ESTESIA E CINESTESIA

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A estética, vem do termo grego aisthetiké, que significa "perceptive pelos sentidos", mas seu uso consagrou-se para se referir mais especificamente a

UNESQUISANDO: A ESFERA JORNALISTA NO CONTEXTO ESCOLAR

Transcrição:

ESTESIA E CINESTESIA

AISTHESIS (do grego) refere-se a sensível, sensitivo.

Estesia é o estado de mobilização sensorial ao qual nosso organismo é submetido para perceber as coisas que nos cercam. Anestesia é o estado oposto, dessensibilização.

Aisthesis também é a raiz da palavra estética, tomada por Baumgarten como filosofia ou ciência da Arte.

Cinestesia, se refere também às sensações, mas acrescenta a idéia de movimento com cine (kinésis) que vem de kinetikós do grego.

A idéia de cinético se refere à idéia de temporalidade, ou seja,o modo como nossos sentidos se apropriam ou reconhecem o fator temporal

Para inferir movimento temos de observar o deslocamento dos corpos no espaço, ou seja, descobrir em que período uma coisa vai de um lugar a outro

A noção de rapidez e de lentidão são duas possibilidades de um mesmo processo

No entanto o que mais nos dá a sensação de movimento é o nosso próprio deslocamento no espaço

Nossa relação com o ambiente em que vivemos não é estática, estamos sempre em movimento

Nossos olhos se deslocam continuamente. Avaliando, mensurando, estimando os pontos de deslocamento e o percurso entre eles

A vantagem de nosso sistema sensorial é que ele constrói uma estratégia de estabilização à qual chamamos de Constância Perceptiva

Deste modo não sentimos diferenças entre mudanças cinéticas, embora elas aconteçam o tempo todo

Esta acomodação do olhar é que absorve a idéia de movimento do mundo natural

E também seus valores plásticos

Por fim, ler imagens é também descobrir como seus valores sensíveis ou plásticos significam

SENTIDO E COMUNICAÇÃO

Sentido é um efeito produzido na relação entre as entidades de um mesmo sistema ou estrutura de transmissão de dados

Fazer sentido é significar aquilo que um destinador pretende informar ao destinatário

O agente destinador é o que informa e o agente destinatário é o que recebe o informe. Um escritor de um lado e um leitor do outro, por exemplo.

O destinador é, em última instância, o autor ou o gerador da informação e pode subsumir diferentes aspectos no contexto da sociedade ou da cultura para promover a informação

Num sistema de comunicação costumase dizer que há, pelo menos, três instâncias:

1- A do destinador ou emissor, 2- o canal, veículo, suporte ou mídia e 3- o destinatário ou receptor

Além deles podemos dizer que há uma terceira instância, a do retorno, retroalimentação ou feed back

Diagrama do processo de comunicação segundo Meyer-Eppler EMISSOR CANAL RECEPTOR RETORNO

Esta estrutura pode manifestar-se deste modo ou apresentar modificações, mas sempre com estágios semelhantes

Este gráfico pode servir para observar diferentes produtos de mídia

De um lado, há uma instância emissora pressupondo a existência de um destinador, cujo propósito é criar, realizar, modelar ou manipular certos dados

Estes dados vão ser levados a uma segunda instância por meio de um canal, veículo, suporte, sistema, processo que podem ser configurados em quatro níveis de difusão:

Impresso, Radiofônico, Televisivo e Digital.

Estes níveis podem ser representados em suas manifestações materiais por meio de:

Jornais, revistas, livros, quadros, cartazes, telenovelas, filmes, peças publicitárias ou em redes de computador ou ainda por meio de qualquer outro modo passível de transmitir informação

Pode também ser uma obra de arte, ou conjunto delas, o contexto de uma imagem ou muitas delas, pode assumir várias maneiras admitidas e aceitas pela cultura vigente

Desde que apresente uma relação com as demais formas e meios de expressão. Há, ainda, a necessidade de que estas obras possuam uma vigência social

Ou seja, tenha relação com o contexto em que se insere. Uma obra só produz sentido, ou significação, se o dado ou informação puder ser interpretado, decodificado ou entendido por outrem

A comunicação parte do pressuposto de que as duas entidades, unidades ou instâncias (emissora e receptora) possuem um mesmo repertório ou fazem parte de um mesmo contexto cultural

Portanto, são capazes de entender e interpretar o dado ou a informação contida num meio qualquer, passível de transmissão

Nas comunicações verbais, por exemplo, é necessário que as duas instâncias dominem a mesma língua

O princípio mínimo da comunicação é o exista um domínio de repertórios comuns entre as instâncias envolvidas num mesmo processo

Uma relação entre duas ou mais instâncias só produzirá sentido se os dados forem entendidos ou assimilados uma pela outra

Portanto, a comunicação resulta do desenvolvimento de uma relação interativa entre as unidades componentes de uma mesma estrutura de significação, ou de construção de sentido

A comunicação depende do domínio ou da construção de elementos comuns entre as diferentes instâncias que constituem as unidades de informação/recepção

Se a informação é desconhecida ou não é reconhecida por aquele a que se destina, o processo não se desenvolve e a comunicação não se realiza

Se a informação pretendida pelo destinador não faz parte do repertório do destinatário há uma ruptura na relação de comunicação

Se a informação não chega, por qualquer motivo, ao destinatário, a comunicação também não se realiza

Se a informação é alterada, modificada ou adulterada, pode não cumprir sua finalidade junto ao destinatário

Se há certas intercorrências no processo de comunicação, isto pode prejudicar, reduzir, modificar, alterar e, até mesmo, invalidar a comunicação

O que se quer comunicar pode ser entendido como uma constante, então, poderão ocorrer diferentes variáveis intervenientes e alterar o sentido do que é exposto para o destinatário

Muitas vezes a associação entre valores externos e o produto é que produz efeito de sentido.

Neste caso podemos dizer que o uso de certos valores têm por meta qualificar um dado produto e assim produzir um efeito de sentido que o enaltecem

É o sentido produzido que estimula, aumenta ou conduz o consumidor ou o espectador a um comportamento favorável ao produto

Levando-o a considerálo, consumi-lo ou aceitálo como um bem em si