Geo.Semana 7. Claudio Hansen (Bruna Cianni)

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Transcrição:

Claudio Hansen (Bruna Cianni) Semana 7 Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.

CRONOGRAMA 07/03 Velha e nova Ordem Mundial 09:15 09/03 Velha e nova Ordem Mundial 19:15 14/03 Globalização e Neoliberalismo 09:15 16/03 Globalização e Neoliberalismo 19:15

21/03 Economias emergentes e suas influências 09:15 23/03 Economias emergentes e suas influências 19:15 28/03 Transportes e o comércio mundial 09:15 30/03 Transportes e o comércio mundial 19:15

Transportes e o comércio mundial 28 30 mar 01. Resumo 02. Exercícios de Aula 03. Exercícios de Casa 04. Questão Contexto

RESUMO O que o comércio tem a ver com o transporte? O comércio mundial é importantíssimo para diversos processos como a globalização e a manutenção do modelo capitalista de produção. Para entendermos esse comércio, é necessário entendermos como ele ocorre, e só ocorre graças aos transportes. Sabemos que o valor que você paga por um produto tem nele contido a forma como ele foi transportado. Vamos estudar neste material os modais de transporte, isso é, por onde ele acontece, qual a via: ferrovias, aéreos, hidroviários e rodoviários e também os meios de transporte, ou seja, quais são os veículos utilizados nesses modais. Isso influencia diretamente as relações de comércio e o desenvolvimento humano ao longo da história. Pode-se dizer que o ideal do transporte é percorrer espaços maiores no menor intervalo de tempo possível. Existem fatores que influenciam na qualidade e facilidade do deslocamento. As formas mais rápidas de transporte também tendem a ser mais caras que as mais lentas. A localização das centralizações industriais também interfere. Na primeira revolução industrial, as indústrias foram construídas nos arredores das fontes matérias primas, já que naquela época os transportes não eram tão desenvolvidos. O motor da primeira revolução industrial, como estudamos, era o vapor e na segunda revolução industrial, se deu a combustão. Isso modificou o potencial de energia e as relações ao redor do mundo. Não nos limitamos mais a maria fumaça e evoluímos para submarinos, carros e aviões. Por causa da combustão as guerras também se desenvolveram de forma mais intensificada. Atravessar oceanos passa a ser algo mais fácil e cotidiano. Logo se instaura a lógica porto a porto, ou seja, os navios ficam responsáveis pela circulação de mercadorias ao redor do mundo no modal transporte hidroviário. A multiplicação de viagens, e do volume de carga, além do barateamento dos custos de transporte, não poderia ter ocorrido sem os numerosos e importantes avanços tecnológicos, que permitiram o transporte mais rápido e eficaz. Uma das principais invenções, que mudou toda a logística do transporte mundial, foi o container. O container, por ser padronizado e por poder armazenar quase que qualquer tipo de produto, é um imenso facilitador para transportar carga. Todos os transportes passaram a ser modelados no padrão do container, o que permitiu uma maior integração dos modais, com pouquíssimo custo, tanto de tempo quanto de energia, para a baldeação. Hoje ainda usamos a combustão interna tradicionalmente mas desenvolvemos um a mais na evolução. A logística e a eficiência permitem pensar melhor as formas de se conectar esses transportes. Muitos de nós hoje compramos pela internet. Sabemos que vender pela internet é mais barato por não precisar pagar a loja física muitas vezes e por introduzir a lógica porta a porta, recebendo em casa os produtos, encurtando os processos. Isso altera a forma de se fazer compras e de pensar as lógicas produtivas de entrega e relações comerciais. Essa lógica também enfraquece outras formas de comércio. Além desse apanhado histórico, existem cinco principais modais de transporte: Transporte Rodoviário (caminhões, carros etc.); Transporte Marítimo; Transporte Aéreo; Transporte Ferroviário; Transporte Hidroviário (se distingue do transporte marítimo por estar em água doce, rios, lagos etc.). Faz-se necessário notar que a locomoção de uma mercadoria pode vir a necessitar de uma combinação de diversos modos de transporte, o que é chamado de transporte multimodal ou intermodal. Esse conceito é adotado tanto no planejamento logístico de transporte em escala nacional/global quanto na escala urbana/metropolitana. Quando diversos modais de transporte são associados para que ocorra uma operação de transporte, caracteriza-se uma multimodalidade. O Brasil investiu muito no transporte rodoviário que, apesar de ter uma menor capacidade de carga em relação aos trens e também maiores custos de manutenção com seguros, combustível e pneus, também acaba sendo mais rápido. No período de JK havia a promessa da construção de Brasília em 5 anos, numa área excluída sem transporte no centro do Brasil. Colocar trilhos até o centro-oeste seria mais difícil, passando por serras e a construção de estradas atraiu investimentos de montadoras da indústria automobilística. Houve também a influência da Petrobrás que vende gasolina e foi bastante valorizada nessa época. Ao mesmo tempo, o modelo ferroviário, como o metrô, quando bem interligado e 67

planejado se apresenta como saída para o caos urbano que apresenta o problema do trânsito. Além do rodoviário e ferroviário, podemos estudar a relação e as diferenças entre os modais hidroviários e aéreos. O modelo hidroviário tem a vantagem de transportar grandes cargas, contêineres e ser mais barato e é através dele que acontece o comércio mundial. Esse transporte implica necessariamente na construção de portos. Existem portos gigantes como o Porto de Xangai, na China mas não são todos os lugares que possuem entrada para o mar ou portos. Existem portos secos no interior, como em Minas Gerais, que servem para diminuir as pressões nos portos litorâneos e fazer as distribuições no país, normalmente conectados pelas vias férreas. O modal aéreo é o mais rápido e também tem uma grande capacidade de carga. Mas porque então não se utiliza esse meio nos transportes de mercadoria internacionais? Ele é o mais caro e também o mais seguro só transportando então cargas valiosas e seres humanos. A escolha do modal de transporte de mercadorias, assim, obedece a variáveis como o custo, a rapidez e a segurança. Muitas vezes é a geografia (necessidade de contornar ou transpor obstáculos naturais), o clima e geralmente o ambiente e o entorno que induzem ao uso de certo tipo de transporte. Locais com rios navegáveis seriam propícios ao transporte hidroviário; locais muito declivosos, mais propícios ao transporte rodoviário; locais planos, ao transporte ferroviário etc. A escolha de um modal de transporte na ótica de uma operação de importação/exportação depende então dos seguintes elementos: O peso e o volume das mercadorias; O custo do transporte; A distância a percorrer e os acidentes geográficos e características climáticas do percurso; Os atrasos, prazos e tempo de entrega; A noção de segurança e risco (ligado intimamente a possibilidade de avarias, fragilidade do produto etc.). 68

EXERCÍCIOS DE AULA 1. Disponível em: http://www. transportes.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado). No dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada a Estrada de Ferro Carajás, pertencente e diretamente operada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), na região Norte do país, ligando o interior ao principal porto da região, em São Luís. Por seus, aproximadamente, 900 quilômetros de linha, passam, hoje, 5353 vagões e 100 locomotivas. A ferrovia em questão é de extrema importância para a logística do setor primário da economia brasileira, em especial para porções dos estados do Pará e Maranhão. Um argumento que destaca a importância estratégica dessa porção do território é a a) produção de energia para as principais áreas industriais do país. b) produção sustentável de recursos minerais não metálicos. c) capacidade de produção de minerais metálicos. d) logística de importação de matérias-primas industriais. e) produção de recursos minerais energéticos. EXERCÍCIOS DE CASA 1. O excesso de veículos e os congestionamentos em grandes cidades são temas de frequentes reportagens. Os meios de transportes utilizados e a forma como são ocupados têm reflexos nesses congestionamentos, além de problemas ambientais e econômicos. No gráfico a seguir, podem-se observar valores médios do consumo de energia por passageiro e por quilômetro rodado, em diferentes meios de transporte, para veículos em duas condições de ocupação (número de passageiros): ocupação típica e ocupação máxima. 69 Esses dados indicam que políticas de transporte urbano devem também levar em conta que a maior eficiência no uso de energia ocorre para os a) ônibus, com ocupação típica. b) automóveis, com poucos passageiros. c) transportes coletivos, com ocupação máxima. d) automóveis, com ocupação máxima. e) trens, com poucos passageiros.

2. Em um debate sobre o futuro do setor de transporte de uma grande cidade brasileira com trânsito intenso, foi apresentado um conjunto de propostas. Entre as propostas reproduzidas abaixo, aquela que atende, ao mesmo tempo, a implicações sociais e ambientais presentes nesse setor é a) proibir o uso de combustíveis produzidos a partir de recursos naturais. b) promover a substituição de veículos a diesel por veículos a gasolina. c) incentivar a substituição do transporte individual por transportes coletivos. d) aumentar a importação de diesel para substituir os veículos a álcool. e) diminuir o uso de combustíveis voláteis devido ao perigo que representam. 3. A soma do tempo gasto por todos os navios de carga na espera para atracar no porto de Santos é igual a 11 anos isso, contanto somente o intervalo de janeiro a outubro de 2011. O problema não foi registrado somente neste ano. Desde 2006 a perda de tempo supera uma década. Folha de S. Paulo, 25 dez. 2011 (adaptado). A situação descrita gera consequências em cadeia, tanto para a produção quanto para o transporte. No que se refere à territorialização da produção no Brasil contemporâneo, uma dessas consequências é a: a) realocação das exportações para o modal aéreo em função da rapidez. b) dispersão dos serviços financeiros em função da busca de novos pontos de importação. c) redução da exportação de gêneros agrícolas em função da dificuldade para o escoamento. d) priorização do comércio com países vizinhos em função da existência de fronteiras terrestres. e) estagnação da indústria de alta tecnologia em função da concentração de investimentos na infraestrutura de circulação. 70 4. De todas as transformações impostas pelo meio técnico-científico-informacional à logística de transportes, interessa-nos mais de perto a intermodalidade. E por uma razão muito simples: o potencial que tal ferramenta logística ostenta permite que haja, de fato, um sistema de transportes condizente com a escala geográfica do Brasil. HUERTAS, D. M. O papel dos transportes na expansão recente da fronteira agrícola brasileira. Revista Transporte y Territorio, Universidade de Buenos Aires, n.3, 2010 (adaptado). A necessidade de modais de transporte interligados, no território brasileiro, justifica-se pela(s) a) variações climáticas no território, associadas à interiorização da produção. b) grandes distâncias e a busca da redução dos custos de transporte. c) formação geológica do país, que impede o uso de um único modal. d) proximidade entre a área de produção agrícola intensiva e os portos. e) diminuição dos fluxos materiais em detrimento de fluxos imateriais.

5. A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte. SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento). Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito no texto é: a) Obsolescência dos portos. b) Estatização de empresas. c) Eliminação de incentivos fiscais. d) Ampliação de políticas protecionistas. e) Desenvolvimento dos meios de comunicação. 6. A comparação entre os gráficos permite associar as mudanças na rede de transporte aos seus impactos ambientais. 71 A principal consequência sobre o meio ambiente resultante dos investimentos na matriz de transportes da União Europeia entre 1970 e 2004 é: a) agravamento do aquecimento global b) acentuação do fenômeno da Ilha de Calor c) aceleração do processo de desmatamento d) aumento da destruição do ozônio estratosférico 7. Disponível em: <http://www. cidadespaulistas.com.br/prt/ cnt/mp-portos-secos.htm>. Acesso em: 24 julho 2013

O sistema portuário brasileiro está sendo reorganizado para eliminar parte dos gargalos infraestruturais que reduzem os investimentos nacionais e internacionais no país. Chama-se atenção, nesse processo, para o crescimento e valorização cada vez maior dos portos secos no território nacional. Porto seco é: a) um terminal intermodal terrestre diretamente ligado por estrada via férrea e/ ou aérea, em zona fora do porto, geralmente no interior. b) uma estação aduaneira com o papel de salvaguardar todos os investimentos em tecnologias de ponta produzidos em território nacional. c) um silo que armazena, sem impostos, a mercadoria importada por investidores nacionais para o abastecimento agroalimentar do país. d) uma infraestrutura portuária fluvial que segue o curso dos principais rios estaduais para complementar o sistema portuário de cabotagem. e) um sistema intermodal de transporte ferroviário e metroviário que facilita a distribuição de bens para os aeroportos e portos do país. QUESTÃO CONTEXTO Conteúdo: http://www. istoedinheiro.com.br/ noticias/negocios/20170109/ porto-seco-entre-brasilargentina-fica-semdono/448238 09.01.17-08h45 O transporte ferroviário entre Brasil, Argentina e Uruguai poderá ficar comprometido a partir do mês que vem. A Rumo ALL, empresa do Grupo Cosan que administra dois portos secos (terminal alfandegado) em Uruguaiana e Santana do Livramento, decidiu sair do negócio e devolver a permissão dada pelo governo federal para prestar o serviço. (...) a empresa vem minando o comércio exterior pelo corredor, especialmente no trecho Tatuí (SP) Uruguaiana (RS). Um usuário da malha afirma que até 2015 transportava cerca de 1.500 contêineres. No ano passado, a Rumo liberou apenas 200 contêineres. O resto teve de usar o transporte rodoviário. (...) A malha sul, como é conhecida, inclui o Corredor do Mercosul para o Uruguai no porto seco de Sant Ana do Livramento e de Uruguaiana, que leva matéria-prima para as fábricas e indústrias argentinas. Fonte: IstoÉ, Estadão 72 A devolução do porto seco sugere: a) um abandono do setor estatal nas atividades de produção e transporte b) a necessidade de se alterar a dinâmica de fluxos de produtos do Brasil e da Argentina pela linha rodoviária, uma vez que as linhas férreas são lentas e não produtivas c) uma falta de controle da ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres sobre as empresas que gerenciam seus portos d) a necessidade de um maior investimento e controle da linha férrea existente, já que o transporte sobre trilhos no corredor baliza o preço do frente rodoviários.

GABARITO 01. Exercícios para aula 1. c 03. Questão contexto d 02. Exercícios para casa 1. c 2. c 3. c 4. b 5. e 6. a 7. a 73