EMPRESA FAMILIAR. Palavras-chaves: 1. empenho; 2. dedicação; 3. adaptação; 4. flexibilidade; 5. planejamento a longo prazo.



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Transcrição:

EMPRESA FAMILIAR Resumo: Um mercado atraente em busca de maximização dos lucros. Conheça as vantagens e desvantagens de se ter ou trabalhar em uma empresa familiar. Cerca de 75% das empresas existentes no mercado são empresas familiares. Palavras-chaves: 1. empenho; 2. dedicação; 3. adaptação; 4. flexibilidade; 5. planejamento a longo prazo. Silvia M. S. Gomes Professores orientadores: Marcelo neves Gonçalves José Carlos Ferreira. Empresa Familiar é aquela influenciada por uma família ou por uma relação familiar (Leach 1998: 25). Para entendermos melhor, a família pode controlar as operações da empresa ou por possuir mais de 50% de ações com direito de voto, ou por ter membros ocupando um número significativo de altas posições na administração. Mas também não se deve desconsiderar uma situação menos óbvia, em que as operações da empresa são afetadas por uma relação familiar - empreendimentos em que, parentesco de pai e filho, irmão e irmã, cunhados, primos, e assim por diante tem importante impacto no futuro da empresa. O papel da família na empresa familiar precisa ser melhor entendido para maximizar as forças das empresas familiares e controlar ou eliminar suas fraquezas. De acordo com o professor do Instituto Suíço Joaquim Schwass, "as famílias querem evolução e os administradores querem revolução", e afirma: "os administradores só dispõe de uma pequena janela de oportunidade para maximizar sua própria renda. E isto só pode ser conseguido fazendo que a empresa cresça rapidamente. Mas a perspectiva de uma empresa familiar não é apenas para os próximos cinco anos, mas para duas ou três gerações" (Bernhoeft, artigo: 2004). SETORES A empresa familiar é atuante em vários segmentos, como: Agricultura; Estacionamento; Hotelaria; Publicidade; Restaurante entre outros. Por exemplo: a maioria das cadeias hoteleiras ainda são de propriedade familiar. Normalmente, empresas familiares são relativamente bem sucedidas como fornecedoras de empresas maiores, que apreciam e valorizam a presença do proprietário. Assim muitas são distribuidoras e indústrias. FORÇAS E FRAQUEZAS Os administradores dessas empresas têm as várias vantagens relacionadas

com empresas familiares atuando a seu favor mas, ao mesmo tempo, têm de enfrentar uma série de graves problemas e inconvenientes. AS VANTAGENS Pessoas que implantam um negócio podem ficar muito entusiasmadas com ele afinal de contas, é criação delas e, para muitos desses empreendedores, a empresa é sua vida. Sentem que têm responsabilidade familiar de se esforçarem juntos e, desde que não haja conflitos, todos se dedicam e se empenham para o sucesso da empresa. Talvez, o contrário do que se dedicariam a um emprego normal. Todo mundo contribui para um propósito em comum: o sucesso da empresa. As empresas familiares têm, em geral, formas particulares de fazer as coisas, conhecimentos estes, não possuídos por seus concorrentes. Normalmente, os chefes de família influenciam seus filhos a se associarem à empresa. Muitos vão estudar em outro país ou até trabalham em uma outra empresa familiar para compreender melhor sua administração. Na empresa familiar, flexibilidade de tempo, trabalho e dinheiro resumi-se em inserir na empresa o trabalho e o tempo necessário para realização de atividades, além de tirar dinheiro quando existe algum recurso para isso. Portanto, empenhar-se em realizar trabalho e gastar o tempo para desenvolver a empresa, é a essência da visão gerencial da empresa familiar. Esta mesma flexibilidade se aplica ao dinheiro e então temos uma importante distinção entre famílias com empresas e as que não a têm. Na maioria das vezes, as famílias têm uma determinada renda provenientes de salários pagos por um empregador, e as únicas decisões tomadas pela família referem-se em como gastar essa renda. Para as famílias com empresas, porém, a renda não é um elemento fixo, elas precisam decidir quanto dinheiro podem seguramente retirar da empresa para suas próprias necessidades mas, ao mesmo tempo, preservando a flexibilidade financeira da empresa e de seus investimentos. A flexibilidade de tempo, trabalho e dinheiro leva, mais uma vez, a uma vantagem competitiva para as empresas familiares, que podem facilmente, se adaptar a qualquer tipo de mudança. Se, por exemplo, a empresa precisa mudar para um novo produto a fim de aproveitar a tendência do mercado, a decisão raramente envolverá prolongadas discussões numa hierarquia de comitês, e sua implementação será igualmente rápida. Para muitas empresas esse procedimento, por incrível que pareça é impossível, mas é típica e flexível para muitas empresas familiares. O planejamento estratégico reduz riscos, possibilita à empresa lidar de maneira mais eficaz com acontecimentos imprevistos e é também a marca registrada de muitas novas ousadias comerciais bem sucedidas e de sobreviventes a longo prazo. Quando se pensa a respeito, se há em nossa economia alguma entidade capaz de igualar a filosofia que os japoneses introduziram no mundo dos negócios nos últimos 15 anos, é a das empresas familiares. O capitalista que quer ganho imediato não pode fazê-lo, e nem as empresas de capital aberto porque estão preocupadas com lucros trimestrais ou semestrais. A empresa de propriedade familiar privada é a única entidade que pode verdadeiramente construir para um longo percurso, completa o Dr. Peter Davis, da Wharton Business School (LEACH, Peter.1998: 27). Empresas familiares tendem, por uma variedade de razões, serem estruturas estáveis. Geralmente as pessoas que

trabalham em uma empresa familiar, exercem as funções há muitos anos e se empenham para o sucesso da empresa. Contudo, um ambiente muito estável pode tornar-se introvertido, em que a atitude é fazemos dessa maneira porque sempre o fizemos assim, e ninguém pensa a respeito de mudanças e nem preocupa-se em verificar se fazer diferente poderia significar fazê-lo mais eficientemente. Num negócio de controle familiar as responsabilidades estão em geral muito bem definidas e o processo de tomar decisões é restrito a uma ou duas pessoas. Em muitos casos, isso significa que se você quiser que a empresa faça alguma coisa, basta ir ao patrão e este dirá sim ou não. Contraste este, muito diferente de uma empresa aberta, que envolverá diretoria, consultores contábeis, financeiros e jurídicos para decidir tal mudança. Mas se, nesse caso, muita coisa dependia da rapidez com que uma decisão podia ser tomada e implementada, então a empresa familiar iria decididamente levar vantagem. A confiabilidade, o orgulho e o empenho são características marcantes pela qual as empresas familiares estabelecem estruturas mais sólidas e confiáveis, e perceptíveis com as necessidades do mercado. Muitos clientes preferem fazer negócios com uma empresa há muito tempo estabelecida, e tendem a se relacionar com uma administração e uma equipe que não esteja constantemente trocando de cargo ou sendo substituída por gente de fora. Além disso, o empenho numa empresa familiar está sob a forma de um padrão de serviços onde a atenção aos clientes geralmente é muito maior e mais amistosa. Em 1992, realizou se na Inglaterra um estudo para testar se fatores como empenho, estabilidade, flexibilidade, planejamento de longo prazo e assim por diante realmente eram fatores geradores de lucros comerciais tangíveis. Em outras palavras: será que as empresas familiares têm realmente vantagens sobre os concorrentes nãofamiliares? Os resultados do estudo mostraram que, 1 libra investida no FT All Share Index (índice médio da bolsa) ao final de 1970 teria crescido para 8,72 a 31 de dezembro de 1991. Em contraste, 1 libra investida no Family Business Index teria crescido para 11,11 um desempenho maior em quase 30% dessas empresas familiares. No período completo de 21 anos de estudo o crescimento composto no Family Business Index totalizou uns 12,15%, em confronto com os 10,85% para o índice médio. Através dessa pesquisa, confirmamos que a empresa familiar tem um desempenho melhor no mercado. AS DESVANTAGENS Assim como possuem vantagens imensamente valiosas, as empresas familiares também estão propensas a algumas desvantagens. Muitos problemas decorrem dos conflitos que podem surgir entre valores familiares e empresariais. Veja com mais detalhes: Rigidez Desafios à empresa Sucessão Questões emocionais Liderança e legitimidade Começamos citando o exemplo do filho de um fundador de uma cadeia de lojas de artigos masculinos: ele foi criado dentro da empresa e aprendeu tudo com o seu pai. Quando chegou sua vez de administrar a empresa, ele manteve a mesma política que seu pai utilizara por toda a vida. As expectativas dos clientes mudaram, a empresa não respondeu e acabou fracassando.

Segundo Bernhoeft (artigo: 2004) uma das dificuldades que os executivos não familiares tem apresentado para obter sucesso na gestão de empresas familiares é que sua visão de curto prazo - busca de resultados imediatos para pressionar e receber "bônus" - contrasta fortemente com a visão de médio e longo prazo dos grupos controladores. Pelo menos esta foi uma das conclusões do IMD (International Institute for Management Development) escola suíça de administração - sobre como os executivos podem obter sucesso em uma empresa familiar. Administrar transições representa outro grande desafio para empresas familiares podendo com freqüência ser o vaiou-racha para uma empresa familiar. Em resumo, o desafio é tipificado por uma situação em que o fundador está envelhecendo e seu filho, o provável herdeiro, está convencido de que as coisas precisam mudar. Isso pode ser desastroso, causando enorme incerteza na equipe, nos fornecedores e nos clientes. Assim, administrar transições é um desafio para a empresa e, devido à perspectiva de possível conflito e transtorno infra-familiar, é uma questão muito maior para uma empresa familiar que para outros tipos de empresa. O processo de sucessão está repleto de dificuldades. Quando falamos em mudanças na empresa familiar, precisamos nos preocupar com as questões administrativas e emocionais que precisam ser resolvidas ao mesmo tempo. De acordo com Peter Leach (1998: 36), escolher um sucessor pode significar uma escolha entre filhos e filhas que, até então, tinham todos suas próprias ambições secretas de sucessão quando o pai se afastasse. O pai por sua vez, está preocupado com a forma pela qual vai escolher o seu sucessor. A sucessão representa uma transição importante, para o destino da empresa dependendo do sucesso com que for negociada. O domínio familiar é baseado na emoção, enfatizando cuidado e lealdade, enquanto o dos negócios é baseado em tarefas, com ênfase em desempenho e resultados. A empresa familiar é uma fusão dessas duas poderosas instituições e, embora forneça o potencial para um desempenho superior, não é de surpreender que também possa levar a sérias dificuldades. Como por exemplo, o diretor de marketing não confia em seu irmão que é o diretor financeiro, porque ele costumava, quando criança, roubar seus brinquedos. Isso num contexto comercial, é irracional e inadequado. Para ter sucesso em uma empresa familiar, o executivo deve conseguir um bom equilíbrio entre sua "suposta" racionalidade e as questões emocionais com as quais vai se deparar. Evidentemente ele disporá de uma visão mais isenta além da liberdade de fazer movimentos mais bruscos com pessoas e posições que a própria família tem dificuldades, completa Bernhoeft (artigo: 2004). Uma desvantagem final das empresas familiares é a liderança, ou melhor, a ausência dela, em situações em que não há na organização ninguém em condições de assumi-la. Uma fraqueza comum nas empresas familiares é a grande relutância em atribuir o poder. CICLOS DE VIDA DA EMPRESA FAMILIAR POR PETER LEACH A motivação dos dirigentes de uma empresa familiar é o forte desejo de

protegê-las. Podemos citar algumas considerações: 1. Manter a empresa em mãos da família é uma maneira eficaz de proteger a riqueza e segurança a longo prazo. 2. Existe a preocupação da empresa ser administrada por membros que não sejam da família em que enfraqueçam esta união. 3. A empresa é vista como guardiã de valores familiares. 4. Desfazer-se da empresa pode por em risco a vida de colaboradores que durante muito tempo, trabalharam para ela lealmente. 5. A empresa pode ser vista como um monumento ao fundador ou à família. Algo a ser passado e preservado por gerações seguintes. Assim, a sobrevivência da empresa familiar entre gerações seguintes é freqüentemente um fator mais poderoso do que o ganho financeiro imediato que poderia ser obtido com a venda. Essa transição é ao mesmo tempo, um processo que envolve as mudanças mais significativas que ocorrem na relação da família com a empresa, cada geração ameaçando com seus próprios desafios o objetivo de perpetuar a empresa. Referências bibliográficas LEACH, PETER C., Guia da Empresa Familiar, Rio de Janeiro, Xenon, 1998. BERNHOEFT, RENATO, Evolução e Revolução na Empresa Familiar, São Paulo, Artigo publicado, 2004. BERNHOEFT, RENATO, Empresa Familiar é Moderna, São Paulo, Artigo publicado, 2004. Silvia M. S. Gomes, é estudante de Administração na Faculdades Oswaldo Cruz; Secretária em Gestão Empresarial pelo SENAC e Assistente Administrativo e Financeiro da Marvic s Empreendimentos e Part. Ltda.