTI, Roberto A. Andragogia: a nos adultos. Revista de Clínica Cirúrgica da Paraíba, n. 6, ano 4, julho 1999. Disponível em http://www.ccs.ufpb.br/depcir/andrag.html. Acesso: 23 jul 2012. 4

KNOWLES, M. The modern practice of adult education, revised and updated. Englewood Cliffs: Prentice Hall Regents, 1980. KNOWLES, M. The adult learner. A neglected species, 4th Edition. Houston: Gulf p Publishing, 1990. MANACORDA, M. A. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. 3ª ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992. SANTOS, C. Andragogia: aprendendo a ensinar adultos. SEGeT, 2010. Disponível em:<http://www.aedb.br/seget/artigos10/402_artig oandragogia.pdf>. Acesso: 22 maio 2012. VOGT, M.; ALVES, E. Revisão teórica sobre a educação de adultos para uma aproximação com a andragogia. Revista do Centro de Educação, v. 30, 2005. WAVE Technologies. Learning: the critical technology. A whitepaper on adult education in the information age. Disponível em http://www.ic.arizona.edu/ic/edtech/wave.html. Acesso: 22 jul 2012. YOSHIMOTO, K.; INENAGA, Y.; YAMADA, H. Pedagogy and Andragogy in Higher Education A Comparison between Germany, the UK and Japan. European Journal of Education, v. 42, n. 1, 2007. ZABALZA, M. O ensino universitário: seus cenários e seus protagonistas. Porto Alegre: Artmed, 2004. 5