ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA Comissão Nacional de Estágio e Formação / Comissão Nacional de Avaliação PROVA ESCRTA NACONAL DO EXAME FNAL DE AVALAÇÃO E AGREGAÇÃO (RNE) GRELHAS DE CORRECÇÃO ÁREAS OPCONAS (3 valores) 12 de Março de 2010
P.P. TRBUTÁRAS 1,5 valores 1- Não pode (23.º, n.ºs 1 e 2 e 24.º, n.º 1, da Lei Geral Tributária e 153.º, n.º 2, alínea b) do CPPT). (0,5v) 2- Miguel pode apresentar reclamação no órgão da execução fiscal, em 10 dias após a notificação da decisão que ordene a reversão, dirigida ao tribunal tributário de 1ª instância (276.º, 277.º e 278.º, do CPPT). Pode apresentar impugnação judicial no prazo de 90 dias contados da citação no processo de execução fiscal (102.º do CPPT). Alternativa Se não for apresentada impugnação judicial, pode apresentar reclamação graciosa no prazo de 120 dias contados da citação no processo de execução fiscal (68.º, n.º 2, e 70º do CPPT) (0,5v) 3- Podia (24.º LGT). (0,5v) P.P. ADMNSTRATVAS 1,5 valores 1- Catarina podia instaurar uma intimação para a prestação de informações (104.º do CPTA) e deve fazê-lo contra o município e não contra o presidente da câmara municipal, pois quem tem competência para estar em juízo é o município (68.º, n.º 1, alínea a) da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro e 10.º, n.º 2, do CPTA). Se a intimação for proposta contra o presidente de câmara, considera-se que a intimação foi regularmente proposta contra o município (10.º, n.º 4, do CPTA). (0,5v) 2
2- Tem 20 dias para propor a intimação, sob pena de caducidade. O prazo inicia a sua contagem após o decurso do prazo estabelecido na lei de 15 dias - para que a entidade satisfaça o pedido que lhe é dirigido (105.º, alínea a), do CPTA e 110.º, n.º 2, do D.L. n.º 555/99, de 16 de Dezembro e não o art.º 61.º, n.º 3, CPA, que prevê 10 dias). (0,5v) 3- Tem legitimidade (9.º, n.º 2 do CPTA). Pode usar da acção administrativa especial (46.º, n.º 1, do CPTA e 12.º, n.º 1 e 1.º, n.º 1 da Lei n.º 83/95 de 31 de Agosto). (0,5v) P.P. LABORAS 1,5 valores 1- Abordagem ao regime jurídico do trabalho de menores, particularmente na vertente da admissão ao trabalho (seus requisitos ou pressupostos art. 68º e 69º do CT 2009) e da capacidade do menor para celebrar contrato de trabalho e receber a retribuição (art. 70º do CT 2009); - Referência, necessariamente mais genérica, aos demais aspectos do respectivo regime (art. 71º a 83º do CT 2009). (0,75v) 2 Referência ao regime legal da caducidade dos contratos a termo certo, particularmente no que diz respeito ao prazo de aviso prévio (art. 344º, n.º 1 do CT 2009); - Em especial, o regime de imperatividade tendencialmente absoluta do regime de cessação do contrato de trabalho (art. 339º do CT 2009), que in casu impede a válida estipulação, por negociação individual, de prazos de aviso prévio, contrariamente ao que pode acontece com a contratação colectiva (n.º 2 da norma citada e art. 3º, n.º 5 do CT 2009); - Conclui-se que seria aplicável o regime legal por ilegalidade do regime convencional. (0,75v) 3
P. NSOLVÊNCA 1,5 valores 1- A sociedade deveria ter requerido a sua própria insolvência nos 60 dias seguintes à data do conhecimento da sua situação de insolvência (18.º, n.º 1, do CRE). (0,5v) 2- Não. A exoneração dos créditos sobre a insolvência que não forem totalmente pagos no processo de insolvência só pode ser concedida no caso de o devedor ser uma pessoa singular (235º CRE). (0,5v) 3- Nos casos do art.º 191.º, n.º 1 do CRE. (0,5v) CONTRATOS 1,5 valores a) O crédito foi adquirido por António porque a sub-rogação pelo devedor, de terceiro que procede ao pagamento, produz imediatamente efeito, sem necessidade de consentimento do credor (art.590º do C. Civil); e a cessão só produz efeito em relação ao devedor depois de lhe ser notificada (art.583º do C. Civil), ora, esta, apesar de feita antes da sub-rogação só produziu efeito depois dela, por só posteriormente ter tido lugar a respectiva notificação. (0,75v) b) A garantia hipotecária acompanhou o crédito adquirido por António (art.582º do C. Civil). (0,75v) 4
REGSTOS E NOTARADO 1,5 valores 1- Pode. A Portaria 67/2010, de 3 de Fevereiro veio alargar a competência dos balcões de atendimento presencial único aos negócios jurídicos de doação e de permuta de prédios. (0,75v) 2- Devem pagar S pelo contrato celebrado e novo S pelo termo de autenticação (pontos 1.1 e 15.8 da Tabela Geral do S). (0,75v) DRETO DAS SOCEDADES 1,5 valores 1- O sentido da resposta deve ser: O pacto social. As menções obrigatórias que devem constar do contrato (art. 9.º). O objecto social não pode ser genericamente definido. O art. 1.º, 2, CSC o carácter comercial da actividade desenvolvida pela sociedade: os actos de comércio em sentido objectivo (art. 2.º, 1.ª parte, CCom) e as actividades previstas no art. 230.º, CCom. A necessidade de aferir o objecto social [(art. 9.º, 1, d)] à luz daqueles artigos. As sociedades comerciais vs. as sociedades civis. O princípio da especialidade do fim (art. 160.º, CCiv.). As sociedades civis sob forma comercial. (0,5v) 2- A venda do imóvel é da exclusiva competência da assembleia geral (246.º, 2, c), CSC) no caso de o contrato de sociedade não dispuser de outro modo. O direito do sócio a participar nas deliberações dos sócios (21.º, 1, b). A deliberação. As formas da deliberação (53.º, 1 assembleia geral convocada, assembleia universal, unânime por escrito; tomadas por voto escrito). 5
Existindo deliberação da assembleia geral de venda do imóvel, e pelas condições indicadas, o acto não padece de qualquer vício. Se o contrato atribui poderes de venda de imóveis à gerência, o acto não carece de ir à assembleia geral. A vinculação da sociedade pelo art. 260.º (0,5v) 3- A limitação da capacidade considerando o escopo lucrativo e não o objecto social (aquela actividade económica), propriamente dito protege-se, acima de tudo, os terceiros (cf. o art. 6.º, 4). A consagração no art. 6.º, 1. A nulidade dos actos praticados fora do âmbito da capacidade (puro acto gratuito, sem se esperar qualquer retorno), e o regime da nulidade (constante do CCiv., por força do art. 2.º, CSC). A distinção entre incapacidade da sociedade e não vinculação da sociedade (poder representativo dos órgãos de administração) pode haver capacidade mas não haver vinculação (o acto é ineficaz; já não nulo). A validade dos negócios celebrados, mesmo para além do objecto social, desde que dentro do âmbito da capacidade (6.º, 4). Apesar disso, as consequências resultantes da violação do dever de os órgãos sociais não excederem o objecto social (6.º, 4, 2.ª parte). A decisão de oferta não tem de ir a assembleia-geral pois configura-se como um acto dentro do âmbito dos poderes de gerência, configurado enquanto um acto gratuito mas do qual se espera retorno. O mesmo se verificaria se fosse um acto puramente gratuito. Aí seria nulo, pois estaria fora do âmbito da capacidade da sociedade. O problema, portanto, não é de competência de órgão mas de capacidade da sociedade. (0,5v) 6