Condicionamento operante II

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Transcrição:

Condicionamento operante II Profa. Luciane Piccolo Disciplina Psicologia Experimental I 2011/1 Prof. Ana Raquel Karkow

Controle aversivo Evitar andar acima da velocidade permitida para não ser multado Frequentar aulas para não ter faltas Não expor suas ideias para não ser criticado Mentir para não ser punido

Controle aversivo Indivíduo se comporta para que algo NÃO aconteça! Para SUBTRAIR um estímulo do ambiente ou para que ele nem mesmo ocorra Reforço negativo Punição positiva Punição negativa Os organismos tendem EVITAR ou FUGIR daquilo que é negativo

Controle aversivo Controle aversivo = modificação na frequência do comportamento utilizando reforço NEGATIVO ou punição POSITIVA ou NEGATIVA Reforço negativo = aumenta a frequênciado cpt Punição (positiva ou negativa) = diminui a frequência do cpt

Estimulo aversivo Conceito RELACIONAL Envolve relação entre eventos Não existem estímulos aversivos para todas as pessoas Aqueles que reduzem a frequênciade cpts que o produzem (estímulos punidores positivos) Ou aumentam a frequênciados que os retiram (estímulos reforçadores negativos)

Exemplos de comportamentos mantidos por reforço negativo Colocar óculos de sol para reduzir a quantidade de luz na retina Luminosidade = estímulo reforçador negativo Passar protetor solar para evitar queimaduras Queimaduras = estímulo reforçador negativo AUMENTA a frequênciado COMPORTAMENTO, evitando o ESTÍMULO REFORÇADOR NEGATIVO

Comportamento de fuga e esquiva Fuga Um estímulo aversivo está presente no ambiente e o comportamento o retira do ambiente Esquiva Evita ou atrasa o contato com o estímulo aversivo Ocorre quando um estímulo aversivo não estáno ambiente

FUGA O Indivíduo tenta sair de uma situação aversiva. Processo no qual o comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo aversivo presente. ESQUIVA O indivíduo evita uma situação aversiva. O indivíduo executa um comportamento que previnea ocorrência ou reduz a magnitude do estímulo aversivo.

Exemplos de fuga e esquiva Arrumar o quarto logo que acordamos para evitar reclamações da mãe = esquiva Revisar o carro antes de viajar = esquiva Alguém contando uma história chata e saimos= fuga Passar creme na espinha = fuga Fazer dieta para evitar espinhas = esquiva ESQUIVA = prevenir FUGA = remediar

A fuga é a primeira a ser aprendida Depois utilizamos a esquiva Como o sol forte precede a ocorrência de queimaduras no passado, passo a utilizar filtro solar

Punição A punição destina-se a eliminar comportamentos inadequados, ameaçadores ou, por outro lado, indesejáveis de um lado do repertório, com base no princípio de quem é punido apresenta menor possibilidade de repetir seu comportamento. Infelizmente o problema não é tão simples como parece. A recompensa (reforço) e a punição não diferem unicamente com relação aos efeitos que produzem. Uma criança castigada de modo severo por brincadeiras sexuais não ficará necessariamente desestimulada de continuar, da mesma forma que um homem preso por assalto não terá necessariamente diminuída sua tendência à violência. Comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir assim que as contingências punitivas forem removidas Skinner, 1983

Suspensão da punição: recuperação da resposta Um comportamento que deixa de ser punido talvez tenha sua frequência restabelecida Uma menina deixa de usar minissaia por causa das brigas com o namorado. (punição positiva) Troca de namorado (não briga mais pela saia) retorno do comportamento de usar saias curtas O indivíduo tem que se expor outra vez à contingência para perceber que o estímulo punidornão é mais contingente ao comportamento

Punição negativa xextinção Extinção não produz mais a consequência reforçadora que produzia produz uma diminuição gradual na possibilidade da resposta ocorrer Punição negativa um comportamento passa a ter novas consequências, que é a perda de reforçadores suprime rapidamente a resposta

Punição negativa xextinção Exemplo: Criança birrenta Objetivo: Diminuir a birra Hipótese:O comportamento de birra é mantido pela atenção (reforço positivo) dada por seus pais. Se retiramos algo que ela goste (ex: reduzir tempo de video game): Punição Negativa Se PARAMOS de dar atenção enquanto ela exibe o comportamento: Extinção

Efeitos colaterais do controle aversivo Eliciação de respostas emocionais Tremores, taquicardia, choro, etc. Respostas no administrador da punição: pena, culpa, etc. e passa a liberar reforçadores para se esquivar da culpa Palmada para punir a birra cçaqueria pirulito Choro = pena (pais) No fim, dão o pirulito Treinam a relação chorar-conseguir doce Palmada passa a ser reforçadora Quem pune ou reforça negativamente em excesso passa a ser um estímulo condicionado que eliciará as mesmas respostas emocionais que eram eliciadas pelos estímulos aversivos. (criança que teme o pai severo)

Efeitos colaterais do controle aversivo Supressão de outros comportamentos além do punido Outros comportamentos que ocorrem temporalmente próximos ao momento da punição podem ter sua frequência reduzida Uma criança corre, pula, brinca e sem querer quebra algo e recebe uma palmada. Para de quebrar coisas, mas para de correr, brincar, pular

Efeitos colaterais do controle aversivo Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido Menina que investiu muito em um namoro e foi trocada por outra. Sofrimento com o término = cptde investir em um relacionamento sério foi punido Quando começa a se envolver com alguém, rompe o relacionamento antes de começar um namoro = reposta incompatível ao comportamento de namorar A emissão de respostas incompatíveis tornam impossível para o organismo discriminar que a contingência de punição não está mis em vigor.

Efeitos colaterais do controle aversivo Contracontrole Freiarfrente ao radar para evitar multa Tira o controle do comportamento desejado: evitar alta velocidade em toda a via Mentira: Mentir para evitar repreensão

Papel do contexto

Eventos antecedentes influenciam a ocorrência de comportamentos operantes Essa influência se dá pela relação com as consequências

Operantes discriminados Quando está inserida a variável contexto: comportamentos que se emitidos em determinados contextos, serão reforçados. A maior parte dos comportamentos só podem ser entendidos se fizermos referência ao contexto, à resposta do organismo e à consequência: CONTINGÊNCIA DE TRÊS TERMOS Contexto = estímulo descriminativo(s D ) Respostas específicas ocorrem apenas em contextos específicos

Contingência de três termos S D -R C S D = estímulos discriminativos luz acesa do Mc: loja aberta, então podemos entrar e comer um lanche S = estímulos delta Sinalizam que uma resposta não será reforçada Mc com luz apagada

O controle discriminativo foi estabelecido quando um determinado comportamento tem alta probabilidade de ocorrer na presença do S D e baixa probabilidade de ocorrência na presença de S Aprendemos isso através do treino discriminativo Pai com cara brava não é uma boa hora para pedir coisas Pai com cara boa boa hora para pedir

S D não elicia respostas!!! O estímulo apenas fornece contexto, dá chances para que o cptocorra

Generalização de estímulo operante Uma resposta é emitida na presença de novos estímulos que partilham alguma propriedade física com o S D, na presença do qual a resposta foi reforçada no passado. Abrir garrafas de rosca A resposta é mais provável de ocorrer quanto mais parecido o novo estímulo for com o S D Permite que novas respostas sejam aprendidas mais rápido Gradiente de generalização: frequência de um cpt emitido na presença de diferentes variações de S D expresso em gráficos

Similaridade de S D Física Funcional Maçãs diferentes Instrumentos musicais Brinquedos

DISCRIMINAÇÃO Manutenção de uma resposta na presença de um estímulos, mas sofre certo grau de extinção na presença de outro. GENERALIZAÇÃO Um estímulos adquirir controle sobre uma resposta devido ao reforço na presença de um estímulo similar, mas diferente.

Encadeamento de respostas Cadeia comportamental Sequênciade comportamentos que produzem uma consequênciaque só pode ser produzida se todos os comportamentos forem emitidos em uma certa ordem. Reforço condicionado Estímulo que adquire propriedade reforçadora por aprendizagem (após tornar-se um S D )

Encadeamento de respostas