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29/02/2012 CORREÇÃO SIMULADO CONTESTAÇÃO (OAB/RJ COM ADAPTAÇÕES)

Transcrição:

Número do 1.0024.11.062985-4/001 Númeração 0629854- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Armando Freire Des.(a) Armando Freire 28/10/2014 10/11/2014 EMENTA: <DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO ORDINÁRIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL. RETIFICAÇÃO DO TÍTULO DECLARATÓRIO DE APOSTILAMENTO. PROVA DO EQUÍVOCO. DIREITO À RETIFICAÇÃO E ÀS DIFERENÇAS PRETÉRITAS. PROCEDÊNCIA. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DA LEI 11.960/2009. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. VERBA MANTIDA. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. Diante do que evidenciam as provas documentais produzidas no processo, deve ser mantido, em reexame necessário (art. 475, I, CPC) o reconhecimento do alegado direito da autora à retificação do título declaratório de apostilamento, bem como ao recebimento das diferenças remuneratórias decorrentes do equívoco cometido pela Administração Pública, inclusive os reflexos incidentes sobre todas as vantagens que compõem a remuneração, ressalvados os efeitos da prescrição quinquenal. Sobre as parcelas salariais vencidas incidirão juros de mora e correção monetária da seguinte forma: 1) a partir da data em que deveriam ter sido pagos à autora, até 29/06/2009, os valores devidos deverão ser corrigidos monetariamente de acordo com a Tabela da Corregedoria de Justiça do Estado de Minas Gerais; 2) a partir de 29/06/2009, a correção será pela TR, em sintonia com o disposto no artigo 1.º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009; 3) a partir da data da citação, também incidirão juros de mora, consoante a norma do artigo 1.º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009> REEXAME NECESSÁRIO-CV Nº 1.0024.11.062985-4/001 - COMARCA 1

DE BELO HORIZONTE - REMETENTE.: JD 1 V FAZ COMARCA BELO HORIZONTE - AUTOR(ES)(A)S: LETICIA PINEL BITTENCOURT - RÉ(U)(S): ESTADO DE MINAS GERAIS A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 1ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em <REFORMAR PARCIALMENTE A SENTENÇA, EM REEXAME NECESSÁRIO>. DES. ARMANDO FREIRE RELATOR. DES. ARMANDO FREIRE (RELATOR) V O T O <Tratam os autos de reexame necessário da r. sentença de f. 250/256, proferida pelo ilustre Juiz de Direito (Auxiliar) da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, que julgou os pedidos constantes da inicial de f. 02/14, na presente ação ordinária, declarando o direito da parte autora, LETÍCIA PINEL BITTENCOURT, "de ter retificado o seu título declaratório de apostilamento, passando do cargo em comissão de Supervisor Fazendário II, Código EX-15, Símbolo F-5, Grau A, pra o cargo de Assessor de Orientação Tributária, Código AS-5, Símbolo F5, Grau B". O Magistrado condenou o réu, ESTADO DE MINAS GERAIS, "à retificação do título declaratório de apostilamento da parte autora" e "ao pagamento das diferenças remuneratórias pretéritas devidas à parte autora desde 17/01/2008, entre o que a parte autora deveria receber e o que efetivamente recebeu, decorrentes do equívoco ora reconhecido, inclusive os reflexos incidentes sobre todas as vantagens 2

que compõem a remuneração da requerente, recebidas por ela nesse período". Em sentença, ainda, o Juiz estabeleceu que o valor da condenação deverá ser corrigido desde as datas em que os pagamentos deveriam ter sido realizados e acrescido de juros de mora, a partir da citação, nos termos do artigo 1 -F da Lei n 9.494/1997, com redação dada pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001. O réu foi condenado, também, ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 15% (quinze por cento) do valor da condenação, corrigidos monetariamente a partir da publicação da sentença, com juros de mora, nos termos da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001. Ao final, foi reconhecida a isenção legal do réu em relação ao pagamento de custas, sendo a sentença submetida ao duplo grau de jurisdição. Não houve interposição de recurso voluntário (f. 257). Autos do processo enviados ao egrégio TJMG. Distribuição por sorteio à minha relatoria. É o relatório. Conheço do reexame necessário, em virtude de previsão legal (art. 475, I, CPC) e da orientação contida na Súmula nº 490 do STJ: "A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a sessenta salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas". REEXAME NECESSÁRIO A autora, LETÍCIA PINEL BITTENCOURT, qualificada nos autos do processo, é ocupante do cargo efetivo de Gestor Fazendário, do 3

Grupo de Atividades de Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais. Ajuizou a presente ação ordinária pleiteando que seja declarado o seu o direito de ter retificado o seu título declaratório de apostilamento, passando do cargo em comissão de Supervisor Fazendário li, Código EX-15, Símbolo F-5, Grau A, da Assessoria de Planejamento e Coordenação, para o cargo de Assessor de Orientação Tributária, Código AS -5, Símbolo F5, Grau B, na Superintendência de Tributação. Sustenta que exerceu este último cargo por um maior número de dias, de acordo com a legislação vigente à época, qual seja, Leis Estaduais nº 9.532/87 c/c nº 14.683/03. Requer a condenação do Réu a proceder à retificação do título declaratório de seu apostilamento, bem como ao pagamento das diferenças remuneratórias devidas, desde a data da publicação equivocada do seu título declaratório de apostilamento, 17/01/2008, diferença esta que deverá ser apurada considerando as remunerações do cargo de Supervisor Fazendário li, Código EX-15, Símbolo F-5, Grau A, da Assessoria de Planejamento e Coordenação, e do cargo de Assessor de Orientação Tributária,Código AS-5, Símbolo F5, Grau B, na Superintendência de Tributação, com o pagamento de todos os reflexos que recaiam sobre toda e qualquer vantagem que componha a sua remuneração, inclusive o 13 salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional, férias-prêmio, adicionais por tempo de serviço (quinquênios e trintenários), entre outros reflexos remuneratórios devidos, acrescidos de correção monetária e juros, incluído aí as prestações vencidas e vincendas. Em defesa, o ESTADO DE MINAS GERAIS, alega, em síntese, que não se pode inferir que a autora exercia atribuições típicas do cargo em comissão denominado Assessor de Orientação Tributária, uma vez que as atribuições desse cargo não se encontram regulamentadas; esse cargo foi criado após a publicação da Resolução SEF nº 1.719/1988; no período de 23/08/1999 a 30/07/2001, a autora ocupou o cargo em comissão de Supervisor Fazendário II; no período em que o servidor ocupa o cargo e comissão, ele também exerce atribuição do seu cargo efetivo; dentre as atividades do cargo 4

efetivo da parte autora, de Gestor Fazendário, encontra-se a elaboração de pareceres e consultas em matéria tributária; não há norma jurídica a embasar a pretensão autora. Requer a improcedência dos pedidos e, pelo princípio da eventualidade, a aplicação de juros de mora em observância ao artigo 1 -F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei n 11.960/2009, e a fixação de honorários com base no artigo 20, 4, do Código de Processo Civil; pugna pelo reconhecimento da prescrição quinquenal. Impugnação à contestação às f. 222/230. As partes não se interessaram pela produção de novas provas (f. 233 e f. 237). A autora ofereceu razões finais em sede da peça de memorial às f. 241/248. O réu afirmou, à f. 249, que reiterava seus argumentos contidos na peça contestatória. Em sentença (f. 250/256), os pedidos foram julgados procedentes, conforme relatado. Não houve interposição de recurso voluntário (f. 257). Estou concluindo, nesta oportunidade, que a r. sentença deverá ser confirmada pelos seus próprios fundamentos. A autora teve assegurado o direito de continuar percebendo, a partir de 17/01/2008, a remuneração do cargo em comissão de Supervisor Fazendário II, Código EX-15, Símbolo F-5, Grau A, da Assessoria de Orientação de Coordenação do Quadro Permanente de Tributação, Fiscalização e Arrecadação, por ter contado com 10 (dez) anos de efetivo exercício em cargo em comissão, considerando para este fim a contagem de tempo até 29/02/2004, de acordo com registros contidos no documento de f. 21. Ela foi apostilada no cargo em comissão de Supervisor Fazendário II, mas reclama, dizendo que deveria ter sido apostilada no 5

cargo em comissão de Assessor de Orientação Tributária, do qual foi exonerada sem ser a pedido ou por penalidade, conforme os termos do mesmo documento de f. 21. Pelo que se colhe do teor de documentos juntados aos autos, especialmente o de f. 28, LETÍCIA PINEL BITTENCOURT exerceu funções típicas de assessoria e esteve em exercício na Diretoria de Orientação e Educação Tributária da Superintendência de Legislação e Tributação, desde 23/08/1999. As funções de assessoria por ela desempenhadas, desde então, compreendiam: "elaboração de estudos, pesquisas e análises relacionados com a interpretação da matéria tributária; orientação aos contribuintes e seus órgãos representativos sobre legislação tributária do Estado de Minas Gerais; resposta a consultas sobre legislação tributária, formalmente formuladas em forma de Processo Administrativo Tributário, por contribuintes ou órgãos representativos de classe; orientação das unidades administrativas fazendárias na interpretação e aplicação da legislação tributária; emissão de parecer sobre matéria tributária solicitado pelo Secretário desta Pasta ou por dirigentes de órgãos da administração direta ou indireta; emissão de parecer acerca da manutenção ou alteração de resposta à consulta, de ofício ou em grau de recurso; acompanhamento da legislação pertinente aos tributos estaduais, bem como a jurisprudência administrativa e judicial em matéria tributária." Nos anos 2000 e 2001, conforme indicam os documentos de f. 31/55, a autora exerceu funções inerentes à classe "ASSESSOR I", que coincidem com os "OBJETIVOS" que constam da Resolução nº 1.719/88 (f. 57/77), a qual especifica as classes de cargos de provimento em comissão do quadro Permanente de Tributação, Fiscalização e Arrecadação. A Resolução nº 1.719/88, na parte que consta à f. 60 dos autos, dispõe: CLASSE: ASSESSOR I 6

CÓDIGO: AS-1 GRUPO: ASSESSORAMENTO RECRUTAMENTO: Limitado às classes do Quadro Permanente de Tributação Fiscalização e Arrecadação. VENCIMENTO: F-5 - GRAU B OBJETIVOS: Executar trabalhos de assessoramento Prestar orientação e consultoria interna a ocupantes de cargo de Direção Superior e aos setores e grupos de trabalho da unidade. Realizar pesquisas e orientar a coleta e sistematização de dados necessários à formulação de estudos técnicos. Elaborar pareceres e relatórios de trabalho. Auxiliar na implantação e no acompanhamento de atividades programadas. Segundo correta percepção do ilustre Sentenciante, o apostilamento deve ser calculado levando-se em conta a remuneração recebida no cargo exercido por mais tempo, quando o servidor tiver ocupado mais de um cargo em comissão, nos termos da norma do artigo 4 da Lei 9.532/1987: Art. 4 - Quando dois ou mais cargos de provimento em comissão tiverem sido exercidos e forem de remuneração diferente, terá o funcionário assegurado o direito à remuneração do maior cargo, desde que este tenha sido exercido por tempo igualou superior a 5 7

(cinco) anos. Parágrafo único - Não ocorrendo o disposto no artigo, será assegurado ao funcionário o direito à percepção da remuneração do cargo que houver exercido por mais tempo, desde que não seja superior à última remuneração recebida. Ademais, restaram "vazias", data venia, as alegações de defesa do réu, ante a ausência de prova que lhe incumbia quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora (art. 333, II, CPC) e, sobretudo, por uma questão de lógica que decorre do que a prova documental efetivamente produzida está a evidenciar. A autora teve que se afastar do exercício das funções inerentes ao cargo efetivo que ocupa para exercer as funções inerentes aos cargos comissionados que ocupou. As funções que exerceu, no período descrito por documentos, foram inerentes ao cargo comissionado e, conforme exposto, coincidem com os objetivos da ASSESSORIA do quadro Permanente de Tributação, Fiscalização e Arrecadação, tal como previsto na Resolução nº 1.719/88. Considerando que, de fato, LETÍCIA PINEL BITTENCOURT exerceu funções inerentes ao cargo comissionado de Assessor de Orientação Tributária por mais tempo (03/08/2001 a 29/02/2004), tenho como correta a declaração do direito da parte autora "de ter retificado o seu título declaratório de apostilamento, passando do cargo em comissão de Supervisor Fazendário II, Código EX-15, Símbolo F-5, Grau A, pra o cargo de Assessor de Orientação Tributária, Código AS-5, Símbolo F5, Grau B". Deverá o ESTADO DE MINAS GERAIS retificar o título declaratório de apostilamento da parte autora, bem como pagar "diferenças remuneratórias pretéritas devidas à parte autora desde 17/01/2008, entre o que a parte autora deveria receber e o que efetivamente recebeu, decorrentes do equívoco ora reconhecido, inclusive os reflexos incidentes sobre todas as vantagens que 8

compõem a remuneração da requerente, recebidas por ela nesse período". Por outro lado, entendo que a r. sentença, permissa venia, merece pequeno reparo na parte relativa aos encargos moratórios. O MM. Juiz estabeleceu que o valor da condenação deverá ser corrigido desde as datas em que os pagamentos deveriam ter sido realizados e acrescido de juros de mora, a partir da citação, nos termos do artigo 1 -F da Lei n 9.494/1997, com redação dada pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001. À luz de precedentes desta Câmara Cível, concluo que sobre as parcelas remuneratórias vencidas deverão incidir juros de mora e correção monetária da seguinte forma: 1) a partir da data em que deveriam ter sido pagos à autora, até 29/06/2009, os valores devidos deverão ser corrigidos monetariamente de acordo com a Tabela da Corregedoria de Justiça do Estado de Minas Gerais; 2) a partir de 29/06/2009, a correção será pela TR, em sintonia com o disposto no artigo 1.º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009; 3) a partir da data da citação (já na vigência da Lei 11.960/2009), também incidirão juros de mora, consoante a norma do artigo 1.º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009. Por fim, concluo que nada deverá ser modificado na sentença quanto aos ônus sucumbenciais. O réu foi condenado ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 15% (quinze por cento) do valor da condenação. 9

De acordo com o Código de Processo Civil: 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% (dez por cento) e o máximo de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, atendidos: a) o grau de zelo do profissional; b) o lugar de prestação do serviço; c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 4º Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo anterior. Nos termos da norma do 4º do art. 20 do CPC, os honorários serão fixados consoante apreciação equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas "a" (o grau de zelo do profissional), "b" (o lugar de prestação do serviço) e "c" (a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço) do 3º do mesmo artigo. Acredito que, ao fixar os honorários advocatícios, em sede de apreciação equitativa, o Magistrado observou os parâmetros definidos pelo artigo 20, 3º e 4º, do CPC. A verba arbitrada não se apresenta excessiva. Ao contrário, razoável em vista das circunstâncias do caso concreto. CONCLUSÃO 10

Diante do exposto, reformo parcialmente a sentença, em reexame necessário, para determinar que sobre as parcelas vencidas incidirão juros de mora e correção monetária da seguinte forma: 1) a partir da data em que deveriam ter sido pagos à autora, até 29/06/2009, os valores devidos deverão ser corrigidos monetariamente de acordo com a Tabela da Corregedoria de Justiça do Estado de Minas Gerais; 2) a partir de 29/06/2009, a correção será pela TR, em sintonia com o disposto no artigo 1.º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009; 3) a partir da data da citação, também incidirão juros de mora, consoante a norma do artigo 1.º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009. Quanto ao mais, confirmo a decisão, em reexame necessário. Custas ex lege. É o meu voto.> <> DES. ALBERTO VILAS BOAS (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. EDUARDO ANDRADE - De acordo com o(a) Relator(a). SÚMULA: "REFORMARAM PARCIALMENTE A SENTENÇA, EM REEXAME NECESSÁRIO" 11