COLÉGIO XIX DE MARÇO Educação do jeito que deve ser 2016 3ª PROVA PARCIAL DE PORTUGUÊS QUESTÕES ABERTAS Aluno(a): Nº Ano: 8º Turma: Data: 29/10/2016 Nota: Professor(a): Paula Querino Valor da Prova: 20 Pontos Orientações gerais: 1) Número de questões desta prova: 5 2) Valor das questões: 4,0 pontos cada. 3) Provas feitas a lápis ou com uso de corretivo não têm direito à revisão. 4) Aluno que usar de meio ilícito na realização desta prova terá nota zerada e conceituação comprometida. 5) Tópicos desta prova: Texto, Interpretação e Redação Livro: O Noviço e o Juiz de Paz na roça Gramática: Orações Subordinadas Substantivas 1ª Questão: O Juiz de Paz na Roça (1838) é uma peça teatral de Martins Pena (1815-1848). Trata-se de uma comédia em um ato de 23 cenas, primeira obra de Martins Pena a ser representada, em 4 de outubro de 1838, no Teatro de São Pedro, pela companhia teatral de João Caetano (1808-1863). A peça passa-se na roça e aborda com humor o jeito particular de ser da gente roceira do Brasil do século XIX, focando as cenas em torno de uma família da roça e do cotidiano de um juiz de paz neste ambiente e explorando uma série de situações em que transbordam a simplicidade e inocência daquelas pessoas. Na comédia, o juiz de paz é um pequeno corrupto que usa a autoridade e inteligência para lidar (e suportar) com a absurda inocência dos roceiros, que lhe trazem os mais cômicos casos. O escrivão aparece como servo mais próximo do juiz e viabiliza suas ordens; no entanto, não é intencionalmente corrupto e chega a surpreender-se com algumas decisões de seu superior. A família de Manoel João (incluindo o negro Agostinho) mais José da Fonseca formam o núcleo mais importante da peça. Os outros personagens são roceiros que servem para apresentar ao juiz de paz as esdrúxulas situações que ele deve resolver... a) Que fato, não previsto pelo juiz de paz e por Manuel João, pode alterar os planos de ambos? (1,5) 3ª PPA de Português / 8º ano / Paula Querino / Pág. 1
b) Atualmente, numa cidade grande, que tipos de presentes seriam oferecidos a uma pessoa influente, como um juiz? Muitas vezes, o que se pretende ao oferecer esses tipos de presente, quer seja num pequeno lugarejo, quer seja num grande centro urbano? (1,5) c) Qual a sua opinião sobre a forma de proceder daqueles que presenteiam pessoas influentes tendo em vista obter em troca algum favor? Comente. (1,0) 2ª Questão: O Noviço também é uma comédia de Martins Pena. Nela conhecemos Ambrósio que, querendo apoderar-se do dinheiro de Florência, convence-a a mandar a fila Emília e o filho Juca para o convento. O sobrinho Carlos, já enviado ao convento pelo mesmo motivo, de lá foge. Surge Rosa, uma mulher que revela a Carlos a bigamia de Ambrósio. Carlos troca de vestimenta com Rosa, deixando-a ser levada ao convento em seu lugar. Carlos, em troca da promessa de silêncio a respeito da situação de Ambrósio, consegue livrar do convento a si e aos primos e obtém permissão para casar-se com Emília. Ainda ajuda Ambrósio a despistar as desconfianças de Florência, até que chega o mestre dos noviços, prende o rapaz e revela o episódio envolvendo Rosa. Esta chega e conta à Florência que também é casada com Ambrósio. a) Nesta peça, percebemos uma crítica à maneira como as pessoas são encaminhadas para seguir uma carreira. Ao fazer isto, indiretamente, expõe crítica aos políticos, à diplomacia, ao serviço público... Por que ele compara: (1,0) * o cômico com o político? * o ladrão e o tesoureiro ou fiscal de repartição? b) Em uma das cenas, Carlos emprega o ditado O hábito não faz o monge. Hábito é a vestimenta usada pelos noviços, pelos padres e monges. Na situação em que é empregado por Carlos, o ditado tem sentido literal, isto é, ao pé da letra. Qual é o sentido figurado do ditado? (1,0) 3ª PPA de Português / 8º ano / Paula Querino / Pág. 2
c) Escolha um único adjetivo para caracterizar (1,0) * Ambrósio: * Carlos: * Florência: d) Como os conflitos apresentados no fim do segundo ato a prisão de Carlos e o destino de Ambrósio foram resolvido no desfecho? (1,0) 3ª Questão: Nas aulas de gramática da Apostila 3, estudamos as Orações Subordinadas Substantivas (OSS), que exercem, no período, a função que os substantivos exercem na oração. Leia os enunciados com atenção e faça o que se pede. (1,5) A- Siga os passos: 1º) Divida os períodos em orações. 2º) Substitua a OSS por um pronome substantivo. 3º) Sublinhe a palavra à qual o pronome substantivo se associa. 4º) Escreva a classe à qual essa palavra sublinhada pertence. 5º) Escreva a função sintática (sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto) do pronome substantivo na oração. a) É essencial que você tenha entendido esta matéria. b) O essencial é que você tenha entendido esta matéria. c) Espero que você tenha entendido esta matéria. d) Espero apenas uma coisa: que você tenha entendido esta matéria. 3ª PPA de Português / 8º ano / Paula Querino / Pág. 3
e) Estou com a impressão de que você aprendeu esta matéria. B- Divida os períodos abaixo e classifique as OSS obedecendo ao código: (1,0) (1) OSS Subjetiva (2) OSS Objetiva Direta (3) OSS Objetiva Indireta (4) OSS Predicativa (5) OSS Completiva Nominal (6) OSS Apositiva a) É fundamental que saibamos rever nossos pontos de vista.( ) b) A atriz disse que estava com dor de cabeça.( ) c) A verdade é que um terço da população brasileira é analfabeta.( ) d) O fato é este: que todos aprenderam um pouco mais.( ) e) Duvidamos de que eles tenham feito o trabalho sozinhos.( ) C- As OSS podem ser usadas para evitar, numa frase, a repetição do que. Sabendo disso, reescreva as frases, transformando as OSS em substantivos. (1,5) a) É urgente / que se reúnam os amigos / que não se veem há muito tempo. b) Precisava / de que ele a aconselhasse / antes que descobrissem / que ela desobedecera ao regulamento. c) O ideal é / que se preserve tudo aquilo / que faz parte de nossa cultura. d) Confio / em que o problema será solucionado. e) É verdadeira a notícia / de que o rio foi totalmente despoluído. 4ª Questão: Eu sou normal ( Adélia Chagas) Ser radical é coisa do passado. Hoje, muda-se de tribo o tempo todo. Se você perguntasse a um jovem dos anos 1980 a que tribo ele pertencia, as respostas seriam múltiplas. Ele poderia ser punk, metaleiro, dark, new wave, careca, rockabilly. Um punk tratava um rockabilly como um Montecchio a um Capuletto em Romeu e Julieta: com desdém, raiva e sopapos. Não é à toa que os psicólogos passaram anos teorizando sobre a turma como a segunda família. Era em relação a ela que havia códigos de honra. Era por ela que se combatia e brigava. A instituição turma como substituta da família mereceu os primeiros estudos nos anos 1950. Naquela época, ficou popular o musical West side story, uma versão de Romeu e Julieta que, em vez de Montecchios e Capulettos, opunha as tribos dos Jets e dos Sharks. 3ª PPA de Português / 8º ano / Paula Querino / Pág. 4
Esse quadro mudou na virada para o século XXI. Pergunte a um adolescente de hoje a que tribo ele pertence. Há 99% de chance de que e responda: Eu sou normal. E o que significa ser normal? Não ter tribo? Nada disso. Normal é aquele que transita livremente por diferentes turmas. O que é surfista de dia e pagodeiro de noite, por exemplo. Ou a menina que é nerd no colégio, patricinha no shopping, mas namora um metaleiro e frequenta festas de rock pesado com ele. Nos anos 1980, uma patricinha (na época elas eram chamadas burguesinhas ) sofreria gozações num reduto hardcore. Atualmente, a resistência é bem menor. Vive-se hoje a era do camaleão. Há várias explicações para o fenômeno. A primeira é que o significado das tribos se diluiu. No começo dos anos 1980, ser punk era admirar um movimento de jovens ingleses desempregados com plataforma definida. Hoje, dessa tendência, restaram apenas os cabelos com corte moicano e as braçadeiras de couro. Em vez de ideologia, há acessórios. E diversão. A maior parte das tribos, nos dias de hoje, se agrupa em torno de atividades de lazer. Que pode ser esportivo (surfistas e skatistas), cultural (pagodeiros, roqueiros, alternativos que gostam de MPB) ou relativo à vida noturna (clubbers e darks). Por isso não faz sentido brigar. Por que combater alguém que apenas se diverte de forma diferente? Melhor é ficar amigo, para aproveitar diferentes tipos de programa. Os adolescentes perceberam que não faz sentido se estapear por uma identidade transitória, defende o psicanalista e escritor italiano Contardo Calligaris. Entre os mais velhos, que viveram tempos mais radicais, há quem veja nessa mudança constante um lado negativo, um reflexo de superficialidade dos dias atuais. Na verdade, o exercício da tolerância é uma conquista da geração de hoje.[...] (CHAGAS, Adélia. Eu sou normal. In: Veja Jovens. Revista Veja, São Paulo: Abril, ano 34, n.38, set.2001, p.38-9. Ed. Especial.) a) Explique o que, para a autora do texto, é a era do camaleão. (1,0) b) A autora do artigo reproduz uma citação do psicanalista Contardo Calligaris: os adolescentes perceberam que não faz sentido se estapear por uma identidade transitória. O que é uma identidade transitória? (1,0) c) Releia o título do texto. Observe o significado da palavra normal no dicionário: Normal: 1- conforme a norma, a regra, regular. 2- que é usual, comum, natural. 3- sem defeitos ou problemas físicos ou mentais. 4- cujo comportamento é considerado aceitável e comum. O que significa ser normal, de acordo com o texto? (1,0) 3ª PPA de Português / 8º ano / Paula Querino / Pág. 5
d) Qual o sinal gráfico utilizado no início e no final da palavra normal? Por que esse sinal foi utilizado pela autora do texto? (1,0) 5ª Questão: Produção de texto Tendo como referência o texto Eu sou normal, você irá criar uma história na qual o personagem irá vivenciar uma situação de mudanças na sua vida. Que mudanças foram essas? Quais as consequências? O que foi positivo ou negativo? Seja criativo(a) em seu texto. Não se esqueça do título. 3ª PPA de Português / 8º ano / Paula Querino / Pág. 6