NOVAS PERSPECTIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA ABORDAGEM ANALÍTICA

Documentos relacionados
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL (6 AO 9 ANO): O USO DO BLOG NAS AULAS DE LÍNGUA E LITERATURA

O HIPERTEXTO E A ESCRITA NO ENSINO SUPERIOR

O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

GUIA DIDÁTICO OFICINA DE DIDATIZAÇÃO DE GÊNEROS. Profa. MSc. Nora Almeida

GÊNEROS TEXTUAIS: A PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AULA DE LP

ENSINO DE LÍNGUA E ANÁLISE LINGUÍSTICA: PRESCRUTANDO OS DOCUMENTOS OFICIAIS

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: UM OLHAR CRÍTICO-REFLEXIVO 1

Plano de ensino: CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

FACEBOOK COMO RECURSO DIDÁTICO: ferramenta pedagógica utilizada no ensino de química

BLOG COMO RECURSO DIDÁTICO PEDAGÓGICO NO ENSINO DE CIÊNCIAS

ESTRUTURA, FORMATO E OBJETIVOS DA ESCOLA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO (EPEM)

A SOCIOLINGUÍSTICA E O ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA: UMA PROPOSTA BASEADA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

PERSPECTIVAS PARA O PLANEJAMENTO DE ESCRITA Autor1: Jeyza Andrade de Medeiros. Modalidade: COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA SALA DE AULA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

GT-3 DIDÁTICA, CURRÍCULO E POLÍTICA EDUCACIONAL REALIDADE VIRTUAL NA EDUCAÇÃO: as TICs e a renovação pedagógica

OBJETOS DE APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NO PNLD 2014 PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Livros didáticos de língua portuguesa para o ensino básico

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

OS DIFERENTES TIPOS DE CORREÇÃO TEXTUAL NAS PRODUÇÕES ESCRITAS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE GOIÁS

LETRAMENTO DIGITAL DOCENTE: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA DO CURSO A DISTÂNCIA DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA. SALVADOR BA SETEMBRO de 2013

aprendizagem significativa

Atividade externa Resenha. MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, p.

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR

A ORALIDADE E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA ESCOLA BILÍNGUE PARA SURDOS: LÍNGUA DE INSTRUÇÃO

Lista das disciplinas com ementas: DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS:

PROVA BRASIL: LEITURA E INTERPRETAÇÃO

Palavras-chave: Práticas Educativas; matemática; informática; softwares.

ETAPA 2 COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC PARA GESTORES EDUCACIONAIS E ESCOLARES

Unidade Universitária: CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE. Disciplina: Projetos Educacionais para o Ensino de Biologia

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS-LIBRAS MODALIDADE A DISTÂNCIA PLANO DE ENSINO

O GÊNERO DIGITAL BLOG: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO MÉDIO NO PORTAL DO PROFESSOR (MEC) 1

PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO NA ESCOLA

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ GABINETE DA REITORIA EDITAL Nº 04, DE 03 DE MAIO DE 2016 RETIFICAÇÃO DO ANEXO II DO EDITAL Nº 04/2016

Inserir sites e/ou vídeos youtube ou outro servidor. Prever o uso de materiais pedagógicos concretos.

META Apresentar os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio Matemática

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Conteúdos e Metodologia de Língua Portuguesa. Carga Horária Semestral: 80 Semestre do Curso: 6º

Título: Formação docente no ensino de línguas naturais Ementa: Língua, texto e discurso e processos estratégicos fundamentais de ensinoaprendizagem

FÍSICA ELÉTRICA, CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA O ENSINO DE ELETROQUÍMICA

Multimeios Aplicados à Educação Aula 2

LÍNGUA PORTUGUESA UNIVERSOS. 6 Aborda os conhecimentos linguísticos de. 3 Propicia ao aluno oportunidades para

Professor ou Professor Pesquisador

CURRICULAR À LUZ DA LEI DO ENSINO

O LETRAMENTO DIGITAL E/OU MULTILETRAMENTOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS º PERÍODO

O ENSINO DA GEOGRAFIA DA PARAÍBA E A ABORDAGEM DO LUGAR E DA ANÁLISE REGIONAL NO ESTUDO DA GEOGRAFIA DO ESTADO NO ENSINO BÁSICO.

PROGRAMA DE DISCIPLINA

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO EFETIVO PROFESSOR DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO Edital 15/2015 Campus São João del-rei

ANÁLISE DE CONTEÚDO DAS EMENTAS DAS DISCIPLINAS RELACIONADAS AO ENSINO DE CIÊNCIAS PRESENTES NAS MATRIZES CURRICULARES DO CURSO DE PEDAGOGIA

Resumo expandido A IMPORTANCIA DO DOCENTE NO PROCESSO EVOLUTIVO DO ESTUDANTE, NO CONTEXTO DE SUA APRENDIZAGEM

tecnologias educacionais

GABARITO QUESTÕES OBJETIVAS

CURSO: MÚSICA LICENCIATURA EMENTAS º PERÍODO

(RE) PENSANDO O GÊNERO TEXTUAL MÚSICA NA AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO: PROVOCAÇÕES DISCURSIVAS

1º SEMESTRE DISCIPLINA. História da Educação 80. Formação Docente para a Diversidade 40. Cultura e Literatura Africana e Indígena 40

O TEMA MEIO AMBIENTE NAS COLEÇÕES DE CIÊNCIAS RESUMO

A RELAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS/BIOLOGIA COM A PRÁTICA DOCENTE

A ampliação do Ensino Fundamental de nove anos: pensando o currículo a partir da articulação das áreas da gestão

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

GEOGRAFIA UNIVERSOS. Por que escolher a coleção Universos Geografia

A ORALIDADE NA CONSTRUÇÃO DA ESCRITA

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DAS FUNÇÕES INORGÂNICA EM UMA ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE ESPERANÇA- PB

AVALIAÇÃO DO ENSINO A DISTÂNCIA EAD, EM DUAS INSTUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM CAXIAS-MA

AS CHARGES COMO DISPOSITIVO PROPICIADOR DO PENSAMENTO CRÍTICO E REFLEXIVO

O SABER PEDAGÓGICO E A INTERDISCIPLINARIDADE COMO PRÁTICA DE ENSINO APRENDIZAGEM 1

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PONDERAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS

As tecnologias de informação e comunicação. jovens. Teresa Kazuko Teruya

A coleção Português Linguagens e os gêneros discursivos nas propostas de produção textual

10 FÓRUM DE EXTENSÃO E CULTURA DA UEM INCLUSÃO DIGITAL NA TERCEIRA IDADE

Projeto Interdisciplinar 2º Semestre Administração 2º ADN. Gerenciando em tempos de crise. Macapá-AP,

AULA DE LITERATURA NAS ESCOLAS PÚBLICAS: UM DESAFIO A SER SUPERADO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvimento. profissional docente na Educação a Distância: um diálogo entre referenciais

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Câmpus Ponta Grossa PLANO DE ENSINO

MÉTODOS E PROCEDIMENTOS NO ENSINO DE QUÍMICA

A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE ACD/CHEMSKETCH NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA PONTE ENTRE A INFORMÁTICA E A QUÍMICA NO ESTUDO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS

UMA REFLEXÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DA SEMED/MANAUS E A MATRIZ DE REFERÊNCIA DA PROVA BRASIL

PRÁTICAS DE ORALIDADE NA SALA DE AULA

6. PLANOS DE DISCIPLINAS

A CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA CURRICULAR DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)

A Sociologia em rede:

A ORGANIZAÇÃO DOS DESCRITORES NA PROVINHA BRASIL

Práticas linguísticas, currículo escolar e ensino de língua: um estudo inicial.

Aula 5 OFICINAS TEMÁTICAS NO ENSINO MÉDIO. Rafael de Jesus Santana Danilo Almeida Rodrigues

Didática e Formação de Professores: provocações. Bernardete A. Gatti Fundação Carlos Chagas

A APLICABILIDADE DOS GÊNEROS DISCURSIVOS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SURDOS

01/04/2014. Ensinar a ler. Profa.Ma. Mariciane Mores Nunes.

PCN - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Conteúdos Programáticos do Curso de Licenciatura em Letras Português e Espanhol Matriz

Caderno de apoio. Gestores Escolares

MULTILETRAMENTOS EM ESCOLAS PÚBLICAS: UMA ALTERNATIVA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL INTRODUÇÃO

SITE CENAS DO COTIDIANO APRENDENDO PORTUGUÊS DO BRASIL : O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

EXTENSÃO DE ESPANHOL

PLANO DE ENSINO. CURSO Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais MATRIZ 763

AS ANALOGIAS NAS AULAS DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA: CONTRIBUIÇÃO PARA A SOCIALIZAÇÃO E ENTENDIMENTO DE CONTEÚDOS

ISBN TUTORIA: OS SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS

Transcrição:

NOVAS PERSPECTIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA ABORDAGEM ANALÍTICA Fernanda Karyne de Oliveira 1 ; Amasile Coelho Lisboa da Costa Sousa 2. Discente do Curso de Letras português, UEPB 1 ; fernandakoliveira@gmail.com. Docente do Curso de Letras português, UEPB 2 ; amasilesousa@hotmail.com. Introdução A força das novas tecnologias vem causando grandes mudanças no campo da aprendizagem, além de influenciar as sociedades modernas nas suas relações sociais. Ferreira (2008) atribui à internet grande parte dessa evolução, o que está modificando profundamente os modos de aquisição de informações e conhecimentos, dando origem a uma nova sociedade a Sociedade da Informação. Em uma sociedade desenvolvida dominar leitura e escrita são poderosos artifícios para plena autonomia e participação social. Por meio da linguagem, o homem se reconhece humano, interage e troca experiências, compreende a realidade na qual está inserido e percebe seu papel como cidadão (BAKHTIN, 1986). Sendo assim, para exercemos efetivamente nosso papel de cidadão, precisamos da linguagem, que se manifesta na leitura e escrita, seja para interagir nos grupos sociais aos quais participamos, expressar ideias, pensamentos, e outras denominações que exijam domínio de tais competências para que possamos viver dignamente em uma sociedade em que a leitura é a porta de entrada para diversas possibilidades. Vivemos diante de uma nova realidade que a sociedade nos impõe, é necessário que se viva hoje de forma conectada, que se saiba interagir com essas novas formas de socialização, como a internet, mas especificamente com as redes sociais, isto é, os blogs. Por isso a importância de associarmos tais práticas ao ensino de língua portuguesa que possibilitem uma nova ressignificação ao seu ensino, diferentes das formas tradicionais que as escolas, os professores e os alunos estão acostumados. Nesse contexto, inserem-se os Parâmetros Curriculares Nacionais, considerados os

guias norteadores do ensino e sendo a referência das matrizes das escolas brasileiras. O INEP discorre a respeito dos PCN s ao declarar que: Foram elaborados para difundir os princípios da reforma curricular e orientar os professores na busca de novas abordagens e metodologias. Eles traçam um novo perfil para o currículo, apoiado em competências básicas para a inserção dos jovens na vida adulta; orientam os professores quanto ao significado do conhecimento escolar quando contextualizado e quanto à interdisciplinaridade, incentivando o raciocínio e a capacidade de aprender. (INEP). Dentro dessa perspectiva introdutória, este artigo tem como objetivo identificar como as novas práticas de ensino, especificamente as novas tecnologias, são abordadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, bem como apresentar novas práticas que podem ser trabalhadas em sala de aula. Materiais e Métodos O método analítico foi utilizado para essa pesquisa, visto que, busca o aprofundamento do conhecimento das realidades, bem como busca analisar e interpretar o objeto estudado. Utilizou-se também a pesquisa bibliográfica, tendo em vista o objetivo do artigo, e também por permitir que tenhamos contato com o que foi escrito sobre a temática, permitindo-nos uma visão mais ampla do assunto para uma melhor interpretação dos questionamentos levantados. Inicialmente será apresentada uma visão geral do que é o recurso tecnológico, o blog, como ele é visto pela sociedade no contexto educacional e sua aplicabilidade em sala de aula. Paralelamente a isso, os PCN s serão consultados para saber se fazem menção ou não a essas novas tecnologias e se fizerem menção, de que forma elas são abordadas. Resultados e Discussão Nas últimas décadas, a sociedade passou por um processo de reformulação em suas relações sociais em decorrência do advento da internet. Para essa nova sociedade, não basta apenas os meios de comunicação em massa como a TV, o rádio e outros, torna-se necessário que haja velocidade e dinamicidade na passagem e troca de informações. Essa necessidade chegou ao contexto escolar.

Muitos alunos recorrem mais a internet do que aos próprios livros impressos para estudar, visto que ela possui uma infinidade de informações que podem ser vistas e acessadas em um só clique e em menor tempo, além de serem mais acessíveis financeiramente, haja vista o preço da maioria dos livros. Nessa totalidade inseremse os blogs. Os dois maiores sites brasileiros destinados à produção de blogs o define primeiro como um diário digital na internet que pode ser visto por qualquer pessoa. (KOMESU apud http://blig.ig.com.br) e depois como um diário virtual, onde você poderá disponibilizar pensamentos, ideias e tudo que você imaginar na internet (KOMESU apud http://webblogger.terra.com.br). Eles facilitam a publicação de conteúdo e informação por parte das pessoas, são utilizados não só como diários, mas também como espaços de divulgação e compartilhamento de informações, podendo também ser meios de proposição de atividades e de incentivo a escrita. Diante desse contexto, Pinheiro (2013, p.208) comenta e afirma sobre a importância da incorporação desse recurso como ferramenta auxiliadora no processo de ensinoaprendizagem: A escola não pode mais ignorar a relação cultural que se estabelece entre jovens e adultos desde muito cedo e, na maioria das vezes, em contextos educativos não formais. É preciso abrir canais para explorar as ferramentas da web como recursos de ensino aprendizagem sem encapsulá-los ( os recursos e os jovens) aos limites de sala de aula ( PINHEIRO, 2013, p. 208) Nesse contexto, os blogs podem ser utilizados como disseminadores de leitura e escrita para os jovens já que,desde muito cedo, eles mantêm essa prática de leitura e de escrita nos blogs que mais os interessam. Por isso a necessidade do aproveitamento desses textos em sala de aula, já que muitas das vezes ou na maioria eles são distanciados dela. Frente a esses comentários vê-se que os PCN s não fazem referência específica ao uso de gêneros digitais em sala de aula, haja vista que os Parâmetros Curriculares Nacionais começaram a ser elaborados em 1995 e concluídos em 1997 e nessa época os estudos sobre essas questões eram vagos e superficiais no país,

já que a própria internet tem seu início pelos anos de 1980 e sua forma mais moderna nos início dos anos 90 e mais especificamente no Brasil no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. Embora, falem vagamente dessas questões, os PCN s também possibilitam aberturas para que essas novas práticas sejam inseridas ao ensino ao mencionar que a noção de que os textos distribuem-se em um contínuo de gêneros estáveis, com características próprias, sendo socialmente organizados tanto na fala como na escrita (Maroun apud PCN). Percebe-se a abertura mencionada por fazerem referência a esses gêneros de características próprias, contexto este, pertinente para inserção dos gêneros virtuais como o blog na sala de aula, já que ele possui características próprias como a centralidade da escrita e a multiplicidade de semioses, por exemplo. Os parâmetros Curriculares Nacionais mencionam que o texto é a unidade básica do ensino (Maroun apud PCN). O que se vê hoje em dia é que muitos professores utilizam os textos como pretextos para trabalharem gramática em sala de aula, diminuindo assim o horizonte de pensamento do aluno, utilizando muitas vezes apenas uma frase para um estudo linguístico, retirando todas as possibilidades de interpretação e verificação de hipóteses que o aluno poderia ter se trabalhasse com o texto na integra, fazendo assim com que o conceito de unidade básica seja esquecido. Os blogs podem recuperar a função principal da unidade textual, pelo fato de serem dinâmicos e possuírem templates interativas e muitas vezes textos curtos com boas margens de interpretação, facilitando assim o trabalho com o texto na íntegra. Conclusão Diante dessas reflexões vê-se que as escolas não fazem uso recorrente aos PCN s além de não correlacionarem seus escritos com a atual reformulação que o processo de ensino vem passando. Em seu discurso, os PCN s criticam o ensino tradicional baseado no excesso de didatismo e que não leva em consideração a realidade e o interesse do alunado. Diante disto, cabe ao professor e a equipe pedagógica das escolas incorporarem novas práticas de ensino as aulas, como a

adoção de novas tecnologias, já que estas estão em alta na sociedade contemporânea e se tornam cada vez mais acessíveis aos cidadãos, a exemplo da utilização da internet, mas especificamente o uso das redes sociais como o blog, pelo fato de possuir as vantagens já mencionadas que ajudam no processo de formação dos alunos. Referências BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986. BUNZEN, Clecio; MENDONÇA, Márcia. Múltiplas linguagens para o ensino médio. São Paulo. Parábola Editorial, 2013. FERREIRA, Rita de Cassia Delconte. Tecnologias da Informação e Comunicação na Leitura e Produção de textos. [S.l.]: et al. 2008. Disponível em<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/file/producoes_pde/artigo_r ita_cassia_delconte_ferreira.pdf> Acesso em: 16 de mai. 2014, 19:30:03. INEP. Parâmetros Curriculares Nacionais. Disponível em <http://portal.inep.gov.br/web/saeb/parametros-curriculares-nacionais> Acesso em: 06 jun. 2014, 18:24:31. MARCUSCHI, Luiz Antonio; XAVIER, Antônio Carlos dos Santos. Hipertextos e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. Rio de Janeiro. Lucerna, 2004. MAROUM, Cristiane Ribeiro Gomes Bou. O texto multimodal no Livro didático de Português. In: VIEIRA, Josenia Antunes. Reflexões sobre a língua portuguesa: uma abordagem multimodal. Petrópolis. Vozes, 2007. P. 82.