INTEGRAÇÃO FERROVIÁRIA: COLOCANDO A COMPETITIVIDADE NOS TRILHOS
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1 INTEGRAÇÃO FERROVIÁRIA: COLOCANDO A COMPETITIVIDADE NOS TRILHOS Wagner Cardoso - Gerente Executivo de Infraestrutura Matheus Castro - Especialista em Políticas e Indústria Gerência Executiva de Infraestrutura da CNI Uberlândia, 29 de março de 2019
2 BRASIL INVESTE POUCO EM INFRAESTRUTURA Investimento em infraestrutura em % do PIB - valor médio 8,6 Brasil investe R$ 116 bilhões por ano em média em infraestrutura 4,8 4,5 4,3 4,0 1,7 Ao menos 5% do seu PIB (R$ 340 bi/ano) deveriam ser investidos China Índia Rússia Chile África do Sul Brasil Déficit anual de R$ 224 bilhões Fonte: IBGE e Banco Mundial. De Volta ao Planejamento: Como Preencher a Lacuna de Infraestrutura no Brasil em Tempos de Austeridade (2017)
3 CRESCIMENTO ACELERADO DA DEMANDA DE INFRAESTRUTURA Tráfego aéreo (milhões de passageiros pagos) Crescimento Médio Anual ( ) 113,4 210,7 7% Tráfego rodovias pedagiadas (milhões de veículos) Volume de comércio nos portos (milhões de toneladas) Movimentação de contêiner (milhões de TEUs) Safra de grãos (milhões de toneladas) Unidades Consumidoras de energia elétrica (milhões de unidades) % % 7,2 10,4 4% 144,1 227,8 5% 60,5 82,2 3% Fonte: Elaboração própria com dados da ANAC, ABCR, ANTAQ, MAPA, MDIC e EPE.
4 SITUAÇÃO DOS SETORES DE INFRAESTRUTURA NO BRASIL MAIS DESENVOLVIDO MENOS DESENVOLVIDO Petróleo Energia Elétrica Portos Saneamento Aeroportos Rodovias Ferrovias
5 Investimentos (R$ Bilhões) INVESTIMENTOS TOTAIS DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES 25 Valores constantes (R$ bilhões) 1,00% ,4 10,7 8,5 7,1 6,2 5,8 4,7 0,19% 0,16% 2,0 0,11% 0,13% 0,05% 0,18% 0,20% 0,19% 20,6 19,4 15,2 15,1 14,9 15,6 11,4 9,2 9,8 9,2 0,33% 0,29% 0,27% 0,22% 0,21% 0,21% 0,13% 0,17% 0,14% 0,13% ,80% 0,60% 0,40% 0,20% 0,00% Investimentos realizados Investimento / PIB Fonte: Elaboração própria com dados do SIAFI. Valor atualizado com base no IPCA. Série histórica do PIB nominal, em bilhões de Reais, conforme dados do IBGE (Contas Nacionais Trimestrais- Indicadores de Volume e Valores Correntes - Tabela 8 valores correntes). Em 2018, estimado.
6 PRINCIPAIS PROPOSTAS DA CNI PARA A LOGÍSTICA Tornar a planilha de fretes rodoviário referencial; Enfrentar o problema das obras paradas; Privatizar as administrações portuárias públicas; Aumentar a competitividade e integração da malha ferroviária nacional: introduzir o direito de passagem e o operador independente no sistema. Aprovar o PL 261/2018 (short lines). Abrir a reserva de mercado no transporte marítimo do Brasil com a Argentina, Uruguai e Chile; Fiscalizar e aumentar a transparência das atividades do armador estrangeiro no Brasil; Definir as poligonais dos portos organizados para aumentar o investimento no setor portuário Harmonizar a atuação dos órgãos públicos intervenientes no setor portuário
7 PROBLEMAS DA MATRIZ DE TRANSPORTE A greve dos caminhoneiros evidenciou um problema crônico: a dependência dos caminhões para o transporte de cargas em médias e longas distâncias. O caminho para resolver esse gargalo seria: cabotagem e/ou ferrovia. Fonte: Insituto Dom Cabral. Matriz calculada em toneladas por quilômetro útil (TKU).
8 P R E D O M I N Â N C I A RODOVIÁRIA 53% Matriz de Transporte (em TKU*) 27% 17% 3% Rodoviário Ferroviário Cabotagem + Hidrovias Outros Fonte: Elaboração própria com dados da Fundação Dom Cabral. *toneladas por quilômetro útil TKU
9 M A T R I Z D E CARGA GERAL Suprimindo o minério de ferro (ferrovia) e o petróleo (cabotagem) 86% 4% 9% 0,2% Rodoviário Ferroviário Cabotagem + Hidrovias Outros Fonte: Elaboração própria com dados da Fundação Dom Cabral (em toneladas por quilômetro útil TKU).
10 DESBAL ANCE AMENTO DO FLUXO INTERNO NORTE O Sudeste envia 14,8 milhões de toneladas a mais do que recebe das regiões Norte e Nordeste, em sua maioria mercadorias de maior valor agregado NORDESTE 18,1 milhões de toneladas 54,2 milhões de toneladas 13,1 milhões de toneladas SUDESTE 44,4 milhões de toneladas Em sua maioria, sobe mais carga geral e desce granel Fonte: Elaboração própria com base nos dados da EPL (Apresentação: Transporte interregional de carga no Brasil - Panorama 2015).
11 DENSIDADE DA MALHA FERROVIÁRIA Países selecionados (km/ km 2 ) EUA 293 mil km 29,8 Índia 68 mil km 20,8 África do Sul 21 mil km 17,2 Argentina China 37 mil km 124 mil km 13,3 13,2 Canadá México 78 mil km 15 mil km 7,8 7,8 Rússia Austrália Brasil 87 mil km 37 mil km 29 mil km 3,4 5,1 4,8 O Brasil está em 88ª no ranking da qualidade da infraestrutura ferroviária de 101 países. Fonte: Cia World Factbook, Global Competitiveness Report (2018) e ANTF.
12 FERROVIAS PARA O TRANSPORTE DE MINÉRIO Evolução da produção de transporte ferroviário de carga (milhões de toneladas úteis - TU) Total Outras Minério de Ferro Crescimento de 4% ao ano Participação do minério sobe de 60% para 77%; Outras cargas praticamente estagnadas Fonte: Elaboração própria com dados da ANTT.
13 O QUE PRECISA SER FEITO? Ações Expandir a malha Aumentar a conectividade do sistema
14 REGULAMENTO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO DECRETO 1.832/1996 Apresenta artigo (reproduzido em todos os contratos de concessão) que, na prática, dificulta o direito de passagem: Art. 6 - As Administrações Ferroviárias são obrigadas a operar em tráfego mútuo ou, no caso de sua impossibilidade, permitir o direito de passagem a outros operadores. Trecho da cláusula reproduzida nos contratos de concessão São obrigações das partes: Das obrigações da concessionária: Garantir tráfego mútuo ou, no caso de sua impossibilidade, permitir o direito de passagem a outros operadores de transporte ferroviário, mediante a celebração de contrato...
15 PRORROGAÇÃO DE CONTRATOS LEI /2017 Estabelece que as prorrogações dos contratos de parceria no setor ferroviário serão orientadas: Art. 9º III - pela garantia contratual de capacidade de transporte a terceiros outorgados pela ANTT, garantindo-se o direito de passagem, de tráfego mútuo e de exploração por operador ferroviário independente, mediante acesso à infraestrutura ferroviária e aos respectivos recursos operacionais do concessionário, garantida a remuneração pela capacidade contratada.
16 CONCESSIONÁRIAS FERROVIÁRIAS EM 2018 Situação Atual Dos 29 mil km, 31% não é utilizado (8,6 mil km) e Desse total, 6,5 mil km não tem condições operacionais; Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres ANTT (2018).
17 MALHA EM UTILIZAÇÃO E NÃO OPERACIONAL Declaração de utilização da rede das concessionárias (em 2017) Rumo Malha Sul Ferrovia Centro-Atlântica Transnordestina Rumo Malha Paulista Rumo Malha Oeste MRS Carajás Vitória-Minas Ferrovia Norte-Sul (tramo Norte) Rumo Malha Norte Estrada de Ferro Paraná-Oeste Ferrovia Tereza Cristina Extensão em utilização Extensão operacional ociosa Extensão não operacional Fonte: Elaboração própria com dados da ANTT (2018).
18 MALHA EM UTILIZAÇÃO X NÃO OPERACIONAL Malha Extensão Total (km) Trechos ociosos da malha da concessionária Total Não operacional Operacional mas ocioso Rumo Malha Sul % 27% 2% Ferrovia Centro-Atlântica % 1% 26% Transnordestina % 70% - Rumo Malha Paulista % 41% 1% Rumo Malha Oeste % 16% 0,3% MRS % 19% 3% Vitória-Minas 894 2% 2% - Fonte: Elaboração própria com dados da ANTT (2018).
19 EXPLORAÇÃO DA MALHA FERROVIÁRIA EM 2018 Utilização da malha 8% de compartilhamento da malha (tráfego mútuo e direito de passagem) na produção total, sendo boa parte do mesmo grupo investidor Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em dezembro/2018.
20 Acidentes por milhão de trem/km R$ bilhões (valores contstates) REDUÇÃO DOS ACIDENTES E AUMENTO INVESTIMENTOS ,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 Índice de acidentes das concessionárias ferroviárias Investimentos das Concessionárias Fonte: Elaboração própria com dados da CNT, ANTT e ANTF
21 A POLÍTICA PARA O SETOR FERROVIÁRIO Ações Retomada do investimento Expansão da malha e da conectividade, com construção de novos trechos
22 R E C O M E N D A Ç Õ E S E PROPOSTAS Renovar os contratos de concessão, mediante a garantia de compartilhamento da malha concedida: Reservar uma parcela da capacidade instalada da ferrovia para compartilhamento com outras concessionárias e com operadores ferroviários independentes (previstos nos contratos de prorrogação); Definir um programa de investimento para trechos saturados.
23 R E C O M E N D A Ç Õ E S E PROPOSTAS Adequar o marco regulatório atual ao efetivo compartilhamento da malha concedida: Refazer e reeditar resoluções da ANTT; Garantir mecanismos para o financiamento dos investimentos, especialmente na padronização das bitolas e superação da ociosidade na malha.
24 R E C O M E N D A Ç Õ E S E PROPOSTAS Definir o processo de dissolução da Valec, estatal do setor ferroviário: Estabelecer a previsão da dissolução da empresa, depois da conclusão do processo de licitação do trecho Porto Nacional/TO até Estrela d Oeste/SP da Ferrovia Norte-Sul; Agilizar o processo de licitação da FIOL ( de Ilhéus até Caetité /BA).
25 FERROVIA DO CERRADO EF-262ANTAQ Malha ferroviária com a EF-262 A ferrovia do cerrado funciona na direção da expansão e da conectividade da malha. Terá conexões com a ferrovia Norte-Sul, FCA e RMN; Alto Araguaia Uberlândia Vai integrar os principais centros produtores do agronegócio brasileiro na região centro-oeste Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
26 GANHOS PARA A INDÚSTRIA Mais investimentos no setor ferroviário, com construção e manutenção dos trechos, aquisição de material rodante, etc; Maior integração entre as malhas, permitindo uma maior utilização do modal ferroviário e mais eficiência no transporte, especialmente em longas distâncias; Menores valores de frete, resultado do aumento da concorrência no sistema.
27 Acesse o estudo Transporte Ferroviário: Colocando a Competitividade nos Trilhos no link abaixo: OBRIGADO!
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