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Transcrição:

BOLETIM DE CONJUNTURA preços de venda carteira de encomendas 2012 estudo dos negócios 2º TRIMESTRE tendências produção e utilização da capacidade pessoas ao serviço

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 2º Trimestre 2012 A difícil situação económica, em Portugal e em grande parte dos países europeus, continua a penalizar o consumo privado, situação que não se deverá alterar a curto prazo. Neste contexto negativo, no segundo trimestre de 2012, o calçado português reforçou a produção e aumentou os níveis de utilização da capacidade, conseguindo manter o nível de emprego na indústria. Os empresários continuam a considerar o estado dos negócios satisfatório, embora em degradação face ao passado recente. Os principais fatores de preocupação estão centrados na escassez de encomendas e no abastecimento de matérias-primas. Para o próximo trimestre, as perspetivas são de alguma redução na carteira de encomendas permitindo, ainda assim, manter o nível de produção, sem alterações acentuadas no estado dos negócios. A maioria das empresas acredita poder manter os níveis de emprego mas há algumas indicações de que este poderá evoluir negativamente. Publicação Trimestral editada pela Com o apoio do programa COMPETE Coordenação Técnica CEGEA - Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica Portuguesa, Porto 2

1 - APRECIAÇÃO DA SITUAÇÃO DO SETOR NO 2º TRIMESTRE DE 2012 Produção Depois de três trimestres de evolução negativa, as respostas das empresas inquiridas apontam para que, no segundo trimestre de 2012, a produção da indústria portuguesa de calçado tenha voltado a crescer: o saldo entre as empresas que disseram que a produção aumentou e diminuiu foi de 8 pontos percentuais (p.p.), ainda assim aquém das perspetivas bastante otimistas formuladas no final do trimestre anterior. 23 DIMINUIU 46 31 ESTABILIZOU AUMENTOU Utilização da Capacidade 27 65 INFERIOR NORMAL SUPERIOR 8 Também a utilização da capacidade produtiva recuperou face aos trimestres anteriores: a percentagem de empresas que dizem que foi normal para a época do ano aumentou de 60 para 65% e o saldo entre as que dizem que foi melhor e pior do que o normal (s.r.e. saldo de respostas extremas), apesar de se manter negativo, melhorou de -29 p.p. para -19 p.p. Carteira de Encomendas Apesar das expectativas bastante otimistas formuladas no trimestre anterior, a carteira global de encomendas manteve-se praticamente inalterada: 41% das empresas disseram que assim aconteceu e, entre as restantes, o saldo de respostas extremas foi de apenas 1 p.p., o que constitui o resultado mais favorável dos últimos quatro trimestres. As empresas mais orientadas para o exterior apresentaram s.r.e. mais positivos. Não surpreende, por isso, que a carteira de encomendas vindas do estrangeiro tenha tido uma evolução mais favorável, tendo o saldo de respostas extremas atingido os 6 pontos percentuais, também o mais alto dos últimos quatro trimestres. As empresas sem coleção própria parecem ter sido as que melhor se adaptaram à atual conjuntura. CARTEIRA GLOBAL DE ENCOMENDAS ESTABILIZOU 41 CARTEIRA DE ENCOMENDAS DO ESTRANGEIRO ESTABILIZOU 42 DIMINUIU 29 AUMENTOU 30 AUMENTOU 32 DIMINUIU 26 3

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 2º Trimestre 2012 Horizonte 57% PRODUÇÃO ASSEGURADA POR ENCOMENDAS A produção assegurada pela carteira de encomendas concentrou-se nos prazos intermédios, com as empresas que dizem ter 1 a 2 meses de trabalho garantido a serem maioritárias (57%). A percentagem das que dizem ter ocupação para menos de 1 mês caiu para 9%, um dos valores mais baixos de sempre, mas também a percentagem das que afirmam ter mais de 2 meses de produção em carteira se encontra em níveis historicamente reduzidos. 9% 22% 12% < 1 MÊS 1 A 2 MESES 2 A 3 MESES > 3 MESES Preços A larga maioria dos inquiridos afirma que os preços, tanto em Portugal como no estrangeiro, se mantiveram estáveis. Contudo, enquanto no que respeita aos preços em Portugal a percentagem dos que dizem que desceram superou em 6 pontos percentuais a dos que dizem que subiram, quanto aos preços no estrangeiro passa-se o oposto, sendo o saldo de respostas extremas positivo em 13 pontos percentuais, em linha com as previsões do período anterior. É já o nono trimestre consecutivo em que este saldo se mantém positivo. EM PORTUGAL NO ESTRANGEIRO ESTABILIZAM 11% 84% ESTABILIZAM 5% 5% 77% 18% DIMINUEM AUMENTAM DIMINUEM AUMENTAM Pessoas ao serviço AUMENTAM 9% EVOLUÇÃO DO EMPREGO Também no que respeita ao emprego na indústria de calçado, a perspetiva dominante é de estabilidade: 79% das empresas inquiridas afirmaram que, no segundo trimestre, o número de pessoas ao seu serviço permaneceu inalterado. Entre as restantes, as que registaram uma diminuição excederam ligeiramente as tiveram um aumento (s.r.e. -3 p.p.), o que, por comparação com o histórico dos últimos dez anos, é bastante favorável. 4 ESTABILIZAM DIMINUEM 79% 12%

Estado dos negócios Globalmente, a conjuntura sectorial permanece satisfatória: três quartos dos inquiridos consideram que o estado atual dos negócios é suficiente e a percentagem dos que entendem que é bom é apenas ligeiramente inferior à dos que dizem que é mau (s.r.e. -1 p.p.). Quando se corrigem os efeitos da sazonalidade, o s.r.e. é praticamente nulo. No entanto, por comparação com o trimestre homólogo do ano anterior, os sinais de degradação da conjuntura sectorial são evidentes: embora metade (51%) das empresas afirmem que a situação permanece igual, as que dizem que está pior superam em 23 pontos percentuais as que entendem que está melhor, resultado substancialmente inferior às expectativas formuladas no trimestre anterior. 75% SUFICIENTE 13% MAU 12% BOM PERÍODO HOMOLOGO 36% 51% 13% PIOROU ESTÁ IGUAL MELHOROU I.I. - Estado dos negócios por dimensão da empresa, orientação de mercado e peso da coleção própria nas vendas A atual conjuntura sectorial parece estar a revelar-se particularmente difícil para as empresas que apostam em estratégias de produto autónomas: enquanto entre as que vendem menos de 50% de coleção própria, o saldo de respostas extremas relativo ao estado atual dos negócios é claramente positivo, entre as que vendem mais de 50% passa-se o inverso. A dimensão e a orientação de mercado não apresentaram, neste trimestre, relação evidente com o estado dos negócios. BOM SUFICIENTE MAU 12 20 8 6 10 23 14 68 92 71 76 SEM COLEÇÃO PRÓPRIA PARCIALMENTE COLEÇÃO PRÓPRIA MAIORITARIAMENTE COLEÇÃO PRÓPRIA TOTALMENTE COLEÇÃO PRÓPRIA 5

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 2º Trimestre 2012 Limitações à produção Metade das empresas inquiridas (51%) afirmam debater- -se com insuficiência de encomendas de clientes estrangeiros, fazendo desta a limitação à produção ou vendas mais mencionada. No entanto, as referências a este fator diminuíram face ao trimestre anterior, como seria de supor em face das respostas relativas à carteira de encomendas do estrangeiro. O mesmo aconteceu com as referências a insuficiência de encomendas de clientes nacionais, que caíram de 32% para 25%, sendo este fator ultrapassado, entre as preocupações empresariais, pela concorrência das importações, mencionada por 31% das empresas. As matérias-primas são o segundo foco de preocupações da indústria: 23% das empresas queixam-se de dificuldades de abastecimento e 31% do seu preço. Estes fatores afetam especialmente as empresas de menor dimensão. A retoma da produção levou a que também a dificuldade de recrutamento de mão de obra qualificada tenha registado um aumento de referências, entre as principais dificuldades das empresas, passando de 6 para 14%. As condições climatéricas continuam a preocupar um grupo relevante de empresas (8%). As empresas continuam, no entanto, a não sentir dificuldades relativas à escassez de mão de obra não qualificada nem à falta de equipamento adequado. As referências a dificuldades resultantes da legislação laboral caíram para apenas 3%, provavelmente refletindo as escassas tensões no mercado de trabalho e as reformas legislativas nesta matéria. A percentagem de empresas que dizem não enfrentar nenhuma dificuldade manteve-se praticamente estável, nos 22%, e a das que dizem enfrentar dificuldades financeiras caiu para 9%, no que constitui um sinal favorável quanto à situação conjuntural. As dificuldades financeiras são mais frequentes em empresas de menor dimensão. Outras Condições climatéricas Situação cambial Legislação fiscal Dificuldades financeiras Preço das matérias-primas Dificuldades de abastecimento de matérias-primas Falta de equipamento adequado Legislação laboral Escassez de mão-de-obra qualificada Escassez de mão-de-obra Condicionamento legal/admin. acesso mercado externo Concorrência de importações Encomendas de clientes estrangeiros insuficientes Encomendas de clientes nacionais insuficientes Nenhuma 6,5% 7,8% 0,0% 3% 9,1% 31,2% 23,4% 0,0% 2,6% 14,3% 2,6% 0,0% 31,2% 50,6% 24,7% 22,1% 0% 20% 40% 60% 6

2 - PERSPETIVAS PARA O 3º TRIMESTRE DE 2012 Tendências da produção As empresas de calçado preveem que, no próximo trimestre, o volume de produção permaneça inalterado: quase dois terços dos inquiridos formulam essa previsão e os restantes dividem-se em número igual entre as opiniões de que a produção vai aumentar e diminuir. As empresas mostram-se tanto mais otimistas quanto mais orientadas para os mercados internacionais. 18% 64% 18% DIMINUIÇÃO ESTABILIZAÇÃO AUMENTO Perspectivas de encomendas A larga maioria das empresas (70%) espera a manutenção da atual carteira global de encomendas. Contudo, as previsões de diminuição são mais numerosas do que as de aumento, originando um saldo de respostas extremas negativo em -6 p.p., a que, no entanto, escapam as empresas para quem a coleção própria representa menos de 50% das vendas. Embora a estabilidade seja também a expectativa dominante no que respeita à carteira de encomendas do estrangeiro, as previsões são menos favoráveis do que relativamente ao mercado nacional: a percentagem de empresas que prevê que a carteira não se altere é menor (61%) e o saldo de repostas extremas mais negativo (-9 p.p.). PREVISÃO CARTEIRA GLOBAL DE ENCOMENDAS PREVISÃO CARTEIRA DE ENCOMENDAS DO ESTANGEIRO 12% AUMENTO 15% AUMENTO 70% ESTABILIZAÇÃO 61% ESTABILIZAÇÃO 18% DIMINUIÇÃO 24% DIMINUIÇÃO 7

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 2º Trimestre 2012 Perspetivas de preços de venda As respostas das empresas apontam para que a tendência de queda dos preços em Portugal registada durante o trimestre anterior se prolongue para o próximo: o saldo de repostas extremas relativo a este tema é negativo em -6 p.p. No entanto, a larga maioria dos inquiridos (84%) acreditam que os preços não se alterarão. Já no que respeita aos preços nos mercados externos, o saldo de respostas extremas mantém-se ligeiramente positivo (2 p.p.), embora as indicações de estabilidade sejam igualmente largamente maioritárias (84%). PREVISÃO DE PREÇOS EM PORTUGAL PREVISÃO DE PREÇOS NO ESTRANGEIRO 84% ESTABILIZAM 84% ESTABILIZAM 11% DIMINUEM 5% AUMENTAM 7% DIMINUEM 9% AUMENTAM Perspetivas sobre o emprego Quatro em cada cinco empresas (82%) afirmam planear manter o número de pessoas ao serviço durante o próximo trimestre. As que prevêem a sua redução excedem, no entanto, as que esperam aumentá-lo em 10 p.p., sugerindo uma tendência global de redução do emprego na indústria. As empresas não exportadoras são as que apresentam um saldo de respostas extremas mais negativo, atingindo os -36 p.p. AUMENTAM ESTABILIZAM 4% 82% DIMINUEM 14% 8

Perspetiva sobre o estado dos negócios Quase quatro em cada cinco empresas (78%) acreditam que, no terceiro trimestre de 2012, o estado dos negócios permanecerá suficiente. As que receiam que seja mau excedem, no entanto, as que preveem que será bom em 6 p.p., gerando o primeiro saldo de respostas extremas negativo, nesta matéria, nos últimos 10 trimestres. PREVISÃO A deterioração da conjuntura é particularmente visível na expectativa que as empresas formulam quanto à comparação entre o estado de negócios no terceiro trimestre de 2012 e 2011: as que acreditam que a situação em 2012 será pior do que em 2011 superam as que pensam que será melhor em 29 pontos percentuais. PERÍODO HOMOLOGO 8% MELHOR 7% IGUAL 57% 78% 14% PIOR 36% Apuramento dos resultados Por dimensão da empresa, orientação de mercado e peso da coleção própria nas vendas. As empresas que se dedicam exclusivamente à exportação estão mais otimistas quanto ao estado dos negócios do que as restantes mas não há uma relação linear entre peso das exportações nas vendas e otimismo. Por outro lado, as empresas com menor peso de coleção própria nas vendas estão também mais otimistas do que as restantes. BOM SUFICIENTE MAU 17 8 11 11 16 5 20 75 78 79 80 NÃO EXPORTADORAS PARCIALMENTE EXPORTADORAS MAIORITARIAMENTE EXPORTADORAS TOTALMENTE EXPORTADORAS 9

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 2º Trimestre 2012 Indicador de Síntese Expectativas Empresariais Refletindo o sentido predominantemente negativo das perspetivas empresariais, depois da melhoria registada no trimestre anterior, o indicador síntese de expectativas empresariais regressa agora a terreno negativo, atingindo os -23 p.p. 25% 0% -25% -50% 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Para o próximo trimestre, as empresas anteveem algum agravamento das dificuldades de mercado: 55% preveem enfrentar insuficiência de encomendas de clientes estrangeiros, quando só 51% dizem ter-se debatido com esse problema no trimestre transato, e 29% estão preocupadas com as encomendas nacionais, contra 25% que se lhes referiram agora. Preveem, também, um ligeiro aumento da escassez de mão de obra, de 3 para 5%. Em contrapartida, no que respeita à mão de obra qualificada, 14% dizem tê-la sentido no trimestre agora terminado mas só 9% a perspetivam para o próximo. As empresas esperam ainda abrandamentos muito ligeiros nas limitações relacionadas com o preço das matérias-primas, com as condições climatéricas e com outras limitações não identificadas. Globalmente, o agravamento da conjuntura deverá refletir-se numa diminuição da percentagem de empresas que não enfrentam nenhuma dificuldade para 20%. 10

Notas de Conjuntura Embora com algumas exceções, os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística continuam a apontar para uma evolução predominantemente negativa da economia nacional: O indicador de clima económico recuperou ligeiramente entre março e junho, após registar o mínimo da série, interrompendo o intenso movimento descendente iniciado em outubro de 2010. ( ) Pelo contrário, o indicador de atividade económica voltou a diminuir em maio, mantendo o acentuado perfil negativo observado desde setembro de 2010 e atingindo o valor mínimo desde o final de 2009. ( ) O indicador quantitativo do consumo privado voltou a apresentar uma redução significativa em maio, embora ligeiramente menos acentuada que no mês anterior, traduzindo sobretudo o menor contributo negativo da componente de consumo duradouro. ( ) O indicador de FBCF apresentou uma redução mais acentuada em maio, mantendo o perfil descendente iniciado em março de 2011 e atingindo um novo mínimo histórico. ( ) De acordo com os resultados preliminares do comércio internacional de bens, em termos nominais, as exportações desaceleraram em maio ( ) As importações nominais de bens voltaram a diminuir mais intensamente em maio ( ) Instituto Nacional de Estatística, Síntese Económica de Conjuntura, junho 2012 O Banco de Portugal publicou no início de julho as suas mais recentes projeções para a economia portuguesa: A evolução da atividade económica no primeiro trimestre refletiu uma redução generalizada da procura interna e um crescimento significativo das exportações. No que diz respeito à procura interna, refira-se que quer o consumo quer a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registaram quedas homólogas muito significativas, embora ligeiramente inferiores às observadas no último trimestre de 2011. As exportações de bens e serviços mantiveram um crescimento muito superior ao da procura externa dirigida à economia portuguesa, o que determinou a continuação do aumento da quota de mercado das exportações portuguesas no primeiro trimestre do ano. ( ) A informação disponível para o segundo trimestre de 2012 aponta para a acentuação do ritmo de contração do PIB em termos homólogos, refletindo quedas significativas da procura interna e uma desaceleração das exportações. A queda da procura interna deverá ser particularmente acentuada na FBCF, nomeadamente no setor da construção, em linha com a informação já disponível para este setor. As exportações deverão continuar a contribuir para atenuar o impacto da queda da procura interna no PIB, embora se projete um abrandamento significativo, refletindo a evolução esperada para a procura externa dirigida às empresas portuguesas. ( ) Também em julho, o Fundo Monetário Internacional publicou uma atualização das suas projeções para economia mundial cujo título (New Setbacks, Further Policy Action Needed / Novos Desaires, Necessárias Ações Politicas Adicionais) resume as preocupações existentes: Nos últimos três meses, a recuperação global, que já não era sólida, mostrou sinais adicionais de fraqueza. O stress nos mercados financeiros e com a dívida soberana na periferia da área euro voltaram para níveis semelhantes ao final de 2011. O crescimento em várias das principais economias de mercado emergentes foi inferior às previsões. ( ) as previsões de base revistas nesta atualização do WEO sugerem que estes desenvolvimentos resultarão apenas num retrocesso pouco expressivo paras perspetivas globais, com o crescimento global a ser de 3,5% em 2012 e 3,9% em 2013, marginalmente abaixo do previsto no World Economic Outlook de abril de 2012. Estas previsões, no entanto, estão dependentes de dois importantes pressupostos: que haverá suficientes medidas de política para permitir que as condições financeiras na periferia da área euro melhorem gradualmente e que o recente estímulo político nas economias de mercado emergentes produzirá efeito. Claramente, os riscos negativos permanecem grandes ( ). Fundo Monetário Internacional, World Economic Outlook Update, julho 2012 No que respeita aos principais mercados do calçado português, o FMI prevê agora que a Alemanha cresça apenas 1%, este ano, e 1,4%, no próximo, e a França 0,3% e 0,8%, enquanto a economia espanhola deverá contrair-se 1,5% e 0,6%, respetivamente. ( ) continua a projetar-se uma forte contração da atividade económica em 2012, seguida de uma gradual recuperação ao longo de 2013, embora insuficiente para assegurar um crescimento do produto em termos médios anuais ( ). Assim, as atuais projeções apontam para uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3 por cento em 2012 (em 2011 a queda foi de 1.6 por cento), refletindo uma forte redução da procura interna e um contributo positivo das exportações, embora em desaceleração dado o quadro de abrandamento da economia mundial. Para 2013, projeta-se uma estagnação da atividade económica, num contexto de recuperação gradual da procura interna e de aceleração das exportações. tivo, refletindo a evolução esperada para a procura externa dirigida às empresas portuguesas. ( ) Banco de Portugal, Boletim Económico, verão 2012 11