O Currículo e seus Desdobramentos: Ainda faz sentido discutir?
O CURRÍCULO E SEUS DESDOBRAMENTOS: AINDA FAZ SENTIDO DISCUTIR? Fruto dos estudos e pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa em Currículo da Educação Básica da Universidade Federal do Maranhão (PPGEB-UFMA).
Introdução
Currículo - campo educacional em construção - dinâmico e inacabado. Crise de legitimação
Objetivo Geral Discutir o currículo da Educação Básica a partir das atuais configurações previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Objetivos específicos Analisar as configurações políticas e educacionais em que o currículo está inserido; Relacionar a Teoria da Ecologia do Desenvolvimento Humano, de Urie Bronfenbrenner (1996), com as atuais configurações políticas e educacionais da base curricular.
Metodologia Estudo bibliográfico; Natureza qualitativa.
Justificativa Inquietações que se expressam em angústia entre os professores e professoras das redes de ensino estadual e municipal de São Luís do Maranhão que não possuem as mesmas prerrogativas e possibilidades e que muitas vezes redundam num descontentamento pedagógico no chão da escola.
O que torna um conhecimento válido? Existe uma relação entre o currículo e a conjuntura política? Que potenciais, desafios e questionamentos poderiam suscitar com relação às orientações curriculares oriundas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Em que medida os conhecimentos novos deverão implicar na formação de professores e professoras da Educação Básica?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Aplica-se à educação escolar, tal como a define o 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e indica conhecimentos e competências que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN), a BNCC soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (BRASIL. Ministério da Educação. Portaria MEC nº 790, de 27 de julho de 2016).
1. O que torna um conhecimento válido? Necessidades dos sujeitos - formação humana Estudo / Pesquisa.
2. Existe uma relação entre o currículo e a conjuntura política? Marcos legais: Carta Magna (1988); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n 9394/96; Atual Plano Nacional de Educação (PNE) 2014. *Ensino Médio *Temáticas de gênero
A defesa de que os currículos precisam de uma base comum em nível nacional não é recente no Brasil, remontando aos anos 1980, talvez antes, se assumirmos uma definição mais ampla do termo. Assim, talvez pudéssemos dizer que, ao ser promulgada em 1996, a LDB pós-ditadura consolidou uma demanda já existente por uma base nacional comum a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. Macedo (2014) - Agentes políticos, públicos e privados - destinos da educação brasileira - mercantilização da educação.
- Grupos de interesses - estrutura do ensino - maior força. As políticas, as diretrizes curriculares e as formas de organização do sistema de ensino estão carregadas de significados sociais e políticos que influenciam fortemente as ideias, as atitudes, os modos de agir e os comportamentos de professores e alunos, bem como as práticas pedagógicas curriculares organizacionais (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI apud LOSS, 2014,)
3. Que potenciais, desafios e questionamentos poderiam suscitar com relação às orientações curriculares oriundas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Sistema de ensino - currículo vigente. Campo educacional - dinamicidade e inacababilidade. Um currículo é um espaço habitável e habitado por pessoas de diferentes classes sociais, de diferentes culturas, idades, gênero, etnias, crenças e valores, onde se oferece a possibilidade da palavra e de aprender trocando formas de pensamento muito distintas. Um currículo é espaço de produção e circulação de saberes variados, de conhecimentos múltiplos, de perspectivas diversas. Paraíso (2010)
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN 9.394/96): Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. - Base Nacional Comum Curricular (BNCC) - qualidade da educação 3 versão democrática.
- Princípios: [...] Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN), a BNCC soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. - Espera-se... [...] a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação, isto é, da garantia do direito dos alunos a aprender e a se desenvolver, contribuindo para o desenvolvimento pleno da cidadania.
- Evidência de subjetividade - formação inicial e continuada de professoras e professores. 4. Em que medida os conhecimentos novos deverão implicar na formação de professores e professoras da Educação Básica? BNCC: 1 versão (2015) - publicada em maio de 2016; 2 versão (2016) - debate institucional - Secretarias Estaduais de Educação - Unidades da Federação - Coordenação do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME).
- Documentos nunca saíram dos invólucros do MEC - caráter precário das formações das escolas e a não assimilação dos conteúdos propostos pelos documentos acima referidos. Considerando que, na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e as brincadeiras, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, a organização curricular da Educação Infantil na BNCC está estruturada em cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Os campos de experiência constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte de patrimônio cultural. (BRASIL, 2016).
A Teoria Bioecológica Do Desenvolvimento Humano e os entrelaçamentos como arranjo curricular da BNCC.
- Urie Bronfenbrenner : 29 de abril de 1917 (Moscou) - transformações sociais e políticas. Psicologia da infância - comportamento estranho da criança num lugar estranho, com pessoas estranhas, pelo menor período de tempo possível. Preservou pelo desenvolvimento - processo que abrange as estabilizações e mudanças das características biopsicológicas de um ser humano - heranças geracionais.
Teoria Sócio-Histórica(Vygostsky) / Teoria do Campo (Lewin). Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano (TBDH) - 4 aspectos inter-relacionados: processo, pessoa, contexto e tempo (modelo PPCT). A ecologia do desenvolvimento humano envolve o estudo científico da acomodação progressiva, mútua, entre um ser humano ativo, em desenvolvimento e as propriedades mutantes dos ambientes imediatos em que a pessoa em desenvolvimento vive, conforme esse processo é afetado pelas relações entre esses ambientes e pelos contextos mais amplos em que os ambientes estão inseridos. Bronfenbrenner (1996).
Processo: interações entre organismo e contexto, regularmente em longos períodos de tempo - processos proximais. Pessoa: características pessoais - fatores biológicos e genéticos. 3 atributos: demandas, recursos e disposições. Contexto: caracterizado por qualquer evento ou condição fora do organismo - influenciar ou ser influenciado. 4 subsistemas: microssistema; mesossistema; exossistema e macrossistema. Tempo: como cronossistema - estrutura que adiciona dimensões de tempo às estruturas existentes
Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano (TBDH)
Relação do modelo PPCT - conceitos - BNCC. Desenvolvimento - processo, pessoa, contexto e tempo experiências.
Considerações Finais
Ainda faz sentido discutir currículo e seus desdobramentos? - Posicionamento afirmativo dobras em todo o arcabouço educacional - configurações políticas, a formação de professores e professoras, e ao que se refere à Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, de Urie Bronfrenbrenner. - Volume de documentos curriculares - escolas públicas - não saíram do invólucro - fadados a desaparecer - não educação emancipatória.
Referências
Bronfenbrenner, U. (1996) A Ecologia do Desenvolvimento Humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas. Filardi, A. (2014) Resenha RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: Cinco lições sobre a emancipação intelectual. 11 (23). p.252. Revista Educação e Cultura Contemporânea. Gramsci, A. (1988) Os intelectuais e a organização da cultura. 6 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Macedo, E. (2014). Base Nacional Curricular Comum: Novas Formas De Sociabilidade Produzindo Sentidos Para Educação. Revista e-curriculum,12(3), 1530 1555. Moreira, M. A., & Rosa, P.R. (2016). Pesquisa em Ensino: Métodos Qualitativos e Quantitativos. 2 ed. Porto Alegre. Paraíso, M. A. (Org.), 2010. Pesquisas sobre Currículos e culturas: temas, embates, problemas e possibilidades. Curitiba: CRV. Romanelli, O. (1986) História da Educação no Brasil. Petrópolis: Vozes.