Estrongiloidíase Parasito Reino: Animalia Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: Strongyloididae Gênero: Strongyloides Espécies: Strongyloides stercoralis - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é patogênico para o homem. - É uma zoonose (afeta cães, primatas, etc.). - É uma doença tropical negligenciada. - São os menores nematóides. - O parasito é oportunista de indivíduos imunocomprometidos. - Esse parasito tem várias formas evolutivas. Atenção! São elas: - Vermes adultos (fêmeas parasitas, fêmeas de vida livre e machos de vida livre); - Larvas (filarióides e rabditóides, devido às diferentes formas do esôfago); - Ovos (haplóides, diplóides e triplóides). - Vermes adultos: vão de 0,5 a 2,5 cm. Possuem boca com três lábios.
(a) Fêmea parasita (b) Macho de vida livre (c) Fêmea de vida livre - Fêmeas parasitas: são as maiores. O esôfago é filarióide. São triplóides. Habitam o intestino delgado (em suas criptas) e são partenogenéticas. Ovipõem na porção mais proximal do jejuno. Fêmea parasita - Fêmeas de vida livre: são menores que as parasitas. Possuem esôfago rabiditóide. Vivem livres no solo e fazem reprodução sexuada. Possuem um receptáculo seminal para a reprodução.
Fêmea de vida livre, com uma larva próxima a ela - Machos de vida livre: são menores que as fêmeas de vida livre. Esôfago rabditóide. Possuem extremidade posterior recurvada ventralmente com espículos. Macho de vida livre com espículo - Larvas: as larvas de ambos os tipos apresentam vestíbulo bucal curto (o que difere dos ancilostomídeos, em que o vestíbulo é longo). Podem ser: - Rabditóides: possuem esôfago curto, dividido em duas partes (duas dilatações e um estreitamento entre elas). São os estágios L1 e L2.
Larvas rabditóides, com esôfago rabditóide e cauda pontiaguda
- Filarióides: possuem esôfago longo, cilíndrico, retilíneo. Corresponde ao estágio L3 (infectante). Além disso, possuem a cauda entalhada. Larvas filarióides, com esôfago retilíneo e cauda entalhada OBS: vermes adultos possuem boca com três lábios. Larvas possuem vestíbulo bucal curto. OBS 2: geralmente, as larvas rabditóides que são reconhecidas no diagnóstico parasitológico de fezes, e não os ovos.
- Ovos: podem ser haplóides, diplóides ou triplóides. Saem raramente nas fezes e não são usados para diagnóstico. São muito parecidos com os ovos de ancilostomídeos. Ciclo de vida - As fêmeas partenogenéticas colocam ovos n, 2n e 3n. - Se o ovo for n: há a formação de larvas (rabditóides) haplóides, que são machos. - Se o ovo for 2n: há formação de larvas (rabditóides) diplóides, que são fêmeas. Elas, ao cruzarem com os machos, colocam ovos triplóides. - Todo o ovo 3n (que veio da fêmea partenogenética ou das larvas): formam larvas filarióides triplóides, que são infectantes para o homem. Essas larvas fazem penetração ativa pela pele (mesmo íntegra). Caem na corrente sanguínea e fazem o ciclo pulmonar. - Assim, existem dois tipos de ciclos de vida: - O ciclo parasitário (também chamado de direto ou partenogenético), que conta com a liberação de ovos triplóides pela fêmea partenogenética, a transformação em larva filarióide e a infecção do homem.
- O ciclo de vida livre (também chamado de indireto ou sexuado), que contam com a formação de larva macho e fêmea de vida livre, a reprodução sexuada e a colocação de ovos triplóides, que liberam larvas infectantes para o homem. Transmissão - Auto-infecção interna: larvas filarióides presentes no próprio intestino podem infectar a mucosa intestinal e dar origem a vermes adultos. - Auto-infecção externa: quando as fezes são deixadas em contato com a região perianal (em pacientes que usam fralda, por exemplo), as larvas filarióides podem penetrar pela pele e iniciar o ciclo. - Hetero-infecção: quando larvas filarióides presentes no meio infectam o indivíduo. Evolução - Pacientes com pequeno número de parasitos no intestino geralmente são assintomáticos ou oligossintomático (desconforto abdominal e diarréia). - Pacientes imunossuprimidos são mais susceptíveis ao desenvolvimento de sintomas. - Neles, uma única larva pode causar uma infecção crônica, devido ao mecanismo de transmissão por auto-infecção interna. - Os sintomas mais graves geralmente são: - cutâneos: as larvas podem se deslocar pela pele; podem causar dermatites. - pulmonares: tosse, febre, dispnéia, hemorragia, bronquite, asma. - intestinais: semanas de diarréia intensa, vômitos, enterite edematosa, atrofia da mucosa. Diagnóstico - Diagnóstico clínico é difícil. Então, utiliza-se diagnóstico parasitológico de fezes (detecção de larvas; é pouco sensível) ou imunológico (mais sensível, mas não diz se a doença está numa fase aguda ou crônica). Tratamento - É uma parasitose difícil de ser tratada. O prognóstico é ruim. Mebendazol não é eficaz. Utiliza-se tiabendazol, albendazol, ivermectina, nitazoxamida.