As oportunidades para os concursos dos Tribunais Regionais do Trabalho são diversas!

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Olá Pessoal, As oportunidades para os concursos dos Tribunais Regionais do Trabalho são diversas! Estamos aguardando concurso para o TRT da 1ª Região (Rio), TRT da 7ª Região (Ceará), TRT da 6ª Região (Pernambuco), TRT da 18ª Região (Goiás), TRT da 10ª Região (Brasília) e TRT da 12ª Região (Santa Catarina) e para o TST. Portanto, o melhor investimento que vocês podem fazer, no momento, é não desanimarem e sim seguirem em frente sempre, pois as oportunidades não cessaram! É com grande satisfação que apresento para vocês um curso REGULAR de Direito do Trabalho focado no cronograma de Analista Judiciário e Oficial de Justiça dos concursos dos Tribunais do Trabalho. Direito do Trabalho Questões Objetivas FCC TRT TST Aqui no curso eu irei apresentar a teoria e farei um treinamento através da resolução de questões de provas com foco nos perfis das bancas CESPE e FCC. Assim vocês ficarão preparados para as provas das duas bancas. A duração do curso é de 04 (quatro) meses, contados a partir do ingresso do aluno no curso. O início do curso é imediato. Assim que a matrícula for efetivada o aluno já terá acesso ao material. O material teórico e o caderno de questões ficarão disponíveis na área do aluno durante este período. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 1

No caderno de questões selecionei as questões mais difíceis para que o aluno vá se acostumando ao perfil das pegadinhas das bancas. Observem o cronograma do curso e o calendário inicial de postagem: Cronograma do curso: DIREITO DO TRABALHO: Dos princípios e fontes do Direito do Trabalho. Dos direitos constitucionais dos trabalhadores (art. 7.º da CF/88). Da relação de trabalho e da relação de emprego: requisitos e distinção; relações de trabalho lato sensu: trabalho autônomo, trabalho eventual, trabalho temporário, trabalho terceirizado e trabalho avulso. Dos sujeitos do contrato de trabalho stricto sensu: do empregado e do empregador: conceito e caracterização; dos poderes do empregador no contrato de trabalho. Trabalhador doméstico: conceituação, direitos e legislação. Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015 (Lei do trabalhador doméstico). Do grupo econômico; da sucessão de empregadores; da responsabilidade subsidiária; da responsabilidade solidária. Do contrato individual de trabalho: conceito, classificação e características. Da alteração do contrato de trabalho: alteração unilateral e bilateral; o jus variandi. Da suspensão e interrupção do contrato de trabalho: caracterização e distinção. Da rescisão do contrato de trabalho: das justas causas; da despedida indireta; da dispensa arbitrária; da culpa recíproca; da indenização. Do aviso prévio. Da estabilidade e garantias provisórias de emprego: das formas de estabilidade; da despedida e da reintegração de empregado estável. Da duração do trabalho; da jornada de trabalho; dos períodos de descanso; do intervalo para repouso e alimentação; do descanso semanal remunerado; do trabalho noturno e do trabalho extraordinário; do sistema de compensação de horas. Do salário-mínimo: irredutibilidade e garantia. Das férias: do direito a férias e da sua duração; da concessão e da época das férias; da remuneração e do abono de férias. Do salário e da remuneração: conceito e distinções; composição do salário; modalidades de salário; formas e meios de pagamento do salário; 13º salário. Da equiparação salarial; do princípio da igualdade de salário; do desvio de função. Do FGTS. Da prescrição e decadência. Da segurança e medicina no trabalho: da CIPA; das atividades insalubres ou perigosas. Da proteção ao trabalho do menor. Da proteção ao trabalho da mulher; da estabilidade da gestante; da licença-maternidade. Do direito coletivo do trabalho: da liberdade sindical - Convenção n.º 87 da OIT; da organização sindical: conceito de categoria; categoria diferenciada; das convenções e acordos coletivos de trabalho. Do direito de greve; dos serviços essenciais. Das comissões de Conciliação Prévia. Da renúncia e transação. Súmulas do TST de Direito Material do Trabalho. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 2

Vejamos a apresentação do curso: Apresentação do curso: O curso será dividido em 10 aulas em pdf. Haverá postagem na área exclusiva do aluno de vídeos de curta duração com ênfase em pontos mais polêmicos e cobrados sempre pelas bancas CESPE e FCC. Na área exclusiva do aluno há um canal direto comigo para que vocês possam tirar dúvidas em relação ao conteúdo das aulas. O aluno do curso terá acesso a bônus extras: 1º. Ebook com questões comentadas; 2º. Descontos no curso de estudo de casos e TRT Plus TST Plus caso tenham interesse em ingressar nestes cursos mais avançados. Aula 01: 01/05 Aula 06: 05/06 Aula 02: 08/05 Aula 07: 12/06 Aula 03: 15/05 Aula 08: 19/06 Aula 04: 22/05 Aula 09: 26/06 Aula 05: 29/05 Aula 10: 03/07 Vamos, agora, iniciar a nossa aula demonstrativa! Aula 00: Conceito, fontes e princípios do Direito do Trabalho Vejamos o que diz o art. 1º da CLT: Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. É oportuno frisar que as normas que dispõem sobre Direito do Trabalho são imperativas e de ordem pública. Portanto, são irrenunciáveis pela vontade das partes, porque constituem um mínimo de garantias que o Estado intervencionista assegurou ao empregado hipossuficiente, com o objetivo de igualar os desiguais, ou seja, igualá-lo perante o empregador, que é a parte economicamente mais forte da relação de emprego. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 3

Direito do trabalho é o conjunto de princípios e normas que regulam as relações entre empregados e empregadores e de ambos com o Estado para efeitos de proteção e tutela do trabalho. (Perez Botija). Direito Coletivo do Trabalho é o complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam as relações laborais entre empregados e empregadores, além de outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerada sua ação coletiva realizada autonomamente ou através das respectivas associações. (Maurício Godinho Delgado) Direito Individual do trabalho é o segmento do Direito do trabalho que estuda o Contrato individual do trabalho e as regras legais ou normativas a ele aplicáveis. (Sérgio Pinto Martins). Por serem imperativas, as normas de direito do trabalho são geralmente inafastáveis pela vontade das partes, salvo para conferir maior proteção ao empregado. O Direito do Trabalho é autônomo, uma vez que possui princípios próprios e institutos peculiares, como por exemplo, a sentença normativa, o dissídio coletivo, o princípio da irrenunciabilidade dos direitos previsto no art. 9º da CLT, o princípio da proteção, o princípio da norma mais favorável, dentre outros. Autonomia é a qualidade atingida por determinado ramo jurídico de possuir princípios, regras, teorias e condutas metodológicas próprias de estruturação e dinâmica. O Direito do Trabalho não é considerado disciplina estanque, ele possui relação de interdependência com outros ramos do direito, possui princípios que lhe são próprios e institutos que lhe são peculiares. O direito constitucional, civil, previdenciário, por exemplo, são aplicados subsidiariamente ao direito do trabalho, mas este fato não retira a autonomia do direito do trabalho porque ele é autônomo, mas possui uma relação de interdependência com outros ramos do direito. Assim, podemos dizer que o Direito do Trabalho não é independente, pois tem relação de interdependência com outros ramos do direito, mas este fato não lhe retira a autonomia. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 4

O direito do trabalho é autônomo, pois possui princípios e institutos próprios, embora utilize institutos de outros ramos do direito, como direito constitucional e direito civil. As fontes de direito são a origem da norma jurídica. As fontes do direito do trabalho dividem-se em materiais e formais. As fontes materiais são os fatos sociais que deram origem à norma, por exemplo, as greves, os movimentos sociais organizados pelos trabalhadores, as lutas de classes, a concentração do proletariado ao redor das fábricas, a revolução industrial, os conflitos entre o capital e o trabalho, e todos os fatos sociais que derem origem à formação do direito do trabalho. As fontes materiais dividem-se em distintos blocos, segundo o tipo de fatores que se enfoca no estudo da construção e mudanças do fenômeno jurídico. Pode-se falar desse modo em fontes materiais econômicas, sociológicas, políticas, e ainda filosóficas... (Maurício Godinho Delgado). As fontes materiais do direito do trabalho sob a perspectiva econômica consistem na evolução do sistema capitalista, abrangendo a Revolução Industrial. Quadro esquemático: Fonte Material (fatos sociais) Fontes do Direito do Trabalho Formal Autônoma (Participação dos destinatários) Fonte Formal Formal Heterônoma (Participação do Estado) Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 5

Pausa para reflexão! Sob a perspectiva sociológica as fontes materiais dizem respeito aos distintos processos de agregação de trabalhadores assalariados em função do sistema econômico, nas empresas, cidades e regiões do mundo ocidental contemporâneo. Sob a perspectiva econômica as fontes materiais são atadas à existência e evolução do sistema capitalista. Trata-se da revolução industrial no século XVIII. Sob o ponto de vista político elas dizem respeito aos movimentos sociais organizados pelos trabalhadores de nítido caráter reivindicatório, como o movimento sindical, por exemplo. Em relação à perspectiva filosófica elas correspondem às idéias e correntes de pensamento que influenciam na construção e mudança do Direito do Trabalho. A fonte formal é a manifestação da ordem jurídica positivada, ou seja, a norma é elaborada com a participação direta dos seus destinatários (fontes formais autônomas) ou sem a participação direta dos seus destinatários (fontes formais heterônomas). As fontes formais dividem-se em autônomas e heterônomas. Consideramse fontes formais autônomas a convenção coletiva e os acordos coletivos, que são produzidos sem a participação direta do Estado. Isto porque a convenção coletiva é celebrada entre dois Sindicatos, um representante de empregados e outro representante de empregadores. Ao passo que o acordo coletivo é celebrado entre empresa ou grupo de empresas e o Sindicato de empregados. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 6

São consideradas fontes formais heterônomas as leis, a CLT, a Constituição Federal, os decretos, a sentença normativa, as Súmulas Vinculantes editadas pelo STF, as medidas provisórias, as emendas à constituição, os tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil, dentre outros. Outra pausa para reflexão! DICA: Há discussão acerca da unidade ou pluralidade dos núcleos de produção das fontes formais de direito. Os núcleos de produção são chamados de centro de positivação jurídica. Monista entendem que as fontes formais do direito derivam de um único centro de positivação que é o Estado. Pluralista (há existência de distintos centros de positivação). O artigo 8º da CLT é o dispositivo legal que se refere às fontes do direito do trabalho, sendo muito cobrado em provas. Artigo 8º da CLT As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 7

DICA: As súmulas vinculantes editadas pelo STF são fontes formais heterônomas de direito. (Art. 103-A da CRFB/88). DICA: Outro ponto importante é saber que a competência para legislar sobre direito do trabalho é privativa da União, conforme dispõe o art. 22, I da CRFB/88. DICA: A sentença que decide a ação civil pública não é fonte de direito do trabalho. DICA: As bancas consideram como fontes supletivas a jurisprudência, a analogia, a equidade, e os outros princípios e normas de Direito do trabalho e de direito, os usos e costumes e o direito comparado. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 8

As fontes integrativas ou supletivas do direito do trabalho são: A Jurisprudência: Considera-se jurisprudência a reunião de decisões reiteradas dos Tribunais em um mesmo sentido para suprir lacunas do ordenamento jurídico. É importante lembrar que a Súmula é a jurisprudência pacificada de determinado Tribunal e a Orientação Jurisprudencial é o entendimento majoritário de determinado Tribunal. A Analogia: A analogia é a aplicação de dispositivos legais que tratam de casos semelhantes. Ela divide-se em: Analogia Legis e Analogia Iuris. A primeira ocorrerá quando o aplicador do direito recorrer a determinado dispositivo legal que regula uma matéria semelhante, na ausência de dispositivo legal relativo ao tema. A segunda ( Analogia Iuris ) ocorrerá quando não existir um preceito legal semelhante e o aplicador do direito recorrer aos princípios gerais do direito, por exemplo. A Equidade: O conceito de equidade derivado próprio nome, sendo considerada a disposição de agir com Justiça, equilibrando a justa medida entre as coisas. É oportuno ressaltar que o juiz somente poderá decidir por equidade nos casos previstos em lei. Os Princípios Gerais do Direito do Trabalho: O princípio é o que orienta o aplicador do direito na sua atividade interpretativa. Ele também orienta e guia o legislador em sua função legiferante. Os Princípios Gerais do Direito: Como o da isonomia, da lealdade, da boa-fé, etc. Os Usos e costumes: Há quem faça a distinção entre os usos e os costumes. Mas para o nosso estudo para provas objetivas o importante é saber que os costumes contra a lei não são admitidos. Apenas serão admitidos os costumes praeter legem, ou seja, para suprir as lacunas da lei. O Direito Comparado: Permite-se a utilização de direito estrangeiro quando a legislação pátria não oferecer solução para determinado conflito de interesses. Ressalta-se que o direito comparado somente poderá ser utilizado como fonte supletiva (art. 8º da CLT). Em todo ordenamento jurídico há uma pirâmide de hierarquia de normas a serem seguidas e em caso de conflitos entre as normas, deve-se seguir a ordem hierárquica da pirâmide para que o mesmo possa ser solucionado. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 9

Hierarquia das Fontes Constituição Lei (CLT) Regulamento Sentença normativa Convenção coletiva de trabalho Costume A pirâmide hierárquica é rígida no Direito do Trabalho? Não, a pirâmide hierárquica não é rígida no direito do trabalho porque prevalece o princípio da norma mais favorável. Assim, deverá prevalecer a norma que for mais favorável ao empregado, mesmo que esteja abaixo de outra norma hierarquicamente considerada. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 10

Princípios do Direito do Trabalho: Os Princípios são formas de integração da norma jurídica, isto porque eles atuam como fonte de integração das normas jurídicas, objetivando suprir as lacunas existentes no ordenamento jurídico. Observem que o art. 8º da CLT permite a aplicação dos princípios de direito do trabalho como fonte de integração, ou seja, fonte supletiva da lacuna existente no ordenamento jurídico. Artigo 8º da CLT As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. O art. 8º da CLT estabelece a função integrativa dos princípios gerais de direito ao direito do trabalho em casos de omissão e lacuna. E o art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil estabelece que quando a lei for omissa, o juiz decidirão caso de acordo com a analogia, com os costumes e com os princípios gerais do direito. A diretriz básica do direito do trabalho é a proteção do trabalhador, porque ele surgiu com a função tutelar, ou seja, de proteger o trabalhador garantindo-lhe um patamar civilizatório mínimo de direitos. A razão de ser desta proteção é que o empregado não está em igualdade jurídica com o empregador. Assim, o direito do trabalho busca o alcance da igualdade substancial entre as partes, que somente poderá ser atingida com a proteção da parte mais fraca da relação jurídica, que é o empregado (hipossuficiente). Portanto, para que se possa atingir o equilíbrio na relação entre o empregado e o empregador consagrou-se o princípio da proteção. Sendo, este um dos principais princípios do direito do trabalho. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 11

Princípios peculiares do Direito do Trabalho: Antes de falar dos princípios peculiares do direito do trabalho, vou falar dos princípios gerais de todo o direito que se aplicam ao direito do trabalho. Segundo o jurista Maurício Godinho Delgado, os princípios gerais do direito incorporam as diretrizes centrais da própria noção do direito ou as diretrizes centrais do conjunto dos sistemas jurídicos contemporâneos ocidentais. Como exemplo de princípios que incorporam as diretrizes centrais da própria noção de direito ele cita os princípios da lealdade, da boa-fé ou da não alegação da própria torpeza (princípio de direito processual). Já o exemplo de princípios que incorporam as diretrizes do conjunto de sistemas jurídicos, ele cita o princípio da inalterabilidade contratual. Não podemos esquecer que quaisquer dos princípios gerais que se aplicam ao direito do trabalho sofrerão adequação aos princípios peculiares do direito do trabalho. O princípio da inalterabilidade contratual, por exemplo, sofreu processos de adequação passando a denominar-se no direito do trabalho de princípio da inalterabilidade contratual lesiva. Os princípios da lealdade, da boa-fé, da não alegação da própria torpeza e do efeito lícito do exercício regular do próprio direito consubstanciam-se na vedação à prática do abuso do direito. Assim, podemos perceber que os princípios da lealdade, da boa-fé e do efeito lícito do exercício regular de um direito encontram-se inseridos nas normas de direito do trabalho que regulamentam a justa causa do empregado e do empregador (artigos 482 e 483 da CLT). No que tange ao princípio da não alegação da própria torpeza, o jurista Maurício Godinho Delgado registra que ele sofreu uma adequação singular ao direito do trabalho em face da imperatividade das normas trabalhistas e do princípio de proteção. Isto porque mesmo que o empregado consinta com a conduta irregular praticada pelo empregador, isto não inviabilizaria o seu direito. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 12

Vamos exemplificar: Um contrato civil celebrado entre as partes, com o objetivo de afastar o vínculo de emprego, no qual é simulada uma relação de sociedade. Ao ficar constatado que o empregado sócio aparente exerce as suas funções com a presença dos requisitos da relação de emprego e que na verdade ele não é sócio e sim empregado, ficará desconstituída a relação de sociedade e será declarada a relação de emprego entre as partes. Princípios Peculiares: São princípios peculiares ou específicos do direito do trabalho: Princípio da proteção; Princípio da Norma mais Favorável; Princípio in dubio pro operario ; Princípio da Condição mais Benéfica; Princípio da Irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas; Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva; Princípio da Irredutibilidade Salarial; Princípio da Primazia da Realidade; Princípio da Continuidade da Relação de Emprego. A) Princípio da Proteção: Geralmente, o empregado não possui a mesma igualdade jurídica do empregador, e por isso o direito do trabalho objetiva igualar os desiguais, através da busca de uma igualdade jurídica entre as partes. Em busca desta igualdade substancial o direito do trabalho protege a parte mais fraca da relação jurídica, que é o empregado. Assim, o princípio da proteção resulta das normas imperativas e, portanto de ordem pública que caracteriza a intervenção do Estado nas relações de trabalho, com o objetivo de proteger o empregado considerado hipossuficiente (parte mais fraca) nas relações laborais. A doutrina considera, segundo a classificação de Américo Plá Rodrigues, que o princípio da proteção abrange os seguintes princípios: princípio in dúbio pro operário, princípio da norma mais favorável e princípio da condição mais benéfica. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 13

Princípio da Proteção Princípio da Norma mais favorável Princípio In dúbio pro operário Princípio da condição mais benéfica (Questão) O princípio que possui como propósito tentar corrigir desigualdades, criando uma superioridade jurídica em favor do empregado diante da sua condição de hipossuficiente é especificamente o princípio da (A) dignidade da pessoa humana. (B) condição mais benéfica. (C) primazia da realidade. (D) proteção. (E) boa-fé. Comentários: O Princípio da proteção é o gabarito da questão. Vejamos o que diz o jurista Maurício Godinho Delgado, que é adotado pela banca FCC. Informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte hipossuficiente na relação empregatícia o obreiro -, visando retificar ou atenuar, no plano jurídico o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. (Maurício Godinho Delgado) O princípio da proteção é também conhecido como princípio tutelar ou tuitivo, uma vez que objetiva igualar os desiguais, promovendo uma igualdade jurídica entre o empregado e o empregador. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 14

O princípio da proteção resulta das normas imperativas e, portanto de ordem pública que caracteriza a intervenção do Estado nas relações de trabalho, com o objetivo de proteger o empregado considerado hipossuficiente nas relações laborais. O jurista mexicano Américo Plá Rodrigues subdivide o princípio da proteção em três subprincípios: princípio in dúbio pro operário, princípio da norma mais favorável e princípio da condição mais benéfica. B) Princípio da Norma mais favorável: Hierarquia das Fontes Constituição Lei (CLT) Regulamento Sentença normativa Convenção coletiva de trabalho Costume Em todo ordenamento jurídico há uma pirâmide de hierarquia de normas a serem seguidas e em caso de conflitos entre as normas, deve-se seguir a ordem hierárquica da pirâmide, para que o mesmo possa ser solucionado. O princípio da norma mais favorável caracteriza-se por ser um princípio, em virtude do qual, independente da sua hierarquização na escala das normas jurídicas aplicar-se-á a que for mais favorável ao trabalhador. Assim, havendo razoável interpretação de duas normas aplicáveis a um mesmo trabalhador, deve-se optar por aquela mais vantajosa ao trabalhador, sem levar em conta a hierarquia das normas. Como saber qual a norma mais favorável? Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 15

A doutrina aponta duas teorias principais que ajudam na aferição da norma mais favorável, através da comparação entre as normas: 1ª Teoria do Conglobamento ou da Incindibilidade: Através desta teoria ao aferir-se qual a norma mais favorável ao empregado o intérprete deverá buscar a regra mais favorável em seu conjunto, ou seja, não poderá fragmentar as normas e escolher o que for melhor de cada uma delas. Após a análise das duas normas será aplicada a que for melhor ao trabalhador como um todo, em seu conjunto, desprezando-se a outra norma. O operador jurídico deve buscar a regra mais favorável enfocando globalmente o conjunto de regras componentes do sistema, discriminando, no máximo, os preceitos em função da matéria, de modo a não perder no decorrer deste processo, o caráter sistemático da ordem jurídica e os sentidos lógico e teleológico básicos que sempre devem informar o fenômeno do direito (teoria do conglobamento). (Maurício Godinho Delgado) 2ª Teoria ou Princípio Atomista ou da Acumulação: Estabelece que o operador jurídico ao aplicar a norma mais favorável poderá utilizar preceitos mais favoráveis de uma e de outra norma, acumulando-se preceitos favoráveis ao empregado criando assim, regras jurídicas próprias. Para esta teoria, levam-se em conta os benefícios isolados que cada norma estabelece. Assim, pinça-se o melhor de cada norma, formando-se uma nova norma. Vejamos, agora, as exceções ao princípio da norma mais favorável: Mesmo que a norma seja mais favorável ao empregado, ela não poderá ser aplicada quando violar a lei ou a Constituição Federal. Uma norma coletiva que contrarie lei de política salarial, não poderá vigorar por ferir o art. 623 da CLT. C) Princípio In dúbio Pro operário: Este princípio, corolário ao princípio da proteção ao trabalhador, caracteriza-se pelo fato de que o intérprete do direito ao defrontar-se com duas interpretações possíveis deverá optar pela mais favorável ao empregado, desde que não afronte a nítida manifestação do legislador e nem se trate de matéria probatória (direito processual). Portanto, quando ocorrerem dúvidas em relação a que dispositivo legal aplicar, e não se tratar de matéria probatória será aplicado o que for mais favorável ao empregado. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 16

Não poderia deixar de registrar que há uma corrente minoritária que entende que o princípio in dúbio pro operário poderá ser aplicado ao processo do trabalho no que se refere à matéria probatória. DICA: Alguns doutrinadores denominam o princípio in dúbio pro operário de in dúbio pro misero D) Princípio da Condição Mais Benéfica: Este princípio determina a prevalência das condições mais vantajosas ao empregado ajustadas no contrato de trabalho, no regulamento da empresa ou em norma coletiva, mesmo que sobrevenha norma jurídica imperativa e que determine menor proteção, uma vez que se aplica a teoria do direito adquirido do art. 5º, XXXVI da CRFB/88 (a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada). (Questão) O Regulamento da empresa BOA revogou vantagens deferidas a trabalhadores em Regulamento anterior. Neste caso, segundo a súmula 51 do TST, As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. Em matéria do Direito do Trabalho, esta súmula trata, especificamente, do Princípio da a) Razoabilidade. b) Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas. c) Imperatividade das Normas Trabalhistas. d) Dignidade da Pessoa Humana. e) Condição mais benéfica. DICA: A Súmulas 51 do TST aborda, implicitamente, este princípio. Observem que a FCC abordou a súmula e pediu a classificação principiológica da questão. Súmula 51 do TST I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 17

E) Princípio da Irrenunciabilidade dos Direitos: Este princípio é conhecido também como princípio da indisponibilidade ou da inderrogabilidade, caracterizando-se pelo fato de que os empregados não poderão renunciar aos direitos trabalhistas que lhes são inerentes. Caso eles renunciem, os atos praticados serão considerados nulos de pleno direito, ou seja, independentemente de manifestação judicial. A renúncia é uma declaração unilateral de vontade que atinge direito certo e existente. Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis porque são de ordem pública. Exemplificando: A empregada Ana renunciou ao seu direito de gozar férias de 30 dias, pois decidiu trocar o gozo das mesmas pelo pagamento de uma indenização de dez vezes o valor de seu salário proposta feita pela sua empregadora Tecnic Ltda. O ato praticado por Ana e por sua empregadora feriu o art. 9º da CLT, uma vez que Ana não poderia renunciar o seu direito de gozar férias. Art. 9º da CLT Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. A transação incide sobre direito duvidoso, sendo bilateral, na qual através de concessões recíprocas as partes dão por encerrada a obrigação. DICA: É importante mencionar as hipóteses de exceção previstas nas Súmulas 51, II e 276 do TST. A primeira Súmula refere-se à opção do empregado por um plano de cargos e salários, renunciando ao outro. Já a segunda trata do aviso prévio que poderá ser renunciado quando o empregado comprovar que conseguiu um novo emprego. F) Princípio da inalterabilidade contratual lesiva: O princípio geral da inalterabilidade dos contratos sofreu complexas modificações, para adequar-se às especificidades do direito do trabalho. Este passou a denominá-lo princípio da inalterabilidade contratual lesiva, haja vista serem permitidas alterações contratuais benéficas ao empregado. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 18

Em relação a este princípio devemos entender que as partes deverão pactuar cláusulas iguais ou melhores para o empregado do que as previstas em lei ou normas coletivas, mas não poderão pactuar cláusulas menos favoráveis do que as previstas em lei ou em normas coletivas. Assim, o art. 468 da CLT veda a alteração, mesmo que seja bilateral quando for prejudicial ao empregado. As alterações bilaterais que forem mais favoráveis ao empregado serão válidas. Art. 468 da CLT Nos contratos individuais de Trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem direta ou indiretamente prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único. Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. Alguns doutrinadores apontam exceções ao princípio da inalterabilidade contratual lesiva, são elas: Possibilidade de o empregado reverter ao cargo de origem, perdendo a gratificação de função (art. 468, parágrafo único da CLT). É importante ressaltar que a Súmula 372 do TST em seu inciso I, permite que não seja suprimida a gratificação de função quando o empregado permanecer na função por dez ou mais anos. O art. 469 da CLT possibilita a transferência unilateral do empregado que exerça cargo de confiança ou daquele cujo contrato contenha cláusula explícita ou implícita de transferibilidade. O art. 475 da CLT combinado com o art. 461, parágrafo 4º da CLT permite o rebaixamento do empregado reabilitado pela Previdência Social, desde que não haja redução salarial. Jus Variandi: o empregador corre o risco do negócio e por isso, ele poderá alterar unilateralmente algumas condições de trabalho, como por exemplo, alterar o horário de trabalho, desde que não haja aumento das horas laboradas. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 19

G) Princípio da irredutibilidade Salarial: Art. 7º VI, da CF/88 - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; H) Princípio da Primazia da Realidade: Trata-se de um princípio geral do direito do trabalho que prioriza a verdade real diante da verdade formal. Assim, entre os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente os fatos ocorreram, devem-se reconhecer estes (fatos) em detrimento daqueles (documentos). DICA: As expressões abaixo são abordadas em provas, em relação ao princípio da primazia da realidade: Prioriza-se a verdade real em relação à verdade formal ou aparente. Os fatos prevalecem sobre os documentos. Os fatos definem a verdadeira relação jurídica havida entre as partes e não os documentos. (Questão) O Juiz do Trabalho pode privilegiar a situação de fato que ocorre na prática, devidamente comprovada, em detrimento dos documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material. Tal assertiva, no Direito do Trabalho, refere-se ao princípio da (A) irrenunciabilidade. (B) intangibilidade salarial. (C) continuidade. (D) primazia da realidade. (E) proteção. Comentários: Letra D. Trata-se do princípio da primazia da realidade. Trata-se de um princípio geral do direito do trabalho que prioriza a verdade real diante da verdade formal. Assim, entre os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente os fatos ocorreram, devem-se reconhecer estes (fatos) em detrimento daqueles (documentos). Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 20

I) Princípio da Continuidade da relação de emprego: Informa tal princípio que se deve presumir que o contrato de trabalho tenha validade por tempo indeterminado, sendo exceção aquele por prazo determinado, pois a permanência do vínculo empregatício, com a inserção do trabalhador na estrutura empresarial, é da gênese do direito do trabalho. Poderemos extrair do Princípio da continuidade da relação de emprego a regra de que o ônus de provar o término do contrato de trabalho é do empregador (súmula 212 do TST). Súmula 212 do TST O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento é do empregador, pois o princípio de continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Questões Comentadas: 1. (CESPE Juiz do Trabalho 16ª Região/2003) Constitui função central do direito do trabalho a melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica. Comentários: CERTA. O Direito do Trabalho incorpora, no conjunto de seus princípios, regras e institutos, um valor finalístico que marca a direção de todo o sistema jurídico que o compõe. Segundo o jurista Maurício Godinho Delgado, este valor consiste na melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica. O direito do Trabalho possui um núcleo basilar de princípios específicos que provam a força do valor finalístico de melhoria das condições de trabalho. Então, a função central do direito do trabalho é a melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica. Porém, o jurista aponta como importante a função modernizante e progressista, apesar de não ser central. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 21

2. (CESPE Juiz do Trabalho 16ª Região/2003) A autonomia do direito do trabalho é induvidosa, eis que apresenta os requisitos necessários para tal status, pois tem um campo temático vasto e específico, dispõe de teorias próprias, possui metodologia própria e, ainda, apresenta perspectivas e questionamentos específicos e próprios relativamente aos demais ramos do direito próximos ou correlatos. Comentários: CORRETA. Autonomia, no Direito, traduz a qualidade atingida por determinado ramo jurídico de ter enfoques, princípios, regras, teorias e condutas metodológicas próprias de estruturação e dinâmica. (Maurício Godinho Delgado) O direito do trabalho possui um campo temático vasto e específico com teorias próprias e com metodologia própria. E, também, possui princípios próprios e institutos que lhes são peculiares. Portanto, a doutrina defende a autonomia do direito do trabalho em relação aos outros ramos do direito. 3. Vale a pena conferir essa questão discursiva: CRITÉRIOS PARA CORREÇÃO DISCURSIVA TEMA JURÍDICO Tema: O ônus da prova em face do princípio da continuidade da relação de emprego Abordagem Esperada a. Segundo Mauro Schiavi o ônus da prova é um dever processual que incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito e ao réu quanto aos fatos modificativos, extintivos e impeditivos do direito do autor, que, uma vez não realizado, gera uma situação desfavorável à parte que detinha o ônus e favorável a parte contrária, na obtenção da pretensão posta em juízo (Manual de Direito Processual do Trabalho, 4 ed. p. 581). De acordo com o artigo 818 da CLT a prova das alegações incumbe à parte que as fizer. Aplica-se, também, subsidiariamente as regras previstas no Direito Processual Civil no tocante ao ônus da prova. Valor 35 pontos Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 22

b. Com relação ao Princípio da Continuidade da relação de emprego, segundo Sérgio Pinto Martins presume-se que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado, ou seja, haverá a continuidade da relação de emprego (Direito do Trabalho, 28 ed. p. 71). Este princípio está relacionado a característica do contrato de trabalho que é o trato sucessivo, sendo a regra geral, que os contratos de trabalho são pactuados por prazo indeterminado, sendo a exceção os contratos de trabalho a termo. Valor 35 pontos c. Diante da parca regulamentação sobre o ônus da prova na Consolidação das Leis do Trabalho, o TST editou diversas Súmulas a respeito, sendo que a Súmula 212 está relacionada diretamente ao Princípio da Continuidade da Relação de Emprego, uma vez que estabelece que o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Valor 30 pontos 4. (UnB/CESPE - Juiz do Trabalho/ TRT 5ª Região/2007) A autonomia do direito do trabalho evidencia-se nos campos científico, doutrinário, legislativo e didático. No que concerne à autonomia científica, o direito do trabalho é considerado uma disciplina estanque, tendo em vista a peculiaridade de seus princípios e a singularidade de seus institutos, não sofrendo influência de outras ciências e disciplinas. Comentários: INCORRETA. Autonomia é a qualidade atingida por determinado ramo jurídico, de possuir princípios, regras, teorias e condutas metodológicas próprias de estruturação e dinâmica. O Direito do Trabalho é autônomo porque ele possui princípios que lhes são próprios e institutos que lhes são peculiares, como o princípio da irrenunciabilidade dos direitos consagrado no art. 9º da CLT, por exemplo. Art. 9º da CLT Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Apesar de ser autônomo, o Direito do Trabalho não é independente, uma vez que ele possui uma relação de interdependência com os outros ramos do direito. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 23

Podemos afirmar, também, que o Direito do Trabalho não é considerado disciplina estanque, porque ele possui relação de interdependência com os outros ramos do direito. De fato, o Direito do Trabalho sofre influência de outras ciências e disciplinas. Como exemplo, podemos citar a influência que o direito do trabalho sofre do direito constitucional, uma vez que a Constituição Federal de 1988 regulamenta os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, em seu art. 7º. 5. (UnB/CESPE - Juiz do Trabalho/TRT 5ª. Região/2007) Com base no conceito, na natureza, na autonomia, na flexibilização, na desregulamentação e nas fontes do direito do trabalho, assinale certo ou errado: Segundo a corrente que situa o direito do trabalho como um direito unitário, prevalecem na legislação trabalhista normas de natureza direito público, sendo, portanto, esta a natureza do direito do trabalho. Comentários: INCORRETA. A corrente doutrinária que denomina o Direito do Trabalho como Direito Unitário considera que ele é uma fusão dos ramos de Direito Público e de Direito Privado. Portanto, a assertiva está errada ao dizer que ela a corrente que classifica o direito do trabalho como unitário o considera como direito público. Vejamos abaixo as correntes doutrinárias existentes em relação à natureza jurídica do Direito do Trabalho: Direito Privado: Esta corrente classifica o Direito do Trabalho como um dos ramos do Direito Privado, sob o fundamento de que a relação jurídica entre as partes é regida por um contrato de trabalho. Direito Público: A corrente que entende que o Direito do Trabalho faz parte do Direito Público traz como fundamento o fato de suas normas serem cogentes, imperativas e de ordem pública. Ressalta que tais normas não poderão ser renunciadas pelo empregado em face do Princípio da Irrenunciabilidade dos direitos (art. 9º da CLT). Direito Misto: Esta corrente entende que o Direito do trabalho é um direito tanto público quanto privado, uma vez que possui normas de direito privado e normas de direito público. Neste caso, há um contrato mínimo previsto em lei, e grande intervenção estatal na legislação com o objetivo de proteger o mais fraco, com regras indisponíveis pelos trabalhadores. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 24

Direito Unitário: Denominação defendida por Evaristo de Moraes Filho. Esta corrente entende que o Direito do Trabalho é uma fusão entre as normas de Direito Público e as normas de Direito Privado. Vocês deverão tomar muito cuidado em provas para não confundirem a corrente do direito unitário, com a corrente que classifica o Direito do Trabalho como Direito Misto. A diferença entre elas é que na teoria do direito misto haveria a coexistência entre as normas de direito público e as normas de direito privado. Já na teoria do direito unitário ocorre uma fusão das normas de direito público com as normas de direito privado. 6. (UnB/CESPE - Juiz do Trabalho/TRT 5ª. Região/2007) O direito do trabalho é dividido em direito individual do trabalho, direito coletivo do trabalho e direito processual do trabalho. Comentários: INCORRETA. O Direito do Trabalho divide-se em: Direito Individual e Direito Coletivo do Trabalho. O Direito Processual do Trabalho não faz parte do Direito do Trabalho. O direito processual é instrumental, ou seja, é o instrumento utilizado para fazer valer o direito material do trabalho, quando ele for violado. Assim, podemos afirmar que as normas de Direito do Trabalho são materiais e as de Direito Processual do Trabalho são instrumentais. Para maior compreensão, observem o exemplo abaixo: Exemplificando: Determinado empregador violou as normas de direito material do trabalho, ao deixar de pagar ao seu empregado os seguintes direitos: férias, 13º salário e horas extraordinárias. O empregado para fazer valer os seus direitos, deverá interpor uma reclamação trabalhista, pedindo ao juiz que lhe assegure tais direitos. Assim, o direito processual do trabalho irá regulamentar todo o trâmite desta reclamação trabalhista, porque ele é o instrumento utilizado para fazer valer um direito material que foi violado. 7. (UnB/CESPE - Juiz do Trabalho/TRT 5ª. Região/2007) Um exemplo de flexibilização das normas trabalhistas, previsto na Constituição Federal de 1988, refere-se à possibilidade de majoração da jornada de trabalho de seis horas para turnos ininterruptos de revezamento, mediante negociação coletiva. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 25

Comentários: CORRETA. A Constituição Federal traz em seu bojo três hipóteses de flexibilização das leis trabalhistas sob tutela sindical, são elas: a irredutibilidade salarial (art. 7º VI), a jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento (art. 7º, XIV) e a da duração normal do trabalho não superior a oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais (art. 7º, XIII). Art. 7º da CF/88 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; Há outra forma de abordar este tema, como vocês poderão observar na questão de Juiz do trabalho que não é da banca CESPE, mas devido à sua importância, resolvi transcrevê-la: (Juiz do Trabalho/TRT da 24ª Região/2005) As únicas hipóteses de flexibilização convencional dos direitos trabalhistas admitidas constitucionalmente são sobre: a) Férias e salários. b) Férias e adicionais. c) Adicionais e salários. d) Adicionais e jornada de trabalho. e) Salários e jornada de trabalho O gabarito da questão acima é letra e, porque a flexibilização das leis trabalhistas sob a tutela constitucional, prevista na CF/88 refere-se às hipóteses de salário e jornada de trabalho. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 26

8. (UnB/CESPE Juiz do Trabalho 16ª Região/2003) O direito do trabalho divide-se, internamente, em direito individual do trabalho e direito coletivo do trabalho. Ao contrário do direito coletivo, que é uno, o direito individual do trabalho adota dois segmentos distintos na sua estrutura, isto é, uma parte geral, que compreende a Introdução e a Teoria Geral do Direito do Trabalho, e uma parte especial, que compreende o estudo do contrato de trabalho, de um lado, e, de outro, o exame dos contratos especiais de trabalho. Comentários: CORRETA. O Direito do Trabalho divide-se em direito individual e direito coletivo. O direito individual caracteriza-se pela existência de uma relação jurídica cujos interesses são concretos, tanto dos trabalhadores quanto dos empresários, analisados de forma individual. O Direito Individual estrutura-se a partir de dois segmentos diferenciados: a parte geral e a parte especial. O Direito Coletivo, que será abordado no capítulo 25 desta obra, tem por objetivo regulamentar os interesses abstratos do grupo. Esse ramo do direito do trabalho é uno e não comporta divisões internas significativas. 9. (UnB/CESPE Técnico Judiciário Área: Administrativa - TRT 21 ª Região 2010) Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, os fatos ordinários são presumidos, em detrimento dos fatos extraordinários, que precisam ser provados. Assim, o ônus de provar o vínculo empregatício e o despedimento é do empregado, porque se tratam de fatos constitutivos do seu direito. Comentários: INCORRETA. O Ônus de provar o fato constitutivo de seu direito é de fato do empregado. Porém, o ônus de provar o vínculo empregatício e o despedimento é do empregador (Súmula 212 do TST) Súmula 212 O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 27

10. (UnB/CESPE/Juiz do Trabalho - TRT 5ª Reg./2007) Considerando as fontes formais do direito do trabalho, seu conceito, classificação e hierarquia, conflitos de normas e suas soluções; interpretação e aplicação do direito do trabalho, o papel da eqüidade e a eficácia das normas trabalhistas no tempo e no espaço; revogação, irretroatividade e direito adquirido no direito do trabalho, assinale certo ou errado: De acordo com a legislação trabalhista vigente, a jurisprudência é uma fonte de integração da lei. Comentários: CORRETA. Vamos relembrar a divisão e o conceito das fontes do direito do trabalho! As fontes do direito do trabalho dividem-se em materiais e formais. As fontes formais dividem-se em autônomas e heterônomas. As fontes materiais são os fatos sociais que deram origem à norma, como por exemplo, as greves, os movimentos sociais organizados pelos trabalhadores, as lutas de classes, a concentração do proletariado ao redor das fábricas, a revolução industrial, os conflitos entre o capital e o trabalho, e todos os fatos sociais que derem origem à formação do direito do trabalho. A fonte formal é a manifestação da ordem jurídica positivada, ou seja, a norma é elaborada com a participação direta dos seus destinatários (fontes formais autônomas) ou sem a participação direta dos seus destinatários (fontes formais heterônomas). Consideram-se fontes formais autônomas a convenção coletiva, os acordos coletivos e os costumes produzidos espontaneamente pelo ambiente de trabalho, que são produzidos sem a participação do Estado. São consideradas fontes formais heterônomas as leis, a CLT, a Constituição Federal, os decretos, a sentença normativa, as Súmulas vinculantes editadas pelo STF, as medidas provisórias, as emendas à constituição, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil, dentre outros. Atenção: As bancas consideram como fontes supletivas a jurisprudência, a analogia, a equidade, e os outros princípios e normas de Direito do trabalho e de direito, os usos e costumes e o direito comparado. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 28

11. (UnB/CESPE Analista Judiciário TRT 6ª Região/2002) Considerando as fontes e os princípios do direito do trabalho julgue certo ou errado: Se um pedido formulado em reclamatória trabalhista foi fundado em decisão proferida em dissídio normativo, então esta decisão normativa foi tomada pelo reclamante como fonte de direito. Comentários: CORRETA. Uma decisão normativa é uma sentença normativa, sendo fonte formal heterônoma do direito do trabalho. 12. (UnB/CESPE- Técnico Judiciário/TRT- 9ª região/2007) Quando houver omissão nas disposições da legislação trabalhista, nos contratos individuais ou nas convenções e acordos coletivos de trabalho, o juiz do trabalho pode julgar por precedente jurisprudencial, analogia ou por equidade, inclusive adotando o direito comum como fonte subsidiária. Comentários: CORRETA. O artigo 8º da CLT é o dispositivo legal que regulamenta as fontes do direito do trabalho. A questão está correta porque ela refere-se às fontes supletivas e, também à aplicação subsidiária do direito comum ao direito do trabalho, quando houver omissão deste e compatibilidade do direito comum com o fundamento principiológico do direito do trabalho. Artigo 8º da CLT As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. 13. (UnB/CESPE- Técnico Judiciário/TRT- 9ª região/2007) Uma das premissas do Direito do Trabalho é a busca da norma legal ou contratual pela melhoria das condições sociais do trabalhador sob pena de nulidade. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 29

Comentários: CORRETA. Geralmente, o empregado não possui a mesma igualdade jurídica do empregador, e por isso o direito do trabalho objetiva igualar os desiguais, através da busca de uma igualdade jurídica entre as partes. Em busca desta igualdade substancial o direito do trabalho protege a parte mais fraca da relação jurídica, que é o empregado. Assim, o princípio da proteção resulta das normas imperativas e, portanto de ordem pública que caracteriza a intervenção do Estado nas relações de trabalho, com o objetivo de proteger o empregado considerado hipossuficiente nas relações laborais. A doutrina considera que o princípio da proteção abrange os seguintes princípios, que serão estudados a seguir: princípio in dúbio pro operário, princípio da norma mais favorável e princípio da condição mais benéfica. O fundamento principiológico do Direito do Trabalho é sempre a melhoria de condições sociais, objetivando sempre a proteção do trabalhador que é a parte hipossuficiente na relação com o seu empregador. 14. (UnB/CESPE AGU - Advogado da União/2004) Considerando a definição e as fontes do direito do trabalho, julgue os itens seguintes. 126 Como uma das principais fontes formais do direito do trabalho, os movimentos reivindicatórios deflagrados pelos trabalhadores, com a participação dos sindicatos, têm sido, ao longo da história, o principal elemento gerador de normas jurídicas trabalhistas. 127 As decisões proferidas pelos tribunais do trabalho no exercício da competência normativa prevista na Constituição Federal, quando resultantes de provocação de todas as categorias profissional e economicamente envolvidas, qualificam-se como fontes autônomas e formais do direito do trabalho. Comentários: 126. INCORRETA. Os movimentos grevistas e reivindicatórios são fatos sociais e são fontes materiais do direito do trabalho. 127. INCORRETA. As sentenças normativas são decisões proferidas pelos Tribunais do Trabalho e são consideradas fontes formais heterônomas do direito do trabalho. As súmulas vinculantes editadas pelo STF, também, são fontes formais heterônomas de direito. (Art. 103-A da CRFB/88). Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 30

Atenção: Embora não tenha sido objeto da questão é importante saber que a competência para legislar sobre direito do trabalho é privativa da União, conforme dispõe o art. 22, I da CRFB/88. 15. (UnB/CESPE Analista Judiciário TRT 6ª Região/2002) Considerando as fontes e os princípios do direito do trabalho julgue certo ou errado: A primazia da regularidade nas relações de emprego determina a prevalência das condições documentalmente ajustadas entre as partes sobre aquelas faticamente adotadas por elas, mesmo que mais benéficas ao obreiro. Comentários: INCORRETA. O Princípio da primazia da realidade é um princípio geral do direito do trabalho que prioriza a verdade real diante da verdade formal. Assim, entre os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente os fatos ocorreram, prevalecerão estes em detrimento daqueles. A questão está errada porque os fatos não deverão prevalecer sobre os documentos. E, ainda, há na assertiva um erro grave, pois o princípio não se chama primazia da regularidade. 16. (UnB/CESPE Juiz do Trabalho 16ª Região/2003) Consideradas as afirmações abaixo, marque a resposta correta: I - A flexibilização tem a ver com o deslocamento do direito do trabalho rumo à prevalência da vontade dos grupos privados interessados na formação das relações jurídicas por ele reguladas, sobre o controle da norma estatal, que se ocupa de garantir todos os direitos dos trabalhadores. Não se confunde com a desregulamentação das relações de trabalho, que significa a total ausência de regras, capaz de extinguir o próprio direito do trabalho. II - Constituem fontes formais do direito do trabalho: os costumes, as convenções e acordos coletivos do trabalho (fontes heterônomas), a Constituição, as leis, os regulamentos normativos, tratados e convenções internacionais ratificados e as sentenças normativas (fontes autônomas). Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 31

III - No direito do trabalho, a hierarquia das normas difere do direito comum, e a pirâmide normativa é construída de modo plástico e variável, alçando ao seu vértice não necessariamente a norma de status mais elevado, mas, sim, aquela que mais se aproxime do caráter teleológico do ramo juslaborista. Tem pertinência o princípio da norma mais favorável ao empregado, em caso de conflito. IV - Hermenêutica jurídica e interpretação não se confundem: a primeira apreende e fixa os critérios que devem reger a interpretação - que os absorve e concretiza a dinâmica interpretativa. V - O direito do trabalho submete-se ao princípio jurídico geral que rege o conflito das normas jurídicas no tempo, quer dizer, a nova norma jurídica terá simples efeito imediato, respeitados o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, ressalvadas as exceções feitas na própria Constituição. a) I e II estão erradas. b) II e III estão erradas. c) Somente IV está correta. d) IV e V estão erradas. e) Somente V está correta. Comentários: Letra A. I- Incorreta. A flexibilização não garante todos os direitos, ela exclui alguns direitos através de normas coletivas. II- Incorreta. A sentença normativa é fonte formal heterônoma de direito do trabalho e as convenções e os acordos coletivos são fontes formais autônomas. III- Correta. A pirâmide hierárquica não é rígida no direito do trabalho, porque prevalece o princípio da norma mais favorável. Assim, deverá prevalecer a norma que for mais favorável ao empregado, mesmo que esteja abaixo de outra norma hierarquicamente considerada. Pelo princípio da norma mais favorável aplicar-se-á a norma mais favorável ao obreiro, independentemente de sua posição na escala hierárquica. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 32

IV- Correta (doutrina). A hermenêutica jurídica é a ciência que trata do processo de interpretação das normas jurídicas. Ela distingue-se da interpretação porque a interpretação traduz a compreensão e reprodução intelectual de uma dada realidade conceitual ou normativa. Ao passo que a hermenêutica consiste no conjunto de princípios, teorias e métodos que buscam informar o processo de compreensão e reprodução intelectual do direito. V- Correta. O direito do trabalho submete-se ao princípio jurídico geral que rege o conflito das normas jurídicas no tempo, segundo o qual a norma jurídica emergente terá simples efeito imediato, respeitando, assim, o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI da CF/88), ressalvando-se as exceções constitucionais. 17. (UnB/CESPE Juiz do Trabalho 16ª Região/2003) Entre os mais importantes princípios de direito individual do trabalho, podem ser citados: da proteção, da norma mais favorável, da imperatividade das normas trabalhistas, da indisponibilidade dos direitos trabalhistas, da condição mais benéfica, da inalterabilidade contratual lesiva, da continuidade da relação de emprego, da primazia da realidade sobre a forma e da intangibilidade salarial. Comentários: CORRETA. Os Princípios são formas de integração da norma jurídica, isto porque eles atuam como fonte de integração das normas jurídicas, objetivando suprir as lacunas existentes no ordenamento jurídico. O art. 8º da CLT permite a aplicação dos princípios de direito do trabalho, como fonte de integração, ou seja, fonte supletiva da lacuna existente no ordenamento jurídico. Art. 8º da CLT As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 33

Vejamos os principais princípios peculiares do Direito do Trabalho: Princípio da Irrenunciabilidade dos Direitos: Este princípio é conhecido também como princípio da indisponibilidade ou da inderrogabilidade, caracterizando-se pelo fato de que os empregados não poderão renunciar aos direitos trabalhistas que lhes são inerentes. Caso eles renunciem, os atos praticados serão considerados nulos de pleno direito, ou seja, independentemente de manifestação judicial. Art. 9º da CLT Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Princípio da Primazia da Realidade: Trata-se de um princípio geral do direito do trabalho que prioriza a verdade real diante da verdade formal. Princípio da Proteção: Geralmente, o empregado não possui a mesma igualdade jurídica do empregador, e por isso o direito do trabalho objetiva igualar os desiguais, através da busca de uma igualdade jurídica entre as partes. Em busca desta igualdade substancial o direito do trabalho protege a parte mais fraca da relação jurídica, que é o empregado. Princípio In dúbio Pro operário: Este princípio, corolário ao princípio da proteção ao trabalhador, caracteriza-se pelo fato de que o intérprete do direito ao defrontar-se com duas interpretações possíveis deverá optar pela mais favorável ao empregado, desde que não afronte a nítida manifestação do legislador e nem se trate de matéria probatória (direito processual). Portanto, quando ocorrerem dúvidas em relação a que dispositivo legal aplicar, devese aplicar aquele que seja mais favorável ao empregado. Princípio da Condição Mais Benéfica: Este princípio determina a prevalência das condições mais vantajosas ao empregado ajustadas no contrato de trabalho, no regulamento da empresa ou em norma coletiva, mesmo que sobrevenha norma jurídica imperativa e que determine menor proteção, uma vez que se aplica a teoria do direito adquirido do art. 5º, XXXVI da CRFB/88. Princípio da Norma mais favorável: Caracteriza-se por ser um princípio, em virtude do qual, independente da sua hierarquização na escala das normas jurídicas aplicar-se-á a que for mais favorável ao trabalhador. Assim, havendo razoável interpretação de duas normas, deve-se optar por aquela mais vantajosa ao trabalhador. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 34

Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: O princípio da continuidade da relação de emprego gera a presunção de que o trabalhador tem interesse na preservação do contrato de trabalho, fonte de sua subsistência, pelo que não se pode presumir, sem quaisquer outros elementos, a ocorrência de resilições contratuais por iniciativa de empregados. Informa tal princípio que se deve presumir que o contrato de trabalho tenha validade de por tempo indeterminado, sendo exceção o contrato de trabalho por prazo determinado, pois a permanência do vínculo empregatício com a inserção do trabalhador na estrutura empresarial é da gênese do Direito do Trabalho. 18. (UnB/CESPE Juiz do Trabalho 16ª Região/2003) A renúncia distingue-se da transação. A primeira é unilateral e marcada pelo despojamento de direito sem contrapartida da pessoa beneficiada. A segunda é bilateral e marcada por concessões recíprocas, envolvendo res dubia. Comentários: CORRETA. A transação consiste no ato através do qual as partes fazem concessões recíprocas em relação a um direito incerto, ou seja, cuja existência seja duvidosa. Trata-se de um ato bilateral, cujo requisito seja a existência da res dúbia (direito duvidoso). É oportuno ressaltar que o empregado não poderá transacionar direitos quando eles forem absolutamente indisponíveis, como as normas de segurança e medicina do trabalho, por exemplo. A renúncia é um ato unilateral através do qual uma das partes despoja-se de um direito certo e existente. 19. (ESAF AFT 2010) A legislação trabalhista estabelece expressamente a possibilidade de distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador e entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Comentários: Incorreta. Isto porque o parágrafo único do art. 3º da CLT proíbe a distinção entre as espécies de emprego, a condição de trabalhador e entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 35

20. (ESAF AFT 2010) De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, é ilícito o desconto salarial do trabalhador frentista, referente à devolução de cheques sem fundos, ainda quando deixa de observar as recomendações previstas em instrumento coletivo, tendo em vista que o desconto descaracterizaria a alteridade própria da figura do empregador. Comentários: Incorreta. A OJ 251 permite o desconto salarial do frentista que recebeu cheques sem fundos quando este não observar recomendações previstas em instrumento coletivo. OJ 251 da SDI - 1 do TST É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo. 21. Discursiva CESPE (CESPE - EXAME DE ORDEM-2006) De acordo com abalizada doutrina, o salário é conceituado como a totalidade das percepções econômicas dos trabalhadores, qualquer que seja a forma ou o meio de pagamento, que retribuam o trabalho, os períodos de interrupção do contrato e os descansos computáveis na jornada de trabalho. Na ordenação normativa pátria existe diversos princípios básicos de proteção jurídica ao salário. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho relações individuais e coletivas do trabalho. 21 ed. São Paulo. Saraiva, 2006. p.817 (com adaptações). Considerando o texto acima como referência inicial, elabore um texto em que sejam apresentados os conceitos de dois dos princípios básicos de proteção ao salário. Pontos importantes: Princípio da irredutibilidade salarial: está previsto na Constituição Federal e significa dizer que o salário não poderá ser reduzido, com a exceção de redução via acordo ou convenção coletiva. Princípio da integralidade salarial: o empregado não poderá sofrer descontos em seu salário, salvo por adiantamento, dispositivo de lei ou por dano causado por dolo do empregado. O desconto causado por culpa do empregado deverá ser ajustado entre as partes (art. 462 da CLT). Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 36

Princípios de Proteção do Salário: A) Princípio da Igualdade salarial: A igualdade salarial para trabalho de igual valor é um princípio constitucional que está expresso no art. 7º, XXX da CF/88, e esta igualdade deverá existir em razão dos salários e também em razão das funções exercidas. Os incisos XXX e XXXI do art. 7º da CF/88 decorrem do Princípio da Isonomia preconizado no art. 5º da Constituição que determina o tratamento isonômico, ou seja, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Art. 7º da CF/88 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; Na verdade devemos interpretar esta igualdade salarial preconizada no art. 5º como uma igualdade real ou substancial, ou seja, dar tratamento igual aos iguais. Assim, entre empregados que exerçam as mesmas funções, com as mesmas condições técnicas há que prevalecer a igualdade salarial. Assim, o gerente de uma empresa poderá receber mais do que o empregado que não exerça tal função, uma vez que a igualdade que prevalece é a igualdade real ou substancial. O gerente tem atribuições distintas do empregado, o que não irá impedir que o empregado receba o mesmo salário do que o gerente caso comprove que exerce as mesmas funções e preenche todos os requisitos previstos no art. 461 da CLT para ter direito à equiparação salarial. B) Princípio da Irredutibilidade salarial: O salário não poderá ser reduzido, salvo por acordo ou convenção coletiva. Art. 7º VI da CF/88 - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 37

C) Princípio da Intangibilidade salarial: O salário não poderá sofrer desconto, salvo adiantamento, dispositivo de lei ou norma coletiva, conforme estabelece o art. 462 da CLT. O salário não poderá sofrer desconto, salvo adiantamento, dispositivo de lei ou norma coletiva, conforme estabelece o art. 462 da CLT. Trata-se do denominado princípio da intangibilidade salarial. Art. 462 da CLT Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços destinados a proporcionar-lhes prestações in natura exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefícios dos empregados. 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. Quando ocorrer dolo do empregado, ou seja, a intenção de causar o dano ao empregador o desconto salarial será lícito independentemente de ter sido acordado entre o empregado e o seu empregador tal possibilidade. Já quando ocorrer culpa do empregado que acarrete o dano ao seu empregador o desconto somente será lícito quando esta possibilidade haja sido acordada entre o empregado e o seu empregador. São modalidades de culpa a imprudência, a imperícia e a negligência. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 38

É importante citar a Súmula 342 do TST e a OJ 251 da SDI-1 do TST: Súmula 342 do TST Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativoassociativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. OJ 251 da SDI - 1 do TST É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo. 22. (MPT Estagiário 2015) Os tratados internacionais, caso das recomendações da Organização Internacional do Trabalho, OIT, após ratificados, ingressam no ordenamento jurídico brasileiro com status de emenda constitucional, assim, fonte formal do direito do trabalho. ERRADA. Ingressam com status de lei ordinária. 23. (MPT Estagiário 2015) As convenções coletivas, por serem de origem privada, não criam regras jurídicas. ERRADA. Elas são fontes formais autônomas e criam regras jurídicas. 24. (FCC TRT 3 Analista Judiciário Execução de mandados - 2015) Desde que haja autorização prévia e por escrito do empregado, é lícito ao empregador efetuar desconto no salário no que se refere (A) às horas em que o mesmo falte ao serviço para comparecimento necessário, como parte, à Justiça do Trabalho. (B) aos valores relativos aos planos de assistência odontológica e médicohospitalar. (C) à contribuição sindical obrigatória. (D) aos adiantamentos salariais. (E) aos danos causados dolosamente pelo empregado. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 39

Comentários: Letra B (Súmula 342 do TST). Súmula 342 do TST Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativoassociativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. 25. (FCC TRT 4ª Região Analista Judiciário Área Judiciária - 2015) Em sentido genérico, fontes do direito consubstancia a expressão metafórica para designar a origem das normas jurídicas. Na Teoria Geral do Direito do Trabalho, são consideradas fontes formais autônomas: (A) fatores econômicos e geopolíticos. (B) fatores sociais e religiosos. (C) Constituição Federal e leis complementares. (D) medidas provisórias e jurisprudência. (E) acordo coletivo de trabalho e convenção coletiva de trabalho. Comentários: Letra E. Os fatores econômicos, sociais, geopolíticos e religiosos são fontes materiais do direito do trabalho. A Constituição Federal, as leis complementares e as Medidas Provisórias são fontes formais heterônomas. As fontes formais autônomas são o acordo coletivo e as convenções coletivas de trabalho. Fica aí uma dica para outras provas: Os tratados internacionais, caso das recomendações da Organização Internacional do Trabalho OIT, após ratificados, ingressam no ordenamento jurídico brasileiro com status de lei ordinária, assim, fonte formal do direito do trabalho. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 40

26. (FCC - Analista Judiciário Judiciário TRT 23/2016) Trata-se de uma hipótese de renúncia INVÁLIDA: (A) Josiel, advogado de larga experiência profissional, é contratado para trabalhar com pessoalidade, subordinação e continuidade no departamento jurídico da empresa Indústrias Pantaneiras S/A, recebendo remuneração mensal fixa, mas se recusa a ser registrado como empregado, afirmando que tem conhecimento suficiente para exercer sua autonomia de vontade, escolhendo o regime jurídico de sua contratação. (B) Augusto, imediatamente após retornar de afastamento médico decorrente de acidente do trabalho sofrido, com a cessação do benefício previdenciário, pede demissão e, perante o sindicato que o representa, assina documento renunciando à estabilidade no emprego de que era detentor. (C) Euzébio, dirigente de sindicato com base territorial em Cuiabá MT, solicita ao empregador transferência para Palmas TO. A solicitação da transferência corresponde, nos termos da lei, a uma renúncia tácita à estabilidade do qual era detentor. (D) Na empresa Fortes & Fortes Indústrias Metalúrgicas Ltda. existem dois regulamentos empresariais em vigor. Ronaldo, empregado da empresa há quinze anos, opta por aderir ao regulamento mais novo, renunciando às regras do sistema do outro. (E) Não havendo previsão contratual ou legal expressa, a opção de Edmundo, funcionário público, pelo regime trabalhista implica a renúncia dos direitos inerentes ao regime estatutário. Comentários: Letra A O erro da letra A é que quando todos os requisitos da relação de emprego estiverem presentes, o empregado não poderá renunciar à anotação da CTPS e à formação do vínculo de emprego. O empregado detentor de estabilidade decorrente de acidente de trabalho que pede demissão pode renunciar à estabilidade. O dirigente sindical que solicitar a transferência para outra localidade perderá o direito à estabilidade sindical, configurando-se renúncia tácita. Por fim, Ronaldo e Edmundo poderão renunciar com base no que estabelece a súmula 51, I do TST e a súmula 82 do TST. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 41

Súmula 51 do TST II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Súmula 382 do TST A transferência do regime jurídico de celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime. 27. (FCC TRT 16ª Região Técnico Judiciário Área Administrativa 2014) A Consolidação das Leis do Trabalho e a Constituição Federal são fontes (A) autônomas. (B) heterônimas. (C) heterônima e autônoma, respectivamente. (D) autônoma e heterônima, respectivamente. (E) extraestatais. Comentários: Letra B. A CLT e a Constituição Federal são fontes formais heterônomas. A questão acima é fácil. Porém, colocarei para vocês alguns conceitos pelos quais a FCC poderá complicar em questões futuras. As fontes do direito do trabalho dividem-se em materiais e formais. As fontes materiais são os fatos sociais que deram origem à norma, por exemplo, as greves, os movimentos sociais organizados pelos trabalhadores, as lutas de classes, a concentração do proletariado ao redor das fábricas, a revolução industrial, os conflitos entre o capital e o trabalho, e todos os fatos sociais que derem origem à formação do direito do trabalho. As fontes materiais dividem-se em distintos blocos, segundo o tipo de fatores que se enfoca no estudo da construção e mudanças do fenômeno jurídico. Pode-se falar desse modo em fontes materiais econômicas, sociológicas, políticas, e ainda filosóficas... (Maurício Godinho Delgado). As fontes materiais do direito do trabalho sob a perspectiva econômica consistem na evolução do sistema capitalista, abrangendo a Revolução Industrial. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 42

Sob a perspectiva sociológica as fontes materiais dizem respeito aos distintos processos de agregação de trabalhadores assalariados em função do sistema econômico, nas empresas, cidades e regiões do mundo ocidental contemporâneo. Sob a perspectiva econômica as fontes materiais são atadas à existência e evolução do sistema capitalista. Trata-se da revolução industrial no século XVIII. Sob o ponto de vista político elas dizem respeito aos movimentos sociais organizados pelos trabalhadores de nítido caráter reivindicatório, como o movimento sindical, por exemplo. Em relação à perspectiva filosófica elas correspondem às idéias e correntes de pensamento que influenciam na construção e mudança do Direito do Trabalho. A fonte formal é a manifestação da ordem jurídica positivada, ou seja, a norma é elaborada com a participação direta dos seus destinatários (fontes formais autônomas) ou sem a participação direta dos seus destinatários (fontes formais heterônomas). As fontes formais dividem-se em autônomas e heterônomas. Consideramse fontes formais autônomas a convenção coletiva e os acordos coletivos, que são produzidos sem a participação direta do Estado. São consideradas fontes formais heterônomas as leis, a CLT, a Constituição Federal, os decretos, a sentença normativa, as Súmulas Vinculantes editadas pelo STF, as medidas provisórias, as emendas à constituição, os tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil, dentre outros. 28. (FCC - Prova Analista Execução de Mandados TRT 20ª Região 2011) O princípio que possui como propósito tentar corrigir desigualdades, criando uma superioridade jurídica em favor do empregado diante da sua condição de hipossuficiente é especificamente o princípio da (A) dignidade da pessoa humana. (B) condição mais benéfica. (C) primazia da realidade. (D) proteção. (E) boa-fé. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 43

Comentários: Letra D. Optei por colocar essa questão de 2011 porque ela tem muita relevância para o estudo focado no perfil FCC. O Princípio da proteção é o gabarito da questão. Vejamos o que diz o jurista Maurício Godinho Delgado, que é adotado pela banca FCC. Informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte hipossuficiente na relação empregatícia o obreiro -, visando retificar ou atenuar, no plano jurídico o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. (Maurício Godinho Delgado) O princípio da proteção é também conhecido como princípio tutelar ou tuitivo, uma vez que objetiva igualar os desiguais, promovendo uma igualdade jurídica entre o empregado e o empregador. O princípio da proteção resulta das normas imperativas e, portanto de ordem pública que caracteriza a intervenção do Estado nas relações de trabalho, com o objetivo de proteger o empregado considerado hipossuficiente nas relações laborais. O jurista mexicano Américo Plá Rodrigues subdivide o princípio da proteção em três subprincípios: princípio in dúbio pro operário, princípio da norma mais favorável e princípio da condição mais benéfica. 29. (FCC- Analista Judiciário Área Judiciária TRT 20ª Região 2011) Com relação a renúncia em matéria trabalhista, é correto afirmar: (A) A renúncia a direitos futuros é, em regra, inadmissível, sendo proibido pelo TST, inclusive, a pré-contratação de horas extras pelos bancários quando da sua admissão. (B) Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles não tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (C) O direito ao aviso prévio é renunciável pelo empregado, sendo que o pedido de dispensa de cumprimento sempre exime o empregador de pagar o respectivo valor. (D) Trata-se de uma relação jurídica em que as partes fazem concessões recíprocas, nascendo daí o direito de ação. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 44

(E) No curso do contrato trabalhista a renúncia é inadmissível em qualquer hipótese, obedecendo-se ao princípio da proteção, bem como a relação de hipossuficiência existente. Comentários: Letra A. A renúncia é uma declaração unilateral de vontade que atinge direito certo e existente, pela qual o titular do direito dele se despoja. No Direito do Trabalho o art. 9º da CLT estabelece o Princípio da Irrenunciabilidade dos direitos. A súmula 199 do TST não permite a pré-contratação de horas extras quando da admissão do empregado bancário, sendo considerada nula. O erro da letra B é que havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro, conforme estabelece a súmula 51, II do TST. O erro da letra C é que segundo a súmula 276 do TST o direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. A questão mencionou de forma errada o termo renunciável e que o pedido de dispensa eximiria o empregador. A letra D está errada porque a renúncia é uma declaração unilateral de vontade que atinge direito certo e existente, pela qual o titular do direito dele se despoja. Não há que se falar em concessões recíprocas no que tange à renúncia. Por fim, o erro da letra E é que a renúncia é admitida em alguns momentos no direito do trabalho como, por exemplo, em relação ao aviso prévio quando o empregado tenha obtido um novo emprego, conforme súmula 276 do TST. Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 45

30. (FCC - Técnico Judiciário do TRT da 6ª Região 2012) O Regulamento da empresa BOA revogou vantagens deferidas a trabalhadores em Regulamento anterior. Neste caso, segundo a súmula 51 do TST, As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. Em matéria do Direito do Trabalho, esta súmula trata, especificamente, do Princípio da a) Razoabilidade. b) Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas. c) Imperatividade das Normas Trabalhistas. d) Dignidade da Pessoa Humana. e) Condição mais benéfica. Comentários: Letra E. O Princípio da Condição Mais Benéfica determina a prevalência das condições mais vantajosas ao empregado ajustadas no contrato de trabalho, no regulamento da empresa ou em norma coletiva, mesmo que sobrevenha norma jurídica imperativa e que determine menor proteção, uma vez que se aplica a teoria do direito adquirido do art. 5º, XXXVI da CRFB/88 (a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada). Súmula 51 do TST I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. ------------------------------------------------------------------------------ Por hoje é só! Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 46

Bons estudos! Vamos que vamos porque 2017 e 2018 esarão recheados de oportunidades! Aguardo você para a nossa próxima aula! Um forte abraço, Déborah Paiva professoradeborahpaiva@hotmail.com Aula 00: Direito do Trabalho TRT - TST ANALISTA JUDICIÁRIO e OFICIAL - Profª Déborah Paiva Página 47