Projeto: Alfabetização e letramento no contexto da recuperação. Propostas de intervenções no Ensino Fundamental II.

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Transcrição:

Ministério da Educação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid Projeto: Alfabetização e letramento no contexto da recuperação. Propostas de intervenções no Ensino Fundamental II. Apresentação do PIBID O PIBID é um Programa do Ministério da Educação, gerenciado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), cujo objetivo é incentivar a formação de professores para a educação básica e a elevação da qualidade da escola pública. (PIBID) Sendo um programa de iniciação a docência, os participantes são alunos dos cursos de licenciatura que, inseridos no cotidiano de escolas da rede pública, planejam e participam de experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar, e que buscam a superação de problemas identificados no processo de ensino aprendizagem. (PIBID) Deste modo, tem o PIBID-FAI plena consciência da responsabilidade das Faculdades Adamantinenses Integradas junto aos seus deveres com o Estado dentro da política educacional para a Educação Básica e agirá harmonizandose dentro do Projeto Político da Instituição Escolar para colaborar de modo integral para o aceleramento da aprendizagem da população estudantil abrangida. Introdução Hoje em dia é grande a insatisfação de professores do Ensino Fundamental II com relação ao nível de alfabetização dos alunos. Há que se refletir quanto às possíveis causas deste infortúnio no dia a dia dos protagonistas da educação brasileira, professores e alunos. Propomo-nos, a investigar este tema tão polêmico e comentado inclusive nos jornais televisivos, documentários, entrevistas e tantos outros veículos de comunicação, pois esta situação nos leva a refletir e nos questionar hipoteticamente, será que práticas de leitura e escrita não foram proporcionadas a estes alunos, ou estes precisam ser

atendidos em suas peculiaridades e necessidades de aprendizagem de maneira a participarem de ações pedagógicas ajustadas e individualizadas? Escolhemos ficar com a segunda hipótese, que sem pretensão queremos utilizar como norte para nossa rota de alfabetizar todos os alunos, que ainda não foram alfabetizados na idade certa. Fundamentação Teórica 1) Avaliar, recurso que maximiza o processo de ensino e aprendizagem. Ao debruçar-nos nos estudos dos possíveis caminhos a percorrer, enquanto, educadores comprometidos com o aprender. Entendemos que esta reflexão é muito importante. Escolhemos como base para esta reflexão a educadora, escritora e editora, Jussara Hoffman, que gastou parte de sua história com o tema avaliação. Ela em seu livro Avaliar, 2013, aborda que é necessário respeitar para poder educar. Em que o olhar do educador precisa ser aguçado para ver além da imagem física, como diz Quintana, Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação. Portanto, antes de querer ensinar e educar é necessário aprender a olhar. Hoffmann, 2013 aponta que é urgente a mudança dos partícipes da educação, quer pais, quer educadores ou sociedade precisam estar atentos aos reais ideais da escola, que contempla a diversidade e carece de primeiro respeitar e em segundo plano educar. Ela continua dizendo que toda mudança causa sofrimento de transição, infelizmente todos querem fazer alguma mudança, porém ninguém quer ser modificado. Sendo assim, a formação continuada que é necessária no cenário atual, encontra certos entraves, pois uma aprendizagem significativa precisa partir da ressignificação de cada indivíduo, principalmente do professor. Em primeiro lugar, refletir compreende fazer para depois colocar em prática. O Brasil está sempre dando um passo à frente e dois a trás no quesito melhoria dos índices de alfabetização, pois não adianta tentar mudar por decretos e leis. A medida precisa partir de novas concepções e reconstrução da prática. É importante ter em mente que qualquer mudança, não é extirpar o velho, nem negar as experiências de um grupo de educadores. A questão da avaliação é um pilar que precisa ser refletido, pois este processo é complexo, além do mais, nosso país tem agravantes, a reprovação e a evasão. Os prejuízos recaem sobre os mais fracos, as crianças e os jovens, que não percebem, ou sequer lutam contra o descaso dos governantes pela educação. Infelizmente todos são realmente todos, pois com tantos Joões e Marias, os indivíduos permanecem no anonimato, sem sequer ter um

acompanhamento de aprendizagem individualizado. Acreditamos em uma aprendizagem efetiva, que garanta o direito de cada aluno ser único, com seu nome, idade e personalidade. Diante disto, perceber suas diferenças e maneiras de aprender a apreender o mundo, é crucial. Muitos docentes convivem com os alunos, mas não os conhecem, como por exemplo, cito uma experiência de Hoffmann (2013) com uma de suas alunas que não estava desempenhando suas atividades com maestria. Até que a professora teve uma conversa com a aluna e descobriu que a mãe da moça estava com uma doença degenerativa e que esta tinha que cuidar da mãe, e, em consequência, não conseguia manter sua atenção nos estudos. Logo, isso não é diferente em nossas salas de aula. O ato de se colocar no lugar do outro é extremamente considerável para compreendermos a dor do outro. A relação de autoconhecimento e conhecimento do outro, inclui saber a história de vida do aluno, além dos muros da escola. (Hoffmann, 2011). 2) Recuperar para avançar Por muito tempo e ainda hoje existe a ideia de que recuperar é sinônimo de repetir, retomar, ou seja, ensinar novamente, fazendo isto de forma coletiva, tratando alunos diferentes como iguais. Os professores muitas vezes têm seu foco no conteúdo curricular, e nas atividades pedagógicas, em vez de estar focados na aprendizagem. Nosso acompanhamento aos alunos deve partir do desejo de compreender para ajudá-los, não para aprová-los ou reprová-los. Hoffmann (apud Perrenoud, 2000), afirma que as ações pedagógicas são sempre uniformes e padronizadas e não dão conta de atender de maneira pontual as necessidades individuais. Recuperar é incluir, investigar o que ainda não foi compreendido, o que ainda não foi produzido e o que necessita de maior atenção e orientação. Ao observarmos como é feita a recuperação de alunos em escolas públicas, percebemos que neste momento o aluno é tido como todos, ou seja, não são atendidos em suas necessidades individuais, pois assistem às mesmas aulas de recuperação, independente de suas dificuldades. São vistos como carentes das mesmas mazelas. Isto não tem consistência, pois segundo Vygotisky, é na relação entre os pares que os indivíduos aprendem, e quanto mais variedade de trocas entre eles, mais espaço para aprender. Acrescento aqui a formação de grupos produtivos para que a recuperação seja mais efetiva. Os grupos produtivos são estratégias que devem ser usadas pelos professores para causar o conflito cognitivo e promover o debate e o compartilhamento de saberes. Neste quadro coloco o professor como pedra fundamental no que se refere a reflexão sobre a aprendizagem e a avaliação. É ele que deve refletir mais que

o aluno na concepção mediadora, que a que nos propomos a investigar e aplicar em sala de aula. O avaliar sempre deve ser visto como ver, refletir e agir (Hoffmann, 2013) em benefício do educando. 3) Registros como instrumentos de avaliação A avaliação é um método e o registro é um instrumento. Os resultados de um instrumento de avaliação podem servir de investigação do processo educativo. É preciso mudar a sequência ensinar+fixar/repetir + aplicar instrumentos de avaliação+registrar, para propor muitas tarefas avaliativas individuais + interpretá-las de muitas dimensões+ planejar/ ensinar/orientar individualmente+aplicar outros instrumentos para complementar o acompanhamento um ciclo que não termina pois é processo, e é contínuo. Cabe ressaltar que o professor assume o papel de pesquisador. Observo duas concepções, a classificatória e a mediadora, na primeira o questionamento é para ver se o aluno aprendeu, na segunda o questionamento é para saber o que o aluno ainda não sabe, de que jeito ele sabe fazer. Cada sujeito tem o direito de sair do anonimato e ser visto como ser que tem particularidades especiais. Sendo esta a que consideramos a melhor forma de romper com o paradigma do não aprender. Hoffmann apud Perrenoud (2013) a escola precisa gastar mais tempo e mais atenção com os alunos que mais precisam. Hoffmann (2013) Morin (2002) dizem que aprender é um fenômeno complexo que abrange o aprender informações, o aprender a aprender, o aprender a fazer, a conviver, a ser..., enfim significa garantir o direito a aprendizagem plena para todos por toda a vida compromisso do século XXI. Justificativa Este projeto justifica-se, numa ação pedagógica focada, com objetivos claros e uma avaliação mediadora, que se utiliza de instrumentos de registros e acompanhamento individualizado, sendo capaz de minimizar as carências apresentadas pelos alunos de escola pública. Objetivos Recuperar alunos que estão abaixo do básico; desenvolver a competência leitora e a escritora;

desenvolver as habilidades necessárias para o cidadão do século XXI: raciocínio crítico, resolução de problemas, tomada de decisão e criatividade. Metodologia A metodologia será o acompanhamento individualizado dos alunos pelos bolsistas, e supervisionados pela professora regente de classe, cujos bolsistas registrarão todo o processo em portifólios. As questões abaixo serão norteadoras deste processo em que o bolsista deverá questionar-se em relação ao aluno: Como foi a sua vida até este momento? Como se deu sua escolarização? Como estudam na escola e fora dela? De que tempos e recursos dispõem para isso? Quais os maiores interesses? Projetos? Amigos? O que pensam da escola e dos professores? O bolsista ao tentar responder estas questões conseguirá estabelecer vínculos significativos com os alunos, de maneira a atender os alunos em suas particularidades sem deixar para depois. Recursos Réguas; fita adesiva larga; colas; cartolinas; lápis de cor; canetões; tesouras; grampeador; lápis preto; borrachas. Público Alvo: Alunos da 8ª séries D e EE Doutor Pércio Gomes Gonzáles. Duração: de março a dezembro de 2015.

Avaliação A postura diante do processo de aprendizagem partirá do pressuposto de que avaliar significa contemplar, acompanhar, direcionar, monitorar aluno por aluno. Ninguém aprende sozinho. Portanto, o professor é pedra fundamental no processo de ensino e aprendizagem em que o avaliar é ferramenta crucial. Bons professores fazem a diferença para a vida dos alunos. A avaliação será contínua e formativa, para tanto utilizaremos portifólios para registro dos avanços. Quando pensamos em escola para todos, este slogan tão difundido, precisamos refletir sobre o que temos vivido nas escolas públicas de nosso país, em que os governantes dizem que o alvo é o acesso e a permanência na escola, mas será que estão recebendo a melhor aprendizagem possível? Além disso, antes de dizermos que este ou aquele é um caso perdido, ou caso de reprovação, é inevitável que o docente e os bolsistas consigam responder as seguintes questões: Quem é esse aluno, caso perdido? Contem-me a respeito de sua história pessoal e familiar, falem-me de seu histórico escolar? Em que aspecto apresenta necessidades de orientação? Como evoluiu em suas tarefas e trabalhos? Percebem-se avanços retrocessos, dúvidas repetidas ao longo do processo? Ele lê e compreende o que lê? Escreve com clareza e correção? Suas atitudes interferem na aprendizagem global? O que se veio fazendo para orientá-lo a superar eventuais dificuldades? Em se tratando de diretrizes legais para o Ensino Fundamental, nos deparamos com a progressão continuada, que exige acompanhamento e registro dos avanços dos alunos. Infelizmente a prática do registro ainda é insipiente e encontra resistência por parte dos docentes. Este é um papel que precisa ser exercido pelo educador. Em que este passa a entender e a observar a evolução, refazer o processo junto ao aluno, propondo-lhe diferentes desafios (mediação). (Hoffmann, 2013) Referências: HOFFMANN, Jussara. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. 4.ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 2013. 184 p.