FEATI FACULDADE DE EDUCAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA DE IBAITI MARIA ELIANE DA SILVA RESENHA

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Transcrição:

FEATI FACULDADE DE EDUCAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA DE IBAITI MARIA ELIANE DA SILVA RESENHA Ibaiti 2006

MARIA ELIANE DA SILVA RESENHA Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, Administração e Tecnologia de Ibaiti como requisito parcial á obtenção de nota do 2º bimestre na Disciplina de Psicologia da Educação II, sob orientação da Professora Simone Medeiros Simões do Nascimento. Ibaiti 2006

I OBRA RESENHISTA: Maria Eliane da Silva. AUTORA: REGO, Tereza Cristina. TÍTULO: VYGOTSKY: uma perspectiva histórico-cultural da educação. EDITORA: VOZES LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Petrópolis, RJ. ANO: 2002 Nº DE PÁGINAS: 138 FORMATO DO LIVRO: A capa é discreta, destacando o título, que por si só desperta o interesse pela leitura. Possui também comentário geral sobre o conteúdo do livro. O tamanho das letras é ideal para se fazer uma boa leitura. Há citações no rodapé de algumas páginas, totalizando trinta e duas citações. EDIÇÃO: 14ª edição.

II CREDÊNCIAIS DA AUTORA A paulista Tereza Cristina Rego graduo-se em Pedagogia, na Pontifícia Universidade Católica (PUC SP). Pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP SP), realizou seu mestrado em História e Filosofia da Educação, e seu doutorado em Psicologia da Educação. Foi docente na Universidade Estadual Paulista (UNESP) e em diversas instituições públicas e privadas atuou como professora, coordenadora pedagógica e diretora. Nos últimos anos, além de se dedicar à formação de professores no âmbito universitário, também presta assessoria pedagógica a diferentes projetos ligados a educação. Atualmente leciona na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP SP).

III EXPOSIÇÃO DO CONTEÚDO DA OBRA No sumário os temas estão em caixa-alta, e os sub temas numa seqüência de ordem numérica. É dividido por capítulos, totalizando IV, sendo o II mais extenso. Na introdução, a autora clarifica a obra do psicólogo russo Vygotsky, além de revelar pontos importantes de sua trajetória. Relata também que Vygostsky viveu apenas 37 anos, mas foi um pesquisador persistente, superando as idéias do seu tempo. Ainda na introdução, a autora comenta sobre a demora da edição de sua obra. Na bibliografia do pesquisador, faz um pequeno resumo da obra durante sua vida, que é melhor relatada no primeiro capítulo. São vários os aspectos relatados neste primeiro capítulo. A autora reporta sobre a vida de Vygotsky em vários aspectos como: familiar; educacional; profissional. Relata também sobre a diversidade de conhecimento; seus colaboradores; sua dedicação; suas fontes de pesquisa; a censura, proibição e a redescoberta de sua obra após sua morte. Segundo a autora, Vygotsky nasceu na Bielo-Russia, de origem judaica, seu pai era bancário e sua mãe professora formada. Estudou Direito e Literatura na universidade de Moscou, além de participar, sem receber título acadêmico, dos cursos de história e Filosofia. Comenta também que sua educação foi marcada pela interdisciplinaridade. O fato de se interessar em compreender o desenvolvimento psicológico do ser humano fez com que cursasse Medicina (Kharkov). Revela também a dedicação fabulosa de Vygotsky sendo um desafiador incansável, que não limitou seu conhecimento, indo além a fim de compreender o desenvolvimento psicológico do ser humano, os processos de transformação do desenvolvimento humano e sua relação com o contexto social.

Explica também o motivo que levou Vygotsky a estudar a aprendizagem e desenvolvimento infantil, sendo uma forma de analisar e explicar o comportamento humano no geral. Neste percurso teve influências importantes dos filósofos Marx e Engels, e dos psicólogos Kornilov e Blonsky. Menciona que em 1932, época que começaram as criticas de suas teorias, resultando na proibição destas após a sua morte e posterior redescoberta em 1956, e no Brasil conhecida somente em 1984. Comenta ainda sobre Luria e Leontiev que foram os principais colaboradores de Vygotsky, sendo considerados os mais importantes de todos. O segundo capítulo se refere as principais idéias de Vygotsky. A autora faz relações que possibilitam uma análise geral de alguns dos diversos temas abordados por Vygotsky. A respeito da teoria histórico-cultural, destaca seus principais objetivos como: elucidar os aspectos tipicamente humanos do comportamento e o desenvolvimento ao longo da história; compreender a relação entre os seres humanos e seu ambiente físico social; destacar o trabalho como um meio fundamental de relacionamento entre homem e natureza; analisar a natureza das relações entre o uso de instrumentos e o desenvolvimento da linguagem. Revela que Vygotsky dedicou-se ao estudo das chamadas funções psicológicas superiores, destacando esta como sendo uma capacidade unicamente do homem e não inata, ou seja, se desenvolve no decorrer da vida, através do processo de internalização de formas culturais de comportamento na relação indivíduo e o meio, através da capacidade e plasticidade do cérebro, sendo este um sistema aberto, moldado ao longo da historia e do desenvolvimento individual.

Relata ainda as diferenças entre o psiquismo dos animais e do homem, explicando que o ser humano possui memória, tendo a capacidade de lembrar com a ajuda dos signos, já os animais emitem sons. Aborda a questão da linguagem, caracteriza-a como um signo mediador humano, que se manifesta através da memória, o que diferencia homem e animal. Outro aspecto que diferencia o homem do animal destacado pela autora na teoria de Vygostsky é o uso de instrumentos. Alega que para o homem, os instrumentos têm relação com o trabalho, pois o homem produz e reproduz seus instrumentos para realizar tarefas, já os animais apenas utilizam os instrumentos, mas não os constrói. Faz relação entre os objetos e os signos, classificando-os como instrumentos mediadores e reguladores, enfatizando que os signos são reguladores das ações sobre o psiquismo humano. A seguir relata alguns apontamentos de Vygotsky sobre os paradigmas botânicos e zoológicos. Segundo a autora, Vygotsky critica a concepção que a criança tem um processo de maturação (botânica) este pesquisador saliente que a maturação biológica é um fator secundário no desenvolvimento do comportamento humano, pois este depende da interação com a cultura. Em questão do paradigma zoológico, relata ser um equívoco comparar a criança com reino animal, pois o homem possui um sistema psicológico mais avançado, chamado funções psicológicas superiores,mis uma vez ressalta que o desenvolvimento esta relacionado as interações sociais. Desta maneira deixa claro que não é suficiente aquilo que é inato. Enfatiza que a linguagem tanto expressa pensamento como, organiza o pensamento, classificada como um instrumento de pensamento.

Com relação à escrita destaca as idéias deste pesquisador que, acredita ser um processo iniciado antes da criança ir para a escola, pelo fato da escrita ser uma representação da realidade. Prossegue fazendo comentários a respeito dos temas: desenvolvimento e aprendizagem, sendo estes temas destaques na obra de Vygotsky. Constata-se que o aprendizado é responsável em criar a zona de desenvolvimento proximal e, através da interação com as outras pessoas, a criança é capaz de colocar em movimento vários processos de desenvolvimento, como por exemplo, a fala. Detalhadamente explica os dois níveis de desenvolvimento, sendo o nível real ou efetivo (retrospectivo a criança consegue resolver algo sem ajuda) e o desenvolvimento potencial (prospectivo precisa de auxílio). Cita que Vygotsky dá importância aos dois conceitos, por fazerem parte do desenvolvimento, mas o segundo considera mais significativo em função de oportunizar o processo de aprendizagem. Finaliza o segundo capítulo relatando algumas das contribuições do brinquedo no desenvolvimento infantil. O brinquedo faz com que a criança crie uma situação ilusória e imaginária, como forma de satisfazer seus desejos de agir no mundo. O terceiro capítulo é como uma comprovação daquilo que foi revelado no capítulo anterior, com exemplos claros sobre as idéias de Vygotsky, diretamente ligados ao campo educacional, mais diretamente a respeito da concepção inatista e da concepção ambientalista.. A visão vygotskiana enfatiza que a interação dialética se dá desde o nascimento, entre o ser humano e o meio social cultural que está inserido. Cita que na relação dialética com o mundo é que o sujeito se constitui e se liberta (p.98), e através da troca recíproca, que se estabelece durante toda a vida, entre indivíduo e o meio, cada aspecto influindo sobre outro (p.97).

Pontos importantíssimos são citados com relação ao conhecimento aprendido na escola, enfatizando a visão de Vygotsky que chama este conhecimento de cientifico, ou seja, novos modos de operações intelectuais, e que o fato de não se ter acesso à escola, causa um impedimento da apropriação do saber sistematizado e de construção das funções psicológicas mais sofisticada. Destaca ainda que somente o fato de freqüentar a escola não é suficiente para que o indivíduo se aproprie deste conhecimento, pois o resultado de um bom aprendizado dependerá de vários fatores, inclusive da qualidade de ensino. Cita também que o bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento, enfatiza que os processos de desenvolvimento são impulsionados pelo aprendizado. Na seqüência a autora relata mais exemplos onde esclarece a questão da mediação, relatando ser uma oportunidade de reconstrução e um caminho para a aprendizagem. Comenta também sobre o papel do professor nas brincadeiras, ou seja, mediador na dinâmica das interações interpessoais e na interação das crianças com os objetos de conhecimento. O quarto capítulo é breve, mas de um conteúdo riquíssimo assim como os anteriores, porém a autora justifica o fato de não ter se aprofundado na questão da afetividade, por falta de acesso aos trabalhos de Vygotsky, mas revela que, para este psicólogo, o individuo é um todo, que pensa, raciocina, deduz, abstrai e também um ser que sente, deseja, imagina e se sensibiliza, sendo assim, Vygotsky não separa o intelecto do afeto. Em seguida destaca pontos importantes sobre a rapidez da repercussão das idéias de Vygotsky no Brasil. Na seqüência alerta sobre o perigo de rápidas mudanças na prática pedagógica, alegando ser necessário uma reflexão para não se correr o risco de

tratar esses conhecimentos de forma dogmática, equivocada e superficial. Complementa que a obra de Vygotsky trouxe uma grande contribuição, para melhoria no plano pedagógico, e ressalta ser a educação uma prática de intervenção. Recomenda da necessidade do educador estar informado e ter acesso a diversas áreas do conhecimento e dentro da psicologia para compreender as diferentes teorias, porém deixa claro que o educador não é obrigado a optar por uma determinada teoria, e sim saber as diferentes perspectivas apontadas pelos pesquisadores. Cita Vygotsky como exemplo dessa prática, pois não ficou preso unicamente a um conhecimento, pelo contrário, foi inquieto e buscou informações de diversas fontes e hoje suas idéias podem ser um ponto de partida para novos conhecimentos. A autora finaliza a obra com um texto original de Vygotsky, referente à aprendizagem e ao desenvolvimento das funções psicológicas superiores. IV COMENTÁRIO CRÍTICO Este livro possibilita uma reflexão sobre como acontece o desenvolvimento e a aprendizagem. Permite compreender que este processo engloba uma série de fatores, onde o sujeito é um todo, capaz de se evoluir devido sua capacidade psicológica e a interação com o meio físico e social. Compreender também a diferença que há entre o homem e o animal, pelo fato do homem estar aberto a um eterno desenvolvimento, ou seja, não existe determinação de como e quando aprender, pois o aprendizado só acontece quando o ensino é oferecido de forma a

respeitar um certo grau de dificuldade, ou seja, partir daquilo que já sabe, para uma dificuldade maior. Desta forma possibilita uma nova visão a respeito de como acontece o processo de aprendizagem de uma criança, pois tudo parecia fazer sentido através das fases, porém após a leitura deste livro, outras visões começam a surgir, de modo que instiga uma busca profunda, para compreender um pouco mais desse assunto. Isso não significa que a autora não foi clara, mas sim que a compreensão do desenvolvimento do homem requer muitos saberes.