Vale S.A. 2T12 Conference call 26/07/2012 12:00 Transcrição Inglês



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Vale S.A. 2T12 Conference call 26/07/2012 12:00 Transcrição Inglês INTRODUÇÃO Bom dia, senhoras e senhores, e bem-vindos à conference call da Vale para discutir os resultados do 2T12. Se você não tiver em mãos uma cópia dos press release relevante, o mesmo está disponível no website da empresa em: www.vale.com na seção de Investidores. No momento, todos os participantes estão em modo ouvinte apenas. Posteriormente, realziaremos uma sessão de perguntas e respostas e as instruções para participação serão devidamente dadas. Se precisar de ajuda durante a conference call, digite asterisco seguido de zero. Lembramos que esta conference call está sendo gravada. Para acessar a gravação, digite (1 877) 919-4059 (1 334) 32307226 código de acesso 86474542#. O arquivo também será disponibilizado no website da empresa em www.vale.com, na seção de Investidores. Esta conference call e a apresentação de slides estão sendo transmitidas também pela internet. É possível acessar o webcast fazendo login no website da Empresa, www.vale.com, seção de Investidores ou www.prnewswire.com.br. Antes de prosseguir, gostaria de mencionar que as declarações de expectativas futuras estão sendo feitas segundo as normas da Lei de Reforma de Litígio de Títulos Privados de 1996. O desempenho real poderá variar significativamente das projeções e dos principais comentários de expectativas futuras, devido às condições macroeconômicas, risco de mercado e outros fatores. Hoje, contamos com a presença de: Sr. Murilo Ferreira, Diretor-Presidente, Sr. Tito Martins, Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores; Sr. Luciano Siani Novo Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores; Sr. José Carlos Martins, Diretor Executivo de Ferrosos e Estratégia; Sr. Roger Downey Diretor Executivo de Fertilizantes e Carvão; Sra. Vânia Somavilla, Diretora Executiva de RH, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia, Sr. Galib Chaim, Diretor Executivo de Implantação de Projetos de Capital e Sr. Humberto Freitas, Diretor Executivo de Logística e Pesquisa Mineral; e Sr. Peter Poppinga Diretor Executivo de Base Metals e Tecnologia da Informação. Inicialmente, o Sr. Murilo Ferreira dará andamento à introdução e em seguida abriremos para Perguntas e Respostas.

Tenho o prazer de transferir a palavra ao Sr. Murilo Ferreira. Senhor, pode começar. Murilo Ferreira: Bom dia e boa tarde. O segundo trimestre deste ano foi marcado por desafios oriundos do ambiente de precificação mais baixa para todos os nossos produtos e problemas operacionais nos negócios de base metals e carvão. Nossa produção de minério de ferro se recuperou, e muito bem, aumentando 15% comparado ao primeiro trimestre e os resultados de pelotas atingiram uma alta inédita de 14,3 milhões de toneladas. Ao final do primeiro semestre do ano, nossa produção de minério de ferro atingiu 150 milhões de toneladas, alinhado com nossa meta de 310 milhões de toneladas para o ano. Como observado, melhoramos substancialmente os volumes de nossa produção no segundo trimestre do ano. As receitas, operacionais, os resultados operacionais e as margens, assim como o fluxo de caixa, melhoraram, comparado ao primeiro trimestre do ano, apesar da contribuição negativa de preços, produzindo um impacto negativo de US$ 630 milhões sobre EBITDA. Nossos rendimentos líquidos sofreram significativo impacto no balanço patrimonial devido à desvalorização do real brasileiro diante do dólar norte-americano. Por outro lado, a valorização do dólar norte-americano diante de outras moedas, como os 15% sobre o dólar canadense e outras, produziu um impacto positivo de mais de US$ 330 milhões. No entanto, é preciso chamar sua atenção para alguns acontecimentos marcantes como a concessão da licença ambiental para S11D, que é um passo importante e estamos ansiosos por receber a licença ambiental final ainda este ano. Este é um acontecimento muito importante para nós visto que contribuirá para melhorar a qualidade média de nossa produção de minério de ferro, diminuindo nossos custos operacionais e criando uma nova plataforma para projetos de baixo capex. Acho que este é um dos acontecimentos mais importantes de nossa história. Já assinamos um contrato com o Governo de Moçambique para a construção da ferrovia e do terminal marítimo de Nacala. Acho que com este sistema de logística, Moatize vai oferecer escala, estrutura de custo e qualidade para transformar o negócio de carvão em uma fonte de criação de valor muito importante para os acionistas no futuro. Na semana passada assinamos com o Governo da Argentina um memorando de intenções que é um passo positivo em direção ao acordo que determinará um roadmap para facilitar a execução do projeto Rio Colorado, que é um elemento essencial em nossa estrutura para o futuro dos negócios de fertilizantes. O gerenciamento eficiente é uma ferramenta importante para a criação de valor para acionistas e estamos buscando aprimorar o gerenciamento. Acho que para alguns ativos, acreditamos que não sejamos os melhores proprietários. Por outro lado, adquirimos uma participação adicional na MBR, um ativo core, como parte de nossa disciplina na alocação de capital, o que é muito importante para nós. O investimento está sendo continuamente revisto. Dado aos grandes volumes envolvidos, a execução do S11D implicará na revisão de prioridades para nosso portfólio de projetos; em termos de gerenciamento, acreditamos que é muito importante estabelecer prioridades e precisamos fazer revisões com relação a algumas prioridades. É preciso enfatizar nossa intenção de finalizar muitos projetos principalmente em 2012, 2013, como Usina VIII, Conceição Itabiritos, Serra Leste, Plus 40, o sistema de logística para 150 Mtpy, o projeto da Malásia, Konkola em Zâmbia e Salobo, nosso projeto de cobre. Estamos totalmente enfocados para concluir estes projetos. Por outro lado, é preciso enfocar principalmente em nossos projetos, os projetos de minério de ferro no norte do Brasil. É preciso enfatizar em Moatize, precisamos considerar o projeto Rio Colorado como um elemento essencial para nós. Sabemos que temos muitos desafios hoje, mas estamos confiantes que nos próximos 20 anos veremos milhões de pessoas

chegando à classe média, adquirindo casas, infraestrutura, consumindo proteínas, e é preciso fornecer muitos fertilizantes e matérias primas a elas. A Vale está investindo e estamos investindo em bons projetos de grande monta. E estamos bastante enfocados em trazer retorno aos nossos acionistas. Como disse em minha discussão inicial em maio de 2011, nosso foco é oferecer retorno a vocês. E acreditamos que para isso, é preciso estar focados na disciplina de alocação de disciplina de capital. Temos de estar atentos para o aproveitamento da empresa e no pagamento de dividendos de acordo com nosso fluxo de caixa. Por fim, gostaria de expressar nossos agradecimentos a nosso amigo por sua dedicação profissional à Vale, caro Tito. Agradeço em meu nome, em nome da Diretoria Executiva, em nome de nossos amigos na Vale, e gostaria de mais uma vez demonstrar nossa gratidão e dar as boas vindas a Luciano Siani, como o novo Diretor Financeiro. Agora, estamos abertos a perguntas e convido nossos colegas na Diretoria Executiva para ajudar a responder as dúvidas. Muito obrigado. Q&A Operadora: Obrigada. Senhoras e senhores, damos início à sessão de perguntas e respostas. Se tiver uma pergunta, digite asterisco seguido de um no telefone. Por favor, limite-se a duas perguntas por vez. Nossa primeira pergunta é apresentada por Felipe Hirai do Merrill Lynch. Por favor, continue. Felipe Hirai: Olá, bom dia e boa tarde a todos, minha primeira pergunta se refere a qualquer mudança potencial que possa ser feita ao capex, quando acha que poderia dar mais detalhes específicos quanto a como ou se haverá isso ou devemos esperar as alterações de forma trimestral, na publicação dos resultados, ou haverá algum tipo de divulgação de ajuste de orçamento capex atualizado no final, ou no início do quarto trimestre. E minha segunda pergunta se refere às notícias recentes sobre a disputa de CFEM. Agradeço se puder atualizar sobre a situação atual e o que acha do valor entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões que deve ser pago ao governo. Obrigado. Sr. Murilo Ferreira: Muito boa pergunta. Acho que há um grande mal entendido sobre a discussão e nossa negociação referente ao passivo da CFEM com a DNPM. O grupo de trabalho, composto por representantes da Vale e da DNPM, concluiu a análise da documentação referente à base de cálculo da avaliação da questão referente ao pagamento de royalties de mineração. O que posso dizer é que neste momento, já concluímos e há uma significativa redução neste valor. É muito importante notar que não estamos discutindo o acordo com eles; considerando que a primeira etapa era a realização de uma avaliação completa de toda a documentação relacionada a estes royalties. Fizemos uma análise de 1991 até hoje, e com relação a isso o que posso dizer é que concluímos a avaliação e o valor que encontramos é muito importante. Agora, temos uma segunda etapa. A segunda etapa é manter uma discussão com nosso Conselho para discutir com os membros do Conselho todas as teorias apresentadas. Em seguida, contataremos a DNPM para discutir todos os pontos com eles. Assim, temos dois elementos. O primeiro é a avaliação dos valores, e o segundo a discussão com a DNPM. Quanto ao capex, acho que devemos apresentar uma revisão baseada em fluxo de caixa. Acho que é muito importante mencionar que temos intenção de finalizar todos os projetos. Não queremos rever o capital, o valor que estamos investindo em todos os projetos. Mas precisamos estar prontos para fazer revisões em sustaining e P&D. Acho que é importante fazer esta revisão. Não queremos fazer um anúncio ao mercado, pois, como sabem, com a volatilidade que temos enfrentado, pode ser prematuro tomar uma decisão para o restante

do ano. Mas acompanharemos de perto o que ocorre como nosso investimento, principalmente em sustaining. Muito obrigado, Felipe. Obrigado pela pergunta. Operadora: Nossa próxima pergunta é feita por Ivano Westin, do Credit Suisse. Ivano Westin: Bom dia a todos, e muito obrigada pela conference call. Minha primeira pergunta se refere ao esgotamento, o Conselho de Administração aprovou o projeto Itabiritos Cauê, que se baseia em um capex de 1,5 bilhões e capacidade de 24 milhões de toneladas de minério de ferro. No entanto, este volume será usado para substituir volumes de esgotamento, o que não resultará em volumes adicionais para o mercado. Acredito que o mesmo acontece com Carajás Norte, com a capacidade de 40 milhões de toneladas. Minha primeira pergunta, assim, se refere ao esgotamento. Gostaria que comentasse sobre as taxas de esgotamento de todas as suas minas de forma geral, e a segunda pergunta se refere ao seu preço médio de minério de ferro que atingiu US$ 103/ton este trimestre, o que representa um desconto sobre o preço spot. Gostaria de saber se a Vale tem intenção de rever a estratégia geral de precificação, e começar a adotar derivativos de minério de ferro, como alternativa para garantir o preço. Muito obrigado. Murilo Ferreira: Martins, por favor, comente. José Carlos Martins: Primeiro, gostaria de falar sobre esgotamento. No sistema Sul, temos uma situação onde muitas minas começam a entrar no fim de sua vida útil. Mas ao mesmo tempo, desenvolvemos novas operações baseadas em concentração, de forma que o projeto Cauê em conjunto com Conceição, e também (interrupção) voltando à questão, temos muitos projetos no sistema Sul dedicados principalmente a melhorar a qualidade, e dar continuidade aos volumes e estender a vida útil das minas. Hoje, temos quatro projetos em andamento, um deles é Conceição Itabiritos, que entrará em operação em 2013, para aumentar a expansão de Conceição Itabiritos em 2014. Temos também Cauê e Vargem Grande. Estes projetos entrarão em operação entre 2013 e 2014, e os principais objetivos são aumentar a vida útil das minas e melhorar a qualidade por meio de concentração. Para dar uma ideia, a qualidade será melhorada de aproximadamente 65% hoje para 68%. E o teor de sílica diminuirá significativamente de 4 ou 5% hoje para 2%, de forma que todos os projetos no sistema Sul se baseiam em ampliar a vida útil das minas, e melhorar a qualidade no sistema sul. Com relação a Carajás, todos os projetos que temos em Carajás hoje visam aumentar a capacidade e melhorar a qualidade por estarmos desenvolvendo novas áreas de minérios. Temos na área de Carajás hoje o projeto + 40, e o projeto Serra Leste, além de S11D. Todos estes projetos buscam aumentar o volume e melhorar a qualidade. Também devemos abrir novas minas em campos existentes, com base em novas áreas que podem ser desenvolvidas no Sistema Norte. Nestes casos, estamos trabalhando para obter a aprovação e a licença para abrir novos corpos na área de mineração existente. estas novas áreas oferecerão maior volume e melhor qualidade. Assim, falando de forma geral, os projetos no Sistema Sul são criados principalmente para melhorar a qualidade e ampliar a vida útil das minas e os

projetos no Sistema Norte buscam ampliar os volumes e melhorar a qualidade abrindo novas minas. Murilo Ferreira: Apenas visando completar sua pergunta, não acreditamos que tenhamos liquidez suficiente no mercado para criar um programa extenso de hedge, mas gostaria de saber mais sobre o assunto com Martins. José Carlos Martins: Acho que é melhor Tito explicar por ser uma questão financeira. Comercialmente falando, não temos muito interesse em fazer isso, em adotar este tipo de aspectos financeiros do preço do minério de ferro. Acreditamos que somos os produtores com o menor custo, mesmo com este nível de preço, a lucratividade com o minério de ferro é muito boa, e não vemos porque desenvolver este tipo de operação. Acreditamos que seria melhor para nossos clientes que desejam proteger suas margens. Esta é nossa posição no momento, mas gostaria de ouvir a opinião de Tito sobre o assunto. Tito Martins: Acho que o que acontece não é apenas uma questão de liquidez. Considerando a variedade de minérios no mundo hoje, acho que é muito complicado fazer isso. Quando comparar a base metals por exemplo, há certa padronização sobre os produtos usados. E a capacidade de armazenamento é uma questão importante também. Os volumes de minério de ferro que estamos falando são muito maiores que os volumes de outras commodities e outros minerais. Será muito difícil ver um futuro mercado enorme ou significativo para o minério de ferro. José Carlos Martins: Outro ponto é o preço, na média do trimestre, nosso preço estava aproximadamente em US$ 103 e no último trimestre estava em US$ 109. Se analisar, o IODEX abaixou ao redor de US$ 2.50, e o valor do teor de 1% de minério de ferro abaixou 50 centavos para cada 1%. Assim, o IODEX e o teor de 1% sozinhos podem explicar US$ 4 desta baixa. Os restantes US$ 2 estão distribuídos em diferentes itens, mas gostaria, como fiz na conference call anterior em português, gostaria de discutir a questão de forma um pouco mais detalhada. O preço transparente que o mercado percebe é a média IODEX que foi US$ 141 no primeiro trimestre deste ano, e este preço é para minério seco e C&F China. Para transformar em condição FOB e base úmida, visto que nosso preço médio é com base em matéria úmida, é preciso deduzir frete de longo prazo usado na negociação com nossos clientes, que equivale a US$ 25/ton. É preciso reduzir a umidade média de nosso minério, o que diminui outros US$ 12. Assim, o preço FOB com base em matéria úmida é de US$ 104. Além disso, é preciso acrescentar o diferencial de qualidade, visto que nosso minério tem teor 2 ou 3 por cento maior, comparado a IODEX, o que acrescenta US$ 7 ao nosso preço. Assim, temos novamente o preço FOB para matéria úmida de 64,5% ao redor de US$ 111. Deste valor, precisamos deduzir todas as vendas diferentes, por exemplo, quando vendemos internamente no Brasil, deduzimos toda a logística envolvida, não só portos, mas também ferrovias. Temos um contrato especial com nossa subsidiária Samarco, vedemos 10 milhões de toneladas ao ano de ROM, que é minério não processado, e que não envolve qualquer logística, sendo uma operação porta a porta, nossas minas são próximas à unidade de concentração da Samarco, por isso entregamos este minério a eles e pé baseado em um contrato de longo prazo e tem um valor mais baixo porque não é minério com teor 68%/67%. Esse minério implica em uma redução em nosso preço médio de US$ 3.5, somente neste aspecto. Também temos de fazer carregamentos, uma vez que temos sistemas de preços diferentes em nosso portfólio, o preço médio que vemos é o preço trimestral. Você vê o preço do segundo trimestre, mas temos sistemas diferentes, sendo que parte deles é baseada em antigas médias trimestrais, outros são baseados no preço trimestral real, e parte em baseada em média de

preço mensal. Além disso, temos algumas vendas em base spot, que não são baseadas em IODEX, mas no que conseguimos no mercado. Se reunir todos estes pontos, haverá uma dedução de US$ 8 sobre US$ 111, e chegamos aos US$ 103. Em linhas gerais, esta é a explicação porque nosso preço abaixou US$ 6 e como chegamos de US$ 141 para US$ 103. Espero que a explicação tenha sido útil. Operadora: Obrigada pela pergunta, Sr. Westin, nossa próxima pergunta é de Carlos De Alba. Carlos De Alba: Obrigado. Minha primeira pergunta se refere às operações de carvão e base metals, os resultados destes negócios estão longe de ser extraordinários. Assim, gostaria de entender se o gerenciamento tem algum plano de ação, para falar sobre o que está acontecendo com estes dois negócios, e quando podemos esperar algum resultado destas ações, se houver. Minha segunda pergunta é se há algum plano em termos de financiamento do capex e dividendos para este ano, considerando que o fluxo de caixa de operações baseadas no que foi obtido até agora e baseado em expectativas acordadas não parece ser suficiente, o fluxo de caixa livre mal daria para pagar os dividendos. Murilo Ferreira: Carlos, obrigado pela pergunta. Com relação a base metals, já demos início a discussão sobre o plano estratégico e gostaríamos de finalizar em novembro, para apresentar a nossos acionistas em Nova York e em Londres. Acreditamos que, é claro, o resultado está abaixo de nossas estimativas, e precisamos tratar tudo com cuidado, os ativos que mantemos em cobre e níquel, e os resultados que vemos hoje. Certamente temos alguma influência no que se refere ao preço de níquel e cobre, mas os principais problemas que enfrentamos com os projetos Onça Puma e Nova Caledônia, para dar uma análise profunda. Mas antes disso, gostaria de saber de Peter o que houve com nossos projetos Nova Caledônia e Onça Puma no Brasil. Peter Poppinga: Obrigado, Murilo e obrigado, Carlos, pela pergunta. Não há dúvida que base metals vem enfrentando um momento desafiador no curto prazo, embora tenhamos um bom plano estratégico para o longo prazo, mas isso não ocorre apenas pelos baixos preços de níquel hoje. As principais razões são as duas operações de ramp-up em Onça Puma e VNC na Nova Caledônia. Se analisarmos VNC na Nova Caledônia, houve um incidente na planta de ácido, com vazamento de ácido diluído no trocador de calor, a água se misturou ao ácido e corroeu parte do equipamento. É importante notar que isso não tem qualquer relação com os problemas de colunas de alta tecnologia HPAL e SX, sendo um problema completamente novo. A tecnologia HPAL e SX foi comprovada no início do ano, onde produzimos de forma integrada mais de 1000 toneladas de produto acabado níquel, e a planta de ácido fornece apenas input para os ácidos downstream. Vamos recuperar a planta de ácido começar as operações na Nova Caledônia no final do T3 e começar a produzir níquel no T4. Com relação a Onça Puma, tivemos de suspender as fornalhas em maio por questões de segurança. Ainda estamos avaliando a extensão dos reparos e o período de tempo necessário para sua realização, mas acreditamos que ficaremos

alguns meses inoperantes. Esta é a situação que é muito desafiadora. Estou à disposição para responder outras perguntas. Obrigado. Murilo Ferreira: Carlos, gostaria de acrescentar que temos problemas em algumas operações, não só em base metals, mas também nos negócios de carvão. Gostaria de saber sobre o negócio de carvão com Roger Downey. Roger Downey: Boa tarde a todos, tivemos um bom resultado na mina Moatize, o rampup está progredindo bem e solidamente. No entanto, em Moçambique, sofremos atrasos pelo desempenho da ferrovia para Beira, razão porque tivemos de desacelerar as operações para evitar acumular estoques visto que parte de nosso carvão tem uma curta vida útil antes de oxidar. Acho que em termos de produção estamos bem, precisamos enfocar e estamos trabalhando em iniciativas para aumentar o resultado de Beira. Hoje, temos iniciativas e investimentos significativos para acelerar, mas como Murilo mencionou, um resultado importante de nossas negociações com o Governo do Moçambique para explorar o Corredor Nacala será um acontecimento essencial para que Moatize possa ter resultados além do atual ramp-up. Com relação à Austrália, tivemos muitos problemas com as operações lá, e Carlos, sim, nada extraordinário, em Carborough Downs, tivemos um problema com oxidação, na mina subterrânea, por isso tivemos de interromper e está suspenso desde o fim de maio. A boa notícia é que não perdemos o equipamento. Com a oxidação, basicamente, tivemos de alagar a mina com cinza que molhou o equipamento, razão porque perdemos parte dos componentes eletrônicos, mas em geral, o equipamento está em boas condições. Devemos recomeçar as operações em breve, já temos a aprovação das autoridades locais para reentrar na mina, e estamos trabalhando para isso. No restante da Austrália, há diversos problemas menores, mas com impactos muito pequenos nas operações em Isaac Plains e Integra. Estamos operando bem por ali e em geral aguardamos uma recuperação em termos de operações no final do ano. Murilo Ferreira: Obrigado, Roger, e Tito, comente um pouco sobre fluxo de caixa. Tito Martins: Claramente, o prevemos em termos de preço para 2012, não estamos vendo acontecer. Teremos alguns benefícios das taxas cambiais, principalmente no Brasil, a desvalorização do real diante do dólar norte-americano de certa forma nos ajuda com certa redução no investimento em sustaining e aumento de capital, e esperamos certo benefício desta redução e um leve aumento de fato atenderá a necessidade de fluxo de caixa para o ano todo. Não esperamos ver mudanças dramáticas em nossas taxas no balanço patrimonial, a dívida de longo prazo sobre EBITDA esteve abaixo de 1X, e como prometemos desde o ano passado, esperamos que o número permaneça ao redor de 1X, nada mais que isso. E estamos confiantes que mesmo com a queda em preços, possamos de fato financiar o fluxo de caixa integral e manter os investimentos no nível de hoje. E pagar o dividendo mínimo anunciado no início do ano. Obrigado. Operadora: Obrigada pela pergunta. A próxima pergunta é de Alex Hacking do Citibank. Alex Hacking: Bom dia, boa tarde e obrigado pela oportunidade de fazer minha pergunta. Tenho duas perguntas, acho que para Roger, provavelmente. A primeira é sobre Moatize.

Com os preços atuais de carvão e usando a configuração logística atual, você acredita que este projeto terá EBITDA positivo, ou é preciso uma nova logística e preços de carvão mais altos para gerar EBITDA positivo? Em segundo, Rio Colorado, observei que não houve aumento no orçamento capex; isso me surpreendeu um pouco, considerando a inflação vista. Barrick anunciou um grande aumento em Pascua Lama hoje na Argentina, a revisão financeira deste projeto foi concluída, ou ainda estão discutindo um orçamento? Obrigado. Roger Downey: Obrigado, Alex. Murilo, quer fazer algum comentário antes de mim? Murilo Ferreira: Não, comente um pouco sobre as últimas semanas. Há duas semanas, a Vale assinou com o governo da Argentina um memorando de entendimentos, que é um passo positivo e essencial para um acordo que estabelecerá o roadmap e a avaliação completa da logística, mas continue. Roger Downey: Muito obrigado. Alex, começando com Moatize. Moatize é uma mina de classe mundial. Temos muitos recursos de minas de carvão abertas de baixo custo por lá. A maior parte, uns 70%, é de carvão de coque duro, por isso acho que mesmo com preços como os vistos hoje, temos uma contribuição positiva de Moatize. Não acredito que se torne um projeto de alto retorno, obviamente estamos sofrendo as dores do crescimento, o que acontece com qualquer projeto no mundo, e nós não somos exceção. Estamos criando uma operação de classe mundial. Nossos desafios hoje estão mais relacionados com a ferrovia, claro, e como disse antes, acabamos de vivenciar um desenvolvimento muito importante neste projeto, que foi a assinatura do acordo para desenvolver o Corredor Nacala, que será uma ferrovia de classe mundial, operada pela Vale, e depois disso, poderemos pensar em Moatize II com outros olhos. Em termos de PRC (Projeto Rio Colorado), demos um passo significativo na Argentina, com a assinatura da Acta Accuerdo, que basicamente estabelece a etapa inicial para desenvolver a infraestrutura que precisamos para seguir com o projeto. Suas perguntas estão mais relacionadas a cenários e hoje, como mantemos o capex para o projeto, estamos avaliando os diferentes cenários. Um deles, que também deve ser considerado, é o cenário onde percebemos flutuações cambiais favoráveis favorecendo o dólar com relação ao peso, que teria um efeito bastante positivo sobre capex, fazendo com que esteja abaixo de nossa meta. Até o momento, temos aproximadamente 35% da execução das minas, estamos no caminho certo, e acho que qualquer atualização de capex neste momento seria prematura. Murilo Ferreira: Sobre o risco do projeto, podemos dizer que estamos avaliando várias alternativas e uma delas seria a busca de um parceiro para o projeto. Mas esta é apenas uma alternativa, há muitas outras a ser analisadas cuidadosamente, a ser apresentadas em nosso plano estratégico para o Conselho. Obrigado, Alex. Operadora: Obrigada. A próxima pergunta é de John Brant, do HSBC. John Brant: Boa tarde e obrigado pela oportunidade de fazer uma pergunta. Duas perguntas. Primeiro, sobre custos de unidade. Percebemos que os custos de unidade de minério de ferro caíram 5-6% no segundo trimestre,

e entendo que quando o real deprecia, normalmente, são precisos alguns trimestres para percebermos o benefício total. O que podemos esperar no terceiro trimestre, devemos esperar uma queda ainda maior nos custos de unidade? Em segundo, somente sobre minério de ferro, quais são as expectativas? Estamos com o menor mais desde o ano passado. Quais são suas expectativas para o resto do ano? E vocês consideraram cortes de produção para dar suporte ao preço, ou é um problema sazonal pontual? Obrigado. Murilo Ferreira: Tito, prossiga falando dos custos, por favor. Tito Martins: Normalmente, não oferecemos qualquer instrução no que se refere a custos de unidade. Posso falar sobre alguns dos efeitos das taxas cambiais que já sentimos no último trimestre, e devemos esperar outros efeitos até o fim do ano, certamente. Mas não posso falar mais do que isso. Segunda pergunta. Murilo Ferreira: Martins, quanto a preço, o cenário que estamos usando. José Carlos Martins: Acreditamos que estamos chegando no final do mercado, no que se refere a preço. Se nossas presunções estiverem corretas e os preços atingirem um patamar que fará com que muitos players saiam do mercado, em seguida, acreditamos que haverá estabilização ou mesmo retomada do preço. Não esperamos uma recuperação forte, mas sim uma estabilização, e até uma leve recuperação nas próximas semanas, pois acreditamos que atingimos este preço antes no segundo trimestre de 2010 e no quarto trimestre de 2011, e não seguimos neste patamar por muito tempo; a recuperação foi rápida. Assim, acho que veremos nas próximas 2 ou 3 semanas, o comportamento do mercado. Minha visão é que o preço do minério de ferro vai oscilar entre US$ 120 e talvez US$ 180, no longo prazo. Acreditamos que esta é a faixa pois a US$ 180 muitos fabricantes de aço não conseguem competir, e a demanda cai. E a US$ 120, muitos mineiros não conseguirão competir no mercado, muitos mineradores locais na China. Acreditamos que esta faixa é aplicável ao minério de ferro e permanecerá por uns 2 ou 3 anos. O que pode mudar é o fornecimento de fora que pode alterar o aspecto econômico do sistema de precificação; visto que a economia do preço hoje é suportada por mineiros locais da China. Como os mineiros locais da China são substituídos por players estrangeiros, mais competitivos, estes aspectos econômicos devem mudar. Mas não será no curto prazo. Levará bastante tempo para que vejamos o ponto em que os aspectos econômicos da precificação do minério de ferro será baseado em players estrangeiros apenas. Acho que os players locais e menos competitivos continuam a ter um papel importante no preço, no que se refere ao piso. Murilo Ferreira: Obrigado, John. Operadora: Obrigada pela pergunta. A próxima pergunta é de Rene Kleyweg, da Renaissance. Rene Kleyweg: Boa tarde, senhores, e obrigado por receber minha pergunta. Gostaria de discutir algumas coisas, com relação à revisão interna do projeto Simandou, se puderem apresentar uma atualização quanto ao que podemos esperar, ou quando, para sua conclusão interna ou também está ligado ao Dia Vale; e também alguns pontos sobre

Salobo, comparando Sossego com Salobo, Sossego obviamente não oferece os resultados que vocês esperavam, por isso, se puderem esclarecer porque os resultados de Salobo são significativamente melhores, dando chance de falar um pouco sobre as futuras expansões dos sistemas Norte que Martins sugeriu que aconteceriam em Serra Sul, e a volta a projetos de baixa intensidade de capital visto que a construção de infraestrutura já ocorreu. Sei que está além do planejamento atual, mas se considerarmos cinco anos. Murilo Ferreira: Peter, fale um pouquinho sobre Salobo. Peter Poppinga: Obrigado pela pergunta. Salobo está no começo da fase de start-up, desde junho estamos fazendo ramp-up com duas linhas, e até o momento produzimos um pequeno volume de concentrado. Isso é comum, sendo apenas a transição entre o comissionamento e o ramp-up. Ambos os projetos, Sossego e Salobo são muito similares, em termos de conceito, flutuação, etapas, e há algumas diferenças em termos de mineralogia, mas comparando Salobo é quase cópia de Sossego. Houve um ajuste de capex em Salobo 1 para US$ 2,5 bilhões, e Salobo 2 que tem capacidade de 100 toneladas de concentrado, foi ajustado para US$ 1,4 bilhões. Mas no próximo mês, haverá um sólido ramp-up destas operações, pois é uma situação bastante similar àquela que vemos em Sossego. Obrigado. Murilo Ferreira: Mas certamente o novo projeto no norte do Brasil contribuirá para melhorar a média da qualidade de nosso minério de ferro, acho que reduziremos os custos operacionais e principalmente para criar uma nova plataforma para baixo capex no futuro projeto brownfield. Neste sentido, este projeto é muito importante para nós. Pode ser o acontecimento também referente ao sistema de logística. Tito, mais alguma coisa? Tito Martins: A primeira pergunta foi sobre Simandou. Quer fazer algum comentário a respeito? Murilo Ferreira: Simandou acho que não recebemos nenhuma mensagem nova do Governo de Guiné com relação à nova legislação, o novo código de mineração. Acreditamos que precisamos reservar tudo com relação ao esquema de acionistas, royalties, logística, propriedade da logística, antes de abordar o Conselho da Vale, e receber alguma sinalização com relação ao futuro do projeto. Infelizmente, estamos na mesma posição que no final do primeiro trimestre do ano. Sabemos que é uma questão muito importante no contexto político lá, uma questão a ser tratada com cuidado pelo governo, mas no final, não temos nenhuma resposta a respeito. Muito obrigado, Rene. Operadora: A próxima pergunta é de Marcos Assumpcão do Itau BBA. Marcos Assumpcão: Boa tarde a todos. A primeira pergunta é para Murilo sobre o risco de inflação de capex para novos projetos. Estamos vendo menor pressão sobre preços de equipamentos e materiais, com alguns projetos sendo cancelados ou postergados, você já está vendo isso acontecer com a Vale

redução de risco de capex e se isso poderia reduzir o risco de rever o capex a maior para novos projetos, como Serra Sul. E a segunda pergunta para Martins, gostaria que falasse um pouco sobre o mercado de minério de ferro no Brasil, o mercado interno, se acredita que poderia haver uma retomada em termos de preços no mercado interno para os próximos anos, principalmente 2013 e provavelmente 2014, quando pode haver um leve excedente de capacidade, em termos de porto, com o start up de novos concorrentes. Obrigado. Murilo Ferreira: Marcos, na verdade, logo depois de alguns anos de inflação de capex e valorização do real brasileiro frente ao dólar norte-americano, acho que agora, devido à fraqueza do mercado que está aparente, com certeza temos a sensação de alguns benefícios em termos de capex. Mas é preciso aguardar os próximos meses, para saber se a sensação está certa ou não. Acho que podem ser boas notícias em termos de implantação do S11D, mas é preciso aguardar um pouco mais para ter um nível de certeza neste sentido. José Carlos Martins: No que se refere ao mercado interno brasileiro para minério de ferro, nossa visão é de que o mercado não é mais um mercado de minériod e ferro, mas um mercado de aço. Se quiser vender minério de ferro no mercado interno, é preciso produzir aço porque todos os fabricantes de aço no Brasil estão integrando as operações de forma vertical. O que vendemos hoje no mercado interno são exportações indiretas. As 10 milhões de toneladas que vendemos para a Samarco são exportadas integralmente, o minério de ferro que vendemos para CSA e para CST, grande parte também é exportada, de forma que o mercado brasileiro para minério de ferro está desaparecendo completamente, e se tornando um mercado de aço. Não percebemos mudanças, e por esta razão damos suporte a alguns empreendimentos para produzir aço no Brasil, pois assim, acreditamos que podemos garantir uma parcela neste mercado. Acho que o Brasil tem muito minério de ferro, a disponibilidade de minério de ferro é grande, embora já não seja de alta qualidade em algumas áreas, mas para o conceito de verticalização integrada, está bom. Acho que o desafio de competir no mercado de aço para os fabricantes de aço locais vai levar a integração vertical cada vez mais. Esta é minha visão sobre isso. Operadora: Obrigada. Nossa próxima pergunta é de Rodrigo Barros, do Deutsche Bank. Rodrigo Barros: Agradeço a oportunidade de fazer a pergunta. Minha primeira pergunta se refere à estratégia para adquirir EBM, que é proprietária de 51% do sistema Sul, e o arrendamento da Hispanobras. Gostaria que comentassem um pouco sobre esta estratégia, e se há interesse em adquirir mais participações em ativos de minério de ferro. E minha segunda pergunta é sobre o Projeto Carajás Serra Sul: uma coisa que alguns clientes nos perguntam é se a existência de cavernas pode aumentar os custos ou representar algum tipo de desafio para implantação do projeto. Gostaria que comentassem um pouco sobre o impacto de cavernas no Projeto Carajás Sul, ou se não têm qualquer impacto. Muito obrigado. Murilo Ferreira: Martins, fale sobre MBR. José Carlos Martins: No que se refere à aquisição de uma pequena participação na MBR e o mecanismo de arrendamento da Hispanobras, ambos fazem parte de nossa estratégia de longo prazo de consolidar nossos ativos em minério de ferro, temos uma pequena participação de players japoneses na antiga MBR, e sempre que temos uma oportunidade

de recomprar, nós compramos ações, e não é um problema mantermos esta participação, e acreditamos que no longo prazo faz sentido. Quanto a Hispanobras, é melhor operarmos neste sistema porque temos mais flexibilidade para usar diferentes plantas para reduzir os custos operacionais; assim, até pouco tempo, todas estas joint ventures eram empresas independentes, e cada uma tinha seu próprio sistema de armazenamento, gerenciamento e infraestrutura. Hoje, com este sistema, temos mais flexibilidade para operar a planta controladora, fechá-las, ou trabalhar com capacidade total. O que era difícil no passado, sempre precisávamos discutir isso com parceiros. Acho que ambos os movimentos caminham para a consolidação de nossos ativos em minério de ferro, e melhorar as operações, reduzir custos e fazer com que sejam mais flexíveis. Quanto ao caso Carajás, Vânia explicará um pouco. Vania Somavila: Certo, bom dia. A legislação existente permite compensar as cavernas. Não vou dizer que é fácil, mas para as cavernas mais relevantes, não podemos compensar, mas são poucas. Para as cavernas com relevância média, podemos compensar. Tudo isso está sendo negociado, com todas as organizações ambientais sobre como compensar isso. É uma questão de como, pois a legislação já permite esta compensação. Não é um grande problema, com certeza podemos superá-lo. Murilo Ferreira: Obrigado. Operadora: Assim, concluímos a sessão de perguntas e respostas hoje. Sr. Murilo Ferreira, por favor, pode apresentar seus comentários finais. Murilo Ferreira: Muito obrigado a todos por seu tempo. O mais importante é deixar a mensagem de que continuamos enfocados na disciplina da alocação de capital, buscando aumentar o volume, ser mais eficiente no uso de nossas reservas, e sabemos que o que estamos criando hoje é uma nova plataforma importante para os custos capex baixos, em S11D, Moatize, e Rio Colorado. Acho que é muito importante ver estes três projetos como uma nova plataforma para custos baixos, e o futuro para excelentes projetos. Muito obrigado e gostaríamos mais uma vez de expressar nossa gratidão para Tito, e dar as boas vindas a Luciano Siani. Obrigado. Operadora: Assim, encerramos a conference call de resultados do segundo trimestre de 2012, hoje. Obrigada por sua participação.