COMÉRCIO INTERNACIONAL E OS TRANSPORTES Rogério Alves Vieira



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Transcrição:

COMÉRCIO INTERNACIONAL E OS TRANSPORTES Rogério Alves Vieira 1

INDICE TEMÁTICO 1. Contrato de compra e venda internacional e Incoterms 2. Especificidades dos modos de transporte rodoviário marítimo e aéreo 3. Responsabilidades e procedimentos nos transportes e sua articulação com o seguro 4. Conceitos básicos aduaneiros 2

CONTRATO DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL NA NOSSA LEI NÃO HÁ UM QUADRO LEGAL PARA O CONTRATO DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL DE MERCADORIAS CÓDIGO CIVIL PERMITE QUE AS PARTES NO CONTRATO ESCOLHAM O REGIME QUE ENTENDEREM: OU O CONTRATO CONTÉM TODAS AS CLÁUSULAS OU RECORRE-SE A CLÁUSULAS PRÉ DETERMINADAS Ex: INCOTERMS

IN ( INTERNATIONAL) CO ( COMERCIAL) TERMS ( TERMS ) NA EDIÇÃO 2010 EMBORA SEJA ADOPTADO O MESMO TÍTULO FALAMOS AGORA DE REGRAS (RULES)

HISTÓRIA DOS INCOTERMS Os 1ºs INCOTERMS FORAM PUBLICADOS EM 1936 ESTA É A 8ª REVISÃO DOS INCOTERMS Nos últimos anos têm sido alterados de 10 em 10 anos 1990 2000 2010 5

Regras de interpretação de termos de comércio internacional; Criadas e desenvolvidas pela Câmara de Comércio Internacional (ICC sede em Paris) Não são lei, sendo aplicáveis apenas se as partes acordarem nesse sentido. Aplicáveis aos contratos de compra e venda internacional de mercadorias; 6

Não se trata então de lei.. Assim, a versão 2000, de 2010 não revogou a versão de Nem a de 2000 revogou a de 1990. Acontece que a mesma regra, por ex:. FCA, FOB, tem tido várias interpretações consoante as edições. Daí a importância de nos referirmos a que edição as partes no contrato se referem de modo a evitar litígios

Inclusão das regras Incoterms nos contratos e compra e venda Para evitar dúvidas na sua interpretação deverá sempre ser feita referência à regra utilizada e ao local de entrega da mercadoria seguido da versão que as partes pretendem utilizar Por exemplo: FCA Camarate Incoterms 2010 - FOB LISBOA Incoterms 2010 2010 8

INCLUEM Transferência do risco de perda ou danos sobre a mercadoria; Divisão de custos; Contratos de transporte e seguro, quando aplicável; Licenças de importação/exportação.

EXCLUEM Preço e métodos de pagamento; Transferência de propriedade; Qual o Tribunal competente.

A exemplo do esquema de apresentação seguido nas regras Incoterms 2000, as regras Incoterms 2010 seguiram a regra do espelho onde a uma obrigação do vendedor corresponde uma contrapartida do comprador A - VENDEDOR B - COMPRADOR A1 FORNECIMENTO MERCADORIA CONFORME CONTRATO PAGAMENTO DO PREÇO CONFORME CONTRATO B1 A2 LICENÇAS, AUTORIZAÇÕES, FORMALIDADES B2 A3 CONTRATOS TRANSPORTE E SEGUROS B3 A4 ENTREGA MERCADORIA ACEITAÇÃO DA MERCADORIA B4 A5 TRANSFERÊNCIA RISCO B5 A6 REPARTIÇÃO CUSTOS B6 A7 AVISO AO COMPRADOR AVISO AO VENDEDOR B7 A8 DOCUMENTO DE ENTREGA COMPROVATIVO DE ENTREGA B8 A9 VERIFICAÇÃO, EMBALAGEM INSPECÇÃO MERCADORIA B9 A10 OUTRAS OBRIGAÇÕES B10 11

EXW Ex works..local Mínima obrigação para o vendedor; O vendedor faz a entrega da mercadoria quando a tiver colocado à disposição do comprador nas suas instalações ou noutro local designado (fábrica - oficina - armazém);

O EXW Ex works vendedor não tem qualquer obrigação de carregar a mercadoria em qualquer veículo de recolha providenciado pelo comprador (ainda que na prática esteja em melhores condições para o fazer) nem tem obrigação de proceder às formalidades aduaneiras de exportação;

EXW Ex works Transferência de Risco em EXW O comprador suporta todos os riscos de perda e dano da mercadoria a partir do momento em que tenha sido entregue conforme previsto em A4; Caso o comprador não proceda à notificação prevista em B7, o comprador deverá suportar todos os riscos de perda ou danos da mercadoria desde a data estipulada para a entrega.

O problema aduaneiro em EXW No caso de mercadoria para países terceiros, sujeitas a formalidades aduaneiras: Como as formalidades aduaneiras ficam a cargo do comprador, o vendedor não fica com qualquer controlo sobre as formalidades aduaneiras não tendo acesso ao documento que lhe permitirá mais tarde, em sede de inspecção do IVA, justificar a efectiva exportação (não tem documento com a certificação de saída ) SERÁ DE EVITAR O EXW NESTES CASOS e VENDER FCA 16

FCA Free Carrier O vendedor entrega a mercadoria ao transportador ou a qualquer pessoa indicada pelo comprador, nas instalações do vendedor ou noutro local acordado; Se for mercadoria sujeita a declaração aduaneira as formalidades de exportação cabem ao vendedor, não tendo este qualquer responsabilidade quanto a formalidades aduaneiras de importação;

Quando a entrega for efectuada nas instalações do vendedor, a mesma considera-se se efectuada quando a mercadoria tenha sido FCA Free Carrier carregada no meio de transporte fornecido pelo comprador; Quando entregue noutro local deve ser colocada à disposição do transportador nomeado pelo comprador, no local acordado e por descarregar, do meio de transporte do vendedor,cabendo estes custos ao comprador 18

CPT Transporte pago até local Significa que o vendedor faz entrega da mercadoria ao transportador no local acordado (no país de partida) devendo o vendedor contratar e pagar os custos de transporte necessários para levar a mercadoria até ao local de destino ( país de chegada ) Sempre que utilize as regras CPT CIP CFR CIF o vendedor cumpre a sua obrigação de entrega quando entrega a mercadoria ao transportador e não quando chega ao local de destino.

CIP Transporte e seguro pago até O vendedor faz a entrega das mercadorias ao transportador no local acordado devendo o vendedor contratar e pagar os custos de transporte e de seguro necessários para levar a mercadoria até ao local designado; A cobertura de seguro deve no mínimo ser a Cláusula C das Institute Cargo Clauses * e cobrir o preço estabelecido no contrato mais 10% e deverá ser efectuado na mesma moeda do contrato. * ou outro clausulado similar ex ADSE - alemão

Incoterms 2010 SELLER BUYER EXW FCA transport risk costs transport risk costs CPT CIP transport risk costs transport + insurance risk costs

DAT Entrega no Terminal. Vendedor faz a entrega quando a mercadoria, descarregada do meio de transporte em em que chega, é colocada à disposição do comprador num terminal designado, num porto designado ou num lugar de destino. TERMINAL TERMINAL: Qualquer lugar coberto ou não, cais, armazém, contentor, estrada, terminal ferroviário, aéreo.

DDP Entrega com direitos pagos.. O vendedor obriga-se a colocar a mercadoria à disposição do comprador, no meio de transporte utilizado, por descarregar mas com os procedimentos aduaneiros de importação cumpridos Esta regra impõe ao vendedor o máximo obrigações previstas pelas regras Incoterms. de 23

A QUESTÃO DO IVA NAS FORMALIDADES ADUANEIRAS DE IMPORTAÇÃO, O DECLARANTE É O IMPORTADORQUE FICA DE POSSE DO DOCUMENTO QUE LHE PERMITE A DEDUÇÃO DO IVA. O VENDEDOR NÃO FICA COM ESSE DIREITO, QUANDO NA VERDADE É ELE QUE SUPORTA O CUSTO DAS FORMALIDADES ADUANEIRAS NA IMPORTAÇÃO 24

COMO DAR A VOLTA A ESTA QUESTÃO POR EXEMPLO: VENDER DAP LOCAL, INCLUDING CUSTOMS DUTIES,BUT EXCLUDING VAT- INCOTERMS 2010 25

Incoterms 2010 SELLER BUYER DAT DAP transport risk costs transport risk costs DDP transport risk costs

INCOTERMS PARA TRANSPORTE MARÍTIMO QUE REGRAS PARA CARGA EM CONTENTORES?

FAS Franco ao longo do navio (porto). Vendedor faz a entrega da mercadoria quando esta tiver sido colocada ao longo do navio indicado pelo comprador (num cais ou barcaça), no porto de embarque designado; O risco de perdas e danos à mercadoria é transferido quando esta se encontre ao longo do navio suportando o comprador todos os riscos desse momento em diante.

FAS Free Alongside Ship.. Formalidades aduaneiras de Exportação A regra FAS exige que seja o vendedor a proceder as formalidades aduaneiras de exportação, quando necessário; Não tem contudo o vendedor qualquer obrigação de proceder às formalidades aduaneiras na importação, de pagar qualquer direito de importação ou cumprir qualquer formalidade aduaneira de importação.

FOB Free on Board porto O vendedor faz a entrega da mercadoria quando esta estiver a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de embarque; (Desaparece o conceito de ship s rail ; de amurada do navio A regra FOB poderá não ser adequada às situações em que a mercadoria é entregue ao transportador antes de se encontrar a bordo do navio carga em contentores entregues num terminal. Nestes casos deverá ser utilizada a regra FCA terminal

FOB Free on Board Vendedor não tem obrigação de celebrar o contrato de transporte marítimo No entanto se for solicitado e se for essa a prática comercial e o comprador não dê instruções em contrário o vendedor poderá celebrar um contrato de transporte a expensas e risco do comprador. Evitar a utilização de Incoterms híbridos ( FOB freight charges included )

FOB TRANSFERENCIA DE RISCO O vendedor deve suportar todos os riscos de perdas ou danos à mercadoria até ao momento em que esta tiver sido colocada a bordo do navio (não como até 2000, quando a mercadoria transpunha a amurada do navio de fora para dentro) Só a partir da colocação a bordo é que os riscos passam para o comprador.

CFR Custo e frete.porto O vendedor faz a entrega quando a mercadoria estiver a bordo do navio; (desaparece a linha imaginária da amurada do navio) O risco de perda ou dano transfere-se se quando a mercadoria se encontrar a bordo do navio; O vendedor deve celebrar os contratos de transporte e pagar os custos e frete necessários para encaminhar a mercadoria até ao porto de destino.

CFR Cost and Freight Não é aconselhável para mercadoria entregue em contentores, devendo ser utilizada a regra CPT Pois em CFR o risco só se transfere para o comprador quando a carga estiver a BORDO DO NAVIO CFR Formalidades aduaneiras EXPORTAÇÃO CABEM AO VENDEDOR IMPORTAÇÃO - CABEM AO COMPRADOR

CIF Custo,Seguro e Frete porto O vendedor faz a entrega quando a mercadoria estiver a bordo do navio. O risco de perda ou dano transfere-se se quando a mercadoria se encontrar a bordo do navio; O vendedor deve celebrar o contrato de transporte e o de seguro, pagar todos os custos necessários para que a mercadoria chegue ao porto de destino designado;

CIF Cost, Insurance and Freight A cobertura de seguro a contratar deve ser no mínimo a Cláusula C das ICC Institute Cargo Clauses,ou outro clausulado similar.o beneficiário deste seguro é o comprador Se for solicitada cobertura adicional poderá recorrer às cláusulas A ou B das ICC, ou outro clausulado similar

Incoterms 2010 SELLER BUYER FAS transport risk costs transport transport risk costs transport CFR CIF transport risk costs transport + insurance risk costs

Transportes, que especificidades? Complexo??? CMR MONTREAL/VARSÓVIA BRUXELAS

COMO CONTRATAR O TRANSPORTE? DIRECTAMENTE Contacto com transportador (rodoviário,aéreo,marítimo) INDIRECTAMENTE ATRAVÉS DE UMA EMPRESA TRANSITÁRIA

ATIVIDADE TRANSITÁRIA Atividade regulada pelo D.Lei n.º 255/99, de 7 de Julho e Lei 5/2013 de 22 de Março Empresa Titular de Alvará emitido pelo IMT É Titular de Seguro de responsabilidade civil

TRANSPORTE INTERNACIONAL DE MERCADORIAS POR ESTRADA

REGULADO PELA CONVENÇÃO CMR Convention..de Marchandise par Route DL4623,de 18 de Março de 1965 Dec. 28/88,de 6 de Setembro de 1988

Transportadores sucessivos Reservas do transportador ROGERIO ALVES VIEIRA 11-02-2014

RESERVAS PRÉ INSCRITAS 44

RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR PERDA AVARIA - ATRASO A CMR estabelece a presunção de responsabilidade do transportador por todas as perdas, totais ou parciais, e avarias que a mercadoria possa sofrer durante o transporte (entre o momento da tomada a cargo pelo transportador e a entrega), bem assim como por atraso na entrega.

CAUSAS DE EXONERAÇÃO Uso de veiculos abertos e não cobertos com encerado, quando este uso foi ajustado de maneira expressa. Manutenção, carga, arrumação ou descarga da mercadoria pelo expedidor ou pelo destinatário ou por pessoas que actuem por conta do expedidor ou do destinatário - artº 17ºnº 4 c)

LIMITE DE INDEMNIZAÇÃO PERDA TOTAL OU PARCIAL (DSE 8,33 / kg) ( 9,42 / kg) *à data de 29.01.2014 Valor real da mercadoria se inferior não há lugar a qualquer indemnização a título de lucros cessantes ou danos emergentes ATRASO VALOR DO FRETE

TRANSPORTE DE MERCADORIAS POR MAR TRANSPORTE POR LINHA REGULAR A COBERTO DE CONHECIMENTO DE EMBARQUE ( B/L) TRANSPORTE EM REGIME DE FRETAMENTO CHARTER PARTY/ CARTA PARTIDA ( C/P)

Legislaçao aplicável Convenção de Bruxelas - 1924 (REGRAS DE HAIA- HAGUE RULES ) CONHECIMENTO DE EMBARQUE - B/L DL 352/86, de 21 de Outubro (operações a montante e a jusante do transporte marítimo) PORTUGAL NÃO RATIFICOU PROTOCOLO DE VISBY À CONVENÇÃO DE BRUXELAS NEM AS REGRAS DE HAMBURGO NEM TAMBÉM AS REGRAS DE ROTERDÃO

DL352/86 REGRAS DE HAIA

CONVENÇÃO DE BRUXELAS Carregador considerado como tendo garantido ao armador,no momento do carregamento, exactidão das marcas, número, quantidade e peso. Nº volumes, objectos, quantidade ou o peso - unidades importantes para cálculo da indemnização

CONVENÇÃO DE BRUXELAS RESPONSABILIDADE DO ARMADOR nem o armador nem o navio serão responsáveis por PERDA ou DANO resultante ou proveniente - NÃO SE FALA EM ATRASO 18 alíneas exclusão (fortuna de mar, greves, salvação vidas ou bens, etc) admissível falha náutica

CONVENÇÃO DE BRUXELAS LIMITE DE RESPONSABILIDADE POR VOLUME OU UNIDADE 498,80 ( 1 CONTENTOR UMA UNIDADE) (DL352/86, de 21 de Outubro) conforme o que estiver indicado no B/L

57

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL CONVENÇÃO DE VARSÓVIA(1929) E SEUS PROTOCOLOS(1955/1975) CONTINUAM A SER APLICADOS ENTRE PORTUGAL E OS PAISES NÃO RATIFICANTES DA CONVENÇÃO DE MONTREAL CONVENÇÃO DE MONTREAL (2002) EM VIGOR DESDE 4 NOV 2003 AS CONVENÇÕES NO TRANSPORTE AÉREO REGULAM TANTO O TRANSPORTE DE MERCADORIAS COMO PASSAGEIROS E BAGAGENS ROGÉRIO ALVES VIEIRA 58

How IATA e-freight will remove paper: Scope Shippers Origin Freight Forwarders Origin-Destination Airports Export Customs 12. Import Goods Declaration 13. Customs Release Import Import Customs + Destination Freight Forwarder 1.Invoice 2.Packing List 3.Certificate of Origin 4. Master Air Waybill 5. House Air Waybill 6. House Manifest 7. Export Goods Declaration 8. Customs Release Export 9. Cargo Manifest 10. Export Cargo Declaration 11. Import Cargo Declaration Consignees Fonte IATA

What is the paper Air Waybill? The paper Air Waybill (AWB) is the contract of carriage between the shipper (e.g. forwarder) and the carrier (airline) It is governed by IATA Resolution 600a The Air Waybill and 600b Air Waybill Conditions of Contract When produced on paper a set of a least eight copies is required - Colour being optional The AWB is a transport document, not a customs declaration (Revised Kyoto Convention)

What is the electronic Air Waybill? The electronic Air Waybill (e-awb) is the electronic contract of carriage between the shipper (e.g. forwarder) and the carrier (airline) The new Electronic Air Waybill recommended practice (RP1670) removes the requirement for a paper Air Waybill With the e-awb there is no longer a need to print, handle or archive the paper AWB simplifying the air cargo process With e-awb, the original contract is electronic (shipment record). Paper print out evidencing the content of the contract can be requested.

PRINCIPAIS TRANSPORTADORAS DE CARGA EM PORTUGAL (2013) TAP EAT (DHL AVIATION) STAR AIR SATA TAAG EMIRATES TNT AIRWAYS AIR FRANCE LUFTHANSA WEST AIR EUROPE

RESPONSABILIDADE NÃO ABRANGE TRANSPORTE TERRESTRE, MARÍTIMO A NÃO SER QUE SE RELACIONE COM A EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO (AINDA QUE S/ AUTORIZAÇÃO DO EXPEDIDOR) MESMO QUE OCORRA UMA AVARIA NA UTILIZAÇÃO DESTES MODOS DE TRANSPORTE, APLICA-SE A CONVENÇÃO. ROGÉRIO ALVES VIEIRA 64

LIMITE DE RESPONSABILIDADE DSE 19/ kg = 21,50 / kg ( 29.Jan.2014) Direito de saque especial unidade monetária do FMI Atender apenas ao peso das mercadorias avariadas Não há indeminização por lucros cessantes ou danos emergentes

SEGUROS

COBERTURAS E CLAÚSULAS MAIS UTILIZADAS CLAÚSULAS DE SEGUROS DE CARGAS A B e C INSTITUTE CARGO CLAUSES ( AIR) CLÁUSULA DE TRANSPORTES TERRESTRES E AÉREOS CLÁUSULA DE RISCOS DE GUERRA CLÁUSULA DE RISCOS DE GREVES

RISCOS COBERTOS CLAÚSULA DE SEGUROS DE CARGAS CLÁUSULA A 1. TODOS OS RISCOS DE PERDAS OU DANOS SOFRIDOS PELOS BENS SEGUROS COM EXCEPÇÃO DOS INDICADOS NAS EXCLUSÕES (actuação dolosa segurado,derrame normal por perda de peso da carga,embalagem insuficiente,insolvência dos proprietários, fretadores ou operadores do navio,riscos de guerra, greves 2. COBRE AVARIA GROSSA GENERAL AVERAGE

Seguro de transportes Mercado de seguros de Londres // Institute Cargo Clauses Cláusula A Maior Cobertura Cláusula B Cobertura média Claúsula C Cobertura Mínima O seguro deve produzir efeitos desde o início do transporte (armazém do vendedor) até que as mercadorias cheguem ao porto/ armazém do comprador door-to door Cobertura: preço da mercadoria mais 10% (artº 601 Cod. Com.) 69

INSTITUTE CARGO CLAUSES Cobertura Institute Cargo Clauses A B C Perda ou dano dos bens seguros decorrente de:.. 1. Incêndio ou explosão 2. Encalhe, afundamento, emborcamento, colisão ou contacto do navio ou embarcação com qualquer objecto externo que não seja a água. 3. Choque, Capotamento ou descarrilamento de veiculo terrestre 4. Descarga da mercadoria num porto de arribada 5. Sacrifício por Avaria Grossa 6. Alijamento 7. Participação nos custos decorrentes de responsabilidade mutua por colisão 8. Fenómenos Sísmicos, Erupções Vulcânicas ou Raio não 9. Arrebatamento pelas ondas não 10.Perda total de volumes por queda nas operações de carga e descarga. não 11. Entrada de água do mar, lago ou rio dentro do navio, contentor ou lift-van ou no local de armazenagem não 12. Agua da chuva não não 13. Actos maliciosos não não 14. Pirataria não não 15. Roubo não não 16. Outras perdas ou danos acidentais, que não se enquadrem nas clausulas de exclusão não não 70

REGIME ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO

PAPEL DAS ALFÂNDEGAS Gestão da fronteira externa comunitária na vertente nacional Controlar / facilitar o comércio e proteger a sociedade em geral de mercadorias que ameaçam a segurança e saúde públicas

MERCADORIAS COMUNITÁRIAS E NÃO COMUNITÁRIAS MERCADORIAS COMUNITÁRIAS: - Originárias do Território aduaneiro da Comunidade - Mercadorias em livre prática - artº 9º do Tratado de Roma Mercadorias não comunitárias todas as restantes

TRANSACÇÕES INTRA-COMUNITÁRIAS EXPEDIÇÃO(VENDA): Considera-se Expedição intracomunitária, o envio de mercadorias de Portugal para qualquer outro Estado Membro, que faça parte do Território Aduaneiro e Fiscal. AQUISIÇÃO (COMPRA): Considera-se Aquisição intracomunitária, a recepcão de mercadorias provenientes de qualquer outro Estado Membro, que faça parte do Território Aduaneiro e Fiscal. 74

TRANSACÇÕES INTRA-COMUNITÁRIAS Intrastat O Operador económico é obrigado a prestar informação estatística ao INE através de impresso próprio, ou Software do próprio INE, a partir do mês em que ultrapasse os limiares estatísticos estabelecidos para esse ano, (a informação é retroativa a Janeiro desse ano ) a partir dessa data, todos mesesatéaodia15domêsseguinteaqueleaque reporta a informação, que pode ser de Chegada ou Expedição. ANO 2014 Limiar de Chegada: 350.000,00 Limiar de Expedição: 250.000,00 75

REGIME ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO Documentos necessários: DME ou Declaração de carregamento completo; Factura Comercial com todos os elementos ATENÇÃO Certificado de Exportação para isenção do IVA D.Lei 198/90, se existir; O Certificado de Exportação só é visado após a Certificação de saída; Certificado de Exportação por cada factura do fornecedor com valor superior a 1.000,00 ; A Exportação electrónica pode ser efectuada para qualquer Alfândega Nacional; Necessário protocolo de Adesão ao STADA Exportação. Requisitos para Obter um Armazém de Exportação: Capital Social minimo 100.000,00 Euros Espaçominimo500 m2etc.(videmanual) RESTITUIÇÕES À EXPORTAÇÃO REG. 612/2009, que revoga o REG. 800/99 Necessário emitir T5 ou T5N; ATENÇÃO Devolução á origem 76

AAD (1) Reference Code - RoR - Report of Reception (1) AAD = Accompaning Administrative Document

D O C U M E N T O S

DME Declaração de Mercadorias para Exportação Documento emitido pelos armazéns de exportação no caso de mercadorias em grupagem

DAE Documento de Acompanhamento de Exportação Serve para a mercadoria circular desde o local de carregamento até ao cais de embarque ou fronteira de saída do TAC.

Declaração Carregamento Completo U t i l i z a - s e p a r a indicar á Alfândega o local onde um c a m i ã o o u c o n t e n t o r completo estão a e n c h e r c o m d e s t i n o á E x p o r t a ç ã o

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e-da Documento de Acompanhamento Eletrónico Utiliza-se para circulação de produtos sujeitos a IEC s, no interior da Comunidade

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