PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE ADMISSÃO DISCENTE Processo Seletivo 2016/1 Edital 15/2016 PROGRAD Prova em 20/02/2016 PROVA 1 INSTRUÇÕES O início das provas (Prova 1 e Prova 2) está previsto para as 8h, e o seu encerramento para as 11h. Você somente poderá sair a partir das 10h30. Não se comunique, em hipótese alguma, com outros candidatos. Não é permitido consulta a apontamentos, livros ou dicionários. Solicite a presença do fiscal apenas em caso de extrema necessidade. Esta Prova 1, que aborda conteúdos relacionados à formação em Medicina, é objetiva, com 40 questões do tipo V ou F. Ao utilizar o Cartão-Resposta, primeiro confira o número de sua inscrição e o seu nome. Depois, assine no retângulo adequado (não faça outras anotações ou marcas). Para marcar as respostas no Cartão-Resposta, utilize caneta esferográfica azul ou preta. A resposta final de cada questão deverá ser transportada para o Cartão-Resposta, sem rasuras. Não serão consideradas as respostas que não forem transportadas para o Cartão-Resposta. Em nenhuma hipótese serão distribuídas duplicatas do Cartão-Resposta. Ao terminar as provas, o candidato terá de devolver para o fiscal os Cartões-Resposta e os Cadernos de Provas.
ORIENTAÇÕES GERAIS Nesta Prova 1, cada questão é constituída de uma afirmação relacionada às concepções e aos princípios que fundamentam os cursos de Medicina no País, às Diretrizes Curriculares Nacionais para esse curso e à formação do médico no contexto atual. Analise atentamente cada uma e assinale no espaço apropriado a letra V, caso a afirmação seja verdadeira, ou F, caso seja falsa. Ao final, transcreva suas respostas para o Cartão-Resposta. Não serão consideradas respostas não transpostas para o Cartão-Resposta. QUESTÃO 01 ( ) As bases da educação médica brasileira atual deslocaram o docente do papel central no processo de ensino-aprendizagem para o papel de facilitador dos estudantes na construção do conhecimento e obtenção de habilidades para a atenção em saúde. QUESTÃO 02 ( ) O contato com as perdas, o ambiente competitivo, a privação de lazer e a sensação de insegurança técnica funcionam como um retrato da formação em Medicina, o que a torna densa e carregada de grandes responsabilidades. QUESTÃO 03 ( ) A Problematização, que tem respaldo na Pedagogia Libertadora de Paulo Freire, e a Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based Learning PBL) apresentam-se como dois caminhos diferentes de ensino e de formação profissional, com diferentes consequências. No entanto, têm em comum o aprendizado centrado no aluno. QUESTÃO 04 ( ) Em nosso país, a Estratégia Saúde da Família (ESF) é o principal instrumento para a reorganização da Atenção Básica. QUESTÃO 05 ( ) O treinamento em comunicação de más notícias permite redução da ansiedade, melhoria da compreensão e da adesão dos pacientes. QUESTÃO 06 ( ) A ética da relação estudante-professor envolve afetividade, autonomia, obrigações e responsabilidade de cada um dos agentes. QUESTÃO 07 ( ) A transgressão do Código de Ética Médica, especialmente das normas deontológicas, pode levar o infrator a receber penas legais. QUESTÃO 08 ( ) De acordo com Moretti-Pires (2012), o processo de formação é considerado sobretudo um ato político partidário dentro dos pressupostos freireanos e é, assim, um espaço privilegiado à mudança social. Essa visão dialética traz em seu bojo uma possibilidade e uma necessidade de se investigar a formação profissional em Saúde em sua origem e de se observar sua articulação para além da academia. Embora não vá além da simples teorização intelectual acadêmica, tal proposta pedagógica embasa a inserção precoce dos acadêmicos na comunidade por eles assitida, como ocorre no processo de aprendizagem dos estudantes de Medicina da PUC Goiás. (MORETTI-PIRES, Rodrigo Otávio. O pensamento freireano como superação de desafios do ensino para o SUS. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 36, n. 2, p. 255-263, jun. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0100-55022012000400015&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 5
QUESTÃO 09 ( ) O médico está inserido na era das diretrizes, revisões sistemáticas, meta-análises e acesso rápido a diversas bases de dados da internet. Nesse contexto, um novo desafio posto aos alunos de Medicina é aprender a adquirir, explorar e analisar essa fonte crescente de conhecimento. Mas, além da habilidade de aplicar evidências, um bom médico, em sua prática, deve ter um bom raciocínio clínico. QUESTÃO 10 ( ) O desenvolvimento da Atenção Básica à Saúde não depende do trabalho efetivo da equipe multiprofissional. QUESTÃO 11 ( ) Um dos conceitos que fundamentam o pensamento de Paulo Freire e que, segundo Gomes e Rego (2014), pode ser considerado útil à discussão da formação do médico de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, é a ação libertadora, ou seja, aquela em que educador e educando partem de uma reflexão, bem como da ação, para transformar a realidade e emancipar a população. Tal proposta pedagógica é adotada pelo curso de Medicina da PUC Goiás e pode ser avaliada no cotidiano dos médicos egressos desta escola. (GOMES, Andréia Patrícia; REGO, Sergio. Paulo Freire: contribuindo para pensar mudanças de estratégias no ensino de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 38, n. 3, p. 299-307, set. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0100-55022014000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 5 QUESTÃO 12 ( ) A medicina está entre as profissões que apresentam mais chances de atrair pessoas com baixo grau de dificuldade para lidar com a morte. QUESTÃO 13 ( ) Problemas no ambiente de trabalho surgem diariamente, e a forma como são superados reflete o grau de união e amadurecimento da equipe que os enfrenta. QUESTÃO 14 ( ) A Problem Based Learning (PBL), também chamada Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) coloca-se, entre outras metodologias, tipicamente como uma tutoria. Neste caso específico, trata-se de uma tutoria de grupo. Segundo Chaves et al. (2014), entende-se por tutoria de grupo a metodologia na qual há um tutor um profissional formado e adequadamente preparado para esta tarefa, que ocupe uma posição de destaque na carreira e aprendizes com perfil profissional semelhante. A tutoria envolve um número restrito de aprendizes e tem como pontos positivos a troca de experiências profissionais e pessoais, e o encorajamento mútuo. No entanto, segundo Maia (2014), os objetivos da PBL ou ABP podem situar-se aquém do retorno à realidade, o que enseja a proposta de mudança social mais efetivamente desenvolvida através do Arco de Maguerez, evidente em outras metodologias problematizadoras. (CHAVES, Leandro Jerez et al. A tutoria como estratégia educacional no ensino médico. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 38, n. 4, p. 532-541, dez. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0100-55022014000400015&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 5 ago. 2015; MAIA, José Antonio. Metodologias problematizadoras em currículos de graduação médica. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 38, n. 4, p. 566-574, dez. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0100-55022014000400018&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 5 QUESTÃO 15 ( ) A competência narrativa promove uma abertura na visão epistemológica do médico, na medida em que passam a ser consideradas e legitimadas múltiplas fontes de saber acerca do paciente, incluindo-se as informais e subjetivas, muitas vezes consideradas não científicas.
QUESTÃO 16 ( ) A integração entre teoria e prática tem sido preconizada como componente fundamental para a promoção de mudanças na forma de ensinar e aprender no campo da Saúde no Brasil. Essa integração está centrada no aprender a aprender, em que a experimentação e a problematização do pensar e agir dissociam-se gradativamente da produção de conhecimento. QUESTÃO 17 ( ) O ensino da Medicina sofreu várias mudanças nos últimos anos em todo o mundo, o que tem levado, segundo Gomes e Rego (2014), à integração dos currículos disciplinares, à ampliação de cenários de práticas, à inserção em serviços de saúde nos primeiros momentos do curso, à inclusão de disciplinas, eixos temáticos ou módulos de estudo acerca de conceitos relacionados à ética, à bioética e a humanidades. O Eixo de Desenvolvimento Pessoal, ao lado do Eixo Teórico- Prático Integrado, sustenta todo o arcabouço curricular do curso médico da PUC Goiás e tem a função de promover o diálogo entre as unidades humanísticas necessárias à formação profissional e os conhecimentos, as habilidades e atitudes desenvolvidas a partir de conteúdos biológicos formadores da área médica. (GOMES, Andréia Patrícia; REGO, Sergio. Paulo Freire: contribuindo para pensar mudanças de estratégias no ensino de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 38, n. 3, p. 299-307, set. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0100-55022014000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 5 QUESTÃO 18 ( ) As escolas médicas devem agir de forma ativa na oferta de apoio psicopedagógico aos seus alunos, por meio do reconhecimento dos elementos naturalmente estressores, da avaliação dos conteúdos que diminuam o impacto de outras disciplinas, da integração ao enfrentamento dos casos pessoais e familiares, e do aprimoramento de seus métodos de ensino, de forma a aperfeiçoar as transições por diferentes períodos e ciclos. QUESTÃO 19 ( ) A Teoria Principialista, proposta por Beauchamp, para a construção da Bioética, não se coloca mais como principal pilar da relação médico-paciente na contemporaneidade. Nos dias de hoje, a beneficência e a não maleficência dão cada vez mais espaço para o respeito à autonomia do paciente e gera, inclusive, alguns conflitos entre doente e seus médicos. Por isso, é essencial um processo de ensino-aprendizagem da judiciação médica no escopo dos projetos políticopedagógicos das escolas médicas (BRANCO, 2012). (BRANCO, Rita Francis Gonzalez y Rodrigues. Reflexões sobre o processo ensino-aprendizagem da relação médicopaciente. Revista de Bioética, v. 20, n. 2, p. 244-254, 2012.) QUESTÃO 20 ( ) A presença marcante da tecnologia para a manutenção da vida se reflete na relação médicopaciente, aproximando esse profissional de uma visão integral do indivíduo. QUESTÃO 21 ( ) O princípio da justiça deve ser ensinado e apreendido como uma atitude fundamental ao atendimento médico. A justiça é, pois, o pilar da equidade, que por sua vez torna-se base epistemológica não só da prática clínica no SUS, mas, sobretudo, do atendimento ao paciente de forma geral (BRANCO, 2012). (BRANCO, Rita Francis Gonzalez y Rodrigues. Reflexões sobre o processo ensino-aprendizagem da relação médicopaciente. Revista de Bioética, v. 20, n. 2, p. 244-254, 2012.) QUESTÃO 22 ( ) A avaliação das taxas de abortamento e de prematuridade do Sinasc/Datasus demonstra que a adolescência representa um fator para o mau resultado obstétrico.
QUESTÃO 23 ( ) A formação pedagógica de preceptores deve ter como meta a compreensão do que significa um processo dialético de ensino-aprendizagem, por meio da adoção de um modelo educativo e de perspectivas pedagógicas que privilegiem a transferência de conhecimentos. Atualmente, as situações complexas e contraditórias dos exercícios profissionais diários dos preceptores levam à impossibilidade de superar obstáculos para o devido repasse do saber. QUESTÃO 24 ( ) Um método bem simples para a prevenção das IRAS é a higienização das mãos, cuja adesão pelos profissionais de saúde é bem alta. QUESTÃO 25 ( ) Os jogos são excelentes ferramentas instrucionais, na medida em que motivam e facilitam o aprendizado, desenvolvem o respeito e a ética de cada indivíduo, bem como a capacidade de comunicação. QUESTÃO 26 ( ) A relação médico-paciente é a base da prática clínica e deve ser centrada na doença. QUESTÃO 27 ( ) A biossegurança é indiscutivelmente importante na formação dos alunos de graduação. No entanto, a discussão desse tema entre profissionais experientes pode ser maçante e desinteressante, e deve, por isso, ser evitada. QUESTÃO 28 ( ) Semiologia médica é um método de investigação, uma parte do raciocínio clínico, que deve ser sempre complementada por exames laboratoriais ou de imagem que possam assegurar o diagnóstico com a exatidão que a tecnologia atual nos proporciona. QUESTÃO 29 ( ) A tecnologia permitiu maior agilidade e produtividade, redução do sofrimento e aumento do tempo de vida dos pacientes. Isso permitiu, ao longo do tempo, contato mais próximo entre profissionais de saúde e pacientes. QUESTÃO 30 ( ) Alguns autores concordam que a educação médica ignora a tensão/contradição existente entre a teoria da clínica e a phronesiologia da Medicina; ou seja, entre o saber e o fazer, e que a incerteza e o cunho circunstancial da prática nunca são explicitados aos futuros profissionais, mesmo sabendo-se que o gerenciamento da incerteza, em todas as suas variedades, é o foco central da educação clínica. QUESTÃO 31 ( ) Nas pesquisas de opinião dos usuários da Atenção Básica, a visita de profissionais de saúde com discentes não é bem-vinda em virtude das dificuldades de ordem operacional. QUESTÃO 32 ( ) O fantástico desenvolvimento tecnológico das últimas décadas proporcionou grandes avanços em relação à capacidade diagnóstica e terapêutica, e eliminou quase por completo a incerteza existente na investigação clínica.
QUESTÃO 33 ( ) No desenvolvimento da comunicação, o aperfeiçoamento de professores é um componente relativamente importante. Grande parte dos docentes possui essa habilidade, o que torna o feedback aos alunos, na maioria das vezes, homogêneo. QUESTÃO 34 ( ) As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina de 2014 definem competência como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, e de utilizar os recursos disponíveis. Essa capacidade deve ser expressa em iniciativas e ações que traduzam desempenhos capazes de solucionar com pertinência, oportunidade e sucesso os desafios que se apresentam à prática profissional em diferentes contextos do trabalho em saúde e se traduz na excelência da prática médica, prioritariamente, nos cenários do Sistema Único de Saúde (SUS). (BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 3 de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providencias. Brasília, Diário Oficial [da] União, 23 jun. 2014, seção 1, p. 8-11; BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 4, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Brasília, Diário Oficial [da] União, 9 nov. 2001, seção 1, p. 38.) QUESTÃO 35 ( ) Por mais louvável que seja a intenção dos ministérios da Saúde e da Educação de formar médicos especialistas, esses profissionais precisam ser valorizados. Conforme mostra o censo dos médicos especialistas brasileiros de 2011, a distribuição dos 204.563 profissionais titulados pelas 53 especialidades reconhecidas, duas especialidades Pediatria, e Ginecologia e Obstetrícia reúnem 24,46% do universo de especialistas, ou seja, quase um quarto de todos os profissionais titulados. Entretanto, caso a sociedade, os dirigentes e as faculdades de Medicina continuem a não garantir a valorização adequada dessas áreas, certamente haverá tendência a esvaziamento em um futuro próximo. QUESTÃO 36 ( ) Nas metodologias ativas, o processo de ensino-aprendizagem é contínuo e, para que o aluno seja capaz de relacionar o conteúdo apreendido aos conhecimentos prévios, o conteúdo novo deve apoiar-se em estruturas cognitivas já existentes. QUESTÃO 37 ( ) O novo modelo curricular na formação do profissional de saúde deve articular a tríade práticatrabalho-cuidado. QUESTÃO 38 ( ) A aprendizagem baseada em problemas tem como componentes centrais, fundamentais no processo ensino-aprendizagem, o ensino coletivo, o trabalho em grandes grupos e a utilização de problemas. QUESTÃO 39 ( ) Os principais problemas éticos encontrados no atendimento a crianças e adolescentes nos serviços de saúde se referem à privacidade, à confidencialidade, ao sigilo e à autonomia. QUESTÃO 40 ( ) O intercâmbio de saberes técnico-científicos e populares profissionais e de usuários, permite construir, de forma compartilhada, um saber sobre o processo saúde-doença na Atenção Básica à Saúde.