Docente: Cristina Almeida (aulas teóricas)/mary Duro (aulas práticas) Disciplina: Bioquímica Clínica I Curso: Licenciatura em Análises Clínicas e Saúde Pública Ano: 2º Regime: Semestral (S1) Categoria: Nuclear ECTS: 5 (3 ECTS téorica e 2 ECTS prática) Horário Semanal: Oito horas (2 teóricas e 4 práticas) Enquadramento e Objectivos da Disciplina: A principal função da Química Clínica laboratorial é a de fornecer informação bioquímica necessária para o estudo do doente. Os testes bioquímicos são usados no diagnóstico, prognóstico, monitorização e despiste de doenças. Toda a informação recolhida terá valor quando obtida com o rigor necessário. Assim, pretende-se com esta disciplina que o aluno consiga compreender, executar e avaliar de forma adequada qualquer determinação bioquímica, de forma a permitir a avaliação correcta do estado do doente. Sistema de avaliação: O regime de avaliação será contínuo. A avaliação da componente teórica contemplará dois testes escritos (classificados de 0 a 20 valores); a apresentação oral de um trabalho (15 minutos); e uma avaliação subjectiva, como interesse e participação durante as aulas e assiduidade às mesmas (sabendo que existe uma assiduidade mínima de 50% às aulas teóricas). A nota teórica final é obtida tendo cada uma das avaliações escritas um peso percentual de 40%, a apresentação oral de um trabalho um peso percentual de 15% e a avaliação subjectiva um peso percentual de 5%. A avaliação da componente prática, feita de modo contínuo durante as aulas, incidirá sobre um teste prático (classificado de 0 a 20 valores), a análise dos relatórios e/ou fichas técnicas dos trabalhos práticos realizados e uma avaliação subjectiva com assiduidade (sabendo que existe uma assiduidade mínima de 80%), interesse, desempenho,... A nota prática final é obtida tendo os relatórios e fichas um peso percentual de 45%; a prova prática um peso percentual de 50%; e a avaliação subjectiva um peso percentual de 5%. Não há recurso ou época especial para esta componente prática. A classificação obtida na componente prática será válida para as citadas épocas de avaliação. Se o aluno tiver aprovação na componente prática (laboratorial) e, contudo, reprovar na avaliação da componente teórica (na avaliação contínua, recurso e época especial), no ano seguinte só repete a componente teórica da disciplina. A nota obtida na componente prática não é susceptível de ser melhorada e mantém-se válida durante dois anos lectivos, após o aluno ter frequentado a disciplina. As datas das avaliações serão marcadas pelo docente, devendo o aluno comparecer 15 minutos antes do início do exame. Na época normal e de recurso, a nota final da disciplina será obtida atendendo ao peso percentual de cada avaliação, teórica (60%) e prática (40%). O aluno será considerado aprovado à disciplina (atingiu as competências necessárias), se obtiver uma classificação final igual ou superior a dez (10) valores, sempre que as classificações finais da avaliação teórica e prática sejam iguais ou superiores a 9,5 valores.
Programa da disciplina: Aulas teóricas 1. Colheita de amostras biológicas 1.1. Tipos de colheita. 1.2. Cuidados a ter nas colheitas. 1.3. Anticoagulantes e conservantes. 1.4. Factores que podem afectar as concentrações dos metabolitos. 1.5. Transporte e conservação das amostras. 2. Testes bioquímicos em Análises Clínicas 2.1. Utilidade dos testes bioquímicos. 2.2. Técnicas instrumentais mais importantes em Química Clínica. 2.3. Tipos de métodos analíticos. 2.4. Interpretação dos resultados laboratoriais. 2.4.1. Teoria dos valores de referência. 2.4.2. Avaliação dos testes bioquímicos. 2.4.3. Análise da amostra e apresentação dos resultados. 2.5. Controlo de qualidade analítica. 3. Equilíbrio hídrico e electrolítico 3.1. Metabolismo e distribuição da água. 3.2. A água e a osmolalidade do líquido extracelular. 3.3. Significado clínico da osmolalidade. 3.4. Determinação da osmolalidade. 3.5. Sódio, Potássio e Cloretos. 3.5.1. Regulação e distribuição no organismo. 3.5.2. Métodos de doseamento. 3.5.3. Significado clínico. 4. Equilíbrio de ácido/base 4.1. Mecanismos de controlo do ph. 4.1.1. Shift dos cloretos. 4.1.2. Mecanismo respiratório. 4.1.3. Mecanismo renal. 4.1.3.1. Excreção renal de ácidos. 4.1.3.2. Formação da amónia. 4.1.3.3. Reabsorção do bicarbonato. 4.2. Distúrbios ácido/base. 5. Hidratos de Carbono (HC) 5.1. Metabolismo dos HC. Homeostasis da glucose sanguínea. 5.2. Hiper e hipoglicémias: fisiologia e fisiopatologia. 5.3. Diabetes mellitus: classificação, patogénese, manifestações clínicas e complicações.
5.4. Síndromas hipoglicémicos. 5.5. Glucose em jejum. Glucose pós-prandial. Glucose urinária. Corpos cetónicos. Hemoglobina glicosilada e outras proteínas glicosiladas. Prova de tolerância oral à glucose (TGO): Factores condicionantes e interpretação. Outros testes de tolerância relacionados com a detecção de alterações no metabolismo de HC. Análise qualitativa e quantitativa de HC. Metodologias aplicadas a estas análises. Comparação de métodos e valores de referência. 5.6. Análise de situações clínicas com base em resultados laboratoriais. 6. Proteínas plasmáticas 6.1. Introdução. 6.2. Determinação de proteínas plasmáticas. 6.3. Proteínas plasmáticas específicas (albumina, α -antitripsina, haptoglobulina,...). 6.4. Imunoglobulinas. Hipogamaglobulinémia e Hipergamaglobulinémia. 6.5. Análise semi-quantitativa e quantitativa. Metodologias aplicadas a estas análises. 6.6. Análise de resultados e de perfis de resultados laboratoriais compatíveis com situações clínicas. 7. Enzimologia clínica 7.1. Introdução. Classificação das enzimas. Actividade enzimática. 7.2. Enzimas com valor diagnóstico. 7.3. Determinação de enzimas e significado clínico. Metodologias aplicadas a estas análises. 7.4. Análise de resultados e de perfis de resultados laboratoriais compatíveis com situações clínicas. 8. Lipidos e lipoproteínas (LP) 8.1. Introdução e classificação. Triglicerídeos (TG), colesterol (C) e fosfolípidos (PL). Propriedades e funções. 8.2. Lipoproteínas: Classificação, composição e metabolismo. Alterações fisiopatológicas do metabolismo das LP. Hiperlipoproteinémias primárias e secundárias. Erros hereditários envolvendo o metabolismo lipídico. Aterosclerose. Factores de risco para o desenvolvimento de doença cardio e cerebrovascular. 8.3. Metodologias aplicadas à quantificação de TG, C, LDL-C, HDL-C, Apolipoproteínas, Lipoproteína (a) [Lp(a)], PL. Comparação de métodos e valores de referência. 8.4. Análise de resultados laboratoriais e correlação com variadas situações clínicas. 9. Metabolitos intermediários e iões inorgânicos 9.1. Ácido úrico. 9.2. Creatinina 9.3. Ureia. 9.4. Cálcio e fósforo 9.4.1. Distribuição e função. 9.4.2. Regulação (Hormona da paratiróide, vitamina D, calcitonina). 9.4.3. Métodos de avaliação.
9.5. Outros iões inorgânicos 9.6. Magnésio. 9.7. Ferro. 9.8. Zinco. 9.9. Cobre. 9.10. Crómio Bibliografia: 1. Statistical Methods in Laboratory Medicine, P. W. Strike, Butterworth Heinemann. 2. Clinical Chemistry, W. J. Marshall, Mosby. 3. Clinical Chemistry Theory, Analysis and Correlation, L. Kaplan, A. Pesce, The C.V. Mosby Company. 4. Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods, J. B. Henry, W.B. Saunders Company. 5. Tietz: Text Book of Clinical Chemistry, Ed. C.A. Burtis, E.R. Ashwood, W.B. Saunders Company.
Distribuição dos tempos lectivos e da bibliografia: Aulas teóricas 1. Colheita de amostras biológicas Bibliografia: 4 2. Testes bioquímicos em Análises Clínicas Horas previstas: 4 Bibliografia: 2-4 3. Equilíbrio hídrico e electrolítico 4. Equilíbrio de ácido/base 5. Hidratos de Carbono (HC) Horas previstas: 4 6. Proteínas plasmáticas Horas previstas: 4 7. Enzimologia clínica 8. Lipidos e lipoproteínas (LP) Horas previstas: 4 9. Metabolitos intermediários e iões inorgânicos
Aulas práticas Trabalho n.º 1 Estudo de um método analítico: linearidade, precisão e exactidão Objectivo: Avaliação da fiabilidade de um método Trabalho n.º 2 - Doseamento da glicose no soro pelo método enzimático. Pesquisa de glicose na urina com o reagente de Benedict Objectivo: Doseamento da glicose no soro, associado ao diagnóstico de distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono. Pesquisa de glicose na urina importante em situações de hiperglicemia ou distúrbios renais. Trabalho n.º 3 - Doseamento da hemoglobina glicosilada por um método colorimétrico Prova de tolerância à glicose Objectivo: Doseamento da hemoglobina glicosilada como uma determinação importante para o controlo dos diabéticos. Realização de PTOG como meio auxiliar de diagnóstico da diabetes. Trabalho n.º 4 - Doseamento de proteínas totais no soro pelo método do biureto. Pesquisa de proteínas na urina. Objectivo: Doseamento de proteínas totais no soro, pesquisa de proteínas e doseamento da albumina na urina como determinações importantes para o diagnóstico de várias doenças. Trabalho n.º 5 Electroforese das proteínas séricas Objectivo: A electroforese de proteínas é frequentemente usada em laboratórios clínicos para estudar e quantificar o conteúdo em proteínas nos fluídos biológicos. Trabalho n.º 6 Doseamentos enzimáticos: Doseamento da fosfatase alcalina; Doseamento do lactato desidrogenase Objectivo: A determinação da actividade enzimática no soro pode fornecer informações importantes em relação ao lado e extensão de lesões corporais.
Trabalho n.º 7 - Doseamento do colesterol total no soro. Doseamento do HDL-colesterol. Determinação, por calculo, do LDL-colesterol. Doseamento de triglicerídeos. Objectivo: Análise do perfil lipídico do doente realizado por rotina no laboratório clínico para detectar anomalias no metabolismo e estudar patologias associadas. Trabalho n.º 8 Aula experimental na Unidade Móvel Objectivo: Apresentação aos alunos da unidade móvel onde se executam técnicas rápidas de Química Seca para Glicose no soro e urina, Colesterol. Pretende-se que deste modo os alunos se transportem para a realidade e contactem com técnicas e recursos diferentes. Trabalho n.º 9 Execução de um Lipoproteinograma Objectivo: Aprender a executar a electroforese dos lipídeos. Análise final do perfil lipídico do doente realizado por rotina no laboratório clínico para detectar anomalias no metabolismo e estudar patologias associadas. Trabalho n.º 10 - Doseamento dos iões inorgânicos: doseamento do fósforo inorgânico no soro; Doseamento do cálcio no soro Objectivo: A importância do doseamento destes iões na prevenção e acompanhamento de diferentes patologias associadas.
Horário de Atendimento ao Aluno: Resumo: Colheita de amostras biológicas. Testes bioquímicos em Análises Clínicas. Equilíbrio hídrico e electrolítico. Equilíbrio de ácido/base. Hidratos de Carbono. Proteínas plasmáticas. Enzimologia clínica. Lipidos e lipoproteínas. Metabolitos intermediários, iões maioritários e oligoelementos. Abstract: Crop of biologic samples. Biochemical tests in Clinical Analysis. Hydroelectrolytic balance. Acid/base balance. Carbohydrate. Plasma proteins. Clinical enzymology. Lipids and lipoproteins. Intermediate metabolites, majority ions and oligoelements.