ZOOTECNIA OBESIDADE EM CÃES POR ANDRESSA REIS
S U M Á R I O 1 Obesidade em cães 2 Dieta
Obesidade em cães A obesidade canina é definida como um acúmulo de gordura capaz de prejudicar as funções fisiológicas. O tecido gorduroso acumulado serve como reserva de energia, primariamente. Porém, sabemos que também é produtor de substâncias diversas que desequilibram o organismo e inflamam o corpo de forma generalizada. Um cão obeso é aquele que excede em pelo menos, 15% o seu peso ideal. A grande dificuldade é conseguir estabelecer o peso ideal para cada indivíduo tendo em vista a variação de biótipos existentes dentro de uma mesma raça. Sendo assim, outras maneiras de diagnosticar qualitativamente e quantitativamente a obesidade devem ser aplicadas. Uma das formas mais utilizadas para determinação do grau de obesidade é através da visualização e palpação da estrutura corpórea do animal para determinação do ECC (escore de condição corpórea) como ilustrado na imagem A. O B E S I D A D E E M C Ã E S 0 3
O IMCC (índice de massa corporal canino) também pode ser obtido utilizando-se o peso vivo do animal e sua estatura, como destacado na imagem B. Atrelado aos dois parâmetros citados, ECC e IMCC, é útil a determinação da porcentagem de gordura corpórea através de medições morfométricas, como evidenciado na imagem C. O B E S I D A D E E M C Ã E S 0 4
A causa da obesidade é multifatorial. A causa mais comum está relacionada a fatores sociais e culturais, onde os tutores erram no manejo do cão, oferecendo mais calorias do que o corpo é capaz de utilizar, além de que, a maioria das pessoas não reconhece que seu animal está acima do peso e por isso pouco fazem para resolver o problema, a menos que sejam esclarecidas de sua existência. Outros fatores de risco importantes são: predisposição racial, fatores genéticos, idade, sexo, castração, distúrbios endócrinos, sedentarismo e o tipo de dieta oferecida. Após o diagnóstico, é importante instituir o emagrecimento o mais rápido possível, reduzindo os riscos de desenvolver problemas associados ao estado corpóreo como: displasias, discopatias, ruptura de ligamento cruzado, osteoartrites, resistência insulínica, dificuldade de acesso cirúrgico, distocias, dificuldade respiratória, intolerância a exercícios, problemas dermatológicos, neoplasias, redução da eficiência reprodutiva, alterações na estrutura e função cardíaca, hipertensão arterial, dentre outros. O B E S I D A D E E M C Ã E S 0 5
Dieta O controle de peso pode ser feito através do consumo de rações comerciais especificas ou dieta caseira. As dietas para emagrecimento devem ser de baixa caloria, com concentrações mais elevadas de proteínas e fibras alimentares, uso de amido de assimilação lenta, além do incremento de vitaminas e minerais, para auxiliar no metabolismo das gorduras e carboidratos, além de nutracêuticos específicos que auxiliam a perda de peso. A escolha do alimento deve ser estabelecida por um profissional qualificado tendo em vista que alguns indivíduos podem ter contra indicação para o uso das dietas de emagrecimento. Também é importante salientar que rações classificadas como light não servem para emagrecimento e sim para prevenção da obesidade quando um cão apresenta elevado fator de risco para sua ocorrência. A dieta deve ser calculada a partir do estabelecimento de um peso meta e oferecida em pequenas refeições várias vezes ao dia. Um ponto importante no regime é que todos aqueles envolvidos com o animal admitam, aceitem e compreendam que o cão precisa emagrecer, e assumam o compromisso em colaborar. Petiscos não precisam ser excluídos, mas devem estar contabilizados na ingestão calórica diária máxima. O cão não deve emagrecer com muita rapidez, sendo saudável uma perda semanal de, no máximo, 2% do peso atual. O B E S I D A D E E M C Ã E S 0 6
Retornos são necessários para verificação dos resultados. Além disso, os retornos permitem a programar ajustes necessários na quantidade da ingestão calórica, no plano nutricional e no programa de exercícios físicos, para que o emagrecimento continue a ocorrer gradativamente e que sejam discutidos com o proprietário possíveis causas de fracasso do tratamento, quando este ocorrer. Um zootecnista ou médico veterinário está apto a diagnosticar e tratar a obesidade. A procura de auxilio profissional com a maior brevidade reduz os riscos associados à obesidade e aumenta a longevidade. O B E S I D A D E E M C Ã E S 0 7