Disciplina: Noções de Contabilidade para Administradores (EAC0111) Turmas: 01 e 02 Tema 9: Outras Demonstrações Contábeis Prof.: Márcio Luiz Borinelli

Documentos relacionados
Nivelamento de Conceitos Contábeis

INSTITUTO COMUNITÁRIO GRANDE FLORIANÓPOLIS - ICOM

Elekeiroz S.A. Demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com o IFRS em 31 de dezembro de 2015

Em setembro de 2011, ocorreu a cisão parcial de 99,99% de seu patrimônio líquido.

AGENTE E ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL Disciplina: Contabilidade Prof.: Adelino Data: 07/12/2008

Contabilidade Avançada Fluxos de Caixa DFC

2 Questão 31 Classificação de Contas e Grupos Patrimoniais

FAPAN Faculdade de Agronegócio de Paraíso do Norte

NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE

Fundo de Investimento em Ações - FIA

EXAME DE SUFICIÊNCIA - 01/2000 I - CONTABILIDADE GERAL

LEI 8.849, DE 28 DE JANEIRO DE 1994

LFG MAPS. 2 - ( Prova: CESPE Polícia Federal - Agente da Polícia Federal / Contabilidade Geral / Contabilidade -

ALTERAÇÕES DA LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES MARCELO CAVALCANTI ALMEIDA

ANÁLISE FINANCEIRA E DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


A Geradora Aluguel de Máquinas S.A.

Balanço Social Anual das Cooperativas

CONTABILIDADE: DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) PROCEDIMENTOS

Regulamento básico: finanças e controladoria

MÓDULO 2 PASSIVO EXIGÍVEL (PE) E RECEITAS DIFERIDAS (ANTIGO RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS (REF))

DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/ COMPANHIA DE BEBIDAS DAS AMÉRICAS-AMBEV Versão : 1. Composição do Capital 1

Brazilian Depositary Receipt BDR Nível I Não Patrocinado

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SANTANDER YIELD VIP REFERENCIADO DI CRÉDITO PRIVADO / Informações referentes a Maio de 2016

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

RESOLUÇÃO N 41/2009/CONEPE. O CONSELHO DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO da UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE no uso de suas atribuições legais e;

FACULDADE SUMARÉ PLANO DE ENSINO. Semestre Letivo / Turno: 3º Semestre Professor: Período:

VALE RIO DOCE S/A. No resultado de 2013 a receita líquida da companhia tinha a seguinte divisão:

Avaliação de Empresas Profa. Patricia Maria Bortolon

Oficina Técnica. Adoção Inicial das Novas Normas Contábeis OUTUBRO Elaborado por: Elias da Silveira Cerqueira

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 9 Mutações do Patrimônio Líquido

Curso Extensivo de Contabilidade Geral

PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

BALANÇO PATRIMONIAL DOS PERÍODOS FINDOS EM 30 DE JUNHO (em milhares de reais)

Lucratividade: Crescer, Sobreviver ou Morrer

MBK Securitizadora S.A. Relatório sobre as demonstrações financeiras Período de 13 de abril de 2012 (Data de constituição da Companhia) a 31 de

DATA 29/05/2014 Pagina FORNECEDORES E CONTAS A PAGAR NACIONAIS A CURTO PR S C 0,00 582, , ,96 C


1 CONCEITO DE CONTAS. Teoria Patrimonalista Patrimoniais (bens, direitos, obrigações e P.L) Resultado (despesa e receita)

ORIENTAÇÕES (2014/647/UE)


Quais são os objetivos do tópico... TEMA II. DETALHAMENTO DOS REGISTROS CONTÁBEIS. 05. Estoque

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

Relatório sobre as demonstrações financeiras Período de 13 de abril de 2012 (Data de constituição da Companhia) a 31 de dezembro de 2012

MATERIAL DE APOIO PROFESSOR

Demonstrações Contábeis

CONTABILIDADE EM TEMPO REAL

RELATÓRIO FINANCEIRO 2014

Unidade II. No ativo, a disposição das contas obedece ao grau decrescente de liquidez dos elementos nelas registrados.

Resumo de Contabilidade Geral

DLPA Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

6 Balanço Patrimonial - Passivo - Classificações das Contas, 25 Exercícios, 26

USP-FEA Curso de Administração Disciplina: EAC0111 Noções de Contabilidade para Administradores. Quais são os objetivos do tópico...

FACULDADE DE ECONOMIA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA. Exame 2.ª época de Contabilidade Financeira 2.º semestre 2007/08

LOJAS LE BISCUIT S.A. EXERCÍCIO DE 2014


CONFIGURAçÃO E GERAÇÃO DO LALUR. Parâmetros

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE VAGAS EM CARGOS NA CÂMARA MUNICIPAL DE PAULO FRONTIN/PR CADERNO DE PROVA CONTADOR

e) ,00. a) ,00. c) 0,00 (zero).

Pessoal, ACE-TCU-2007 Auditoria Governamental - CESPE Resolução da Prova de Contabilidade Geral, Análise e Custos

FUNEPU Demonstrações Contábeis DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS em 31 de dezembro de 2009 acompanhadas do Parecer dos Auditores Independentes

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - Roteiro

BACEN Técnico 2010 Fundamentos de Contabilidade Resolução Comentada da Prova

A demonstração dos fluxos de caixa evidencia a variação ocorridas no saldo das disponibilidades da companhia, em um determinado exercício ou período,

Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI

CENTRAL GERADORA EÓLICA ICARAÍ I S.A.

RECEITAS ORCAMENTARIAS PREVISAO INCIAL PREVISAO ATUALIZADA RECEITAS REALIZADAS SALDO (a) (b) c=(b-a)


Contabilidade Geral ICMS-RJ/2010

ELETROBRÁS PARTICIPAÇÕES S/A - ELETROPAR BALANÇO EM 31 DE MARÇO 2009 E 2008 (Em milhares de Reais)

1-DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS BÁSICOS 1.1 OBJETIVO E CONTEÚDO

TÓPICOS ESPECIAIS DE CONTABILIDADE: CONSOLIDAÇÃO

Demonstrações Contábeis Obrigatórias

Espero que todos tenham passado bem pelas festas de fim de ano e que consigam atingir os objetivos traçados para o ano de 2008.

VIVER INCORPORADORA E CONSTRUTORA S.A. 4ª EMISSÃO DE DEBÊNTURES RELATÓRIO ANUAL DO AGENTE FIDUCIÁRIO EXERCÍCIO DE 2015

DFC - DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA - Roteiro

Universidade Metodista de Angola Contabilidade Financeira III. Recurso de Contabilidade Financeira III

Graficamente, o Balanço Patrimonial se apresenta assim: ATIVO. - Realizável a Longo prazo - Investimento - Imobilizado - Intangível

Lumina Resíduos Industriais S.A. Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2010

Resumindo, teríamos as seguintes companhias obrigadas à elaboração da DFC:

BLUMENAU: SITUAÇÃO FINANCEIRA A economia dos municípios depende do cenário nacional

Demonstrações Contábeis

1 - CÓDIGO CVM 2 - DENOMINAÇÃO SOCIAL 3 - CNPJ VULCABRAS SA / CEP 4 - MUNICÍPIO 5 - UF

02. (FCC MPE-RN/2012). A receita extraorçamentária em , em reais, era: (A) ,00 (B) ,00 (C) ,00

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONTABILIDADE AVANÇADA PROF FÁBIO BRUSSOLO CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS CIRCULAR SUSEP N.º 528, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2016.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CENTRAL GERADORA EÓLICA ICARAÍ II S.A.

Macroeconomia. Diagrama do Fluxo Circular. Entendendo a Economia. Renda e Gastos de Uma Economia. Métodos Para Contar a Economia

INSTRUÇÃO CVM Nº 551, DE 25 DE SETEMBRO DE 2014

DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/ BANCO BRADESCO SA Versão : 2. Composição do Capital 1. Proventos em Dinheiro 2

DVA Demonstração do Valor Adicionado

REDE DE ENSINO LFG AGENTE E ESCRIVÃO PF Disciplina: Noções de Contabilidade Prof. Adelino Correia Aula nº09. Demonstração de Fluxo de Caixa

ITR - Informações Trimestrais - 30/06/ BPMB I Participações S.A. Versão : 1. Composição do Capital 1. Balanço Patrimonial Ativo 2

Análise das Demonstrações Financeiras

Transcrição:

USP/FEA/EAC Curso de Graduação em Administração Disciplina: Noções de Contabilidade para Administradores (EAC0111) Turmas: 01 e 02 Tema 9: Outras Demonstrações Contábeis Prof.: Márcio Luiz Borinelli 1

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: Obrigatórias Prof. Márcio Luiz Borinelli Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa Substituiu a DOAR (Lei 11.638/2007) Demonstração do Valor Adicionado Apenas para as Cias Abertas (Lei 11.638/2007) 2

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: Voluntárias Prof. Márcio Luiz Borinelli Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Balanço Social Outras 3

Estrutura de Divulgação das Informações Contábeis Relatório da Administração Principais eventos ocorridos no período Principais diretrizes para os períodos seguintes Demonstrações Contábeis Notas Explicativas Práticas contábeis adotadas Critérios de avaliação Detalhamento de algumas contas Prof. Márcio Luiz Borinelli 4

Estrutura de Divulgação das Informações Contábeis Prof. Márcio Luiz Borinelli Parecer dos Auditores Independentes Atesta sobre os procedimentos contábeis utilizados na apuração da situação financeira e patrimonial da entidade 5

Formas de acesso das Informações Contábeis Jornais de grande circulação Prof. Márcio Luiz Borinelli Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Folha de São Paulo etc. Sites das empresas Relações com Investidores Site da CVM www.cvm.gov.br Acesso rápido Consulta Companhias Demonstrações 6

Estática Patrimonial x Dinâmica Patrimonial Prof. Márcio Luiz Borinelli ATIVO DFC BALANÇO PATRIMONIAL DOAR PASSIVO A DOAR explica a variação do A P (curto prazo) A DFC explica a variação do caixa A DLPA explica a a conta lucros/prejuízos acumulados com detalhes PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Reservas de Lucro DLPA A DRE evidencia o resultado do período DRE DMPL A DMPL explica a composição e variação do PL 7

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Prof. Márcio Luiz Borinelli Definição Relatório que mostra a evolução do Patrimônio Líquido da entidade entre dois momentos, demonstrando a variação em cada uma das contas que o compõem. 8

Por que existe diferença entre o Valor de Mercado e o Valor Contábil do PL? Valores em 31/12/2007 Em R$ 1.000 Valor Contábil do PL Empresa Setor Valor de Mercado Consolidado P/VPA Acos Villares ON Transformação de aço 2.889.754,60 759.102,00 3,8 Vale R Doce ON Mineração de metais 286.609.110,20 57.029.465,00 5,0 Vale R Doce PNA Mineração de metais 245.243.843,30 57.029.465,00 4,3 Alpargatas ON Indústria de calçados 2.953.292,70 880.431,00 3,4 Alpargatas PN Indústria de calçados 2.243.584,00 880.431,00 2,5 Ambev ON Indústria de bebidas 76.961.567,00 17.419.950,00 4,4 Ambev PN Indústria de bebidas 79.191.536,70 17.419.950,00 4,5 Gol PN Transporte aéreo regular 8.852.691,80 2.410.992,00 3,7 TAM S/A PN Transporte aéreo regular 6.422.450,20 1.491.657,00 4,3 Natura ON Comércio atacadista 7.289.056,00 678.119,00 10,7 Perdigao S/A ON Abatedouro 8.148.710,30 3.225.979,00 2,5 Sadia S/A ON Abatedouro 6.694.196,00 2.910.520,00 2,3 Petrobras ON extração de petróleo e gás 460.638.990,00 113.854.127,00 4,0 Petrobras PN extração de petróleo e gás 387.814.159,20 113.854.127,00 3,4 9

Por que existe diferença entre o Valor de Mercado e o Valor Contábil do PL? Valor de Mercado Valor de negociação da ação/empresa Valor da Empresa $ PL =VP (Expectativa do fluxo de caixa futuro) Expectativa futura (Mercado, investidores) Inclui intangíveis Subjetivo (volátil) PL Contábil (Patrimonial) Valor de livro (book-value) $ PL= $ Ativo $ Passivo Simples diferença entre ATIVO e PASSIVO $ PL = f (Critérios de Avaliação do Ativo) Mensuração passada (Contábil) Exclui intangíveis não adquiridos (objetividade) Objetivo (estável) 10

Então, qual é a relevância do PL Contábil? Parâmetro para correção das expectativas do mercado. Representa o valor e tipo da participação dos sócios na empresa para efeito de: prioridade na distribuição de dividendos (preferencial ou não). poder (direito a voto ou não)/ responsabilidade. Representa interesse residual em caso de liquidação: total dos ativos que superam os passivos; logo é o valor residual para os sócios em caso de liquidação. Nível de segurança dos credores: quanto maior o endividamento (menor PL), maior o risco. 11

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Prof. Márcio Luiz Borinelli Características Demonstra a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido. Integra as contas patrimoniais e as contas de resultado. Apresenta o lucro e a sua destinação para respectivas reservas e dividendos / juros sobre o capital próprio. Cuidado: possíveis ajustes ao lucro não demonstrados na DRE são evidenciados na DMPL (ajustes de exercícios anteriores). 12

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Que tipo de informação pode ser extraída da DMPL? (utilidade) Quais fatos alteraram o total do PL no exercício findo? Quais fatos alteraram a composição do PL durante o exercício findo? Fornece indicações importantes sobre as movimentações internas das contas do PL. Permite aos investidores avaliarem seus investimentos permanentes nas sociedades em que fazem parte. Pode ajudar a compreender o estilo da entidade. 13

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Prof. Márcio Luiz Borinelli ATIVO PASSIVO DMPL PATRIMÔNIO LÍQUIDO 14

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Prof. Márcio Luiz Borinelli Capital Social: Reservas de Capital: Ajustes de Avaliação Patrimonial: Reservas de Lucro: Ações em Tesouraria: Prejuízos Acumulados: Valores recebidos pela entidade ou por ela gerados e que estão formalmente incorporados ao capital. Valores recebidos que não transitaram pelo resultado. (Ágio, doações, subvenções, incentivos fiscais etc.). Valores derivados de atualização de ativos e passivos (ativos que reduziram de valor etc.) Lucros obtidos pela empresa retidos com finalidade específica (Legal, estatutária, para contingência, de incentivos fiscais). Ações emitidas e adquiridas pela própria empresa (cancelamento, bonificações de gestores). Resultados negativos que deverão ser compensados quando lucros forem gerados. (Lei 6404/76 e alterações, artigos 182 e 193 a 200) 15

Capital Social = Capital Realizado Denominação Valor Capital Autorizado $ 800.000,00 (-) Capital a Subscrever $ 300.000,00 (=) Capital Subscrito $ 500.000,00 (-) Capital a Integralizar $ 100.000,00 (=) Capital Realizado ou Integralizado $ 400.000,00 16

Reservas de Capital Constituídas por valores recebidos que não integram o resultado do período. Incluem principalmente: Ágio na emissão de ações; Prêmio na emissão de debêntures; Doações e subvenções para investimentos; Reserva especial de ágio na incorporação. (Instrução CVM 319/99 e 349/01) 17

Reservas de Capital DESTINAÇÃO: Absorver prejuízos (após absorção de lucros acumulados e reservas de lucro); Resgate/reembolso/compra de ações; Resgate de partes beneficiárias; Incorporação ao capital; Pagamento de dividendos de ações preferenciais (se assegurado pelo estatuto). 18

Ajustes de Avaliação Patrimonial Prof. Márcio Luiz Borinelli Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo 3 o do art. 177 desta Lei. (Lei 6404/76 e alterações, artigo 182, parágrafo 3º) 19

Reservas de Lucros Contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. Reserva legal Reservas estatutárias Reservas para contingências Reserva de incentivos fiscais Retenção de lucros Reserva de lucros a realizar 20

Reservas de Lucros Reserva Legal 5% do lucro líquido do exercício. (Limite = (i) até saldo atingir 20% do capital social ou (ii) a soma da Reserva Legal com Reserva de Capital atingir 30% do capital social); Visa assegurar a integridade do capital social. Utilizada para compensação de prejuízos e aumento de capital. 21

Reservas de Lucros Reservas Estatutárias Constituídas por determinação do estatuto da companhia. Finalidade, critérios e limites precisam estar estabelecidos no estatuto. Só pode ser constituída após o dividendo obrigatório. 22

Reservas de Lucros Reservas para Contingências Corresponde a prováveis perdas extraordinárias futuras (evita distribuir dividendos) Provisão para Contingência O fato gerador já ocorreu; despesa já ocorrida. Finalidade: dar cobertura a perdas ou despesas já incorridas (em atenção ao regime de competência ) Contrapartida: Diminuição do Resultado Aumento Passivo Não há reversão (evento já ocorreu) Reserva para Contingência O fato gerador não ocorreu (há expectativa). Finalidade: dar cobertura a prejuízos futuros ainda não incorridos (não distribuir dividendos) Contrapartida: Diminuição de Reserva de Lucros (não afeta resultado) Retenção de Lucros Revertida quando não mais se justificar 23

Reservas de Lucros Reserva de Incentivos Fiscais A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório. (Lei 6404/76 e alterações, artigo 195-A) 24

Reservas de Lucros Retenção de Lucros Tem que estar prevista em orçamento de capital da companhia. Visa projetos de investimentos específicos. Finalidade de justificar a não distribuição de dividendos adicionais não obrigatórios. Não pode ser constituída em detrimento ao pagamento de dividendo obrigatório. 25

Reservas de Lucros Reservas de Lucros a Realizar Constituição optativa Objetivos: Evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente; Evitar distribuir dividendo obrigatório, quando não existirem lucros realizados suficientes para seu pagamento(postergar pagamento de dividendo). Lucros a realizar Ganhos com equivalência patrimonial; Lucro/ganho nas vendas a longo prazo; Ganhos cambiais líquidos de longo prazo (Deliberação CVM 294/99); 26

Ações em Tesouraria Ações da companhia que forem adquiridas pela própria sociedade (Instrução CVM 10/80 e 268/97 ). Registro: Dedução do PL Utilização: em planos de opções para funcionários; mecanismo de defesa contra ofertas agressivas de aquisição; 27

Prejuízos Acumulados Utilizado quando não há geração de resultado positivo no exercício e não há reserva de lucro ou reserva para contingência para absorver. 28

Distribuição do Lucro Tipos de ação: Ações Ordinárias: Direito a voto Ações Preferenciais: Preferência de dividendos Formas de distribuição do lucro no Brasil: Dividendos Juros sobre Capital Próprio 29

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): Natura Cosméticos S.A. 30 (Continuação no próximo slide)

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): Natura Cosméticos S.A. 31

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 32

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) Prof. Márcio Luiz Borinelli Definição Relatório que demonstra o valor adicionado gerado pela entidade e sua distribuição entre governo, salários, juros e remuneração do capital. 33

DVA e a Nova Lei das S/A Lei 11638/07 Altera e introduz novos dispositivos à lei das sociedades por ações (Lei 6404/76), dentre os quais a demonstração de valor adicionado, como consta em (art. 176, V) A demonstração deverá indicar, no mínimo, o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. art. 188, II 34 34

DVA e a Nova Lei das S/A Motivos para adoção da DVA Por conter informações de caráter econômico e social, tem sido demandada internacionalmente, inclusive por recomendação da ONU. Torna explícita a repartição de riqueza entre os diversos integrantes da empresa, governo e comunidade. 35 35

DVA e a Nova Lei das S/A Motivos para adoção da DVA Mostra o aspecto econômico e social que o seu conceito envolve: (i) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor das entradas, e (ii) como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas. Demonstra a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção. Evidencia a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza. http://www.cvm.gov.br/port/atos/oficios/oficio-circular- CVM-SNC-SEP-01_2007.asp#1.11 36 36

Valor Adicionado : O que é? Macroeconomia Qual é o valor da riqueza gerada em um país? Valor dos bens e serviços produzidos pela atividade econômica mensurável 37 37

Valor Adicionado : O que é? Contabilidade Qual é o valor da riqueza gerada em uma empresa? Valor das vendas menos o valor dos bens e serviços intermediários (de outras empresas) 38 38

Valor Adicionado : O que é? Unidade Produtora Produto gerado Receita de Venda Custos e Despesas (terceiros) Valor Adicionado Agricultor Algodão $ 11 $ 0 $ 11 Indústria Têxtil Indústria de Confecção Tecido $ 14 $ 11 $ 3 Roupa $ 18 $ 14 $ 4 Varejo Venda $ 20 $ 18 $ 2 39 39

Valor Adicionado : O que é? Contabilidade A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens produzidos por terceiros utilizados no processo de produção da empresa. 40 40

Distribuição do Valor Adicionado A DVA evidencia as remunerações pagas aos vários elementos que contribuem para a geração da riqueza da entidade. 41 41

DVA: Estrutura 1 RECEITAS 1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 1.2) Outras receitas 1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 1.4) Provisão para crédito de liquidação duvidosa (reversão/constituição) 2 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.3) Perda / recuperação de valores ativos 2.4) Outras 3 VALOR ADICIONADO BRUTO ( 1 2 ) 42 42

DVA: Estrutura 3 VALOR ADICIONADO BRUTO ( 1 2 ) 4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 5 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE ( 3 4 ) 6 VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1) Resultado de equivalência patrimonial 6.2) Receitas financeiras 6.3) Outras 7 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR ( 5 + 6 ) 43 43

DVA: Estrutura 8 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 8.1) Pessoal remuneração direta, benefícios, FGTS 8.2) Impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais 8.3) Remuneração de capitais de terceiros juros, aluguéis, outras 8.4) Remuneração de capitais próprios juros sobre o capital próprio, dividendos, lucros retidos e prejuízo do exercício 44 44

Demonstração do Resultado do Exercício (+) Receita bruta de vendas 18.000 (-) Deduções da receita bruta de vendas (5.700) ICMS sobre vendas (2.700) IPI sobre faturamento (3.000) (=) Receita líquida de vendas 12.300 (-) Custo dos produtos vendidos (4.108) Mão de obra (1.310) Encargos sociais (370) Matéria prima (984) Materiais secundários (164) Aluguel (480) Depreciação (800) (=) Lucro bruto 8.192 (-) Despesas operacionais (2.450) Mão de obra (702) Encargos sociais (198) Aluguel (500) Depreciação (500) Provisão para crédito de liquidação duvidosa (550) (+) Resultado de equivalência patrimonial 300 (=) Lucro antes do resultado financeiro 6.042 (+) Resultado financeiro 200 Receitas financeiras 200 (=) Lucro antes dos tributos sobre o lucro 6.242 (-) IR/CSL (1.436) 45 (=) Lucro líquido do período 4.806

DVA: Exemplo Demonstração do Valor Adicionado (+) Receitas 17.450 Receita de vendas (faturamento bruto) 18.000 Provisão para crédito de liquidação duvidosa (550) (-) Insumos adquiridos de terceiros (1.148) Matéria prima (984) Materiais secundários (164) (=) Valor Adicionado Bruto 16.302 (-) Retenções (1.300) Custo de depreciação (800) Despesa de depreciação (500) (=) Valor Adicionado Líquido Produzido pela Entidade 15.002 (+) Valor adicionado recebido em transferência 500 Resultado de equivalência patrimonial 300 Receita financeira de juros 200 (=) Valor Adicionado Total a Distribuir 15.502 46 46

DVA: Exemplo Demonstração do Valor Adicionado (+) Pessoal e encargos 2.580 Custo de mão de obra 1.310 Custo com encargos de mão de obra 370 Despesa de mão de obra 702 Despesa com encargos de mão de obra 198 (+) Impostos, taxas e contribuições 7.136 IPI 3.000 ICMS sobre vendas 2.700 IR/CSL 1.436 (+) Juros e aluguéis 980 Custo com aluguel 480 Despesa com aluguel 500 (+) Dividendos - (+) Lucros retidos 4.806 Resultado líquido do período 4.806 (=)Distribuição do Valor Adicionado 15.502 47 47

Análise da DVA Os índices são usados para comparações entre empresas e comparações entre períodos. Os índices sempre necessitam de interpretação. 48 48

Análise da DVA Eficiência dos fatores de produção Valor adicionado Número de funcionários Valor adicionado Horas trabalhadas Valor adicionado Horas de funcionamento das máquinas Valor adicionado Depreciação 49 49

Análise da DVA Quociente de produtividade total (Totaler Wertschöpfungs Quotient) Valor adicionado Capital empregado Valor adicionado Número de empregados 50 50

Análise da DVA Integração da empresa Valor adicionado Receitas 51 51

Análise da DVA Capacidade de produzir riqueza Valor adicionado líquido Valor adicionado total 52 52

Análise da DVA Participação dos fatores na produção Salários Valor adicionado Depreciação Valor adicionado Trabalho Investimentos Lucros Valor adicionado Capital 53 53

Análise da DVA Participantes da riqueza gerada Salários e encargos Valor adicionado Trabalho Impostos/taxas/contribuições Valor adicionado Governo Juros e aluguéis Valor adicionado Dividendos + lucros Valor adicionado Investimentos Capital 54 54

Demonstração do Valor Adicionado (DVA): Natura Cosméticos S.A. Prof. Márcio Luiz Borinelli 55