3.1- INTERMEDIÁRIOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL



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Transcrição:

3. AGENTES DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E CONTRATOS 3.1- INTERMEDIÁRIOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL 3.2- MODOS DE TRANSPORTE 3.3- INCOTERMS ou TERMOS COMERCIAIS e CRÈDITOS DOCUMENTÁRIOS 3.4- ESTRATÉGIAS DE MARKETING INTERNACIONAL 3.1- INTERMEDIÁRIOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

3.1- INTERMEDIÁRIOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Intermediários na operação comercial 1) Transportadores Marítimos Por mar Fluviais Terrestres Rodoviários Ferroviários Aéreos 2) Agentes e operadores -- Transitários -- Agentes de navegação Operadores portuários Entidades alfandegárias Autoridades marítimas e portuárias Despachantes Seguradoras Entidades financeiras

Tipos de venda Vende-se mercadoria na fábrica Vende-se mercadoria com responsabilidade de a colocar em casa do cliente

a) TRANSITÁRIOS A tendência das empresas vai cada vez mais no sentido de se recentrarem no seu core business. Os serviços de transporte e outras actividades tornam-se acessórias para a empresa, pelo que recorrem a profissionais para a prestação desses serviços Transitário Agente da operação de transporte especializado que assegura em condições normais a colocação de mercadorias no ponto de destino. Para isso, arquitecta a melhor solução de transporte, razão porque se identifica como operador de serviço combinado (OTC) OTC Operador de Transporte Combinado ou transitário O Transitário -- Não é dono das plataformas logísticas -- Não é dono dos modos de transporte -- É um broker que procura, contrata e coordena os operadores de transporte e de logística Transitários são agentes que fundamentalmente -- lidam com a informação sobre procura e oferta de transportes -- tratam da carga e condições de acondicionamento -- organizam, controlam e efectivam o transporte da carga -- estabelecem relações internacionais

Os transitários são especialistas de transporte, quaisquer que sejam: - transporte aéreo - transporte rodoviário - transporte ferroviário - transporte marítimo, neste caso dada a sua complexidade tem de acorrer aos serviços de um operador especializado, o AGENTE DE NAVEGAÇÃO, também, porque para entrar no porto e lidar com o armador são necessárias licenças especiais A vocação dos transitários pode orientar-se em função: -da região dependente da necessidade de conhecer a rede de distribuição, por exemplo, há transitários especialistas na actividade rodoviária centrada na Inglaterra, Norte da Europa ou para o mediterrâneo -da actividade -da região e actividade Os transitários relacionam-se com todos os operadores e são especialistas em regras do comércio externo Quem arquitecta a solução de transporte? O transitário

Missão do transitário: arquitectar soluções de transporte Ao transitário incumbe: -- Planeamento -- Controlo -- Coordenação -- Direcção Operações necessárias para cumprir as formalidades e trâmites exigidos na expedição, recepção e circulação de mercadorias, visando obter economias de custos, celeridade de meios e qualidade das operações

b) AGENTE DE NAVEGAÇÃO Entidade autorizada a operar o navio e cargas no porto. Entidade que realiza as actividades directamente relacionadas com a carga e o navio ou outras actividades associadas e a encontrar soluções de transporte para os carregadores ou donos de carga Carregadores, referem-se aos agentes com a responsabilidade de dispor de cargas, não tendo que ser os seus donos ou proprietários. Por exemplo, um transitário pode ser um carregador, assim como o dono da fábrica pode ser um carregador desde que seja ele a tratar directamente com o transportador Operações essenciais do agente de navegação a) Linha regular, refere-se a serviço prestado, para o transporte de carga ou mercadoria, por navio que regularmente escala determinados portos num certo tempo pré-estabelecido b) Tramping, refere-se a serviço prestado por navio que navega ou se mantém em certa zona marítima ou num porto e que se contrata para transportar com rapidez certa carga ou mercadoria de um porto para outro c) NVOCC, refere-se ao serviço prestado por navio para o transporte de carga ou mercadoria aproveitando espaço disponível num navio já contratado por outra entidade e que se sujeita à prioridade estabelecida pelo anterior contratante. Ou seja, serviço adicional prestado por determinado navio já contratado, ainda com espaço livre e disponível vendido a preço muito baixo. O navio não garante prazos ficando dependente do tempo que demora a chegar ao destino

Principais actividades de uma agência de navegação -- Representação do armador -- Desenvolvimento de linhas regulares -- Operações de tramping -- Operações de NVOCC -- Operações de rebocagem de navios O agente de navegação representante do armador num porto tem por função a assistência ao navio e à tripulação e pode assegurar funções de: Agenciamento geral Agenciamento ocasional Sub-agenciamento O porto é um local de fronteira, logo o contacto com o navio acostado no porto tem de ser autorizado a uma entidade, neste caso o agente de navegação que, por sua vez, tem certificado um seu funcionário que se denomina caixeiro do mar, pessoa que trata dos serviços que necessitam do contacto com o navio e tripulação

Características dos serviços especializados realizados pelos transportes marítimos a) NVOCC Cotação baixa Rota indiferente Rapidez é pouco relevante b) Tramping Rapidez é determinante Cotação elevada c) Linhas regulares Funções do caixeiro do mar -- Prestar assistência ao navio, ao capitão e à tripulação -- Prestar apoio administrativo ao navio -- Elemento de ligação entre a agência, o navio e o armador -- Recolher dados e informações para o preenchimento dos documentos do navio

c) OPERADORES PORTUÁRIOS São organizações que asseguram nos portos, através da utilização de equipamentos adequados, a carga e descarga de mercadorias ou cargas de navios fundeados ou ancorados no porto, bem como as operações do seu manuseamento no cais e dentro do navio Actividades principais do operador portuário: -- Carga e descarga de navios -- Manuseamento e acondicionamento da carga dentro do navio -- Manuseamento e acondicionamento da carga no porto -- Gestão do espaço de acondicionamento e gestão no cais da carga Clientes do porto são os agentes de navegação, os armadores e os recebedores ou exportadores das cargas O operador portuário trata da carga que carrega, descarrega e manuseia no cais e no navio As operações portuárias dizem respeito a todas as tarefas efectuadas numa zona portuária entre o cais e o navio ou no cais e no navio e que se relacionam com a movimentação da carga e/ou mercadoria A inoperacionalidade dos portos reflecte-se em custos de operação da carga mais elevados ou custos de ineficiência, o que se reflecte na economia em geral

OPERADOR PORTUÁRIO Como o porto é zona de fronteira só se pode operar no cais com autorização, razão porque os operadores portuários têm de ser licenciados

3.2- MODOS DE TRANSPORTE a) TRANSPORTE MARÍTIMO Tipos de navio -- Pesca -- Pesquisa -- Manutenção/apoio -- Transporte Passageiros Ferries Hovercrafts Jetfoil Hidrofoil Carga geral Convencional Unitizada (ex. contentor) RO/RO (roll-on roll-off) Porta contentores Porta-barcaças

(continua) -- Carga a granel Carga líquida e gás Petroleiros (ex. tankeers) Gasómetros Outros Carga sólida Graneleiros Multi-purpose Outros Outras especializadas Heavy-liffs Reefers Outros -- Mistos Carga combinada O/O (Ore/Oil) O/B/O (Ore/Bulk/Oil)

O porto é um centro logístico Navio Porto Camião Comboio Intermodalidade Fluxos materiais Fluxos de informação Subsistema rodo-ferroviário Apoio logístico de 2ª linha Subsistema rodo-ferroviário Origem Porto Porto Destino Subsistema marítimo

Caracterização dos portos Principais (ex: porto de Roterdão) Secundários (ex: porto de Lisboa) Regionais Tipologia de serviços com base no tipo de porto e dimensão dos navios Transhipment e/ou porta-contentores Feeders ou transporte de distribuição Cabotagem ou transporte de pequena escala entre portos próximos e navegação próximo da costa

O contentor A introdução do contentor nos anos 60/70 revolucionou os modos de transporte e os centros de carga ou plataformas logísticas TEU Da unidade de mercadoria passou-se para a unidade de carga Ao trabalho de juntar mercadorias para colocar no contentor chama-se grupagem ou consolidação

Armador, quem explora comercialmente o navio Fretador, quem dá o navio para exploração comercial Afretador, quem toma o navio para exploração comercial Modalidades de fretamento marítimo -- Fretamento por viagem (voyage charter) -- Fretamento a tempo (time charter) [responsabilidade de gestão comercial] -- Fretamento em casco nu (bare boat charter) [entregam o navio para preparar e realizar a gestão náutica e a gestão comercial] A gestão do navio distingue-se em dois tipos: a) Gestão náutica manutenção navegação segurança do navio contratação da tripulação b) Gestão comercial Aprovisionamentos Despesas portuárias Despesas de escala

b) TRANSPORTE FERROVIÁRIO Tipos de serviço que uma companhia de caminhos-de-ferro pode fornecer: -- Grupagem (pegar nas cargas que vão para o mesmo destino e colocá-las no mesmo contentor) -- Serviços expresso -- Serviços de vagão completo -- Serviços de comboio completo Serviços por especialidade -- Serviços de frio (transporte de produtos perecíveis) -- Serviços de contentores -- Serviços diversos ou multi-serviços O transporte ferroviário é um serviço rígido fortemente delimitado pelas infra-estruturas (os carris, as estações e os terminais)

A operacionalidade do transporte ferroviário baseia-se em plataformas logísticas ou centros logísticos ou nó logísticos Intermodalidade (mesma entidade responsável por tudo) ou multi-modalidade, isto é, ligam-se diversos processos Serviço ou transporte multi-modal Serviço intermodal Tem a ver com processos (há vários responsáveis) Inclui sempre o transporte Tem a ver com o sistema (há um responsável)

c) TRANSPORTE AÉREO Regulado pela Convenção de Varsóvia com base no Protocolo de Haia e Protocolo de Montreal Tipo de contratos a) Fretamento ou charter Alugo um avião (diz respeito ao equipamento) Contrato de fretamento b) Mercadoria ou carga Diz respeito à mercadoria; tenho um contrato para o transporte aéreo de uma mercadoria Contrato denominado Air way bill ou Carta de porte A principal característica do transporte aéreo é a velocidade Há contentores especiais para o transporte das mercadorias adoptados para os aviões Preço do frete aéreo é da ordem de +10/15 vezes do preço do frete marítimo por unidade de carga

Vantagens do transporte aéreo -- Redução de stocks -- Prazos menores para o transporte -- Custos acessórios menores -- Custos de embalagem menores -- Custos de seguros menores -- Não custos de bloqueio (o transporte aéreo não tem bloqueios de infra-estruturas ) Tipo de serviços -- Aluguer do avião (charter) -- Transporte de mercadorias e/ou carga -- Serviço courier (serviço de transporte rápido) Assenta num sistema de informação muito complexo A mercadoria tem menos de 40 kg por unidade

d) TRANSPORTE RODOVIÁRIO Regulado pela Convenção de Génova, também conhecida pela convenção CMR Tipos de serviços -- Camião completo -- Serviços de grupagem Tipos de equipamento -- Convencional -- Frigorífico -- Camião tanque -- Camiões cisterna -- Camião de dependurados (ex., no caso da indústria têxtil a mercadoria é pendurada) -- Transporte especial (transporte de grandes equipamentos, ex. gruas) -- Contentorizado Contentor Semi-reboque Tractor

Vantagens do transporte rodoviário -- Único que faz transporte a casa do cliente -- Grande flexibilidade -- Baixos custos acessórios -- Rapidez em pequenas e médias distâncias Desvantagens do transporte rodoviário -- Transporta pouca carga por unidade de transporte -- Poluente -- Contribui em elevado grau para o congestionamento EXPRESSÕES TÉCNICAS Transporte combinado: conjugação de diferentes meios de transporte Transporte modal: recurso a um meio de transporte indistintamente Transporte intermodal: dois ou mais meios de transporte coordenados por uma entidade Transporte multimodal: utilização de diferentes meios de transporte coordenados por diferentes entidades Serviço modal: serviço prestado com recurso a um meio de transporte incluindo todos os serviços necessários à operação Serviço multimodal: serviço prestado com recurso a diferentes meios de transporte incluindo todos os serviços necessários à operação

3.3- INCOTERMS ou TERMOS COMERCIAIS e CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS QUESTÃO: Qual o interesse de um industrial ao produzir e vender a mercadoria para um cliente estrangeiro, deve vender na fábrica, cabendo ao comprador a responsabilidade administrativa e de transporte desde a fábrica até ao destino, ou, ao invés, o industrial deve vender a mercadoria com o compromisso de a colocar em casa do cliente? HIPÓTESES: No primeiro caso, vende a mercadoria sujeita ao termo comercial EXW (ex-work) No segundo caso, vende a mercadoria sujeita ao termo comercial DDP (Delivered Duty Paid) RESPOSTA: Tratando-se de um industrial organizado com domínio do negócio, também no perspectiva do país, é de interesse vender DDP (Delivered Duty Paid), embora tenha de atender-se a especificidades de cada negócio. Este ponto de vista tem por base argumentos objectivos a desenvolver O responsável de marketing ao realizar o contrato deve estabelecer as condições de responsabilidade administrativas e de transporte seguro, onde é colocada a mercadoria, modos de transporte envolvidos, etc. Os INCOTERMS visam simplificar as condições contratuais pela simples enumeração do termo comercial no contrato, uma vez que ficam claramente definidas as responsabilidades das partes contratantes. Desta forma simplificam-se as relações comerciais internacionais e facilita-se o comércio, por abarcarem condições e práticas comummente utilizadas.

São treze os incoterms ou termos comerciais adoptados pela Câmara de Comércio Internacional -- EXW - Ex-works (Mercadoria embalada e colocada na fábrica ou no armazém do produtor) -- FCA - Free carrier (Mercadoria colocada no transporte e local acordado) -- FAS - Free along side (Mercadoria no cais ao lado do navio, no porto de origem) -- FOB - Free on board (Mercadoria dentro do navio, no porto de origem) -- CFR - Cost and freigth (Mercadoria no cais do porto de destino, sem responsabilidade do seguro) -- CIF - Cost, insurance and freigth (Mercadoria no cais do porto de destino) -- CPT - Carriage paid to (Transporte pago até local combinado) -- CIP - Carriage and insurance paid to (Transporte e seguro pagos até destino combinado) -- DAF - Delivered at frontier (Entregue na fronteira no local combinado) -- DES - Delivered ex-ship (Entregue a bordo no porto de destino) -- DEQ - Delivered ex-quay (Entregue no cais do porto de destino) -- DDU - Delivered duty unpaid (Entregue sem direitos pagos no porto de destino) -- DDP - Delivered duty paid (Entregue com direitos pagos no destino)

QUESTÃO: Quando um industrial vende uma mercadoria para um cliente estrangeiro ou, ao invés, um qualquer cliente adquire uma mercadoria em país estrangeiro, como se garante que a mercadoria corresponde ao que foi contratado e é liquidada nas condições acordadas? O industrial ou produtor bem como o cliente são de países diferentes e distantes HIPÓTESES: Primeira: O fabricante produz a mercadoria e envia-a para o cliente que se compromete a realizar o pagamento após receber a mercadoria (mas não concretiza o pagamento e o industrial perde a mercadoria) Segunda: O cliente realiza parte do pagamento para sinalizar a encomenda e no final liquida o restante (mas o industrial não fabrica a mercadoria ou fabrica diferente do contratado) Terceira: O fabricante produz a mercadoria e o cliente liquida na fábrica a mercadoria da qual toma posse (neste caso o cliente tem de deslocar-se à fábrica após a produção para levantar a mercadoria) SOLUÇÃO: A operação contratada é realizada com segurança para ambas as partes recorrendo ao serviço de uma terceira entidade bancária, estabelecendo um CRÉDITO DOCUMENTÁRIO (irrevogável)

Impasse Internacional Esquema simplificado de uma operação de crédito documentário

Legenda: 1) Contrato entre comprador e vendedor 2) Comprador obtém crédito documentário 3) Banco do comprador tratar com banco da praça/país do vendedor 4) Garantia de pagamento ao vendedor 5) Vendedor obtém empréstimo para financiar a sua produção garantido pelo crédito documentário 6) Banco, em geral, concede até cerca de 80% do crédito documentário e restante para cobrir juros 7) Vendedor envia a mercadoria depois de declarar na alfândega 8) Vendedor entrega ao banco notificante os documentos certificadores da expedição da mercadoria 9) Banco notificante faz o pagamento ao vendedor conforme contrato 10) Banco notificante apresentar documentos de expedição e de pagamento ao banco emissor 11) Banco emissor reembolsa o banco notificante e liquida taxas de intervenção 12) Banco emissor apresentar documentos de expedição e de pagamento ao comprador e cliente 13) Comprador e cliente paga o valor contratado mais comissões ao banco emissor 14) Comprador com documentos vai à alfândega e levanta a mercadoria 15) Comprador recebe a mercadoria remetida pelo vendedor

COUNTERTRADE As transacções realizadas no mercado internacional não envolvem apenas trocas de dinheiro por mercadorias. Muitas transacções realizam-se trocando mercadorias por mercadorias, uma parte de dinheiro e mercadorias por mercadorias e outras soluções. Estes processos são da maior importância para o comércio internacional e as soluções são encontradas das mais diversas. Estes processos de acordo contratual são abrangidos pelo que se conhece de transacções em COUNTERTRADE. Surgem sempre que as circunstâncias económicas estimulam descobrir as melhores soluções em cada momento Condições que justificam encontrar soluções de countertrade Falta de dinheiro Falta de valor ou credibilidade no dinheiro Recusa de aceitação da moeda como meio de troca Maior facilidade de transacção usando mercadorias Assegurar condições de negócio por períodos longos

Razão que estão na base das transacções em countertrade Elevado risco das operações financeiras face às situações de crise mundial Dar cobertura a reduções nos preços foras dos contratos das convenções internacionais Muitos países estão a aderir às noções de bilateralismos e, neste caso, preferem trocar mercadorias com os países que são os seus maiores parceiros de negócios Por entender-se ser um excelente mecanismo para entrar em novos mercados Para países pobres pode ser um bom processo para atrair os compradores que desta forma ganham vantagem em relação aos concorrentes Por poder fornecer estabilidade na venda a longo prazo Countertrade é uma filosofia de negócio baseada na troca directa de bens por dinheiro total ou parcial

O countertrade, entre outras, pode assumir as seguintes formas: Barter: duas empresas negoceiam bens e/ou serviços sem qualquer troca de moeda Compensação: a troca entre as partes tem a participação de terceiros e os pagamentos são feitos sem transferência de divisas Offset: o vendedor compromete-se a adquirir produtos fabricados pelo comprador, de valor igual ou parcial ao da venda realizada. São feitos contratos separados das duas negociações Buyback: o fornecedor de equipamentos compromete-se a adquirir produtos derivados do próprio projecto de investimento Clearing: operação em que intervêm os bancos centrais. Paralelamente à troca comercial é estabelecido um acordo switch Counterpurchase: as partes assinam dois contratos separados que especificam as mercadorias e os serviços a serem trocados sem que para isso haja coincidência temporal na concretização. A troca com frequência não é rigorosamente do mesmo valor, envolvendo o uso de dinheiro Parallel Barter: caso particular de counterpurchase

As transacções envolvem compromissos recíprocos?