Aula 01. Direito do Trabalho. Direito do Trabalho DOS PRINCÍPIOS E FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Professor: Roberto Conceição

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Transcrição:

Aula 01 Direito do Trabalho DOS PRINCÍPIOS E FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Professor: Roberto Conceição www.pontodosconcursos.com.br 1

Aula 01 Dos Princípios e Fontes do Direito do Trabalho Olá candidato, tudo bem? Hoje vamos iniciar nosso estudo de Direito do Trabalho para o cargo de TÉCNICO JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA para o TRT 11ª Região. Aqui faremos um estudo sistemático no qual será abordada a teoria do Direito do Trabalho, direito material do trabalho e para fixar o conteúdo realizaremos questões do TRT. Mas antes, deixe eu me apresentar a vocês, meu nome é Roberto Conceição e sou: Professor universitário e de cursos para concursos Advogado graduado pela UNIP, pós graduado em Direito do Trabalho pela UNICID-Universidade Cidade de São Paulo e Mestre em Direito pela Unisantos Universidade Católica de Santos, Personal & Personal Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching. Vice Presidente da Comissão de Direitos Humanos OAB/SBCampo. Autor de livros e artigos científicos e pesquisador inscrito no CNPQ. Neste curso o meu objetivo será de proporcionar a você a maior quantidade de conhecimento, tanto na teoria quanto na resolução de questões. Material indispensável para o estudo: - Constituição Federal - Consolidação das Leis do Trabalho CLT decreto lei 5452/43 www.pontodosconcursos.com.br 2

- Súmulas e OJ S do TST Ficou com alguma dúvida? Fique à vontade para me contatar, segue abaixo meus contatos: E-MAIL: adv.robertoconceicao@yahoo.com.br FACEBOOK: prof.robertoconceicao Diante disso, mãos à obra? Aula Conteúdo Programático Data 00 Teoria Geral do Direito do Trabalho 18/11 01 Dos princípios e fontes do Direito do Trabalho 30/11 02 Do contrato individual de trabalho 07/12 03 Salário e remuneração 15/12 04 Jornada de Trabalho 20/12 05 Direito de Férias 20/12 06 Adicionais Insalubridade e Periculosidade 29/12 07 Proteção do trabalho da mulher e do menor 05/01 08 Direito coletivo do trabalho 18/01 www.pontodosconcursos.com.br 3

Sumário www.pontodosconcursos.com.br 4

Pessoal aula passada, iniciamos com uma breve introdução, falamos sobre a evolução histórica, aprendemos os fatores internos e externos que influenciaram o direito do trabalho no Brasil e agora vamos estudar as fontes e princípios do nosso querido Direito do Trabalho. Vamos lá? FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Conceito Fontes do Direito do Trabalho são entendidas por tudo que de certa forma, fundamenta a ciência jurídica trabalhista, fontes, do latin (fons), que significa nascente, origem, de onde provém o direito do trabalho. É a origem da norma jurídica. Para Claude Du Pasquier: É o ponto pelo qual ela sai das profundezas da vida social para aparecer à superfície do Direito Classificação Das Fontes FONTE MATERIAL: A fonte material é o momento pré - jurídico. São as responsáveis pelo surgimento de uma norma jurídica. Essas normas são baseadas em algum acontecimento político, econômico ou social. Exemplo: Revolução Industrial. FONTE FORMAL: A fonte formal é o momento jurídico. São as formas em que o direito se apresenta, ou seja, o que dá forma ao direito. www.pontodosconcursos.com.br 5

Exemplo: CRFB, Leis e Decretos. Classificação Das Fontes Formais As fontes formais possuem como características ser um comando geral e abstrato. Heterônomas É aquela na qual tem a participação do Estado. Ele é originador das regras, ou seja, quem elabora a norma é o Estado, sem a participação dos destinatários. Exemplos: CF (artº 7), CLT, Lei FGTS, sentença normativa, lei complementar, lei ordinária, medida provisória, decretos, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil. Autônomas É produzida pela sociedade tendo a participação daqueles em que a norma será aplicada, nesse caso a norma é criada sem a participação do Estado, ou seja, os próprios destinatários criam a norma. Exemplo: convenções coletivas e acordos coletivos, costumes. Muitos autores, grande maioria da doutrina, não entendem como fonte formal autônoma o contrato de trabalho e o regulamento da empresa. Por não terem como características ser de comando geral e abstrato. www.pontodosconcursos.com.br 6

Está vendo o atenção ai em cima? Ainda dentro da classificação de fontes formais temos o acordo coletivo e convenções coletivas. Esses conceitos são essenciais no Direito do Trabalho, por isso, fique atento! Convenção coletiva São acordos entre sindicatos dos trabalhadores e empregadores, é um conjunto de normas estabelecidas entre sindicatos representantes de empregadores e empregados de uma determinada categoria. Acordo coletivo São acordos entre sindicatos de trabalhadores de uma determinada categoria e uma ou mais empresas, é um conjunto de regras da relação trabalhista e que vinculam as partes; Ficou com dúvidas? Envie um e-mail. Fontes Subsidiárias O artigo 8º da CLT demonstra de forma clara as fontes subsidiárias do direito do trabalho ou de integração na ausência da norma ou disposição contratual. O poder público não pode se esquivar e deixar de analisar um caso concreto, ele precisa ser solucionado. www.pontodosconcursos.com.br 7

Artigo 8º CLT As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. As fontes subsidiárias são: Jurisprudência: É o conjunto das decisões dos tribunais versando sobre um caso concreto. (jurisprudência do TST). Súmulas: entendimento do tribunal como um todo. Orientações jurisprudenciais: entendimento das seções de dissídios individuais - SDI- 1, SDI-2 Analogia: É a aplicação a um caso concreto que necessita ser solucionado, porém existe uma lacuna nas fontes, nesse sentido o juiz irá se basear em outro seguimento jurídico, caso semelhante a fim de resolver a questão apresentada. Equidade: O juiz deve suavizar o rigor da norma, analisando cada caso. Princípios e normas gerais de direito: É o alicerce que inspiram as normas jurídicas, é o fundamento da legislação positiva, são necessários para elaboração das normas, exemplo dignidade da pessoa humana, boa fé, da www.pontodosconcursos.com.br 8

honra, do uso não abusivo do direito, enriquecimento sem causa, ninguém poderá alegar desconhecimento do direito, etc. Usos e costumes: É a pratica usual de uma comunidade, que embora não esteja prevista no ordenamento jurídico as partes acredita existir. Exemplo o 13º salário começou como um costume só em 1962 foi regulamentado. Direito comparado: É solução jurídica quando se utiliza uma analise das normas aplicadas em outros países. Essas são as fontes do Direito do Trabalho, irei deixar um singelo esquema, apenas para facilitar na hora dos estudos. www.pontodosconcursos.com.br 9

Estudaremos agora os principais princípios do Direito do Trabalho. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS 1) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO: Esse princípio tem como objetivo dar proteção jurídica ao empregado em face da sua inferioridade frente à relação empregatícia com seu empregador. O principio da proteção visa dar equilíbrio na relação empregatícia. Esse princípio se divide em três outros, são eles: - Princípio In dúbio pro operário: Na dúvida ao interpretar uma lei, aplica-se a norma mais favorável ao trabalhador, visando sempre a melhor condição social. - Da condição mais benéfica (art. 5º XXXVI, Súmula 51 TST): Deve - se entender como direito adquirido o art. 5º da CF/88 em seu inciso XXXVI nos revela que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. A norma mais benéfica é direito adquirido, não podendo ser modificadas para uma condição inferior a essa conquistada. Art 5º - XXXVI a lei não prejudicará o direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada; SÚMULA 51, TRT NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973) II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex-oj nº 163 da SBDI-1 - inserida em 26.03.1999) www.pontodosconcursos.com.br 10

- Da norma mais favorável Art. 620 CLT: Nesse princípio temos que a hierarquia das normas jurídicas é flexível, pois havendo várias normas a serem aplicadas, deve ser aplicada a que for mais benéfica ao empregado. Temos como exemplo o que dispõe o art. 620 CLT, que diz "as condições estabelecidas em convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo". Assim sendo, entende-se que normas menos favoráveis ao trabalhador, apenas poderão ser aplicadas àqueles que foram admitidos recentemente. Art. 620, CLT: As condições em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. www.pontodosconcursos.com.br 11

FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS - TEORIA CONGLOBAMENTO Obs.: Não vale p/ normas proibitivas CF-EC.-T.D.H (com status de EC) T.D.H- Supalegal LO- LD- LC-MP DECRETOS-PORTARIAS-IN CF: Constituição Federal EC: Emenda Constitucional TDH: Tratado de direitos humanos LO: Lei ordinária LD: Lei delegada LC: Lei complementar MP: Medida provisória IN: Instrução Normativa CF LEIS ATOS DO PODER EXECUTIVO SENTENÇAS NORMATIVAS CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO COSTUMES NORMA MAIS FAVORÁVEL AO EMPREGADO NORMA MENOS FAVORÁVEL AO EMPREGADO www.pontodosconcursos.com.br 12

Exemplo: Caso tenhamos uma convenção coletiva que autorize o trabalho do menor em período noturno ou insalubre ou perigoso, como a CF proíbe o trabalho do menor nessas circunstâncias, não pode-se ter uma convenção, uma norma que autorize essa situação, ainda que tenha adicional. Neste caso não haverá flexibilização pois se trata de uma norma proibitiva. FLEXIBILIZAÇÃO X DESREGULAMENTAÇÃO Para alguns autores, fala-se em flexibilização apenas no direito individual do trabalho e a desregulamentação no direito coletivo do trabalho. A desregulamentação é a ideia que os sindicatos comecem a criar regras e criarem normas trabalhistas. Para Amauri Mascaro Nascimento, a desregulamentação se diferencia da flexibilização quanto ao âmbito a que se referem, pois a desregulamentação é vocábulo que deve ser restrito ao direito coletivo do trabalho e a palavra flexibilização ao direito individual do trabalho. Sérgio Pinto Martins, na desregulamentação, o Estado deixa de intervir nas relações de trabalho, que ficam a cargo da negociação individual ou coletiva: a lei simplesmente deixa de existir. Na flexibilização, as regras existentes são alteradas, diminuindo a intervenção do Estado, porém garantindo-se um mínimo indispensável de proteção ao empregado, para que possa sobreviver dignamente. A mesma é feita com a participação do sindicato e em certos casos, só é permitida para modificar alguns direitos, como reduzir salários, reduzir e compensar jornada de trabalho, como ocorre nas crises econômicas. Tudo bem até aqui pessoal? Então vamos dar continuidade. www.pontodosconcursos.com.br 13

2) PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS (ART.444 CLT.) Obs. Pode haver flexibilização via convenção. Este princípio consiste na ideia de que o trabalhador não poderá renunciar a direitos impostos pelas leis trabalhistas. O art. 9º da CLT diz que serão nulos os atos praticados com o objetivo de fraudar a aplicação dos direitos trabalhistas. No entanto, é comum verificar situações na qual o trabalhador renuncia a seus direitos quando está em juízo por conta de acordos realizados, porém, essa renuncia não poderá ocorrer fora da justiça do trabalho, já que o trabalhador não pode privar-se voluntariamente de vantagens a ele conferidas pela lei trabalhista. A súmula 276 do TST O aviso prévio é irrenunciável pelo trabalhador. Todas as verbas rescisórias são irrenunciáveis pelo trabalhador. Pois inexiste res dúbia "dúvida", em relação ao recebimento dessas. Art.9, CLT Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Constituição. Súmula nº 276 do TST: AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. www.pontodosconcursos.com.br 14

3) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO Através desse princípio visa-se assegurar uma continuidade do trabalhador com seu vínculo empregatício. O contrato de trabalho, via de regra, é uma relação de emprego, terá prazo indeterminado, não poderá o empregado sofre dispensa arbitrária, a exceção são os contratos com prazo determinado, como os contratos de trabalhos temporários. Esse princípio visa à proteção do contrato, para que não haja sucessivas substituições do empregador. De acordo com a súmula 212 do TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade 4) PRINCÍPIO da DA relação PRIMAZIA de emprego DA REALIDADE constitui (ART presunção 9º) favorável ao empregado, pois esse se encontra na dependência do empregador, ou seja, depende dele para seu sustendo, relação de caráter alimentar. 4) PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE (ART 9º) Este princípio entende que, quando houver um desentendimento entre os fatos e as provas documentais, deverá ser de valia a verdade real. Para o Direito trabalhista, os fatos são mais importantes que as provas documentais. Assim, podemos afirmar que um contrato de trabalho tácito, tem a mesma validade que outros contratos de trabalho. Exemplo, se na carteira de trabalho o empregado foi registrado com o valor X e a verdade real ele ganha Y, nesse caso, pouco importa o valor documental e deve prevalecer a verdade real, ou seja, o salário real e não aquele que está em carteira. www.pontodosconcursos.com.br 15

5) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO OIT A OIT, na década de 90, após mudanças econômicas elaborou uma Declaração acerca dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. Assim, criou princípios, considerados como direitos fundamentais do trabalhador. São esses: a) a liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório; c) a abolição efetiva do trabalho infantil; d) a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação. Essa declaração elaborada pela OIT, não dispõe de nenhuma forma coercitiva, para que esses princípios sejam cumpridos. Essa declaração visa apenas, uma cooperação para que tais princípios possam ser aplicados. www.pontodosconcursos.com.br 16

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. www.pontodosconcursos.com.br 17

6) PRINCÍPIO DA IMPERATIVIDADE DAS NORMAS TRABALHISTAS Restringir o afastamento da norma trabalhista mediante declaração bilateral de vontade. Deverá prevalecer as normas trabalhistas, não podendo as partes, através de um acordo, ajustar cláusulas contratuais trabalhistas que prejudique o empregado. 7) PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL Esse princípio assegura que o salário do empregado não seja reduzido, sendo essa uma inalterabilidade contratual lesiva. O objetivo deste princípio é assegurar ao obreiro, o recebimento da sua contraprestação, que é seu por direito. Não ocorrendo assim, oscilações no seu valor, causando uma deficiência para suprir suas necessidades, como por exemplo, alimentação e saúde do trabalhador. Diversos dispositivos legais protegem a irredutibilidade do trabalho, como o artigo 7º da Constituição Federal, que diz: Art. 7º CF: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; www.pontodosconcursos.com.br 18

Art. 462 CLT Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 8) PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA O contrato não poderá ser alterado de forma lesiva, não se aplica PACTA SUNT SERVANDA. Esse princípio tem como base o princípio do direito civil PACTA SUNT SERVANDA, o contrato faz lei entre as partes, no entanto para o direito do trabalho não pode se aplicar esse princípio que é utilizado no direito civil, devendo dessa forma ser observado o princípio do direito do trabalho PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUTAL LESIVA, ou seja, em regra é vedado as alterações contratuais desfavorável ao empregado, art. 468 da CLT retrata essa regra. www.pontodosconcursos.com.br 19

Art. 468 CLT: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. www.pontodosconcursos.com.br 20

Pessoal, mais uma vez deixo acima um singelo esquema! Agora vamos resolver exercícios? EXERCÍCIOS 01. São fontes formais do Direito do Trabalho, exceto : a) a Sentença que decide o dissídio coletivo b) a Sentença que decide a ação civil pública c) a Constituição da República d) a Convenção Coletiva e) a Lei 02. Relativamente às fontes do direito do trabalho, assinale a proposição INCORRETA: a) Os regulamentos de empresa constituem imposições unilaterais de vontade do empregador, devendo optar o empregado pelo regulamento do seu empregador que mais lhe convenha, sob pena de renuncia de direitos. b) os usos são fontes não estatais do direito de trabalho, assim como os costumes trabalhistas, que são válidos desde que não contrariem a lei. c) a analogia não constitui uma fonte de direito, mas apenas uma técnica de integração e interpretação e aplicação de uma norma jurídica já existente no ordenamento jurídico. d) o direito civil constitui a matriz teórica da doutrina do direito do trabalho, podendo servir como sua fonte subsidiária, desde que haja compatibilidade com os princípios próprios do direito do trabalho. www.pontodosconcursos.com.br 21

e) não há subversão da hierarquia das leis do trabalho, pois a norma de menor hierarquia repele a norma de posição hierárquica mais elevada e supera na concessão de proteção ao trabalhador. 03. A propósito das fontes formais do Direito do Trabalho, analise as proposições abaixo e assinale a resposta INCORRETA: a) Segundo uma das classificações existentes na doutrina, as fontes do Direito do Trabalho podem ser primárias ou fonte de criação, onde o contrato seria única fonte de criação da relação de emprego, que possui sua capacidade produtiva limitada pela produção de outras fontes que, por sua natureza, podem ser denominadas imperativas, cujas normas se impõem de modo irresistível à vontade dos contraentes, incorporando-se automaticamente ao conteúdo da relação. b) À luz da Consolidação das Leis do Trabalho, no conflito entre acordo e convenção coletiva, as condições estabelecidas em convenções coletivas, quando mais favoráveis, prevalecerão sob as estipuladas em acordo. c) No aspecto da hierarquia das fontes, que constitui um traço de originalidade no Direito do Trabalho, prevalece a norma mais favorável ao empregado, ainda que esta seja hierarquicamente inferior. d) Em razão do modelo plástico ou flexível a respeito da hierarquia das fontes no Direito do Trabalho, surgiram duas teorias centrais com o objetivo de conferir o máximo de objetividade e universalidade ao critério hierárquico prevalecente neste ramo do Direito: a teoria da acumulação, que propõe o fracionamento do conteúdo, retirando-se os preceitos e institutos singulares que se destaquem por seu sentido mais favorável ao trabalhador; e a teoria do conglobamento que propugna pela organização do instrumento em função da matéria tratada, para se extrair o instrumento mais favorável, encarado este sob o ângulo unitário. e) A Sentença Normativa é fonte heterônoma peculiar ao Direito do Trabalho, e, segundo precedente normativo do Colendo Tribunal Superior o Trabalho, vigora desde seu termo inicial até que sentença normativa, convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho superveniente produza sua revogação expressa, respeitado, porém, o prazo máximo legal de dois anos de vigência. www.pontodosconcursos.com.br 22

04. Segundo Américo Plá Rodriguez, os princípios são linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma série de soluções, pelo que podem servir para promover e embasar a aprovação de novas normas, orientar a interpretação das existentes e resolver os casos não previstos. Associe os princípios de Direito do Trabalho listados na coluna da esquerda às hipóteses contidas na coluna da direita. 1 -Princípio da proteção expresso na incidência da norma mais benéfica ao trabalhador. 2 -Princípio da primazia da realidade. 3 -Princípio da intangibilidade salarial. 4 -Princípio da irrenunciabilidade. 5 - Princípio da proteção expresso na incidência da condição mais benéfica ao trabalhador. ( ) As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. ( ) Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. ( ) A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional, por instrumento escrito ou por todos os meios permitidos em direito. ( ) As empresas de crédito, financiamento ou investimento, também denominadas financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art. 224 da CLT. www.pontodosconcursos.com.br 23

( ) Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. a) 1 3 2 5 4 b) 1 4 5 2 3 c) 3 4 2 5 1 d) 5 3 4 2 1 e) 5 4 2 1 3 05. Maria, estudante de direito, está discutindo com o seu colega de classe, Denis, a respeito das Fontes do Direito do Trabalho. Para sanar a discussão, indagaram ao professor da turma sobre as fontes autônomas e heterônomas. O professor respondeu que as Convenções Coletivas de Trabalho, as Sentenças Normativas e os Acordos Coletivos são fontes: a) Autônomas. b) Heterônimas, autônomas e heterônimas, respectivamente. c) Autônomas, autônomas e heterônomas, respectivamente. d) Autônoma, heterônomas e autônomas, respectivamente. e) Heterônomas. GABARITO 01: b www.pontodosconcursos.com.br 24

Comentários: Conforme vimos, as fontes formais são subdivididas em mais 5 fontes, mas não citamos ação civil pública. MATERIAIS: proveniente de manifestações sociais. FORMAIS: São as formas em que o direito se apresenta, ou seja, o que dá forma ao direito. 02: a Comentários: O regulamento de empresas podem ser tanto unilaterais ou bilaterais 03: e Comentários: O precedente normativo nº 120 do TST, prevê o prazo máximo de 4 e não 2 anos. A sentença normativa vigora, desde seu termo inicial até que sentença normativa, convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho superveniente produza sua revogação, expressa ou tácita, respeitado, porém, o prazo máximo legal de quatro anos de vigência. 04: e 05: d www.pontodosconcursos.com.br 25

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