PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2012.0000469055 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 9239282-30.2008.8.26.0000, da Comarca de Itapetininga, em que é apelante EDUARDO MARIANO DE OLIVEIRA, são apelados AUTO SETE COMÉRCIO DE VEÍCULOS USADOS LTDA e ITAUCRED FINANCIAMENTOS S/A. ACORDAM, em 25ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SEBASTIÃO FLÁVIO (Presidente) e VANDERCI ÁLVARES. São Paulo, 12 de setembro de 2012. EDGARD ROSA RELATOR -Assinatura Eletrônica-

2 APELAÇÃO COM REVISÃO Nº 9239282-30.2008.8.26.0000 APELANTE: EDUARDO MARIANO DE OLIVEIRA APELADO: AUTO SETE COMÉRCIO DE VEÍCULOS USADOS LTDA; ITAUCRED FINANCIAMENTO S/A. COMARCA DE ITAPETININGA 1ª VARA CÍVEL JUIZ PROLATOR: JAIRO SAMPAIO INCANE FILHO VOTO Nº 6.319 BEM MÓVEL. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. NUMERAÇÃO DO MOTOR CORRESPONDENTE A VEÍCULO DIVERSO. HIPÓTESE DE EVICÇÃO. APLICAÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL DE DEZ ANOS. ARTIGO 205 DO CÓDIGO CIVIL. DECADÊNCIA AFASTADA. CITAÇÃO POSTAL DE PESSOA JURÍDICA. DÚVIDA ACERCA DE QUEM CELEBROU O CONTRATO DE ARRENDAMENTO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA INDICADA NA PETIÇÃO INICIAL QUE É DISTINTA DAQUELA QUE FIGURA NO DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DO VEÍCULO. AUSÊNCIA DO CONTRATO DE ARRENDAMENTO. O SÓ FATO DE PERTENCER AO MESMO CONGLOMERADO ECONÔMICO NÃO AUTORIZA A VALIDAÇÃO DE CITAÇÃO POSTAL DA PESSOA JURÍDICA. NULIDADE DO PROCESSO DECRETADA. - Recurso de apelação provido. Trata-se de apelação tempestiva e isenta de preparo (fls. 70/81), interposta contra a respeitável sentença (fl. 64/66) que pronunciou a decadência e julgou improcedente a pretensão indenizatória deduzida. Inconformado, o autor recorre para pedir a reforma da sentença. Reitera a aplicação de pena de revelia à corré Auto Sete Comércio de Veículos, na medida em que a defesa foi protocolada fora do prazo legal. No mérito, argumenta que não

3 houve decadência tendo em vista as inúmeras reclamações verbais formalizadas. Aguarda o provimento do recurso. O recurso não foi respondido. É O RELATÓRIO. Preliminarmente, anoto que a representação processual da corré AUTO SETE deverá ser regularizada na origem, em cumprimento ao art. 13 do CPC. Na contestação ofertada, o advogado constituído protestou pela juntada de procuração, postulando prazo para tal, o que, no entanto, não ocorreu. Não é intempestiva a contestação ofertada, ainda que se considerasse a revelia de um dos corréus litisconsortes. O prazo para contestar é em dobro, ou seja, aplica-se a regra do artigo 191 do Código de Processo Civil, ainda que só um dos corréus conteste a ação, porque não é admissível a existência de um prazo condicional. A propósito: Defesa apresentada por um dos réus, com a utilização do prazo em dobro. Litisconsorte revel. É permitida a utilização da regra benévola do art. 191 do CPC desde logo, pois nem sempre é possível saber se a outra parte irá ou não apresentar defesa (STJ, 4ª Turma, Recurso Especial 453.826, Mininstro BARROS MONTEIRO, j. 18.2.03, DJU 14.4.03).

4 No mais, respeitada a convicção do Magistrado sentenciante, não é o caso de aplicação do prazo de decadência. Verte dos autos que o autor adquiriu da corré AUTO SETE o veículo Ford Fiesta, cor verde, ano de fabricação 1997, ano 1997, placas CMY 1410, pelo valor de R$ 11.900,00, por meio de contrato de arrendamento mercantil formalizado junto ao Banco Itaú (CARLEASING ITAUCRED). Sucede, no entanto, que o licenciamento foi obstado diante da constatação de que a numeração do motor corresponde a veículo diverso, circunstância que inviabiliza a regular utilização do bem adquirido. A hipótese dos autos não é de decadência em razão da constatação de vício oculto, mas, em tese, de evicção decorrente da constatação de que o motor do veículo pode ser apreendido, por ser, na realidade, de outro carro, vício, portanto, que não é de fácil constatação e constitui fato impeditivo do uso do bem. Confira-se o seguinte precedente: BEM MÓVEL ANULATÓRIA C/C INDENIZATÓRIA Aquisição de automóvel seminovo Suspeita de motor com numeração adulterada Decadência não consumada Anulação da sentença para regular prosseguimento O fato de o veículo estar com chassi remarcado e por isso ter sido apreendido pela autoridade policial, não caracteriza vício oculto que teria sido

5 descoberto pelo autor em determinado momento; ao caso aplica-se o artigo 447 do CC, que estabelece que nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção, cujo prazo prescricional de 10 anos, conforme artigo 205 do CC, não foi atingido. Anula-se a sentença que reconheceu a decadência, para que o feito tenha regular prosseguimento Recurso provido. (Apelação com Revisão 0026625-90.2008.8.26.0196, 35ª Câmara, Relator o Eminente Desembargador MANOEL JUSTINO BEZERRA FILHO, j. 1.08.11). processo. Afasta-se, portanto, a extinção do Não é o caso, todavia, de causa madura, pronta para receber julgamento pelo Tribunal, conforme autorizado pelo artigo 515 do Código de Processo Civil. É que há dúvida a respeito da legitimidade passiva da instituição financeira. A petição inicial é dirigida contra o Banco Itaucred Financiamento S/A. O documento do veículo (fls. 12) indica como proprietária do bem a Cia. Itauleasing de Arrendamento Mercantil, inclusive com endereço completamente diferente daquele onde ocorreu a citação postal (cf. fls. 37). Instado a se manifestar sobre a pertinência subjetiva, o autor/apelante não trouxe maiores elementos para permitir a correta indicação da Instituição Financeira com quem teria firmado o contrato de arrendamento. O só fato de pertencer ao mesmo conglomerado não autoriza a conclusão de que aquele que

6 subscreveu o aviso recebimento da citação seja, ao mesmo tempo, preposto e representante das duas empresas (BANCO ITAUCRED; BANCO ITAÚ S/A; CARLEASING ITAUCRED). Nesse sentido: Contestação Tempestividade proclamada pelo juízo, apesar de certidão cartorária de intempestividade Dúvida acerca da pessoa que recebeu a citação postal ser preposta do réu Citação recebida por uma entidade do mesmo conglomerado econômico do réu Individualidade de pessoas Presunção de que o recebedor da citação postal não é, simultaneamente, preposto das duas pessoas jurídicas Temeridade da citação eficaz Teoria da aparência inaplicável ao caso concreto, em se tratando de um ato essencial ao exercício do direito de defesa consagrado na Constituição Federal Confirmação da tempestividade da contestação Agravo desprovido. (Agravo de Instrumento n. 990.09.335929-4, 12ª Câmara de Direito Privado, Relator Desembargador CERQUEIRA LEITE, j. 24.3.10). No Superior Tribunal de Justiça: Uma coisa é a aplicação da aludida teoria, que visa coibir dificuldades excepcionais na citação ato de essencial importância pois que diretamente vinculado à plenitude do direito de defesa assegurado pela Carta Política -, e outra coisa é a adoção de tal teoria de modo liberal, sem o exame de elementos fáticos importantes, da competência das instâncias ordinárias

7 (Recurso Especial 323.873-RJ, 4ª. Turma, Relator Ministro ALDIR PASSARINHO, j. 4.10.01). Nessa conformidade, afasta-se a extinção do processo e anula-se, de ofício, a citação do Banco corréu para que, na origem, se apure com quem de fato formalizou-se o contrato de arrendamento mercantil, providenciando-se, ato contínuo, a regular citação. Ante o exposto, dá-se provimento ao recurso do autor para afastar a pronúncia de decadência e anular o processo, determinado o retorno à origem para: a) identificação e regular citação da corré arrendadora mercantil; b) regularização da representação processual da corré AUTO SETE. EDGARD ROSA Relator -Assinatura Eletrônica-