Programa de Consolidação da Aprendizagem - Encontro 05 - Prof. Renato Fenili
I. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I. CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A Administração (Pública) é o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. (Hely Lopes Meirelles)
I. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SENTIDO AMPLO ESTRITO Abrange: ABRANGÊNCIA os órgãos governamentais, que traçam planos e diretrizes de ação (atos de governo). Trata-se de uma função política. órgãos que exercem função meramente administrativa, bem como as atividades a ela inerentes. Restringe-se aos órgãos públicos que exercem função meramente administrativa, bem como às atividades por eles desenvolvidas. Não alcança, assim, a função política de Governo é uma função administrativa, que dá base à consecução dos objetivos do governo.
I. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SENTIDO FORMAL, SUBJETIVO OU ORGÂNICO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ESTRITA) SIGNIFICADO Neste sentido, Administração Pública (com letras maiúsculas) refere-se aos órgãos, pessoas jurídicas e agentes que estejam exercendo função administrativa, em qualquer dos Poderes (Executivo, Legislativo ou Judiciário), em qualquer das esferas políticas (União, Estados, DF ou Municípios). Assim, poderemos estar nos referindo à: Administração Pública Direta = conjunto de órgãos que integram a União, Estados, DF ou os Municípios e que exercem, de forma centralizada, as atividades administrativas. Administração Pública Indireta = conjunto de órgãos e pessoas jurídicas que se vinculam à Administração Pública Direta e que exercem, de forma descentralizada, atividades administrativas (são as autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).
I. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SENTIDO MATERIAL, OBJETIVO OU FUNCIONAL ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ESTRITA) SIGNIFICADO Neste sentido, administração pública (agora com letras minúsculas) refere-se à atividade administrativa em si, executada pelo Estado através de seus órgãos e entidades, de forma centralizada ou descentralizada. Há quatro atividades que podem ser listadas como próprias da administração pública em sentido material: Fomento = incentivo à iniciativa privada de utilidade pública (concessão de incentivos fiscais, por exemplo); Intervenção = atuação econômica do Estado no setor privado, seja diretamente (empresas públicas ou sociedades de economia mista, por exemplo) ou por regulação econômica; Polícia Administrativa = deriva do poder de polícia (um dos poderes do administrador público) e referese às eventuais restrições ou condicionamentos impostos aos particulares, em benefício do interesse público (fiscalizações sanitárias em estabelecimentos, por exemplo); e Serviço Público = é a atividade que a Administração Pública executa para satisfazer a necessidade pública geral (serviços de transporte, de telecomunicações etc.).
II. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
II. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] L I M P E LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIÊNCIA
Inexistência de hierarquia entre princípios [...] do ponto de vista jurídico, é forçoso admitir que não há hierarquia entre os princípios constitucionais. Ou seja, todos as normas constitucionais têm igual dignidade; em outras palavras: não há normas constitucionais meramente formais, nem hierarquia de supra ou infra-ordenação dentro da Constituição, conforme asseverou Canotilho. Existem, é certo, princípios com diferentes níveis de concretização e densidade semântica, mas nem por isso é correto dizer que há hierarquia normativa entre os princípios constitucionais. http://www.sedep.com.br/?idcanal=24166
Legalidade PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Esfera de aplicação Particular Administração Pública Significado O Estado só pode impor sua vontade ao particular por força de lei (e demais espécies normativas). É lícito fazer tudo aquilo que a lei (e as demais espécies normativas) não proíbe. Só é permitida à Administração Pública a execução do que está expressamente previsto em lei, ou nas demais espécies normativas.
Acepção Finalidade Vedação à promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos Impessoalidade PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Significado o princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente, de forma impessoal. (Hely Lopes Meirelles) CF/88, Art. 37, 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Moralidade Decreto nº 1.171/94, II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e 4, da Constituição Federal. MORAL ADMINISTRATIVA Toma por base os valores referentes ao desempenho da atividade estatal. É imposta ao agente público para a sua conduta interna, ou seja, perante a instituição que representa. MORAL COMUM Refere-se ao conjunto de valores inerentes aos membros de certa coletividade. É imposta ao homem para sua conduta externa, perante os membros da sociedade. Em síntese: a moral administrativa difere da moral comum por ser jurídica e por suscitar a invalidação de atos administrativos praticados sem a observância a este princípio.
Moralidade Decreto nº 1.171/94, III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
Publicidade PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE ACEPÇÃO Pressuposto de eficácia Transparência SIGNIFICADO No sentido mais comum, o Princípio da Publicidade refere-se à necessidade de publicação oficial dos atos administrativos a fim de que possam produzir efeitos externos. Nesse caso, diz-se que a publicidade dos atos administrativos é pressuposto de sua eficácia, ou seja, é condição necessária para que passe a produzir efeitos com relação àqueles a quem se destina. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo também se lembram do sentido menos comum do Princípio da Publicidade: a exigência da transparência da atividade administrativa como um todo. Nessa acepção, todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral (inciso XXXIII do artigo 5º da CF/88).
Eficiência [...] o princípio da eficiência é aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social. (MORAES, 2010) A Professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, ainda, entende haver dois aspectos de aplicação do Princípio da Eficiência: a forma de atuação do agente público deve resultar no melhor desempenho possível; o modo de organização, de estruturação e de disciplina da Administração Pública deve ser o mais racional possível.