Relatório Africano de Desenvolvimento Humano 2016 ACELERAR A IGUALDADE DE GÉNERO E O EMPODERAMENTO DAS MULHERES H E N R I K F R E D B O R G L A R S E N D I R E C TO R D O P N U D E M A N G O L A 13 / 12 / 2016 Africa Regional Human Development Report 2016
Este relatório é AFRICANO Este é o segundo Relatório Africano de Desenvolvimento Humano. O primeiro foi lançado em 2012 e analisou a importância de garantir a segurança alimentar de todos os africanos O relatório deste ano sob o tema: Acelerar a igualdade de Género e o Empoderamento das Mulheres, analisa os esforços em curso dos países africanos para acelerar e garantir o empoderamento das mulheres em todas as esferas da sociedade. Este relatório foi desenvolvido em África e por africanos: É importante ressaltar quea preparação deste relatório foi um esforço colaborativo entre o Escritório Regional para África, em estreita colaboração com a União Africana, Agências das Nações Unidas, Instituições Regionais, profissionais e pesquisadores. A sua pesquisa/levantamento foi feita através de visitas ao terreno (estudos interactivos e casos de estudo), em Angola, Benin, Gabão, Quénia, Malawi, Mali, Marrocos, Niger, Tunisia, Ruanda, Sierra Leão, Togo, Zãmbia e Zimbabwé. Realizadas consultas regionais com a sociedade civil em Addis, Dakar, Lusaka e Johannesburg. 2
A. Fundamentação e âmbito de aplicação A elaboração deste relatório e o seu foco na Igualdade de Género ocorre num momento de enorme mudança em todo o continente, incluindo a recente dinâmica de transformação social e económica que resultou em avanços significativos no desenvolvimento humano em toda a África. O relatório adopta uma nova perspectiva de economia política para examinar e identificar o desafio da igualdade de género que impedem ou contribuem para o avanço do empoderamento das mulheres em África. Oferece uma uma agenda de acções com percursos estratégicos e aceleradores que coloca a Igualdade de Género no centro da Agenda de Desenvolvimento A sua conclusão principal basea-se a tese de que o desenvolvimento, se não for focado na Igualdade de Género, arrisca-se a ser prejudicado Os países que investem mais na Igualdade de Género e no Empoderamento das Mulheres alcançam melhores resultados no Desenvolvimento Humano. No entanto, os condicionalismos estruturais não permitem a realização do pleno potencial no investimento na Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres. 3
Sumário 1/2 O crescimento do Desenvolvimento Humano em África está ameaçado pela desigualdade. As capacidades e oportunidades equitativas para mulheres e homens são centrais para um desenvolvimento humano susténtavel. África está comprometida com os direitos das mulheres (Declaração de Matupo, Agenda da UA 2063, Protocolo da SADC- Género e Desenvolvimento, ) No entanto, a desigualdade persiste e a disparidade de género limita a transformação económica, social e política de África. As desigualdades de género são accionadas por uma distribuição desigual da riqueza, do poder, de oportunidades, como também, pelas normas socias e institucionais que afectam a saúde, a educação, a segurança, o trabalho e a liderança das mulheres. 4
Sumário 2/2 Este relatório apresenta as CHAVES para desbloquear o progresso da Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres em África: Uma resposta institucional efectiva que reconcilie as normas legais com as normas sociais; Sugere 4 grandes percursos que oferecem um quadro de politicas e programas para acelerar a Igualdade de Género e integrar plenamente o género na agenda de desenvolvimento mais alargada Nesta perspectiva, apresenta 6 considerações estratégicas para acelerar a Igualdade de Género e avançar com a Agenda 2030 das ONU e com a Agenda 2063, da UA Como foi mencionado anteriormente a conclusão principal do Relatorio basea-se a tese de o desenvolvimento, se não for CENTRADO na Igualdade de Género, arrisca-se a ser prejudicado. É também importante salientar que este relatório foi escrito para encorajar debates politicos e discussões sobre quais são as medidas necessárias para garantir a igualdade entre mulheres e homens em cada país africano para enfrentar este desafio. 5
B. Constatações e Mensagens Chave (1) Só a desigualdade de género no mercado de trabalho custou à África subsariana aproximadamente USD 105 bilhões, em 2014, o que corresponde a 6% do seu PIB. Hoje em dia, as mulheres em África atingem apenas 87% dos resultados no Desenvolvimento Humano dos Homens. A Igualdade de Género constitui então uma boa parcela da economia e um imperativo de desenvolvimento. Por conseguinte, a Igualdade de Género deve ser tratada como uma variável macroeconómica fundamental e de forma prioritária como a inflação, o desemprego e o défice orçamental. PRIMEIRA MENSAGEM: A redução da disparidade de género não só colocaria o continente africano no caminho de crescimento económico de dois dígitos, mas contribuiria também significativamente para concretização da Agenda de desenvolvimento alargada. 6
B. Constatações e Mensagens Chave (1) Este gráfico destaca as diferenças consideráveis nos valores do Indice de Desenvolvimento Humano em cada uma das cinco sub-regiões africanas. Indica a desigualdade degénero notável em quase todos os países africanos. Neste gráfico Angola encontra-se na sugregião dos países do sul, com um HDI de 0.55 para as mulheres e de 0.93 para os homens. O desenvolvimento humano em África está ameaçado pela desigualdade 7
B. Constatações e Mensagens Chave (2) Registaram-se resultados significativos: Nas últimas decadas, foi verificado um aumento das capacidades dos cidadãos em muito países africanos nas áreas básicas de saúde, educação e outros serviços sociais. Essas melhorias incluíram mulheres e meninas. Há muito mais mulheres africanas no Parlamento: 4 países africanos figuram entre os dez parlamentos com mais mulheres no mundo. Angola encontra-se em 8º lugar no continente africano, com 36.8% 37% SEGUNDA MENSAGEM: Foram dados passos gigantescos, especialmente na participação das mulheres na vida económica e política. 8
B. Constatações e Mensagens Chave (2) Registaram-se resultados significativos: Para além disso, as disparidades de género no mercado de trabalho, embora continuem grandes registam uma redução. Estima-se que a % do emprego informal não agrícola em toda a África subsaariana é de cerca 66% do emprego feminino. Média de diferença salarial entre homens e mulheres 30% (por cada 1$ ganho por homens as mulheres ganham 70 centavos) Neste gráfico observamos que cerca de 60% de empresas em Angola tem participação feminina Percentagem de empresas com participação feminna (sócias/propriétarias) 9
B. Constatações e Mensagens Chave (3) A conquista da Igualdade de Género está a ter impacto positivo no desenvolvimento humano de África. Globalmente, África tem uma das taxas mais rápidas de melhoria de desenvolvimento humano ao longo das últimas duas décadas. Em 2015, um em cada três países (17 de 54) africanos alcançou o desenvolvimento humano de médio a alto comparado com um em cada cinco em 2000. TERCEIRA MENSAGEM: A Igualdade de Género constitui um acelerador essencial e dinamizador de todo o desenvolvimento. 10
B. Constatações e Mensagens Chave (3) E regista-se uma maior redução nas disparidades de género, os países com desenvolvimento humano baixo cresceram mais rapidamente, obtendo grandes ganhos até 2010, entre eles Angola, Burundi, Etiópia, Mali, Moçambique, Níger, Ruanda, Serra Leoa e Tanzânia. TERCEIRA MENSAGEM: A Igualdade de Género constitui um acelerador essencial e dinamizador de todo o desenvolvimento. 11
B. Constatações e Mensagens Chave (4) e>1 Diminuir as instituições sociais discriminatórias estimula menor desigualdade de género (GII). Menor desigualdade de género resulta em maiores resultados do desenvolvimento humano para as mulheres em relação aos homens (GDI). Maior desenvolvimento humano para as mulheres em relação aos homens, aumenta o desenvolvimento humano integral. QUARTA MENSAGEM: As normas sociais nocivas em relação às mulheres e raparigas devem ser desconstruidas e atacadas pois condicionam o desenvolvimento de tudo. e<1 e<1 12
C. Agenda de Acção (1): 4 percursos estratégicos e 6 aceleradores Apoiar a adopção de reformas, politicas e programas para promover o empoderamenteo económico das mulheres A CONQUISTAR A IGUALDADE DE GÉNERO Apoiar as capacidades nacionais para promover e aumentar a participação e a liderança das mulheres na tomada de decisões no lar, na economia e na sociedade, no geral. Apoiar a capacidade de implementar abordagens multisectoriais para mitigar os impactos das práticas discriminatórias na saúde e na educação Apoiar as mulheres no acesso à propriedade e à gestão dos recursos ambientais 13
C. 6 ESTRATÉGIAS para acelerar a Igualdade de Genero 1. Usar a Igualdade de Género como uma lente do ponto de vista politico para a formulação, planeamento e implementação da agenda nacional de desenvolvimento; 2. Combater directamente as normas socias prejudicias; 3. Priorizar planos e orçamentos que favorecem a igualdade de género. 4. Reforço das politicas de adaptação e capacidades institucionais ; 5. Valorizar os dados para apoiarem as tomas de decisão 6. Priveligiar a Cooperação regional e Sul-Sul 14
C. Conclusão Uma conclusão fundamental é que a Igualdade de Género não é alcançada se continuarmos a achar que este é um assunto da responsabilidade de ministérios especificos, de projectos ou programas exclusivamente para mulheres; Envolve todos os sectores da sociedade. Devem ser devenvolvidas ALIANÇAS FORTES entre os sectores publico, privado e OSC; Articular pontos de referência temporais para medir o progresso, fazer os ajuste necessários e manter uma visão nacional; 15
C. Recomendações Constituir alianças mais fortes entre os governos, o sector privado, as OSCs e os parceiros de desenvolvimento com vista à elaboração de um Programa Geral de Acções orientado para a Igualdade de Género. Tal inclui: A criação do Banco Africano de Investimento para Mulheres e a abertura de Janelas de Investimento para Mulheres nos Bancos nacionais e regionais de desenvolvimento. O compromisso das Instituições dos sectores público e privado no sentido de implementar a iniciativa de Certificação do Selo de Igualdade de Género para as normas que promovam a igualdade de oportunidades entre os funcionários. 16
D. Informação e visualização de dados Website: www.ao.undp.org Relatórios: Ayodele Odusola (ayodele.odusola@undp.org) Economista-chefe PNUD em África, Nova Iorque Angela Lusigi (angela.lusigi@undp.org) Assessor Estratégico PNUD em África, Nova Iorque Imprensa: Lamine Bal (lamine.bal@undp.org) Comunicações PNUD em África, Nova Iorque Sandra Macharia (sandra.macharia@undp.org) Comunicações PNUD em África, Addis Ababa Patterson Siema (patterson.siema@undp.org) Comunicações PNUD em Quénia, Nairobi Muito Obrigado!!! 17