Reforma Trabalhista (Lei n /2017): NEGOCIAÇÃO COLETIVA. Gisela R. M. de Araujo e Moraes Desembargadora do Trabalho

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Mario Dias Canto
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1 Reforma Trabalhista (Lei n /2017): NEGOCIAÇÃO COLETIVA Gisela R. M. de Araujo e Moraes Desembargadora do Trabalho

2 PANORAMA EXISTENTE Sociedade altamente litigiosa (1 ação para cada 2 habitantes) Crise econômica impulsiona o ingresso de ações Aumento de demandas com pluralidade de pedidos Legislação Trabalhista ultrapassada ( CLT/1943) Fenômeno da Globalização (rapidez ao acesso de informações) Necessidade de flexibilizar com responsabilidade e cautela

3 NECESSIDADE DE VALORIZAR A NEGOCIAÇÃO COLETIVA Estabelecimento de condições de trabalho específicas, atendendo aos legítimos interesses de ambas as partes. Incentivo ao diálogo. A solução construída entre as partes traz maior pacificação social que aquela imposta pelo judiciário. Contribui de forma decisiva para a diminuição da litigiosidade.

4 REPRESENTAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO Art. 11 da Constituição Federal: Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Período anterior à vigência da Lei nº /17: os representantes dos empregados na empresa não possuíam qualquer prerrogativa sindical ou mesmo proteção contra a despedida imotivada, circunstância que impedia que os objetivos desse instituto fosse alcançado.

5 REPRESENTAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO A Lei nº /17 inseriu o Título IV-A à CLT, contendo diversos artigos para regulamentar a representação dos trabalhadores (Art. 510-A da CLT), cuja composição é definida pela quantidade de empregados da empresa: I. nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três membros; II. nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por cinco membros; III. nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros.

6 REPRESENTAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO Prerrogativas dos integrantes da comissão: - duração do mandato é de um ano, vedada sua nova candidatura nos dois pleitos subsequentes (art. 510D, 1º, da CLT). - o empregado não poderá ser despedido arbitrariamente, seja por motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Esta proteção inicia-se a partir do registro da candidatura e permanece até um ano após o fim do respectivo mandato.

7 REPRESENTAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO A comissão de representantes dos empregados terá as seguintes atribuições (art. 510-B da CLT): I. representar os empregados perante a administração da empresa; II. aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus empregados com base nos princípios da boa-fé e do respeito mútuo; III. promover o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho com o fim de prevenir conflitos; IV. buscar soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, de forma rápida e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas legais e contratuais; V. assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical; VI. encaminhar reivindicações específicas dos empregados de seu âmbito de representação; VII. acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, previdenciárias e das. convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho

8 REPRESENTAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO Inserido pela MP nº 808/2017. Art. 457, 18. Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão de empregados, mediante previsão em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, para acompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta de que trata o 3º, cujos representantes serão eleitos em assembleia geral convocada para este fim pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de emprego vinculada ao desempenho das funções para que foram eleitos, e, para as demais empresas, será constituída comissão intersindical para o referido fim.

9 REPRESENTAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO Inserido pela MP nº 808/2017. Art. 510-E. A comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de defender os direitos e os interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, hipótese em que será obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas de trabalho, nos termos do incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição.

10 NEGOCIAÇÃO COLETIVA Art. 7º, CF - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ( ) XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho Convenções n. 98 e n. 154 da OIT ratificadas pelo Brasil: estimulam a negociação coletiva como forma de ajustar condições de trabalho. RE n /SC: STF reconhece como válida a negociação coletiva para ajustar condições de trabalho.

11 PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO Objetivo: Valorizar a negociação coletiva e a autonomia privada coletiva. Art. 8, 3º, CLT. No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei nº , de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva Art. 620, CLT. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.

12 PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO Art. 611-A, CLT - Exemplifica as matérias em que, respeitados os incisos III e VI da Constituição Federal, a convenção coletiva e o acordo coletivo tem prevalência sobre a lei. Art. 611-B, CLT - Enumera direitos que não podem ser suprimidos ou reduzidos por convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, exclusivamente.

13 NEGOCIAÇÃO COLETIVA / VICE-PRESIDÊNCIA JUDICIAL TRT-15 (BIÊNIO 2015/2016)

14 CASOS EMBLEMÁTICOS CASO 1 Empresa do ramo sucroalcooleiro que, em período de crise e reestruturação, deixou de pagar salários. (patrimônio bloqueado, inclusive com penhora diária de numerário) Mais de 200 ações na Vara de Origem Acordo de R$ ,00 pagamento em 20 parcelas retomada da produção e suspensão das reclamações.

15 CASOS EMBLEMÁTICOS CASO 2 Jornal de grande circulação na região de Campinas x Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (Dissídio de greve) Pacificação do conflito com o parcelamento das verbas rescisórias dos trabalhadores em 6 vezes.

16 "A falta traz a necessidade, o excesso o indesejado e o equilíbrio a permanência." Autor desconhecido

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