fls. 45 PODER JUDICIÁRIO Registro: 2016.0000434735 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2105998-64.2016.8.26.0000, da Comarca de Santana de Parnaíba, em que é agravante EMK LICOSA LTDA, é agravado FAZENDA PUBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Excelentíssimos Desembargadores MARIA LAURA TAVARES (Presidente) e FERMINO MAGNANI FILHO. MARCELO BERTHE RELATOR ASSINATURA ELETRÔNICA São Paulo, 20 de junho de 2016.
fls. 46 Voto nº 10.082 Agravo de Instrumento nº 2105998-64.2016.8.26.0000 Agravante: EMK Licosa Ltda. Agravada: Fazenda do Estado de São Paulo Juíza sentenciante: Graciella Salzman RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AÇÃO ORDINÁRIA. TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO FAZENDÁRIO. PROTESTO DE CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - CDA. Ausência da verossimilhança das alegações a determinar a suspensão dos créditos tributários e do protesto da CDA. Ausente hipótese de nulidade da CDA e tampouco preenchidos os requisitos a determinar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151 do CTN. Regularidade de protesto da CDA em Tabelionato de Protesto, nos termos da Lei Estadual n 12.767/2012. Constitucionalidade do diploma legal reconhecida pelo C. Órgão Especial deste E. Tribunal de Justiça - Arguição de Constitucionalidade n 0007169-19.2015.8.26.0000. Decisão mantida. Recurso desprovido Tratam os autos de recurso de Agravo de Instrumento extraído de Ação Ordinária (nº 1001917-46.2016.8.26.0529), interposto contra r. decisão de fls. 08/09, proferida pela MM. Juíza da Vara Única da Comarca de Santana de Parnaíba, que indeferiu a tutela provisória porque não vislumbrou o requisito da verossimilhança para suspender os efeitos do protesto das CDA's. 2/5
fls. 47 A particular interpôs recurso de agravo de instrumento sustentando, em síntese, que a norma que autoriza o protesto não consta na Lei 6.830/80. É o relatório. O recurso não merece acolhimento. Compulsando os autos, verifica-se que pretende a agravante declaração de ilegalidade do protesto da CDA em Tabelionatos de Protesto. O procedimento de protesto da CDA no Tabelionato de Protestos, incluído por meio da Lei Estadual n 12.767/2012, é perfeitamente regular, não havendo que se falar de ilegalidade. Ademais, cumpre frisar que o C. Órgão Especial deste E. Tribunal de Justiça já se manifestou pela constitucionalidade do mencionado diploma legislativo: Arguição de inconstitucionalidade. Lei 12.767/2012, que acrescentou dispositivo à Lei nº 9.492/97 de modo a admitir extração de protesto de certidões de dívida ativa. Alegação de falta de pertinência temática entre a emenda legislativa que acrescentou aquela disposição e o teor da Medida Provisória submetida a exame. Irrelevância. Pertinência temática que a Constituição da República só reclama nos casos nela indicados em "numerus 3/5
fls. 48 clausus", rol que não compreende o tema em questão. Sanção presidencial que, ademais, validou o acréscimo feito pelo Legislativo, perdendo sentido, destarte, discussão sobre a regularidade formal daquela modificação. Inconstitucionalidade não reconhecida Arguição desacolhida. (Arguição de Inconstitucionalidade n 0007169-19.2015.8.26.0000, Mogi das Cruzes, Rel. Des. Arantes Theodor, Órgão Especial, j. 18.05.2015). Com efeito, a presunção de legitimidade e certeza de que goza a CDA não se traduz em óbice à efetivação do protesto no Tabelionato. Neste passo, a efetivação do protesto se apresenta como outro meio legalmente previsto a compelir o devedor à satisfação do crédito tributário. Desta forma, ausentes os requisitos para a concessão da tutela antecipada para suspensão da exigibilidade do crédito fazendário, bem como dos efeitos do protesto lavrado no Tabelionato de Protestos. Sendo assim, a r. decisão não comporta reparos, devendo ser integralmente mantida por seus jurídicos fundamentos. Pelo exposto, nega-se provimento ao recurso. A fim de evitar a oposição de Recurso Embargos de Declaração visando apenas o prequestionamento, e para viabilizar o acesso às vias extraordinária e especial, considera-se prequestionada toda a matéria 4/5
fls. 49 infraconstitucional e constitucional deduzida nos autos, sendo desnecessária a citação numérica de todos os dispositivos mencionados (STJ AgRg nos EDcl no REsp 966.229/RS, Rel. Min. Og Fernandes, Sexta Turma, DJe 18.02.2013). Na hipótese de interposição ou oposição de qualquer recurso, incidental ou não, relacionado ao processo nº 1001917-46.2016.8.26.0529, onde há prevenção desta relatoria, ficam as partes intimadas e cientificadas, a partir da publicação desta decisão, que devem manifestar expressamente, na petição de interposição ou razões recursais, se se opõem à forma de julgamento virtual, nos termos da Resolução 549/11 do Órgão Especial deste E. Tribunal de Justiça, alertando que no silêncio o julgamento do recurso na forma virtual ou física ficará a critério do relator. MARCELO BERTHE Relator 5/5